quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Brasil registra 1.111 mortos por covid-19 em 24 horas

O Brasil teve o dia mais letal da covid-19 desde 15 de setembro. Foram 1.111 vítimas em 24 horas. Desde o início do surto, em março, já são 192.681 mortos no país, sem contar a subnotificação. Em relação ao número de infectados, houve também um grande salto: 58.718 mil novos casos de covid-19 – quinto pior dia de contágios desde março.

De acordo com os dados desta terça-feira (29) do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), são 7.563.551 contaminados. Entre os dados que chamam a atenção estão, por exemplo, os do Rio Grande do Sul. O estado registrou o maior número de mortos por covid-19 em um dia em todo o histórico da epidemia. Foram 144 vítimas. Foi apenas a segunda vez que o estado teve mais de 100 mortos em um período de 24 horas. Em São Paulo, foram 293 mortos. O estado é o mais afetado do país. São 192.681 mortos e 1.440.229 infectados. 

Mesmo assim, o fim do ano tem registro de aglomerações e festas em muitos locais, particularmente nas praias. Municípios do litoral norte do estado se negaram a cumprir a fase vermelha do Plano São Paulo, decretada pelo governo do estado, e seguem com intensa movimentação. Na sequência vem o Rio de Janeiro. São 426.259 infectados e 25.078 mortos. A capital fluminense já anunciou que fechará as praias para este ano novo, com a finalidade de evitar aglomerações tipicamente intensas na cidade mais turística do país. 

Especialistas temem que o início do ano no Brasil seja sombrio. As aglomerações do fim de ano devem resultar em picos de contágio e mortes, com possível esgotamento nas redes de saúde. Enquanto isso, os cidadãos esperam definições sobre um calendário efetivo de vacinações. Algo impreciso, já que o governo de Jair Bolsonaro desdenha da pandemia e faz campanha contra vacinas. Foto: Agencia Brasil. Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Fim do auxilio emergencial agravará desemprego e pobreza

RBA-O desemprego tem batido recordes e já atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Segundo dados do IBGE, de maio a novembro houve um acréscimo no número de desempregados na ordem de 4 milhões. E o legado de 2020 será muito negativo, apontando para um triste cenário nas condições do mercado trabalho, particularmente no desemprego.

“A gente olhando os dados do IBGE nota que a partir de setembro piora a taxa de desemprego e aumenta, portanto, a desocupação. E isso deve permanecer em 2021”, alerta o diretor-adjunto do Dieese, José Silvestre. Segundo ele, dois aspectos fundamentais devem influir nessa questão. Um, a perspectiva do fim do auxílio emergencial; e outro o afrouxamento do isolamento social, que faz com que as pessoas voltem a procurar emprego.

A taxa de desemprego manteve-se estável até por volta de agosto, setembro também em razão disso: as pessoas não tinham perspectiva, e enfrentavam restrições para sair e para procurar emprego. “À medida que tem esse afrouxamento do isolamento social, as pessoas voltam a procurar, e evidentemente com muitas dificuldades para encontrar”, diz Silvestre, em entrevista à Rádio Brasil Atual. “Então, esses dois aspectos – fim do auxílio e aumento da procura – contribuem em muito para o aumento do desemprego. E os indicadores e projeções de crescimento da economia para 2021 apontam para uma insuficiência na capacidade do país de criar empregos na magnitude necessária para amenizar a situação, sobretudo das pessoas que estão no mercado informal.”

A situação de informalidade é estrutural do mercado de trabalho brasileiro, se agravou após a “reforma” trabalhista de 2017 e, como mostram os dados do IBGE, ficou escancarada com o crescimento maior do desemprego entre os trabalhadores informais. “Quando ela (reforma) entra em vigor, em novembro de 2017, a gente observa uma piora das condições de trabalho e uma precarização do mercado de trabalho, que vai se aprofundando com a crise da pandemia a partir de março, quando a gente vê uma evolução informalidade”, diz o técnico do Dieese, observando que o home office é um recurso restrito essencialmente aos trabalhadores do mercado formal com ocupações que permitem o trabalho remoto. 

 Para Silvestre, é provável que o fim do auxílio emergencial agrave o endividamento das famílias. “Isso certamente vai afetar a rendimento das famílias, e o consumo. Assim, deve aumentar o endividamento dessas pessoas, porque elas não têm perspectivas. Com o fim do auxílio emergencial, e sem emprego, há uma situação crítica. Vai também aumentar também a desigualdade, vai aumentar a miséria. Não há dúvida que o auxílio emergencial teve contribuição importante inclusive para que a queda na economia não fosse tão acentuada. Porque esses recursos foram fundamentalmente destinados ao consumo. As pessoas precisam comer. Certamente vamos assistir a uma piora da miséria e da pobreza, como já está sendo projetado.” Por Redação RBACréditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Governo gastou quase R$ 8 milhões com cartões corporativos em 2020

O presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares gastaram R$ 7,86 milhões com cartões corporativos do governo federal, só em 2020. 

É o que aponta reportagem de Gustavo Uribe e Thiago Resende publicada na Folha de S. Paulo. "Na gestão atual, foi gasto em média até agora R$ 672,1 mil por mês, o que representa uma alta de 51,7% em relação ao governo do emedebista", apontam os jornalistas, que dizem que os gastos foram ligeiramente inferiores aos da gestão de Dilma Rousseff.

Neste ano, até o mês de novembro, o presidente desembolsou mais no cartão corporativo do que no ano passado. Ele gastou R$ 7,86 milhões, contra R$ 7,6 milhões em 2019, seu primeiro ano de mandato, aponta a reportagem. Procurado, o Palácio do Planalto afirmou que a maior parte dos gastos no cartão de Bolsonaro se refere a custos por causa de viagens pelo país e internacionais, mas não informou um detalhamento das despesas. Fonte Folha de S Paulo. Créditos: Brasil 247

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Doria e Covas retiram gratuidade para idosos em transporte

O prefeito reeleito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) e o governador João Doria (PSDB) decidiram retirar o direito de idosos acima de 60 anos de viajar gratuitamente em ônibus, trens e metrô na capital, além dos ônibus intermunicipais da Grande São Paulo, em uma ação conjunta para reduzir os custos do transporte. A mudança deve ocorrer a partir do dia 1.º de janeiro. 

No caso da Prefeitura, Covas conseguiu aprovação da Câmara Municpal para retirar benefício na terça-feira (22) e, já nesta quarta (23), sancionou o texto. 

No caso do governo do Estado, Doria editou, nesta quarta-feira, no Diário Oficial, um decreto que suspendeu a regulamentação da lei estadual que estabelecia o benefício. 

Idosos acima de 65 anos não pagam passagem por causa do Estatuto do Idoso, uma lei federal. Em São Paulo, esse limite havia baixado para 60 anos em 2013, durante as gestões Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), em uma medida adotada em meio aos protestos contra o aumento da tarifa ocorridos naquele ano. 

A Câmara Municipal da capital vem realizando sessões de votações matinais em que a base governista tem feito uma série de manobras para aprovar projetos sem passar por discussões.

Nesta votação específica, a revogação da lei que garantia a gratuidade estava em uma manobra conhecida como "jabuti" (quando uma artigo de uma lei que trata de um tema traz uma mudança em outra lei, que trata de outro tema diferente). O projeto que estabeleceu a mudança, originalmente, tratava de mudanças na estrutura de fiscalização das subprefeituras. Créditos: Portal Terra

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

EUA confirma 6 casos de reação alérgica grave à vacina da Pfizer

Seis casos de um tipo de reação alérgica grave à vacina contra o coronavírus fabricada pela Pfizer e BioNTech foram confirmados, neste sábado, 19, pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. 

De acordo com o órgão, os pacientes que receberam o imunizante tiveram anafilaxia. Os casos estão sendo investigados.De acordo como publicou a CNN Brasil, as pessoas atingidas são adultos com menos de 65 anos, e a maioria hospitalizada, e já tratada de imediato. Todos foram submetidos à observação, disse Tom Clark, do CDC que apresentou dados ao Comitê Consultivo em Práticas de Imunização.Clark disse que as reações não levaram a um problema de fabricação localizada, uma vez que as fotos que o CDC recebeu mostram que as vacinas aplicadas eram de mais de uma linha de produção.

Ainda de acordo com a publicação, das 112.807 pessoas vacinadas registradas no sistema de segurança da vigilância sanitária até sexta-feira, 3.150 disseram ter sintomas após a vacinação que os impossibilitaram de seguir com as atividades de rotina. 

No Reino Unido, órgãos reguladores disseram na semana passada que as pessoas com um "histórico significativo" de reações alérgicas não devem ser submetidos a vacina contra a covid-19 da Pfizer e da BioNTech. Por causa do alerta, as autoridades americanas e europeias pretendem restringir a imunização para pessoas com o tipo grave de reação. Imagem: EBC. Fonte: CNN. Créditos: A Tarde

sábado, 19 de dezembro de 2020

Mortes de negros por violência física crescem 59% no Brasil

De acordo com dados do DataSUS, levantados pelo UOL, as mortes entre pessoas negras causadas por violência física cresceram 59% no Brasil em oito anos. No mesmo período, o aumento registrado deste tipo de morte entre brancos foi de 1,3%.

A incidência desta violência contra a população negra é 45 vezes maior que a taxa média dos cidadão brancos no mesmo período. O número anual de vítimas negras subiu de 694, em 2011, para 1.104, em 2018, resultando em uma média de uma morte a cada sete horas.

A violência física corresponde à soma das mortes por “agressões física usando forma corporal” e “agressões por meio de enforcamento, estrangulamento e sufocação”. O período de análise foi de 2011 a 2018. Os dados do ano passado do Sistema de Mortalidade (SIM) ainda são preliminares e estão sendo fechados pelo Ministério da Saúde para entrarem em definitivo no DataSUS.

O recorde de mortes de negros ocorreu em 2016, quando foram 1.162 assassinatos por violência física. Entre brancos, o recorde da década ocorreu em 2017, com 571 crimes dessa natureza. Fonte: UOL. Por: Mariana Lima. 

Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Taxa de mortalidade da Covid-19 é três vezes maior que a da gripe

A taxa de mortalidade para pacientes hospitalizados com Covid-19 foi três vezes maior do que a taxa de mortalidade para pacientes com gripe hospitalizados, de acordo com o estudo. As taxas de insuficiência respiratória também foram maiores em pacientes com Covid-19 do que em pacientes com gripe. Uma nova pesquisa publicada na quinta-feira (17) sugere que a Covid-19 mata mais do que as gripes sazonais. 

A pesquisa, divulgada no The Lancet Respiratory Medicine, examinou dados de mais de 130.000 pacientes franceses hospitalizados com Covid-19 ou gripe. Os dados dos pacientes da Covid-19 foram comparados com os dados coletados durante a temporada de gripe 2018-2019.Além das diferenças nos resultados de saúde, as internações hospitalares variaram entre aqueles com Covid-19 e gripe. Mais pacientes com Covid-19 do que pacientes com gripe precisaram de tratamento intensivo, e aqueles com Covid-19 passaram em média duas vezes mais tempo em tratamento intensivo do que pacientes com gripe. 

Analisando os dados de crianças, os menores de 18 anos foram hospitalizados com menos frequência por Covid-19 do que por influenza, mas crianças menores de cinco anos hospitalizadas com Covid-19 precisaram de cuidados intensivos em taxas maiores do que aquelas com gripe. Por Virginia Langmaid. Imagem: EBC. Créditos: CNN

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Brasil cai 5 posições em ranking de desenvolvimento humano da ONU

O Brasil tem a segunda maior concentração de renda do mundo, atrás apenas do Qatar, conforme o relatório da ONU. 

O Brasil caiu cinco posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, divulgado nesta terça-feira (15). O país passou da 79ª para a 84ª posição, entre 189 países avaliados. 

O cálculo se baseia em critérios relacionados à saúde, renda e escolaridade, com base em dados de 2019. Se os índices de desigualdade social forem acrescidos à fórmula, o Brasil perde 20 posições. 

O IDH brasileiro teve evolução de 0,003 em relação a 2018 e chegou a 0,765, o que é considerado um crescimento lento. O principal fator da queda do Brasil é a falta de avanços na educação. O período médio de permanência das pessoas na escola ainda é 15,4 anos.

O Brasil agora é o 6º entre os países da América do Sul, atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Peru e Colômbia. O país com o melhor IDH do mundo continua sendo a Noruega, em segundo lugar estão Irlanda e Suíça. Imagem: Observatório.

Créditos: Brasil de Fato

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Drone é usado para transportar mercadoria

Um drone de carga de grandes dimensões transportou com sucesso 1,5 toneladas de carne carneiro em uma operação experimental realizado na terça-feira (8). O drone, modelo FH-98, voou de Otog, na Região Autônoma da Mongólia Interior, até Yinchuan, na Região Aautônoma da Etnia Hui de Ningxia.

Após uma hora de viagem, o aparelho chegou ao destino - manifestamente menos do que o tempo de transporte terrestre de 2,5 horas. Esta é a primeira vez que o drone FH-98 foi usado para este fim, permitindo um aumento da eficiência de transporte em 60 por cento. Foto: ChinaNews. Créditos: Diário do Povo

Países ricos já compraram metade das vacinas contra Covid-19

Países ricos que representam 14% da população global já compraram mais de 50% das promissoras vacinas contra a Covid-19, de acordo com dados coletados pela Airfinity, uma empresa de software com sede em Londres que acompanha acordos entre países e fabricantes. Ela analisou acordos de fornecimento que incluíam oito vacinas candidatas em testes clínicos de Fase 3.

Em cerca de 70 países em desenvolvimento, espera-se que apenas um em cada dez residentes receba a vacina contra Covid-19 no próximo ano, de acordo com a People’s Vaccine Alliance, que consiste em organizações como a Anistia Internacional, Frontline AIDS, Global Justice Now e Oxfam.

A colizão global de organizações e ativistas convocou as empresas farmacêuticas, juntamente com os pesquisadores, a “compartilhar a ciência, o know-how tecnológico e a propriedade intelectual” de suas vacinas. Eles também pediram aos governos que garantissem que suas vacinas contra a Covid-19 fossem gratuitas para o público e disponíveis de forma equitativa.

Recentemente, países como a África do Sul e a Índia pressionaram por restrições aos direitos de propriedade intelectual para vacinas contra Covid-19, propondo que a Organização Mundial do Comércio acabe com a aplicação global desses direitos em favor do interesse comum e da acessibilidade. Por Maria Fernanda Garcia. Fonte: O Globo.Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 12 de dezembro de 2020

Mais de 220 mil pessoas estão em situação de rua no Brasil

De acordo com uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pessoas em situação de rua no Brasil cresceu 140% entre 2012 e março de 2020, chegando a quase 222 mil pessoas. Em sua maioria, as pessoas em situação de rua encontram-se desempregadas ou em trabalhos informais, atuando como guardadores de carros e vendedores ambulantes, por exemplo.

O estudo ‘Estimativas da População em Situação de Rua no Brasil‘ utilizou dados de 2019 do censo anual do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas), que conta com informações das secretarias municipais.

Outra fonte de dados para o levantamento foi o Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal. No total, 81,5% da população em situação de rua está em municípios com mais de 100 mil habitantes, principalmente das regiões Sudeste (56,2%), Nordeste (17,2%) e Sul (15,1%).

É importante salientar que em 2020 18,5% da população de rua estava em municípios pequenos ou médios, indicando a necessidade de se pensar também em políticas públicas adequadas a essas localidades.

No total, até março o Brasil registrava 221.869 pessoas em situação de rua. A análise seguiu o modelo de contagem utilizado em 2015, quando foi lançado o último balanço pelo Ipea, utilizando os dados oficiais informados pelos municípios por meio do Censo Suas. No entanto, agora a pesquisa usa dados de mais municípios do que em 2015. Esses municípios representam 84% da população total brasileira. Em 2015, a pesquisa usou dados de municípios que representavam 69% da população.

O Ipea também produziu outro levantamento, desta vez focando no impacto da pandemia na população em situação de rua. No estudo ‘Populações em Situação de Rua em Tempos de Pandemia: Um Levantamento de Medidas Municipais Emergenciais‘, o Ipea mapeou, por meio dos sites oficiais, as principais medidas de assistência adotadas pelas prefeituras, nas capitais do Nordeste e Sudeste.

No total, entre as 13 capitais dessas regiões, as ações reportadas foram: abrigamento (12), higiene (9) e alimentação (8). As ações menos frequentes foram: centros emergenciais de serviço (2) e atividades específicas de orientação (6) para usuários de álcool e outras drogas, pessoas com transtornos mentais e iniciativas específicas para crianças e adolescentes em situação de rua.

Mesmo com as ações emergenciais que as prefeituras vêm realizando, o estudo alerta para o aumento da população em situação de rua durante a pandemia, por conta da desocupação crescente e mais intensa devido aos problemas econômicos.

Além das ações listadas, as pessoas em situação de rua ouvidas também apontaram iniciativas como instalação de pias em espaços públicos e unidades que abriguem pessoas que não conseguem fazer isolamento social (inclusive pessoas em situação de rua que recebem auxílio-moradia).A oferta de novos serviços também foi ressaltada, assim como a instalação de lavanderias e banheiros públicos.

Entre os principais limitadores diante das medidas emergenciais, houve destaque para a dificuldade de testagem das pessoas em situação de rua, a insuficiência das vagas de abrigamento e os obstáculos para acesso às transferências de renda para esta população, especialmente vinculadas ao acesso à informação, documentação e tecnologia.

Também foi pontuada a necessidade de se buscar os mais “vulneráveis entre os vulneráveis”, aí incluídas as pessoas com transtornos mentais ou que vivem em situação de rua fora dos grandes centros e, por consequência, com menos acesso aos serviços públicos. Por: Mariana Lima. Imagem G1. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

Brasil ultrapassa 180 mil mortes por covid-19. Aglomerações de fim de ano preocupam

Na sexta-feira (11) o Brasil ultrapassou as 180 mil mortes por covid-19. Nas últimas 24 horas foram registradas 672 mortos, totalizando 180.437 vítimas. Já o número de infectados chegou a 6.836.227, após um salto de 54.428 mil novos casos no último período. As informações são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em boletim divulgado hoje (11). É o maior número oficial de novas infecções desde o dia 12 de agosto, quando o país vivia seu pior período do surto, que começou em março.

As curvas médias de sete dias seguem em acentuada elevação. Em relação aos casos, o cenário já se equivale ao período de maior pico. Já em relação às mortes, os números se aproximam dos do início de outubro, quando as taxas começaram a apresentar tendência de queda e estabilização, apesar de patamares elevados.

A semana que se encerra neste sábado (12) tende a ser a de maior número de vítimas oficiais desde a primeira de outubro, quando foram registrados 4.213 mortes nos sete dias. Sem os números de amanhã, já são 3.809 vítimas. A semana passada registrou 4.067 mortes, e pode ser batida caso o sábado registre número acima de 258. Isso, sem contar a ampla subnotificação, já que o Brasil é um país que aplica poucos testes de covid-19 em relação à população.

Diante deste cenário crítico de crescimento da propagação do vírus, especialistas temem o pior para o futuro próximo. Isso, porque o fim de ano é marcado, tradicionalmente, por aglomerações. Férias escolares, compras de Natal, os festejos entre famílias e amigos e as comemorações de ano novo devem agravar a situação da covid-19 no Brasil. 

Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

China detecta novo coronavírus nas embalagens de carnes importadas do Brasil e Uruguai

De acordo com a Comissão Municipal de Saúde da cidade de Wuhan, na China, no sábado (5), o Departamento Municipal de Controle e Prevenção de Doenças de Wuhan, realizou testes de rotina nos alimentos de frios importados do Centro de Armazenamento de Cadeias Frias de Changjing, no distrito de Hongshan.

Durante o teste de monitoramento de ácido nucléico, uma amostra de lombo de porco congelado importado do Brasil e uma amostra de carne bovina desossada congelada importada do Uruguai testaram positivo.

A sede da cidade de Wuhan adotou imediatamente medidas de emergência, como armazenamento de carga, triagem e isolamento de pessoal e desinfecção do local, amostragem e teste de ácido nucléico do ambiente e da equipe fora do armazenamento refrigerado, e simultaneamente conduzindo investigações epidemiológicas. Imagem: EBC. Mais informações no site: http://portuguese.people.com.cn/ .
Créditos: Diário do Povo 

sábado, 5 de dezembro de 2020

Desigualdade no Brasil se perpetua mesmo nos municípios mais ricos

Mais da metade dos 5,5 mil municípios brasileiros têm índices de privação da população considerados altos ou muito altos. São milhares de cidades em que os percentuais de pessoas que vivem com menos de meio salário mínimo, são analfabetas e/ou vivem em moradias inapropriadas, sem água ou esgoto, atingem uma parte considerável da população. Mas mesmo nas regiões em que a privação é considerada média, baixa ou muito baixa é possível notar aspectos cruais de desigualdade.

As conclusões são possíveis ao se analisar o Índice Brasileiro de Privação (IBP), calculado pela primeira vez e que reúne dados referentes a todo o território nacional. Além de proporcionar um retrato de todas as cidades brasileiras, a partir de dados do Censo, ele permite análises em áreas específicas dentro dos próprios municípios. Com isso, é possível observar as discrepâncias locais de desenvolvimento.

O panorama foi construído por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Bahia. "A gente fez uma ampla revisão sobre o uso de indicadores no Brasil, se existia algum indicador de privação que tornasse desnecessária a nossa construção", relata Maria Yury, Ichihara Vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz.

Ela conta que, após a revisão, constatou-se que nenhum índice realizava uma análise tão específica em pequenas áreas. "Isso reforçou, era uma lacuna no Brasil, a gente precisaria fazer esse índice. Então, todo o nosso esforço foi trabalhar com isso.", afirma a pesquisadora;

Maria Yuri diz ainda que o processo foi "árduo" e envolveu análise de dados que originalmente não foram construídos para esse fim. Ainda assim, as informações do Censo foram consideradas ideais por englobarem toda a diversidade do país. Entre os exemplos estão áreas indígenas, regiões de moradias improvisadas, presídios, comunidades tradicionais e muitas outras configurações. Nas palavras dela "revelar as desigualdades pode orientar políticas públicas".

Uma plataforma online para consulta será disponibilizada, com possibilidade de acesso para toda a população. Gestores públicos, estudiosos e organizações sociais poderão ter uma visão em lupa das condições específicas dos setores das cidades.

"Nós somos pesquisadores, construímos esse índice, mas a gente tem um compromisso com as políticas públicas. Nossa ideia é oferecer uma medida que possa ser utilizada. Hoje a gente tem uma dificuldade muito grande de ter informação sobre a situação socioeconômica da população. São muitas possibilidades de uso, que eu gostaria que tivessem um impacto importante em todas essas áreas."

A desigualdade mora ao lado

Embora o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pela Organização das Nações Unidas, mostre um avanço considerável entre os anos de 1991 e 2010, o IBP aproxima a fotografia e expõe que ainda há muito o que fazer. Esse trabalho que o Brasil tem pela frente guarda origem em aspectos estruturais e na diversidade de realidades que compõem o país. O objetivo do dado levantado pela Fiocruz é justamente oferecer informações mais localizadas e precisas sobre esses cenários tão diferentes.

O IBP reafirma algumas realidades já conhecidas sobre o Brasil. A maior parte das cidades em que a população enfrenta índices altos de privação estão nas regiões Norte e Nordeste. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste abrigam as que estão na outra ponta. A reportagem do Brasil de Fato analisou os mil municípios em que a escassez material é menos expressiva. Apenas três estão na região Nordeste: Fernando de Noronha (PE), Salvador (BA) e Aracaju (SE). O Norte do país não aparece.

Se o índice joga mais luz ao que já é consenso, ele também traz à tona as diferenças sociais presentes nas cidades mais ricas do Brasil. É possível perceber que nem mesmo as regiões com condições sociais mais desenvolvidas conseguiram solucionar a desigualdade. Em São Caetano do Sul (SP), por exemplo, cidade que tem o melhor IDH do Brasil, há setores em que mais de 20% da população ganha menos de meio salário mínimo e locais com mais de 5% de analfabetismo.

O Índice Brasileiro de Privação (IBP) será apresentado na próxima quarta-feira (9) em um evento online. Na ocasião, além dos pesquisadores da Fiocruz, estarão reunidos representantes da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems) e da Universidade de Glasgow, na Escócia, parceira da inciativa pelo projeto Social Policy & Health Inequalities (SPHI).

A pesquisadora Maria Yuri finaliza com um relato contundente sobre a importância da valorização da pesquisa e da produção de conhecimento no Brasil, "a gente vai naquela lacuna, a gente faz com que a ciência atenda à sociedade. Ela precisa estar dando resposta para os problemas da sociedade. Ela é fundamental para responder os problemas da sociedade." Imagem: Web. Por Nara Lacerda/Edição: Rebeca Cavalcante. 

Créditos: Brasil de Fato

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Contágio por covid-19 dispara no Brasil

A covid-19 segue em trajetória de crescimento em grande parte do Brasil. São 174.515 mortos e 6.436.650 infectados desde o início da pandemia, em março. Nas últimas 24 horas, 698 vítimas e 49.863 contaminados registrados, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Enquanto o vírus se alastra sem controle, cidades e estados passam a viver situações dramáticas.

É o caso do Rio de Janeiro. A rede pública está com 90% de leitos de UTI esgotados e a privada, 98%. A situação é próxima a de colapso do sistema de saúde. O cenário se repete, com intensidades diferentes, em outros estados.

Santa Catarina, por exemplo, vive o pior momento da pandemia desde o início do surto. O estado superou o número de casos oficiais do Rio de Janeiro, com 378.621, contra 361.397 dos fluminenses. Com mais de 33 mil casos ativos da doença, os catarinenses acumularam ontem (em 24 horas) o maior número de novos casos, 2.469, além de 47 mortes. Todo o estado está em estado de alerta máximo.

Embora ultrapassado por Santa Catarina no número de casos, o Rio de Janeiro segue com o segundo maior número de mortos: são 22.764, frente a 42.456 de São Paulo, que lidera. A conjuntura fluminense preocupa especialmente pelo esgotamento do sistema de saúde.

De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgados ontem no boletim MonitoraCovid19, a capital fluminense vivencia um aumento preocupante de mortos em casa pro falta de assistência médica. De abril até a primeira quinzena de novembro, foram 14 mil vítimas em domicílio, frente à média de 10 mil nos últimos cinco anos.

A ausência de leitos impacta também o tratamento de outras doenças, o que provoca um grande número de mortos indiretos pela covid-19. Desde abril, a cidade registrou 27 mil mortes consideradas “em excesso”, ou seja, a mais do que a média esperada. Destes, 13 mil foram confirmados como em razão da covid-19 e 14 mil vítimas de outras doenças, como cardíacas. Os dados revelam o déficit do sistema de saúde frente ao momento de grande exigência.

Os dados obtidos pelos estudos revelam “um quadro de desassistência geral, que não se restringe aos hospitais, mas também à rede de atenção básica e ao sistema de vigilância em saúde”, afirma em nota a entidade.

Diante do fraco plano de vacinação do governo federal, que assume a impossibilidade de vacinação em massa em 2021, seriam necessárias medidas práticas de contenção do vírus. Especialmente as que envolvem distanciamento social e controle sanitário, através de testagem em massa.

Na segunda-feira (30) a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou uma nota técnica para pedir medidas de isolamento social no Rio de Janeiro. O Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ pediu, entre outras ações, o fechamento de praias e suspensão de eventos de massa, como culturais, sociais e esportivos.

A universidade alerta para o “risco elevadíssimo” de colapso no sistema de saúde, e que “muitos, especialmente os mais jovens, têm se aglomerado em festas, bares, praias e outros eventos sociais. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil Por Gabriel Valery, da RBA.

Créditos: Brasil 247