quarta-feira, 31 de julho de 2013

Apesar de alto IDHM, Brasília sofre com a desigualdade de renda


Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostrou dados positivos do Distrito Federal (DF) e sua capital, Brasília. O DF ostenta os melhores índices de renda, longevidade e educação, recebendo a classificação de “muito alto” no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) entre as unidades da Federação. Mas o sucesso do DF não se repete quando a questão é a distribuição de renda. Brasília, quando comparada a outras capitais, é a quarta colocada no quesito má distribuição de renda. Conforme o estudo, 67,20% de toda a renda da capital federal estão concentrados em apenas 20% da população. É a quarta pior distribuição de renda do país, ficando atrás apenas do Recife (PE), de Salvador (BA) e Maceió (AL). A professora de antropologia da Universidade de Brasília (UnB), Lia Zanotta, atribui o problema à grande quantidade de empregos públicos na cidade.
“A desigualdade é bastante grande. É uma população que vive das atividades de funcionários públicos, que recebem relativamente bem, e há os empresários, que também têm uma renda alta. Mas também tem uma classe popular que vive, em grande parte, nas cidades periféricas, com uma renda bastante baixa”. De acordo com ela, as atividades comerciais e industriais ainda não abrem vagas de emprego que atendam plenamente à demanda da população. Por outro lado, um maior incentivo a esses setores da sociedade ajudaria a nivelar a renda entre a população.
Na avaliação da professora, uma das saídas possíveis seria o investimento em pequenos empreendedores e o desenvolvimento de um “cinturão verde”, em áreas no Entorno de Brasília que teriam condições de produzir com alta tecnologia, como orgânicos, por exemplo. O presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya, também entende que o setor privado não acompanha a quantidade de empregos públicos e a qualidade dos salários dessa fatia de mercado.
“Essa concentração é histórica, e vem se acentuando. Como o trabalhador do setor público tem um rendimento médio mais de quatro vezes superior à média encontrada no setor privado, essa disparidade em termos de renda é mais acentuada em Brasília”. Miragaya, que também é conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), explicou que o governo tem procurado saídas para corrigir essa distorção. “O governo está preocupado com essa diversificação da estrutura produtiva. Temos realizado estudos, identificando segmentos que podem ser incrementados, como no setor industrial e de tecnologia da informação”.
Crédito: Agência Brasi
Fotos passagensaereasmega.com.br agensaereasmega.com.br

Ex-ministro ligado a esquema de corrupção é escolhido para coordenar campanha de Aécio

aecio_agencia senado.jpg

Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de FHC, está associado a esquema com Marcos Valério

O candidato ao Palácio do Planalto em 2014 Aécio Neves (MG), apesar de eleito para o Senado, tem ocupado o seu tempo longe de Brasília. Na semana passada, ele definiu quem será o coordenador de sua campanha em Minas Gerais. O escolhido foi Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso, que também coordenou a campanha à Presidência até o primeiro turno de José Serra em 2002, ano em que o tucano foi derrotado por Lula.
A linha de ataque a ser adotada por Veiga, o indicado do PSDB ao governo de Minas, a pedido de Aécio é mais uma vez aquele velho assunto: explorar o envolvimento do PT no caso do chamado “mensalão” para tentar desgastar a candidatura à reeleição da presidenta Dilma e a provável candidatura do ministro Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas.
Ao que tudo indica, Aécio está sofrendo de sério problema de memória: em 1997 ele fez projeto de decreto para convocar plebiscito, mas foi contra em 2013. Fernando Henrique defendeu a proposta de Constituinte restrita. Aécio apoiou, agora é contra. Aécio esqueceu agora que Marcos Valério e sua agência de propaganda SMPB conseguiram contratos com os Correios (empresa subordinada ao Ministério das Comunicações) durante a gestão de Pimenta Veiga de 1999 a 2002.
Os primeiros contratos dos Correios com as empresas de publicidade de Marcos Valério foram firmados com o Ministério das Comunicações, segundo relatórios da Polícia Federal, a partir do ano 2000. No entanto, desde 1998, Valério presta serviços ao tucanato. A Polícia Federal rastreou quatro depósitos feitos pelas empresas SMPB e DNA Propaganda à conta de Pimenta da Veiga, totalizando R$ 300 mil. Além disso, durante CPMI dos Correios instaurada em 2005 foi encontrado um contrato de empréstimo de R$ 152 mil no BMG no qual Veiga figura como devedor a Valério.
A operação considerada suspeita entre a estatal, a agência de publicidade de Valério e Veiga acabou indo parar no relatório da investigação. Em depoimento, os empresários Dennis Giacometti e Iran Castelo Branco, donos da empresa Giacometti, contaram que mais de 70% do lucro de R$ 9,7 milhões que eles obtiveram com o contrato com os Correios foram depositados em uma conta de Valério no Banco Rural. Ainda segundo investigação, a  conta de Valério no Banco Rural é a mesma que abasteceu o “valerioduto”.
Na CPMI, apareceu também um pagamento de R$ 150 mil, em 2003, das empresas de Marcos Valério para Pimenta da Veiga.  Mas acabou em pizza quando o ex-ministro afirmou que se tratava de "consultoria jurídica".
Relatório da Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, quando o atual deputado Eduardo Azeredo era governador, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da SMPB.
Os desvios ocorreram por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia. Aécio é citado em uma lista como beneficiário de R$ 110 mil na campanha de 1998, quando foi candidato a deputado federal.
A  ligação de Pimenta da Veiga  com personagens do esquema de corrupção nos Correios, cujas investigações desembocaram no escândalo do mensalão tucano de Minas, promete ir a julgamento no inicio de 2014, segundo afirmação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Para quem tem telhado de vidro é melhor pensar duas vezes antes de acusar adversários com historia  que levam    digitais tucanas.
Créditos: Rede Brasil Atual

Número de participantes da JMJ foi oito vezes maior que o de inscritos, diz arcebispo


Embora o site oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tenha recebido cerca de 427 mil interessados em participar do evento, um número oito vezes maior – 3,7 milhões de pessoas – compareceu aos diversos atos realizados na semana passada no Rio de Janeiro. O Brasil, como país-sede, liderou a lista de peregrinos inscritos, seguido pela Argentina e pelos Estados Unidos. Vieram
 ao Rio fiéis de 175 países. O balanço final da jornada foi divulgado ontem (30) pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, no Palácio São Joaquim, no bairro da Glória.
De acordo com os números, cerca de 60 mil voluntários trabalharam na organização dos eventos. Mais de 260 grupos de catequese, com voluntários especializados em 25 idiomas, e 100 confessionários foram organizados para atender aos peregrinos. A Arquidiocese estimou em 4 milhões o número de hóstias distribuídas nos seis dias. Credenciaram-se para a jornada 6,5 mil jornalistas de 57 países.
A estimativa de gastos feitos pelos visitantes ficou em cerca de R$ 1,8 bilhão. A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) recolheu aproximadamente 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais recicláveis nas ruas da cidade durante a jornada.
Dom Orani Tempesta disse que, apesar de todas as mudanças feitas no decorrer do evento, a Jornada Mundial da Juventude superou as expectativas. O arcebispo referia-se sobretudo à transferência da vigília de sábado (27) e da missa de encerramento da JMF, domingo (28), do Campus Fidei (Campo da Fé) em Guaratiba, na zona oeste, para a praia de Copacabana, na zona sul. A mudança foi necessária porque as chuvas deixaram o terreno encharcado e tornou-se inviável realizar ali a vigília e a missa.
“Nunca houve tantas mudanças desde o início da jornada como houve agora. Mudança de base aérea, de local. Tivemos até a mudança do papa." Para ele, quem participou da JMJ jamais esquecerá esses momentos e passará as lembranças para os filhos e netos.
Ao apresentar os números finais da jornada, dom Orani destacou dois momentos marcantes fora da programação do encontro mundial de jovens católicos. “Cada vez que nos deslocávamos de helicóptero, o santo padre olhava na direção do Cristo Redentor e orava. Sempre olhando com admiração." Segundo o arcebispo, o outro momento marcante foi aquele em que um menino subiu no papamóvel e disse: "Papa, como te quero bem". Ali, disse dom Orani, aquela criança "mostrou como o povo acolheu bem o papa e o fez chorar junto dele”.
 Agência Brasil

Índice de municípios brasileiros com IDHM médio e alto chega a 74%


Nas últimas duas décadas, o Brasil aumentou 47,5% o seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), passando de 0,493, em 1991, - considerado muito baixo – para 0,727, em 2010, o que representa alto desenvolvimento humano, conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013.
Em 1991, 85,5% das cidades brasileiras tinham IDHM considerado muito baixo. Em 2010, o percentual passou para 0,6% dos municípios. De acordo com o levantamento, em 2010, o índice de municípios com IDHM considerado alto e médio chegou a 74%, enquanto em 1991, não havia nenhuma cidade brasileira com IDHM alto e 0,8% apresentava índice médio. Pela escala do estudo, é considerado muito baixo o IDHM entre 0 e 0,49, baixo entre 0,5 e 0,59; médio de 0,6 e 0,69, alto 0,7 e 0,79 e muito alto entre 0,8 e 1,0.
O IDHM é o resultado da análise de mais de 180 indicadores socioeconômicos dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. O estudo é dividido em três dimensões do desenvolvimento humano: a oportunidade de viver uma vida longa e saudável [longevidade], ter acesso a conhecimento [educação] e ter um padrão de vida que garanta as necessidades básicas [renda]. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, o Brasil conseguiu reduzir as desigualdades, principalmente, pelo crescimento acentuado dos municípios menos desenvolvidos das regiões Norte e Nordeste.
“A fotografia do Brasil era muito desigual. Houve uma redução, no entanto, o Brasil tem uma desigualdade amazônica, gigantesca, que está caindo. O Brasil era um dos países mais desiguais do mundo, continua sendo, mas houve uma melhora. Podemos antecipar um futuro melhor”, frisou o presidente do Ipea e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri.
Principal responsável pelo crescimento do índice absoluto brasileiro, o IDHM Longevidade acumulou alta de 23,2% entre 1991 e 2010. O índice ficou em 0,816, em 2010. Com o crescimento, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 9,2 anos, passando de 64,7 anos, em 1991, para 73,9 ano, 2010.
“A melhoria da expectativa de vida é muito significativa. Um brasileiro que nasce hoje tem expectativa de vida nove anos maior o que era há 20 anos, principalmente por uma queda na mortalidade infantil”, explicou o representante do Pnud no Brasil Jorge Chediek.
Os municípios catarinenses de Blumenau, Brusque, Balneário Camboriú e Rio do Sul registraram o maior IDHM Longevidade, com 0,894, e expectativa de vida de 78,6 anos. As cidades de Cacimbas (PB) e Roteiro (AL) tiveram o menor índice (0,672) e expectativa de 65,3 anos.
O levantamento aponta ainda que a renda per capita mensal do brasileiro cresceu R$ 346 nas últimas duas décadas, tendo como base agosto de 2010. Entre 1991 e 2010, o IDHM Renda evoluiu 14,2%, contudo, 90% dos 5.565 municípios brasileiros aparecem na categoria de baixo e médio desenvolvimento nesse índice.
Apesar do crescimento, a desigualdade fica clara quando comparados os extremos do indicador. O município de São Caetano do Sul (SP), primeiro colocado no IDHM Renda, registrou renda per capita mensal de R$ 2.043, o último colocado, Marajá do Sena (MA), obteve R$ 96,25. Uma diferença de mais de 20 vezes.
O IDHM Educação, apesar registrar a menor contribuição para o IDHM absoluto do país, passou de 0,278, em 1991, para 0,637, em 2010. O crescimento foi impulsionado, segundo o atlas, pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no período.
Créditos: Agência Brasil

CIA torturou cubanos desaparecidos durante ditadura na Argentina

cubanos

Corpos de dois diplomatas cubanos foram identificados pela Escola Argentina de Antropologia Forense e repatriados

Os diplomatas cubanos Jesús Cejas Arias e Crescencio Nicomedes Galañena Hernández foram torturados por agentes da CIA em território argentino durante a última ditadura do país vizinho (1976-1983). Segundo investigação divulgada ontem (29) pela agência de notícias estatal Infojus, a CIA enviou à Argentina os agentes Guillermo Novo Sampol, um cubano-americano que saiu de Miami rumo a Buenos Aires, e Michael Townley, que atuava no Chile junto à Direção de Inteligência Nacional (Dina) de Augusto Pinochet.
Em declaração à juíza argentina María Romilda Servini de Cubría, Michael Townley admitiu ter participado como autor material do assassinato do ex-chefe do Exército chileno Carlos Prats em 1974, em Buenos Aires. Servíni de Cubría viajou aos Estados Unidos em 1999 para interrogar o agente da CIA durante a investigação sobre o assassinato do general chileno.
Townley também foi acusado pelo assassinato de Orlando Letelier, ministro de Defesa de Salvador Allende, em setembro de 1976 durante seu exílio em Washington. O agente foi condenado por sua participação no atentado que matou Letelier, mas fez um acordo com a justiça norte-americana e recebe proteção como testemunha de crimes contra a humanidade cometidos no Chile durante o regime pinochetista.

Restos repatriados

Cejas Arias e Galañena Hernández foram sequestrados por agentes do regime militar argentino em 9 de agosto de 1976 nas imediações da Embaixada cubana em Buenos Aires. Ambos foram levados ao centro clandestino de detenção “Automotores Orletti”, no bairro portenho de Floresta, onde foram vistos pela última vez com vida.
O corpo de Galañena Hernández foi encontrado em junho de 2012 dentro de um barril enferrujado, cheio de cimento, às margens do Rio de la Plata, no município de Virreyes, no norte da Grande Buenos Aires. Os restos mortais de Cejas Arias foram descobertos junto ao de dois argentinos nas mesmas condições, um ano depois, no mesmo local.
Os restos mortais dos diplomatas foram repatriados após a identificação pela Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF).

Automotores Orletti

O centro clandestino de detenção Automotores Orletti, onde os diplomatas cubanos foram torturados com a participação dos agentes da CIA, era a sede argentina da Operação Condor , uma aliança político-militar entre os regimes ditatoriais da América do Sul para colaboração na repressão, interrogatório, tortura e desaparecimento de presos políticos na região.
Em março de 2011, a justiça argentina condenou quatro repressores por sua atuação em Automotores Orletti. Eduardo Rodolfo Cabanillas, ex-general de divisão do Exército, foi condenado à prisão perpétua; os ex-agentes da Secretaria de Intelegência de Estado (Side) Honorio Martínez Ruiz e Eduardo Alfredo Ruffo receberam sentença de 25 anos de prisão; e Raúl Guglielminetti, ex-agente civil de inteligencia del Exército, foi condenado a 20 anos de prisão.

Atualmente, Michael Townley e Guillermo Novo Sampol moram nos Estados Unidos.
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 30 de julho de 2013

Índice de desenvolvimento humano cresce 50% no Brasil

saladeaula_Apu-Gomes_Folhap.jpg

Segundo o Pnud, índice geral saltou de 0,493 observado em 1991 (considerado muito baixo) para 0,727 (considerado alto) em 2010
O Brasil apresentou significativa redução de desigualdades entre os municípios nos últimos 20 anos, com alta do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da ordem de 50%. Esse aumento, no entanto, não contribuiu para melhorar a situação do país como um todo, que além de ficar em 85º lugar dentre as nações do mundo com melhor IDHM, apresenta – em comparação com países da América Latina – índices abaixo do Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Os dados são resultado do mapeamento intitulado “Atlas Brasil”, divulgado hoje (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
O trabalho, um recorte do Brasil com dados comparativos dos últimos 20 anos, apresentou os últimos índices do IDHM nos 5.635 municípios brasileiros. Toma como base a avaliação de indicadores sociais, sobretudo os relacionados a educação, longevidade e renda. De um modo geral, o IDHM apresenta números de 0 a 1 para cada indicador. O índice geral, no país, saltou de 0,493 observado em 1991 (considerado muito baixo) para 0,727 (considerado alto) em 2010.
Conforme avaliação dos coordenadores do trabalho, o Brasil continuou na mesma posição em comparação com os outros países porque a melhoria observada aqui também foi observada em outras nações. Além disso, dos 187 países cujos dados são apurados para o cálculo comparativo do IDHM, 108 mantiveram suas posições (enquanto 44 tiveram IDHM reduzido e 35 subiram de posição nesse ranking).

Educação e renda

Dos três principais indicadores, o que apresentou mais destaque nos municípios brasileiros foi a Educação. Nas duas últimas décadas, o índice subiu 128,3%. Mesmo assim, ainda é considerado baixo: saiu de 0,2788 em 1991 para 0,637 em 2010. Para os responsáveis pelo estudo, esse aumento reflete o crescimento do fluxo escolar da população jovem no mesmo período e o nível de escolaridade da população adulta. “Os números revelam que enquanto na década de 1990 a grande preocupação era colocar as crianças na escola, em 2010 essa preocupação passou a ser o que fazer para que os alunos continuem na escola e sejam bem preparados”, acentuou o presidente do Ipea, Marcelo Nery, mostrando a diferença em relação ao setor.
O IDHM Longevidade, por outro lado, registrou crescimento de 23,2% nos últimos 20 anos. Em outras palavras: resultou em um aumento de 9,2 anos na expectativa de vida ao nascer no país, entre 1991 e 2010. Já em relação ao IDHM Renda, o crescimento foi de 14,2%, o que representou R$ 346 de aumento na renda per capita mensal dos municípios brasileiros. Mas a diferença entre os municípios com maior e menor IDHM Renda per capita é gritante. Oscila de R$ 2.043,74 (a maior média, observada em São Caetano do Sul – SP) e R$ 96,25 (a menor, do município de Marajá do Sena – MA). Significa dizer que, em 2010, um cidadão médio de São Caetano do Sul tinha renda per capita mensal 20 vezes maior que a de um cidadão médio de Marajá do Sena – diferença de mais de 2000 %.
Esse tipo de desigualdade é observado de uma forma abrangente em todo o trabalho, sobretudo quando se faz um comparativo entre as regiões. Dos 5.635 municípios brasileiros, 74% deles, ou 4.122 municípios possuem entre médio e alto IDHM. Já 25% (1.431 municípios) possuem baixo ou muito baixo IDHM. A observação mostra uma boa melhoria, já que em 1991, 85,8% dos municípios brasileiros tinham IDHM muito baixo. Também leva ao entendimento de que o país está conseguindo reduzir disparidades de desenvolvimento humano em suas regiões. Além destes municípios, se destacam 0,8% do total (ou 44 deles) que possuem IDHM considerado muito alto.
De acordo com o mapeamento, as regiões Sul e Sudeste possuem a maioria dos municípios com maior índice de desenvolvimento humano. No Centro-Oeste e no Norte do país, a maioria dos municípios é considerada de médio desenvolvimento humano. As regiões Norte e Nordeste, por sua vez, não possuem nenhum município na faixa de multo alto IDHM. E as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não possuem nenhum município de baixo IDHM.
Quando o índice é avaliado em relação a unidades da Federação, constata-se que o melhor IDHM (o mais elevado) é observado no Distrito Federal (de 0,824). O DF, levando-se em conta todas as suas regiões administrativas, tem o maior IDHM Renda (0,863) e um IDHM Educação de 0,742. Os piores índices, em compensação, são observados nos estados nordestinos de Alagoas (0,63 DE IDHM) e Maranhão (0,639).
“O Brasil tem registrado um avanço extremo em termos de saúde, educação e distribuição de renda, mas ao mesmo tempo, possui passivos históricos”, afirmou Marcelo Nery, para quem esse mapeamento é uma boa fotografia do mundo, a partir do Brasil. “Não superamos a desigualdade, mas a diminuição desta desigualdade e a melhoria dos indicadores é expressiva”, ressaltou o pesquisador.

São Paulo

Um dos destaques do estudo sobre o IDHM é São Paulo. O mapeamento constatou que dos 44 municípios com IDHM mais alto, 24 estão concentrados no estado. Os melhores índices observados no país são os municípios de São Caetano do Sul (SP), Águas de São Pedro (SP), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Balneário Camboriú (SC), Santos (SP), Niterói RJ), Joaçaba (SC), Brasília (DF) e Curitiba (PR). Os piores índices são dos municípios de Melgaço (PA), Fernando Falcão (MA), Atalaia do Norter (AM), Marajá do Sena (MA), Uiramutã (RR), Chaves (PA), Jordão (AC ), Bagre (PA) Cachoeira do Piriá (PA) e Itamarati (AM).
Dos municípios com melhor IDHM se destacaram Nova Lima (MG), Rio Fortuna (SC), com IDHM e Rio do Sul (SC). Os três municípios subiram da condição de médio desenvolvimento humano para muito alto desenvolvimento humano na última década. Já entre os 50 municípios com pior IDHM, embora eles tenham permanecido na mesma situação em aferições anteriores, os índices de todos registraram melhorias.
Atualmente, o Brasil é considerado um dos países com alto desenvolvimento humano, com expectativa de vida de 73,8 anos, média de escolaridade de 7,2 anos e renda per capita anual de US$ 10.152. Mas os dados não são atualizados totalmente. Os indicadores da educação são de 2005, e os de saúde e renda, de 2010. Segundo a analista Daniela Pinto, do Pnud, o estudo consiste num exercício comparativo e serve para nortear políticas públicas para melhoria do país nos mais diversos setores, mas é preciso levar em conta que alguns países possuem dados mais atualizados que outros.
O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região. É a terceira vez que o órgão da ONU realiza o levantamento sobre a situação nos municípios do país – outras duas edições da pesquisa foram divulgadas em 1998 e 2003. No recorte deste ano, o índice foi realizado a partir de um novo critério – em razão disso, foram recalculados, também, os dados do Brasil referentes aos anos de 1998 e de 2003.

Papa condena "lobby gay" no Vaticano


Cidade do Vaticano – O papa Francisco condenou ontem (29) o “lobby gay” no Vaticano, mas disse que os homossexuais não devem ser julgados ou marginalizados. Afirmou, ainda, que deseja aprofundar o papel das mulheres na Igreja, mas rejeitou completamente a ordenação feminina.
“O problema não é ter essa orientação [homossexual]. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas  invejosas, lobbies políticos, lobbies maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema”, disse. O papa fez essas declarações aos jornalistas no avião que o levava do Rio de Janeiro – onde esteve durante uma semana e participou da Jornada Mundial da Juventude, a Roma.
“Vocês veem muito escrito sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade a dizer que é gay”, declarou.
“Se uma pessoa é homossexual e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”, disse, referindo-se ao catecismo da Igreja Católica, que “diz que os homossexuais não devem ser marginalizados por causa de o serem, mas que devem ser integrados à sociedade”.
Referindo-se ao papel das mulheres, Francisco afirmou que não é possível “imaginar uma Igreja sem mulheres ativas”, mas afirmou que a instituição disse “não à ordenação de mulheres”.“Esta porta foi fechada” por João Paulo II, disse a respeito desse pedido (da ordenação).
O pontífice declarou que “a Igreja é feminina, mãe, e a mulher não é somente a maternidade, a mãe de família” e afirmou desejar “uma teologia aprofundada da mulher” que ainda não foi realizada.
Interrogado sobre a questão dos divórcios, o papa desejou que “a reflexão no quadro da pastoral do casamento” continue, indicando que há oito cardeais nomeados para este fim.“É sempre um tema. Hoje, chegou o tempo da misericórdia. Uma mudança de tempo”, afirmou. Segundo o papa, os divórcios podem acontecer, o problema reside “nos segundos casamentos”.
Sobre o casamento homossexual e o aborto, o papa disse que a posição da Igreja já é conhecida.
O pontífice também disse que o Banco do Vaticano, envolvido numa série de escândalos, deve ser “honesto e transparente” e que vai ouvir as recomendações de uma comissão que criou para definir se o banco deve ser reformado ou mesmo fechado.
 Créditos:Agência Brasil

Papa envia mensagem de agradecimento à presidenta Dilma Rousseff


Ao deixar o Brasil no domingo (28) o papa Francisco enviou mensagem de agradecimento à presidenta Dilma Rousseff “pelo acolhimento generoso” e pela disposição em fazer com que a primeira visita dele ao país fosse tranquila.
“Faço votos de que a Jornada Mundial da Juventude possa reavivar os valores cristãos no coração dos jovens, contribuindo na construção de uma nação mais justa e fraterna e invocando a materna proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cujos pés depositei a vida de cada brasileiro”, disse o pontífice que também enviou bênção à presidenta.

Jornada da Juventude injetou R$ 1,2 bilhão na economia do Rio



 Durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terminou no domingo (28), foram injetados recursos na ordem de R$ 1,2 bilhão na economia cidade. A informação foi divulgada ontem (29) pelo prefeito Eduardo Paes. Segundo ele, o balanço geral do evento ainda não foi fechado.
Os principais eventos que contaram com a presença do papa Francisco foram acompanhados por mais de 10 milhões de pessoas. A missa de despedida em Copacabana foi o evento que reuniu o maior número de fiéis, 3,2 milhões. Durante os seis dias de evento, a cidade recebeu 335 mil peregrinos inscritos na JMJ, provenientes de 175 países, incluindo 220 mil brasileiros, segundo a organização do evento.
Mais de 6 mil ônibus fretados trouxeram 290 mil peregrinos. Na Rodoviária Novo Rio, circularam 500 mil fiéis. E nos aeroportos Santos Dumont e do Galeão, 14 mil peregrinos foram atendidos na fun zone, área montada para a jornada.
Segundo o prefeito, não foi registrado tumulto. Porém, os peregrinos enfrentaram dificuldades com transporte. Os sistemas de trem e de ônibus registraram grande número de passageiros. A Central do Brasil registrou no sábado (27), dia da peregrinação que partiu da estação, o recorde histórico de passageiros de trem, com 155.777. Em todo o período da jornada, o sistema de trens urbanos transportou 3 milhões de pessoas. No metrô, também foram 3 milhões de passageiros. Os dois sistemas funcionaram de forma ininterrupta durante o fim de semana. O sistema de ônibus operou com a frota máxima, com 8.800 veículos e 3,5 milhões de passageiros.
Durante a JMJ, foram recolhidas 390 toneladas de lixo, sendo 45 toneladas de materiais recicláveis. De acordo com Eduardo Paes, apenas no réveillon de Copacabana são recolhidos normalmente 320 toneladas. “A operação da Comlurb [Companhia Municipal de Limpeza Urbana] acabou ontem às 2h da manhã, em Copacabana. O trabalho foi muito facilitado pelos peregrinos, visitantes e cariocas, que ajudaram recolhendo o material. Isso faz a gente pensar se não pode ser assim sempre. E foi a primeira vez que a Comlurb tratou a possibilidade da reciclagem em grandes eventos”.
Na área de saúde, foram feitos 4.780 atendimentos, nos 11 postos montados, sendo que 84 pacientes foram transferidos para a rede municipal. Os principais problemas foram mal-estar, crise de asma, hipertensão em idosos, vômito, diarreia, dor lombar e cansaço.
Quanto aos banheiros químicos, alvos de várias reclamações por parte dos peregrinos, Paes argumentou que não foi possível transferir toda a estrutura montada em Guaratiba para Copacabana. “Tivemos a transferência de uma logística montada em Guaratiba para Copacabana, não deu para trazer todos os banheiros e nem dispor da mesma forma. Enfim, a gente teve em alguns momentos a superlotação, mas a população foi solidária, acolhendo os peregrinos. Quem conhece a jornada sabe que a experiência das pessoas aqui foi muito positiva. Ainda não tem os números de visitas ao Cristo e ao Pão de Açúcar, mas a semana é toda de recordes. Não tenho dúvidas de afirmar que, apesar dos problemas que enfrentamos, a cidade se comportou muito bem recebendo a JMJ”.
O prefeito ressaltou que, dos cinco grandes eventos programados para a cidade de 2012 a 2016 (Rio+20, Copa das Confederações, JMJ, Copa do Mundo e Olimpíadas), o mais difícil é a jornada. “Dos grandes eventos, a cidade já pegou todos, já passamos por três e ainda faltam dois. O mais difícil de todos e a JMJ e o que nós nos preparamos melhor será as Olimpíadas”.
Ele agradeceu aos peregrinos, ao papa Francisco e, principalmente aos moradores da cidade, pelo sucesso da jornada. “Não tenho dúvida que a cidade recebeu a maior, mais longa e mais bonita festa da história. Foi a visita mais ilustre e mais agradável que a cidade já recebeu. Agradeço ao papa Francisco, aos visitantes e em especial aos moradores da cidade. O Rio demonstrou enorme capacidade de receber visitantes, os cariocas estão muito felizes de receber esse eventos”.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Papa conclama jovens a serem revolucionários



 No encontro com os voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Riocentro, o papa Francisco falou por pouco mais de dez minutos e agradeceu o trabalho de todos. Em sua mensagem, pediu que os voluntários sejam revolucionários.
"Peço que vocês sejam revolucionários, peço para vocês irem contra a corrente, peço que se rebelem contra essa cultura do provisório. Tenho confiança em vocês em irem contra a corrente. Também tenham a coragem de ser felizes", disse Francisco.
No início da cerimônia, um jovem brasileiro e uma polonesa agradeceram a presença do papa e a escolha de seus países para sediar a jornada. A Polônia irá sediar o próximo evento em 2016.

"Não podia regressar a Roma sem antes agradecer de modo pessoal e afetuoso cada um de vocês pelo trabalho com que ajudaram os milhares de peregrinos e os detalhes que ajudaram a fazer dessa Jornada Mundial da Juventude um espetáculo belíssimo", disse. O papa chegou de helicóptero e entrou no pavilhão de papamóvel, sendo aplaudido pelos voluntários.
"Vocês provaram que a maior alegria é dar do que receber", acrescentou.  E lembrou que os jovens devem seguir seu caminho, de ter uma família ou o sacerdócio. "Cada um tem seu caminho. Alguns são chamados a ter família, com o sacramento do matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está fora de moda. Está fora de moda?", perguntou o papa. E o público respondeu: não.
Ao final da cerimônia, o pontífice disse que todos podem contar com as orações dele, "pois sei que posso sempre contar com as orações de vocês". Ele orou e abençoou os voluntários.
Créditos: Agência Brasil
Foto:   Canção Nova

Mais de 3 milhões assistiram à missa com papa Francisco em Copacabana


 Mais de três milhões de pessoas participaram neste domingo (28) da missa do papa Francisco na Praia de Copacabana, último evento público do papa na Jornada Mundial da Juventude. O cálculo é de organizadores do evento, segundo o porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi.
O porta-voz disse que a adesão dos fiéis à jornada mostra
a vitalidade da Igreja Católica. "Mais que três milhões de pessoas é um número grande. É sinal da participação dos jovens. Creio que conseguimos honrar a meta do papa, que não queria fazer algo para os jovens, mas com eles, para inseri-los nos temas que mobilizam a Igreja e a sociedade", acrescentou.
Frederico Lombardi disse também que foi "incrível" ver o desempenho de Francisco, que assumiu o pontificado há cerca de quatro meses. "Foi a chance de ver um papa espontâneo", destacou. A jornada no Rio, acrescentou, é uma chance de aproximar a Igreja latino-americana da Igreja universal.
Da Agência Brasil

Pesquisa da USP descobre processo para bloquear dor inflamatória


Um estudo de pesquisadores do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto (SP), pode ajudar na elaboração de medicamentos mais eficazes - e com menos efeitos colaterais - para o controle de dores decorrentes de inflamações.
Um artigo sobre a pesquisa, assinado pelos professores Sergio Henrique Ferreira e Thiago Mattar Cunha, pelo pós-doutor Guilherme Rabelo e pelo pós-graduando Jhimmy Talbot, todos do Departamento de Farmacologia da faculdade, foi publicado em junho na revista científica Proceedings of the National Academy of Science, dos Estados Unidos.
Segundo o professor do Departamento de Farmacologia, Thiago Mattar Cunha, os pesquisadores trabalham há mais de 20 anos para tentar entender a gênese da dor, principalmente no caso de origem inflamatória. “Nossa ideia é que, se conseguirmos entender como a dor aparece e o que está por trás do surgimento da dor inflamatória, a gente possa, baseado nesse conhecimento, desenvolver um novo medicamento”, disse Cunha à Agência Brasil.
No estudo, os pesquisadores descobriram que uma proteína, chamada de fractalcina, está envolvida na ativação das dores crônicas de origem inflamatória. Se os receptores da proteína forem bloqueados, acreditam os pesquisadores, as dores inflamatórias, tais como as que ocorrem na artrite reumatoide, poderão ser controladas.
Em experiência com animais, os pesquisadores observaram que existe um tipo celular, chamado de células satélites, que estabelecem o último contato com os neurônios que transmitem a dor. “Nós demonstramos que estas células, que estão envoltas no corpo desse neurônio e que não tinham uma função patológica conhecida, são fundamentais para esse processo de dor inflamatória”, explicou.
Além da descoberta da importância das células satélites no mecanismo da dor, os pesquisadores conseguiram, segundo ele, demonstrar como elas são ativadas e quem é a responsável por essa ativação: a fractalcina. “Essa proteína, a fractalcina, é liberada durante o processo inflamatório e ativa essa célula satélite. Existe um local específico onde essa fractalcina atua, que chamamos de receptor. A ideia então é desenvolver um fármaco ou uma molécula que bloqueie esse receptor e que impeça que a fractalcina se ligue a esse receptor e ative a célula satélite”.
Segundo Cunha, indústrias farmacêuticas já estão desenvolvendo medicamentos para bloquear o receptor da fractalcina. Mas a ideia do grupo de pesquisadores da USP é que, em médio prazo, seja criado um remédio para ser testado contra a dor inflamatória, com menos efeitos colaterais, e que venha, no futuro, amenizar dores de pessoas que sofrem com artrite reumatoide, osteoartrite, gota e até traumas cirúrgicos e torções. “O que queremos é desenvolver fármacos que sejam efetivos no tratamento da dor e que tenham menos efeitos colaterais para melhorar a qualidade de vida do paciente”, ressaltou.
 “Já existem fármacos no mercado contra a dor inflamatória. Estes anti-inflamatórios que se toma, tal como a aspirina, são efetivos. O grande problema está relacionado com os efeitos colaterais que eles apresentam e que tem muito a ver com o sistema cardiovascular e com o sistema gastrointestinal. São efeitos que limitam a utilização. Um paciente que tem artrite reumatoide e que vai precisar tomar medicamento por mais de um ou até 20 anos, ele não vai suportar estes efeitos colaterais por muito tempo. Nossa ideia é achar um mecanismo importante e, a partir disto, compor novas drogas para conter esse processo”, disse o professor.
 Crédito Agência Brasil

Associação de Juízes Federais cobra apuração sobre empresa de Joaquim Barbosa

Presidente da entidade considera 'gravíssimo' o caso da offshore aberta pelo ministro da STF para comprar um imóvel em Miami

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) se manifestou sobre a empresa criada na Flórida, Estados Unidos, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, para adquirir um apartamento na cidade de Miami, que tem como sede o imóvel funcional onde ele mora. Para o presidente Ajufe, Nino Toldo, o fato de a empresa estar sediada no imóvel funcional que Barbosa ocupa “é gravíssimo, do ponto de vista ético”. A notícia é do jornal Correio Braziliense.

Segundo ele, “não é dado a nenhum magistrado, ainda mais a um ministro do Supremo, misturar o público com o privado”. E completou: “Dos magistrados, espera-se um comportamento adequado à importância republicana do cargo, pois um magistrado, seja qual for o seu grau de jurisdição, é paradigma para os cidadãos”. Questionada a respeito da abertura de procedimento para averiguar a regularidade da operação, a Procuradoria-Geral da República não se manifestou.
A Ajufe defende a apuração “rigorosa” acerca das duas situações. “Um ministro do STF, como qualquer magistrado, pode ser acionista ou cotista de empresa, mas não pode, em hipótese alguma, dirigi-la”, afirmou o presidente da entidade, Nino Toldo, referindo-se ao artigo 36 da Lei Complementar 35. “Essa lei aplica-se também aos ministros do STF. Portanto, o fato de um ministro desobedecê-la é extremamente grave e merece rigorosa apuração”, ressaltou Toldo.
Além disso, o fato contraria o Decreto 980, de 1993. Segundo o Ministério do Planejamento, o inciso VII do artigo 8º da norma — que rege as regras de ocupação de imóveis funcionais — estabelece que esse tipo de propriedade só pode ser usado para “fins exclusivamente residenciais”.
Nos registros da Assas JB Corp., pertencente a Barbosa, no portal do estado da Flórida, nos Estados Unidos, consta o imóvel do Bloco K da SQS 312 como principal endereço da companhia usada para adquirir o apartamento em Miami — conforme informado pelo jornal Folha de S.Paulo no domingo passado. As leis do estado norte-americano permitem a abertura de empresa que tenha sede em outro país. A Controladoria-Geral da União (CGU) também assegurou que o Decreto 980 não prevê “o uso de imóvel funcional para outros fins, que não o de moradia”. O presidente do STF consta, ainda, como diretor e único dono da Assas Jb Corp. A Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar 35, de 1979), a exemplo da Lei 8.112/90, do Estatuto do Servidor Público Federal, proíbe que seus membros participem de sociedade comercial, exceto como acionistas ou cotistas, sem cargo gerencial.
Créditos: Rede Brasil Atual

'Fé não deve estar divorciada das demandas e exigências sociais do evangelho' afirma Frei Betto

Fiéis

O papa Francisco esteve na Favela de Varginha, no Rio de Janeiro, e em discurso afirmou que não basta que o poder público faça pacificação nas comunidades, mas sim que as demandas sociais sejam atendidas. “Em sua visita à Favela de Varginha o papa Francisco mostrou que a fé cristã não pode estar divorciada das exigências sociais do evangelho. Não basta fazer pacificação, assim como ele afirmou, sem que se procure combater a desigualdade social no mundo”, disse Frei Betto.
Segundo ele, o discurso do papa é uma crítica implícita àqueles que levam vida distanciada dos “pobres e oprimidos”. “Ele falou daqueles que se satisfazem com show-missas e ficam só no 'aleluia' de olhos no céu e de costas para a terra. Francisco enfatizou a importância de todo cristão participar de um mundo mais justo, mais livre e pacífico, e não ficar ligado só à fé em Deus sem se ligar no amor ao próximo, o que implica compromisso com a situação de exclusão, de marginalização e opressão”, afirmou.
Leia mais em:Rede Brasil Atual

domingo, 28 de julho de 2013

Papa deve anunciar hoje sede da próxima jornada

 O papa Francisco deve anunciar, nesta manhã, na Missa de Envio, na Praia de Copacabana, o nome da cidade-sede da próxima Jornada Mundial da Juventude. Entre os peregrinos, que tomam a orla desde as primeiras horas deste domingo (28), o nome mais citado é Cracóvia, na Polônia. Espera-se para a c
erimônia, prevista para as 10h, público de 3 milhões de pessoas. O movimento é intenso nas ruas que dão acesso à praia, com a chegada de mais e mais fiéis para a missa, último evento público da jornada com a participação do papa.
Com a temperatura variando entre 15 e 17 graus centígrados, os fiéis que participaram da vigília na noite passada amanheceram hoje na Praia de Copacabana. As 7h30, a orla, sobretudo no trecho em frente ao hoje Copacabana Palace, já estava tomada de fiéis que se procuravam o melhor lugar para assistir à missa. Às 8h, todos os acessos à Avenida Atlântica estavam fechados para o tráfego de veículos.
Além do frio, o desafio para quem pernoitou na praia foi encontrar um banheiro livre. As filas de peregrinos em busca de um banheiro para usar estão imensas em frente a igrejas, padarias e lanchonetes de redes internacionais.
Durante a madrugada a espera por um banheiro químico chegou a até três horas, contam os peregrinos. “Só conseguimos usar um banheiro porque, depois de três horas de espera, decidimos pagar”, disse a peregrina Ana Carolina Souza Norberto, de 19 anos, do interior do estado do Rio. “A gente acordou com muito mais vontade de fazer xixi do que de tomar café da manhã”, desabafou Ludmila Paula Viegas, de 22 anos, Brasília.
Agência Brasil

Papa Francisco reúne três milhões em vigília no Rio

Uma multidão de aproximadamente três milhões de pessoas se reuniu na praia de Copacabana para ver o papa Francisco durante a vigília de oração com os jovens da JMJ (Jornada Mundial da Juventude) na noite deste sábado, segundo uma estimativa da Prefeitura do Rio de Janeiro. Grande parte dos peregrinos decidiu acampar e passar a noite no local.
A concentração de pessoas superou o público da última festa de Reveillon, que teve dois milhões de participantes. Durante a celebração deste sábado, os fiéis enfrentaram grande dificuldade para se deslocar, tanto na Avenida Atlântica como na areia da praia. Era quase impossível se aproximar do palco onde estava o papa, na altura da avenida Princesa Isabel.
A jovem Ana Beatriz Loureiro, de 17 anos, viajou ao Rio com um grupo paroquial de Dourados (MS). Eles chegaram à capital após uma viagem de 24 horas de ônibus e se hospedaram em uma paróquia em Piedade, na zona norte da cidade.
"Estou muito emocionada. Fomos muitos agraciados. Quando fomos buscar o kit alimentação, conseguimos ver o papa", disse.
Ana Beatriz trouxe saco de dormir, binóculo, lanterna, guarda-chuva e capa de chuva, mas disse estar preocupada com os planos do grupo de passar a noite na praia. Os amigos devem se revezar para viajar o "acampamento" enquanto os outros dormem.
Daniela Schiavone, de 21 anos, veio de Taranto, no sudeste da Itália, para ver o papa pela primeira vez ao vivo no Brasil. Ela está acompanhada de 35 amigos e também planejava passar a noite na praia.
Afirmou ter detestado o kit alimentação distribuído para os peregrinos. "É tudo junk food; não é saudável".
Como ela, muitos peregrinos acamparam em Copacabana. Diversos grupos improvisaram "barracas" empilhando sacos de dormir sobre grades de proteção instaladas no local pela prefeitura. A temperatura às 22h de sábado girava em torno dos 17°C e não havia sinal de chuva.
Leia mais em:BBC Brasil 

Papa Francisco pede aos jovens que assumam o papel de "protagonistas da história"


 A pregação do papa Francisco na Virgília de Oração, em Copacabana, teve como ponto central a convocação aos jovens para que assumam o papel de “protagonistas” no processo de reconstrução da Igreja e na luta por um mundo melhor e mais fraterno. “Vocês são os construtores de um mundo melhor”, disse Francisco aos milhares de jovens de vários países que se aglomeram desde cedo na Praia de Copacabana.
 O pontífice destacou que tem acompanhado as notícias, em todo o mundo, de jovens que saem às ruas para pedir uma sociedade mais fraterna e mais justa. “Vocês são os jovens que têm nas mãos a tarefa de serem os protagonistas da mudança. Não permitam que outras pessoas assumam essa tarefa”, pregou Francisco aos jovens.
O papa pediu aos jovens que perguntassem para si próprios “por onde começar” esse processo de mudança. Francisco conclamou aos presentes que não se esqueçam que “são o campo de fé, os atletas de Cristo, os construtores de uma Igreja cada vez melhor”.
Em um recado direto aos presentes na Praia da Copacabana, o papa destacou que “nunca esses rapazes estarão sozinhos”. Ele acrescentou, na sua pregação, que, em conjunto, [os jovens] fizeram como São Francisco de Assis fez, construíram a Igreja. “Nos tornamos protagonistas da história. Não fiquem para trás jovens, sempre no ataque, na linha de frente”, conclamou o pontífice.
No sermão, Francisco destacou, ainda, que São Pedro disse que as pessoas são como “pedras vivas” no processo de construção da Igreja. Ele acrescentou que Jesus pede que, cada um, ajude no processo de edificação da Igreja. “Ide e fazei discípulos em todas as nações. Quero me tornar um construtor da Casa de Cristo. Quero que pensem nisso”, pediu o papa.
Francisco usou o fechamento do Campus Fidei (Campo da Fé) para fazer uma comparação e dizer aos jovens que são eles o verdadeiro campo da fé, ideia que foi explorada em três dimensões: o campo como um lugar para semear, para treinar e para construir.
Ao falar de como semear, o papa pediu que os jovens não sejam cristãos pela metade, nem cristãos de fachada: "Sei que não querem ser cristãos de fachada, cristãos que levantam o nariz e nada fazem. Sei que querem ser cristãos autênticos".
Quando mencionou o campo como local de treinamento, Francisco comparou o cristão a um jogador de futebol e disse que há três formas de treinar: a oração, o sacramento e a ajuda ao próximo. "Jesus nos oferece uma coisa maior que uma copa do mundo, oferece uma vida fecunda, uma vida feliz. E não pede que paguemos entrada. A entrada é que entejamos em forma".
Foi na hora de falar da construção que o papa mencionou o protagonismo e os protestos, parte que encerrou lembrando Madre Teresa de Calcutá: "Uma vez perguntaram a Madre Teresa por onde deveriam começar a mudança na Igreja, e ela disse: Por mim e por você. Tinha garra essa mulher e sabia por onde começar. Comecemos por mim e por vocês. E se tenho que começar por mim, por onde começo? Cada um abra seu coração para que Jesus lhe diga", disse o papa, que concluiu: "vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor".
Apenas as primeiras palavras e as últimas frases do discurso foram pronunciadas em português, já que a opção do papa foi por falar em espanhol. Com muitos gestos e expressões faciais para passar sua mensagem, o pontífice pediu em alguns momentos que os jovens fechassem os olhos e, em outros, que repetissem suas palavras, que foram muito aplaudidas e comemoradas com o grito que já se tornou símbolo da JMJ: "Esta es la juventud del papa".
 Agência Brasil

SP: Alckmin torra R$ 87 milhões em propaganda da Sabesp

esgoto.jpg

Apesar das recentes manifestações de rua exigindo melhoras dos serviços públicos, contra tarifas e pedágios altos e contra a corrupção, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) parece gostar de viver perigosamente, a ponto de desafiar a insatisfação popular.
A Sabesp, sob controle do governador, concluiu recentemente um processo de licitação para gastar R$ 87 milhões em campanha publicitária – no mercado, comenta-se que o gasto anual da empresa deverá alcançar os R$ 120 milhões.
O problema é que a empresa tem clientela cativa e é monopólio na sua área de concessão. Ou seja, simplesmente não precisa anunciar como se fosse uma empresa de refrigerantes. Anúncios da Sabesp são inúteis para vender seu produto: água e esgoto tratados. Logo, não há despesa mais provocadora de protestos do que esta. Seria muito mais útil e necessário usar essa verba para reduzir a conta de água ou investir mais na própria rede de abastecimento de água e de tratamento de esgoto pela companhia.
O fato lembra o que fez seu antecessor, José Serra. Em 2009, ano pré-eleitoral, como agora, Serra fez uma maciça campanha publicitária na TV, com tamanho desprezo pelo dinheiro do contribuinte paulista que sequer restringiu a propaganda a emissoras do estado de São Paulo.
Fez muito mais, espalhando a campanha por praticamente todo o território nacional. O telespectador do Amapá que consome água da Caesa (Companhia de Água e Esgoto do Amapá) e está escandalosamente fora da área de concessão da Sabesp assistiu propaganda da empresa paulista.
Em 2009, o caso despertou a atenção do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) como possível propaganda antecipada de José Serra às eleições de 2010. Como Serra ainda não era oficialmente candidato à presidência na época, o TRE-RJ não pôde abrir processo por crime eleitoral. Teria cabido, talvez, ao Ministério Público paulista um inquérito por improbidade administrativa.
Agora Alckmin está a ponto de repetir o feito. Desta vez é improvável que gaste o dinheiro em rede nacional, já que seu horizonte político é reeleger-se no próprio estado de São Paulo.
A conta de propaganda da Sabesp é dividida entre três agências e, curiosamente, entre os vencedores está a Duda Propaganda, agência de Duda Mendonça, publicitário reputadíssimo, sem dúvida, inclusive em campanhas eleitorais.
Como se não bastasse tudo isso, um colunista da velha mídia, Lauro Jardim, anunciou os vencedores da licitação antes de o resultado ser conhecido, dando a entender que o processo de licitação poderia estar viciado.
Logo, portanto, a juventude que tomou as ruas da capital paulista para protestar contra a corrupção, daqui a pouco deverá expor sua ira contra o governador e a Sabesp. Será?

Frio pode ter matado 16 pessoas em São Paulo e no Sul do país

Frio pode ter matado 16 pessoas em São Paulo e no Sul do país

Ao menos 16 pessoas morreram, possivelmente em decorrência do frio, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e na capital paulista. Os casos estão sendo registrados, pela polícia, como mortes suspeitas. Somente o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), que demora em torno de 30 dias para ficar pronto, poderá definir se essas mortes ocorreram por hipotermia.
Apenas na capital paulista, desde a última quarta-feira (24), foram registradas oito mortes. Segundo informações da prefeitura, ontem (26), um homem foi encontrado morto no estacionamento de um estabelecimento comercial da Avenida Bosque da Saúde, na Vila Mariana, zona sul. Outro corpo de um homem, ainda não identificado, foi encontrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na Rua dos Gráficos, na Penha, zonal leste.
Na quinta-feira (25), os corpos de dois homens foram encontrados na Vila Maria, zona norte. Um deles, de 54 anos, estava num beco da Favela Funerária. Segundo relatos, seria um morador da comunidade, mas estaria dormindo ao relento há alguns dias. O outro, de 67 anos, estava na Avenida Ernesto Augusto Lopes.
Também na quinta-feira, Luiz Carlos Palegio Correia, de 58 anos, foi recolhido em uma calçada da Rua Francisco José Viana, no distrito de Cidade Tiradentes, zona leste. O filho dele informou que o pai era alcoólatra e morava nas ruas há muito tempo. Na Rua São Paulo, bairro da Liberdade, o corpo de um homem, de 50 anos, estava em uma calçada e não apresentava sinais de violência.
Na quarta-feira (24), outro morador de rua, que vivia na região da Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul da capital, foi levada ao Hospital da Pedreira, onde morreu. Segundo o boletim de ocorrência, enquanto era levado ao hospital, o homem se queixou de frio e de fome.
Também na quarta-feira, um corpo foi encontrado na região central da cidade. O morador de rua, de 35 anos, foi recolhido por policiais militares na rampa de acesso ao Terminal Parque Dom Pedro II. Ele estava enrolado em um cobertor.
No Rio Grande do Sul, foram registradas cinco mortes desde domingo, que podem estar relacionadas ao frio extremo. Duas mortes foram confirmadas em consequência das baixas temperaturas - uma em Panambi e outra em Sinimbu, ambas por hipotermia. A Defesa Civil do estado informou que a temperatura no Rio Grande do Sul subiu hoje, registrando 20º graus Celsius (ºC) durante a tarde, o que reduz a possibilidade de novas mortes.
Em Santa Catarina, a morte de três homens estão sendo investigadas: a de um homem, 51 anos, em Biguaçu, um em Joinville e uma terceira em Criciúma.
Agência Brasil