quarta-feira, 22 de julho de 2020

SP teve aumento de 263% de mortes pela covid-19 após reabertura do comércio

Com 20.171 mortes pela covid-19 registradas até 
ontem (21), estado de São Paulo teve aumento de 263% de óbitos em relação ao início da flexibilização da quarentena e reabertura do comércio em 1º de junho. Naquela data, havia 7.667 mortes registradas. Além disso, nesses 50 dias de abertura, o estado teve aumento de quase 380% no número de casos confirmados. Os dados, da Secretaria da Saúde, contradizem o discurso do governador de que a situação está sob controle e a abertura é bem-sucedida.

A média de mortes diárias pela covid-19 em São Paulo estacionou em patamares elevados. Na data de início do processo de flexibilização, a média era de 206 mortes por dia. Chegou a 276 em 23 de junho. Caiu para 227 no início de julho, mas voltou a crescer aos patamares registrados em meados de junho, atingindo a maior média até agora – 277 óbitos por dia – no último dia 18.
A média de casos também subiu, saindo de 3.953 casos novos por dia, em 1º de junho, para 5.975 no dado divulgado ontem (20). E chegou a mais de 7 mil novos casos por dia em vários momentos.

Além das mortes e dos casos de covid-19 em São Paulo, a média de internações cresceu desde o início da flexibilização. Em 1º de junho, a média diária era de 1.678. Hoje, é de 1.911. O número de pessoas internadas era de 12.920, naquela data, sendo 7.777 em enfermaria e 4.681 em unidades de terapia intensiva (UTIs). Nesta terça-feira são 14.074 pessoas internadas, sendo 8.269 em enfermaria e 5.805 em unidades de terapia.

Apesar disso, o governo Doria trata a abertura como um caso de sucesso. Muito diferente de como a pandemia era tratada uma semana antes do anúncio da flexibilização. No dia 19 de maio, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, disse que o estado estava “perdendo a batalha para o vírus”.

Desde o dia 6 de julho na fase 3-amarela do Plano São Paulo, que coordena a flexibilização da quarentena e a reabertura do comércio, a capital paulista teve pequena redução na média diária de novos casos, mortes e internações, entre junho e julho. Mas o mês de julho mostra estabilização em patamares elevados. A cidade ainda registra mais de 650 internações, entre 80 e 90 mortes e de 1.600 a 2.300 casos novos por dia. 

A cidade teve aumento de 172% no número de casos, entre 1º de junho, quando iniciou o processo de reabertura, e hoje (21). Já o número de mortes mais que dobrou no período: de 4.304 para 8.799 (104%). Por Rodrigo Gomes, da RBA. (Editado),
Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Brasil é o epicentro da pandemia no mundo, alerta OMS

Com uma  média de 1200 mortes diárias por covid-19 nas ultimas semanas,
 o Brasil é hoje o epicentro da pandemia no mundo.

Em 24 horas o Brasil registrou oficialmente exatos 1.300 mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Os dados são do boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgado no início da noite desta terça (14). Nas últimas semanas, os óbitos se mantiveram na casa dos 1.200, nos piores dias. O aumento confirma o que cientistas vem repetindo a pandemia segue descontrolada no país.

Já a curva de contágio da covid-19 nem sequer chegou a entrar em estabilidade e segue crescente. Nas últimas 24 horas, foram registrados 41.857 novos doentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o Brasil é o epicentro da pandemia no mundo, com o número de mortos no último mês superando outros países membros da comunidade internacional.

Desde março, quando a pandemia chegou ao Brasil, já foram registrados 1.926.824 infecções. Durante todo o período, o governo Bolsonaro ignorou o surto. “Queimou” dois ministros da Saúde por eles seguirem as recomendações médicas e chegou a afirmar que as mortes pela covid-19 não passariam de 2 mil. Além disso, Bolsonaro promoveu aglomerações públicas e fez piada com as mortes.

Mesmo com o alerta da ciência, governadores e prefeitos, que inicialmente mostraram preocupação e baixaram medidas de distanciamento social, abandonaram medidas mínimas de proteção à população, após um tímido sinal de estabilidade no número diário de mortos, há cerca de três semanas.

Porém, a estabilidade manteve-se no topo e não houve redução na curva de mortalidade. Epidemiologistas alertaram para as consequências da flexibilização da quarentena: sem controle, o cenário pode piorar.

Em números globais, desde o início da pandemia, o Brasil é o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Sozinho, o país tem mais do que o dobro de casos e mortes pela doença do que todos os países sul-americanos somados. O Brasil também é um dos países que menos realizam testes de sorologia da covid-19 no mundo. (Editado). Foto:EBC.
Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Insegurança alimentar aumenta no Brasil e atinge 43 milhões de pessoas

Em apenas 3 anos, a porcentagem da população brasileira afetada pela insegurança alimentar moderada e aguda aumentou 13%. Em 2016, o número de pessoas que ingeriam menos calorias do que o necessário para uma vida saudável era de 37,5 milhões no Brasil, e saltou para 43,1 milhões em 2019.

Os dados foram apresentados na segunda-feira (13) pelo relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020" (State of Food Security and Nutrition - SOFI). O documento foi lançado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo o mais completo estudo global sobre o tema. 

Segundo o relatório, cerca de 750 milhões, ou quase uma em cada dez pessoas no mundo, foram expostas a níveis graves de insegurança alimentar no ano passado. Já a insegurança alimentar moderada - que ocorre quando as pessoas são forçadas a reduzir a quantidade ou a qualidade dos alimentos -  afetou dois bilhões de pessoas no mesmo período. 

O levantamento destaca ainda que cerca de 8,9% da população mundial, o equivalente a 690 milhões de pessoas, foi afetada pela fome em 2019. Houve um aumento de 10 milhões de pessoas nessa condição em nível global em apenas um ano. 

Somente na região da América Latina e Caribe, mais de 47 milhões foram atingidas pela fome ano passado. É também na mesma região que a insegurança alimentar aumenta rapidamente, crescendo de 22,9% em 2014 para 31,7% em 2019. 

Anualmente, o documento faz um rastreamento do desempenho e trajetória dos países para alcançar a erradicação da fome global, uma das metas sustentáveis da Objetivos Sustentáveis da ONU para 2030. Por Lu Sudré. Edição: Rodrigo Durão Coelho.
Créditos: Brasil de Fato

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Covid-19 mata 2,7 vezes mais em bairros pobres

Na cidade de São Paulo o covid-19 mata 2,7 vezes mais em bairros pobres do que nas regiões mais ricas. As regiões da cidade que concentram mais famílias em situação de extrema pobreza são também as que registram o maior número de óbitos pelo novo coronavírus. Levantamento da Rede Nossa São Paulo também revela que a letalidade da doença é inversamente proporcional à oferta de trabalho formal em cada região. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (10).

Para identificar as desigualdades sócio-espaciais que marcam a disseminação da doença na maior cidade do país, a Nossa SP cruzou dados do Mapa da Desigualdade 2019 com as taxas de emprego formal, a renda média familiar, o número de famílias em extrema pobreza e o número de mortos pela covid-19 em cada região.
Os resultados indicam que o endereço é uma espécie de “fator de risco” para as pessoas contaminadas pelo novo coronavírus.

Por exemplo, o Jardim São Luiz, na zona sul da capital, que tem mais de 20 mil famílias em situação de extrema pobreza – que recebem até um quarto do salário mínimo – e renda média familiar mensal de R$ 983, registrou 256 mortos pela covid-19. Na outra ponta, o Alto de Pinheiros, na zona oeste, região nobre da capital que tem apenas 102 famílias na extrema pobreza e renda média familiar de R$ 9.344, teve apenas 48 mortes.

Os distritos pobres da capital têm renda média equivalente a 18,5% dos distritos mais ricos. No Jaraguá, extremo norte da capital, onde a renda médias das famílias é de R$ 1.702, foram registrados 162 óbitos. Em Artur Alvim, zona leste, com renda familiar de R$ 1.832, outras 161 mortes. 

Com 34.430 mil famílias na extrema pobreza, o Grajaú, na zona sul, registrou 302 óbitos. Logo atrás, com 282 mortes pela covid-19, o bairro de Jardim Ângela, também na zona sul, concentra 26.857 famílias muito pobres.

Já no bairro do Morumbi, área nobre da zona sul, cada família ganha em média R$ 9.091 por mês. Por lá, apenas 42 óbitos ocorreram até o momento. Na Consolação, região central da cidade, com renda familiar de R$ 8.755, 60 mortes por coronavírus foram registradas.

Segundo os pesquisadores, esses números indicam que quanto menor a renda das famílias, menores são as possibilidades de acesso a tratamentos para casos mais graves. Nas regiões mais pobres, a oferta reduzida de leitos leva à superlotação do sistema. A consequência é que a covid-19 é mais letal entre os extremamente pobres e mais vulneráveis.(Editado).
Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 8 de julho de 2020

OMS reconhece evidências de transmissão da covid-19 pelo ar


A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu na terça-feira (7) "evidências emergentes" de transmissão pelo ar do novo coronavírus, depois que um grupo de cientistas cobrou do organismo a atualização de suas orientações sobre como a doença respiratória se espalha.

"Temos conversado sobre a possibilidade de transmissão pelo ar e transmissão por aerossol como uma das modalidades de transmissão da Ccvid-19", disse Maria Van Kerkhove, principal autoridade técnica da OMS para a pandemia de Covid-19, em entrevista coletiva. A OMS havia dito anteriormente que o vírus que causa a doença respiratória se dissemina principalmente por meio de pequenas gotículas expelidas pelo nariz e pela boca de uma pessoa infectada, que logo caem no chão.

Em carta aberta, enviada à agência sediada em Genebra e publicada na segunda-feira (6) no periódico científico Clinical Infectious Diseases, 239 especialistas de 32 países indicaram indícios que, segundo eles, mostram que partículas flutuantes do vírus podem infectar pessoas que as inalam. Como essas partículas menores que são exaladas podem permanecer no ar, os cientistas pediram à OMS que atualize suas diretrizes.

Em entrevista em Genebra, Benedetta Allegranzi, principal autoridade técnica em prevenção e controle de infecções da OMS, disse que há evidências emergentes de transmissão do novo coronavírus pelo ar, mas que elas não são definitivas. 

"A possibilidade de transmissão pelo ar em locais públicos - especialmente em condições muito específicas, locais cheios, fechados, mal ventilados que foram descritos - não pode ser descartada. Entretanto, os indícios precisam ser reunidos e interpretados, e continuamos a apoiar isso", afirmou.

Qualquer alteração na avaliação de risco de transmissão pela OMS pode afetar seus conselhos atuais sobre manter o distanciamento físico de um metro. Governos, que contam com a agência para definir suas políticas de orientação, também podem precisar ajustar as medidas de saúde pública destinadas a conter a propagação do vírus. com informações da Reuters.
Créditos: Agencia Brasil

domingo, 5 de julho de 2020

Reabertura da economia pode ser um dos momentos mais "perigosos" no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a reabertura da economia do Brasil pode ser um dos momentos mais perigosos para o país, por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A
 entidade teme que a nova fase leve o país a registrar um novo salto no número de casos confirmados da doença, repetindo o cenário que voltou a se instalar nos Estados Unidos.

Membros da equipe que se ocupa da pandemia na OMS, apontaram que o momento é considerado como “crítico” no Brasil. “Talvez esse seja um dos momentos mais perigosos da epidemia no país”. 
As informação foram divulgadas pelo colunista Jamil Chade, do Uol, domingo (5). (Editado).
Créditos: UOL

sábado, 4 de julho de 2020

Neonazismo cresce no Brasil e prega ódio às minorias

Racista, homofóbico, machista, violento em diversos aspectos. Esse é o conteúdo do discurso proliferado pelos grupos neonazistas.

Um levantamento realizado pela SaferNet Brasil, organização da sociedade civil que promove os direitos humanos na rede e monitora sites radicais, mostra que, somente no mês de maio deste ano, foram criadas 204 novas páginas de conteúdo neonazista. No mesmo período de 2019, foram 42 e em 2018, 28.

Os números mostram que há um aumento contínuo do neonazismo no Brasil e que tais grupos estão, cada vez mais, vinculados ao atual governo. “Os neonazistas são, hoje, uma base de sustentação desse governo, infelizmente”, diz Adriana Dias, antropóloga e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Segundo ela, há pelo menos 349 células neonazistas ativas no Brasil, resultando em aproximadamente 25 mil pessoas. A pesquisa da antropóloga segue em andamento e a intenção é publicar um livro com os resultados. O número de pessoas vinculadas a células neonazistas já é alto, mas, considerando que a maioria das pessoas consideradas neonazistas no país não faz parte de grupos específicos. Adriana estima que há mais de 300 mil pessoas que consomem a literatura neonazista no Brasil.

“Fazer parte de um grupo é quando a pessoa já está pronta para ir a uma ‘guerra racial’. Mas, primeiramente, a pessoa lê bastante material e faz outras coisas antes de ingressar num grupo”, ressalta a antropóloga e doutora pela Unicamp.

Determinar um número exato de quantas pessoas têm acesso a esses materiais e de quantas participam ativamente dos grupos é uma tarefa difícil, uma vez que essas células estão presentes, muitas vezes, na deep web, parte da internet que não é indexada pelos mecanismos de busca e, em razão disso, está oculta de grande parte do público.

Entender a diferença entre o nazismo e o neonazismo é importante, pois, apesar das semelhanças, ambas as ideologias apresentam particularidades. O nazismo foi uma política de Estado presente principalmente na Alemanha nas primeiras décadas do século XX e liderada por Adolf Hitler. Já o neonazismo, não está, neste momento, ocupando Estado nenhum, embora os grupos que aderem a ele desejem isso.

Além disso, há diferenças entre os discursos. Segundo Adriana, o discurso nazista era muito vitorioso, enquanto o neonazista é de remanescência, ou seja, há uma distorção sobre a história para dizer que existe hoje um genocídio dos grupos de supremacia pautado no medo de perder um lugar que, para essas pessoas, é ‘seu por natureza’. “É uma mistura de negacionismo com delírio histórico”, complementa a antropóloga.

A partir dessa narrativa imaginária, em que há um ‘genocídio do homem branco’, grupos neonazistas desenvolvem estratégias de eliminação do outro, como, por exemplo, ataques e violências praticadas contra pessoas negras e homossexuais.

Discursos e ações de membros do governo federal contribuem para essa ascensão do neonazismo no Brasil. Um exemplo disso foi o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro tomou um copo de leite puro durante uma transmissão ao vivo, símbolo nazista de supremacia racial.

Outro momento foi quando o ex-secretário Nacional da Cultura, Roberto Alvim, fez um discurso semelhante ao do ministro da Propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels. Por: Júlia Pereira. (Editado). Foto: Estadão.