segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Enquanto Brasil alimenta 1 bilhão no mundo, 10 milhões passam fome no país

O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, ficando atrás apenas da China e dos EUA. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), só no ano passado, o Brasil exportou comida para mais de 180 países, movimentando 34,1 bilhões de dólares.

“No Brasil, apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro na última Assembleia Geral da ONU.

Mesmo alimentando 1 bilhão de pessoas no mundo, no entanto, o Brasil deixa 10,3 milhões de pessoas passando fome no país. Segundo o último levantamento do IBGE, que mostra os dados, metade das crianças com até 5 anos tem restrição a alimentos no Brasil.

Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas no país em situação de insegurança alimentar grave (fome), chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões os brasileiros nesta situação. Dos 68,9 milhões de domicílios no Brasil, 36,7% estavam com algum grau de insegurança alimentar, atingindo 84,9 milhões de pessoas. São 6,5 milhões de crianças vivendo sob essas condições.

Se o Brasil consegue alimentar 1 bilhão de pessoas pelo mundo, por que não consegue alimentar seu próprio povo? 

Fonte: BBC News Brasil / Imagem: Observatório / Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Covid-19 já causou 1 milhão de mortes; Brasil tem 14% dos mortos

 

O planeta atingiu a marca de 1 milhão de mortes devido à epidemia do coronavírus. O número é inferior ao total, devido à subnotificação; neste 1 milhão constam apenas das mortes registradas oficialmente pelos governos. O Brasil, que tem menos de 3% da população mundial, é responsável por 14% dos mortos pela pandemia.  O país se aproxima de 140 mil mortes.

"Chegamos nesse número por um misto de incompetência e negacionismo. Você não consegue combater um problema que você finge que não existe com soluções mágicas e negando tudo o que a ciência tem a oferecer em termos de controle de pandemia", afirmou a doutora em microbiologia pela USP (Universidade de São Paulo) Natália Pasternak.

Para a especialista, ao menos metade das mortes por covid-19 no país poderiam ter sido evitadas com medidas efetivas de combate à pandemia. "O Brasil foi na contramão do mundo na implementação das medidas preventivas que poderiam ter evitado, pelo menos, metade dessas mortes", disse ao UOL. 

Para o médico e professor catedrático da Universidade de Duke, na Carolina do Norte (EUA) Miguel Nicolelis, prevalece no Brasil um modelo de combate à pandemia em que a busca do lucro está acima da vida humana e da interação do ser humano: "Chegamos aqui pelo total desprezo da biologia e negacionimso científico”. (Editado). Foto: EBC.

Créditos: Brasil 247

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Por destruição ambiental e ataques a direitos humanos, Brasil é duramente criticado na ONU

Alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet fez duras críticas ao Brasil no discurso de abertura no Conselho de Direitos Humanos da entidade, na segunda-feira (14), em Genebra. 

“Do Brasil, estamos recebendo relatos de violência rural e despejos de comunidades sem terra, bem como ataques a defensores dos direitos humanos e jornalistas, com pelo menos dez assassinatos de defensores dos direitos humanos confirmados este ano”, declarou.

Bachelet denunciou ainda o desmonte de sistemas de participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas, além da crescente participação de militares em assuntos de gestão pública. “Embora se reconheça o contexto desafiador da segurança, qualquer uso das forças armadas na segurança pública deve ser estritamente excepcional, com supervisão eficaz”, afirmou a dirigente.

Na opinião da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), a importância do discurso de Bachelet está no fato de se inserir num contexto mundial de mobilizações e denúncias contra as queimadas na Amazônia e no Pantanal, e também contra as violações aos direitos humanos no governo de Jair Bolsonaro.

No início do mês, um estudo encomendado pelo Parlamento Europeu sugeriu a possibilidade de emitir um alerta ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda, com denúncia de crime contra a humanidade pela situação de destruição da floresta amazônica.

“As questões ambientais no Brasil têm chamado atenção internacionalmente, de modo muito forte, porque também violam os direitos humanos e têm impactos econômicos”, na opinião da deputada.

Para o professor da Universidade Federal do ABC Giorgio Romano Schutte, o grande assunto hoje, no âmbito da ONU, é a disputa entre Estados Unidos e China e, nesse contexto, as questões brasileiras acabam atraindo menos interesse. Seja como for, acrescenta, a imagem do país é hoje muito negativa. Na terça-feira que vem (22), o presidente brasileiro fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em evento que será realizado pela primeira vez remotamente, devido à pandemia de coronavírus.

O lugar do Brasil na mídia internacional, hoje, é ocupado sobretudo pelas questões Amazônia e pandemia, observa. “Espera-se alguma resposta do Brasil nesses dois temas, porque em relação a eles a imagem do Brasil é muito ruim, sobretudo na Europa.”

“O Paulo Guedes (ministro da Economia) vai querer que Bolsonaro fale de oportunidades que existem no Brasil, que se está criando uma situação favorável aos investimentos, que o país está se preparando para a fase pós-pandemia. Talvez Bolsonaro queira se defender na questão da Amazônia”, aponta Giorgio. Para ele, Bolsonaro provavelmente vai dizer que o Brasil “está firme” na defesa da Amazônia, e reagindo aos ataques contra a soberania.  

Para Maria do Rosário, outro tema que atualmente chama a atenção do mundo para o Brasil é o do trabalho infantil, que também tem forte impacto econômico. “A OIT (Organização Internacional do Trabalho) tem relações muito diretas com essa questão. E disso decorrem impactos internacionais que permeiam a indústria, o comércio e produzem boicotes significativos de produtos de países onde um presidente fomenta o trabalho infantil, caso de Bolsonaro”, diz a deputada.

Ela menciona o fato de serem cada vez mais comuns campanhas de boicote a produtos brasileiros devido aos ataques ao meio ambiente. Em junho, grupos de comerciantes e ativistas europeus aumentaram as pressões pela retirada de produtos brasileiros dos supermercados, em  protesto contra a política ambiental do governo Bolsonaro.

Na Europa, de modo geral, os ambientalistas têm peso político considerável e a destruição ambiental faz com que os políticos estejam “empurrando com a barriga” um desfecho do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que interessa ao Velho Mundo economicamente. “Os europeus estão muito interessados, porque o capital deles é que vai se beneficiar do acordo. Mas a opinião pública resiste”, destaca Giorgio. 

Na Alemanha, o mais poderoso país europeu, onde “os verdes” são politicamente muito fortes, os políticos temem que ignorar a questão ambiental possa ser fatal para suas pretensões nas eleições de 2021, quando o país – hoje comandado por Angela Merkel – escolherá um novo chanceler. No ano passado, segundo o Deutsche Welle, quando todos os eleitores alemães puderam votar nas eleições para o Parlamento Europeu, os verdes obtiveram mais de 20% dos votos, um resultado histórico. Foto: Mayke Toscano. Por Eduardo Maretti, da RBA com informações de Jamil Chade. Créditos: Rede Brasil Atual

Estados reagem ao desmonte da Petrobrás

 Governos estaduais resistem à venda de ativos da Petrobrás, que está saída das regiões Norte, Nordeste e Sul do País. A estatal afirmou que vai concentrar investimentos no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde está o pré-sal. 

Existem 164 áreas de produção de petróleo e gás da empresa sendo vendidas em todo o Brasil, de acordo com mapeamento divulgado pela agência de notícias especializada epbr, atualizado em agosto deste ano. Do total, 148 áreas estão localizadas fora do eixo Rio-São Paulo. 

A saída da Petrobrás de alguns estados brasileiros aprofundará as desigualdades regionais no Brasil, que fechará 2020 em recessão e já enfrenta uma agenda marcada pela retirada de direitos sociais. Para sair de alguns locais, a Petrobrás terá que negociar uma série de dívidas ambientais, tributárias e trabalhistas. 

A estatal também está se desfazendo de infraestrutura logística, fábricas de fertilizantes, terminais de importação de gás natural líquido e usinas térmicas, eólicas e de biocombustíveis, apontou uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo

Representantes dos governos e deputados de seis estados têm se reunido virtualmente com a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobrás, do Congresso, que lançou há pouco mais de um mês a campanha 'Petrobrás, fica!'. 

"É um clamor para que a empresa explique por que está deixando o resto do Brasil e se concentrando no Rio e em São Paulo", afirmou o presidente da frente parlamentar, Jean Paul Prates (PT-RN). "O que ela vai fazer com os incentivos fiscais e passivos de anos?", questionou. Foto: EBC.

Créditos: Brasil 247

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A fome bate na porta

Política econômica neoliberal que privilegia os ricos, governo sem projetos e sem programa de recuperação da economia, durante e pós pandemia, volta da infração; o Brasil caminha para uma das piores crises sociais da história.

Aumento de preço dos combustíveis, gás de cozinha, e aumento absurdo no preço dos alimentos, sem  uma política de preço nos produtos da cesta básica, as famílias de baixa renda terão grandes dificuldades para se alimentar.

Se não bastasse tudo isso a economia do país está em recessão com enorme queda do PIB (Produto Interno Bruto) e o desemprego bate recordes, segundo pesquisas mais da metade da população está sem trabalho. Tudo isso contribui para aumentar a situação de fome e miséria que cresceu demais depois do golpe parlamentar de 2016. Por Zito Bezerra.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

75% dos incêndios florestais são provocados por ações humanas

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nos primeiros meses de 2020, o índice de desmatamento na Amazônia chegou a 307 mil hectares, 26% a mais em comparação com o mesmo período em 2019. 

O número de incêndios também cresceu e atingiu o índice mais alto em 13 anos. Apenas no mês de julho, 6.803 incêndios foram registrados na Amazônia. O número representa um crescimento de 28% em relação ao último ano.

Um estudo realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a organização ambiental WWF mostra que as ações humanas são responsáveis por 75% dos incêndios florestais em todo o mundo, que apresentaram um crescimento de 13% neste ano.

Intitulado “Fire, Forests and the Future: a crisis raging out of control?”, o relatório ressalta ainda que, de forma geral, as queimadas são maiores e mais intensas do que costumavam ser, o que resulta em uma maior emissão de toneladas de carbono e danos mais significativos à biodiversidade, aos ecossistemas e gera consequências na economia e nas pessoas ao ameaçar propriedades.

Os incêndios causam também graves problemas de saúde a longo prazo. De acordo com o estudo, cerca de 340 mil mortes são provocadas anualmente por problemas respiratórios e cardiovasculares atribuídos à fumaça de incêndios florestais.

O BCG afirma que é fundamental alinhar os esforços dos setores público e privado para responder às questões ligadas ao desmatamento. Uma das medidas mais eficazes é definir e implementar compromissos que tenham o objetivo de reduzir a pegada da empresa no meio ambiente.

Mas a batalha contra as mudanças climáticas é de todos. Indivíduos podem também provocar impactos significativos no meio ambiente ao tomar precauções simples para evitar incêndios e fazer escolhas de consumo mais sustentáveis, por exemplo. Ao ter mais consciência sobre pequenos e grandes impactos de escolhas no ecossistema, todos podem se tornar parte da solução. Por: Júlia Pereira. Foto: Peter J. Wilson 

Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Vacina russa é segura e produz alta imunidade contra covid-19

Imunização produziu anticorpos em cerca de 21 dias após a primeira aplicação, segundo a revista científica "The Lancet".

A vacina russa Sputnik V é segura, bem tolerada e não causa eventos adversos graves. De acordo com estudo publicado nesta sexta-feira (4), pela prestigiada revista científica The Lancet, a vacina é altamente imunogênica e induziu fortes respostas imunes humoral e celular, em todos voluntários adultos saudáveis.

Os resultados publicados são de dois testes feitos com 38 voluntários cada, sendo 76 ao todo. Os participantes eram pessoas saudáveis, com idades entre 18 e 60 anos, testados em duas formulações da Sputnik V: rAd26-S e rAd5-S.

A revista científica aponta ainda que a vacina russa produziu anticorpos em cerca de 21 dias após a primeira aplicação. Depois de 28 dias, os pesquisadores também detectaram a produção de células T, outro produto do sistema imunológico que tem um papel importante no combate à doença. 

As reações foram leves, de acordo com o The Lancet. Dores no local da aplicação, hipertermia e dor de cabeça foram os únicos sintomas. A Rússia ainda trabalha num ensaio clínico de fase 3, com o envolvimento de 40.000 voluntários de diferentes idades e grupos de risco. 

Apesar dos avanços, o Brasil enfrenta outro problema para vacinar a população: o presidente Jair Bolsonaro. O governo federal tem realizado campanhas públicas anti-vacina, que buscam desestimular a imunização na sociedade. Imagem: Google.

Créditos: Rede Brasil Atual