segunda-feira, 22 de julho de 2013

PT volta a cobrar reforma política e plebiscito válidos para 2014

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Presidente da sigla, Rui Falcão, afirma que é consenso o pedido por financiamento público de campanha e atenua divergências. Dilma diz, em carta, que só reforma resolve anseios das ruas


O Diretório Nacional do PT reiterou o desejo de que sejam realizados um plebiscito e uma reforma política com validade já para as eleições presidenciais de 2014. Após o encontro em Brasília, o presidente da sigla, Rui Falcão, afirmou ainda que existe um desejo de que se adote o voto em lista, o que, na visão dele, fortalece a identificação entre população e partido.
“A reunião foi excelente. Revelou unidade do partido em defesa do plebiscito, também que uma das questões do plebiscito possa ser a consulta a respeito de uma Constituinte exclusiva”, disse, em breve conversa com jornalistas. “Para nós, as mudanças que deveriam ocorrer devem ser já para 2014. Foi isso que sentimos quando a população nas ruas manifestou seu desagrado com relação ao sistema político atual. Pelo menos o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, que favorece o poder econômico e induz à corrupção, pelo menos esse item deveria valer para 2014.”
Questionado sobre a ausência do deputado federal Cândido Vaccarezza (SP), que integra o Diretório Nacional, Falcão procurou atenuar as divergências entre o parlamentar e a cúpula do partido. Vaccarezza tem provocado irritação desde que aceitou comandar a comissão montada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para debater em 90 dias propostas para uma reforma política que não necessariamente contará com a consulta popular, e cujas mudanças seguramente não serão aplicadas no próximo ano.
A bancada petista no Legislativo, que já estava incomodada com o fato de Henrique Fontana (RS), que trabalha com o tema há anos, ter sido preterido, ficou ainda mais irritada depois que Vaccarezza declarou que seria inviável realizar o plebiscito ainda este ano, como desejam o partido e Dilma Rousseff. Na quinta-feira, parte dos deputados divulgou uma nbota contra o parlamentar, que reagiu emitindo comunicado em apoio à consulta popular.
“Unidade não significa unanimidade. Vocês sabem que o PT é um partido plural”, argumentou Falcão, acrescentando que a nota emitida por Vaccarezza foi considerada suficiente para que se formasse posição dentro da sigla em favor do plebiscito. “O fato de haver uma divergência aqui e outra ali não significa que o partido esteja desunido.”
Ausência
A grande ausência do encontro foi a da presidenta Dilma Rousseff, que informou, em carta enviada ao Diretório Nacional, estar ocupada tratando dos preparativos para a visita do papa Francisco, que chega segunda-feira ao Rio de Janeiro. No documento, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, Dilma reitera apoio ao plebiscito. "Eles [brasileiros] querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar. Mais do que tudo, eles querem ser ouvidos e participar", afirmou.
Dilma cita ainda que não há possibilidade de se construir um "Brasil efetivamente novo" sem o PT. "Sei que podemos contar com o nosso partido para acolher essa energia renovadora que vem das ruas e impulsioná-la para revolucionar o Brasil e sua democracia."
Ela afirmou ainda que os anseios da população sempre foram os anseios dos petistas. "A rua é nosso chão, a nossa base. Mas não basta ouvir, é necessário fazer. Transformar essa extraordinária energia em realizações para todos. Estamos trabalhando duro para atender as justas reivindicações que vêm das ruas", diz.

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