Durante o período de 2006 a 2010, só em duas cadeias da Califórnia, 150 norte-americanas foram privadas do direito de ter filhos. Isso aconteceu apesar de a esterilização de reclusas e de doentes mentais ter sido proibida pela lei estadual ainda em 1979. A direção das colônias penais afirma que todas essas operações teriam sido voluntárias, mas, segundo referem os ativistas dos direitos humanos norte-americanos, tendo as administrações penais variados métodos de coação sobre os reclusos, a "decisão voluntária nas prisões" soa como um insulto. A acreditar na pesquisa do centro, foram sobretudo esterilizadas mulheres que, na opinião das direções das prisões, poderiam reincidir no crime. Entretanto, entre as reclusas que foram vítimas de esterilização quase não havia mulheres brancas. Os métodos de trabalho dos médicos prisionais da Califórnia fazem lembrar a eugenia nazista, declarou à Voz da Rússia o Dr. Mathew Butkus, perito em ética médica da Universidade McNeese.
"Se recordarmos a História e os médicos que exerciam tais práticas, nós veremos que eles raramente estavam conscientes do mal que faziam. Os eugenistas, tanto na Alemanha, como nos EUA, pensavam que agiam em prol da sociedade. Penso que também na Califórnia pensavam que o que faziam era precisamente para o bem da sociedade."
Na Califórnia, escrevem os autores do estudo, de 1906 a 1979, foram esterilizados pelo menos 20 mil doentes mentais, indigentes, criminosos e pessoas com deficiências congênitas. Segundo os dados apresentados pelo relatório do centro estadunidense, nos anos 30 do século passado, numerosos médicos nazistas foram para os EUA. Foram eles a aperfeiçoar até à "perfeição" os métodos desenvolvidos pelos seus colegas californianos. Mas a esterilização forçada e a "higiene racial" não eram praticadas só na Califórnia, mas à escala de todo o país, recorda o escritor americano Allen Hornblum.
"Nós internámos muitas centenas de milhares de doentes mentais e de deficientes em hospícios e desenvolvíamos métodos para a redução do seu número e para a sua exclusão da vida das sociedades. A esterilização era um dos métodos principais. No século XX foram esterilizados de 60 a 80 mil americanos. Milhares de outros foram usados em experimentos médicos. Eles não eram considerados como seres humanos e eram vistos exclusivamente como "material de pesquisa"."
Allen Hornblum publicou em junho deste ano o livro "Contra Sua Vontade: a História Secreta dos Experimentos Médicos sobre Crianças na América durante a Guerra Fria". Nele estão reunidos centenas de fatos de utilização de crianças em experimentos médicos. Nos órfãos ou doentes americanos se testavam medicamentos, os efeitos da radiação e de substâncias químicas tóxicas. Mas o mais terrível é que nas prisões dos EUA se continua a fazer experimentos com pessoas.