terça-feira, 30 de março de 2021

Queda de ministros indica 'limite da governabilidade'

Sputnik-Demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, revela um processo de deterioração das relações do governo com as Forças Armadas. Quem afirma é o cientista político Danilo Bragança em entrevista à Sputnik Brasil.
Em nota oficial, Azevedo e Silva anunciou que sai com "certeza da missão cumprida", afirmando que preservou "as Forças Armadas como instituições do Estado".

O cientista política e professor de Relações Internacionais da UFF, Danilo Bragança, disse à Sputnik Brasil que todas essas movimentações do governo indicam mudanças muito fortes no jogo de forças da política brasileira.

De acordo com ele, a mudança de ministros que agitou a vida política do país no começo desta semana sugere que estejamos entrando no limite da governabilidade de Bolsonaro e das relações do bolsonarismo com outras instituições e poderes.

De acordo com Danilo Bragança, a chegada do centrão, a partir dos acordos que levaram Arthur Lira e Rodrigo Pacheco à presidência da Câmara e do Senado, respectivamente, acabou virando um obstáculo para o governo Bolsonaro.

"Se imaginava no começo um governo formado por uma base evangélica muito forte, uma base de policiais militares e as Forças Armadas [...] Essa base aos poucos ficou sendo formada somente pelas Forças Armadas, tendo à frente de ministérios-chave como Defesa, da Saúde, da Infraestrutura, entre outros, militares da ativa ou da reserva", declarou.

O especialista argumentou que a saída de Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde já havia indicado um certo desgaste, porque "embora Pazuello tenha sido um ministro catastrófico para o nosso país, no geral ele tinha algum respaldo das Forças Armadas".

"A saída do Pazuello representou um processo de deterioração também das relações entre as Forças Armadas e Bolsonaro, entre esse partido militar propriamente dito que está no governo e as Forças Armadas enquanto instituição. Esta relação foi ruindo", afirmou.

O especialista avaliou que as mudanças ministeriais da segunda-feira (29) revelam um processo de deterioração das relações do governo com as Forças Armadas, ao mesmo tempo que há um processo de "acomodação" das relações entre o governo, o Executivo e o Legislativo, sobretudo com o Senado, que atacou duramente o Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores. O ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estava à frente do Ministério da Defesa desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Foto: EBC. Créditos: Sputnik

segunda-feira, 29 de março de 2021

Estudo conclui que covid-19 saltou de morcegos para humanos através de outro animal

Um estudo conjunto da OMS e China diz que transmissão da COVID-19 de morcegos para humanos através de outro animal é o cenário mais provável e que a hipótese de vazamento de laboratório é "extremamente improvável".

A possibilidade de um vazamento do vírus de um laboratório é "extremamente improvável", de acordo com um estudo conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da China sobre as origens do novo coronavírus, informa a Associated Press.

No estudo, os pesquisadores analisaram quatro cenários por ordem de probabilidade. Os cientistas consideram muito provável que o vírus tenha sido transmitido por um segundo animal, enquanto a disseminação direta de morcegos para humanos é considerada apenas provável.

O documento não é conclusivo sobre se o surto começou no mercado de frutos do mar de Wuhan, onde se registraram os primeiros casos em dezembro de 2019. O relatório diz que "a distância evolutiva entre esses vírus de morcegos e o SARS-CoV-2 é estimada como extremamente afastada, o que sugere um elo perdido". Entretanto, a disseminação através de produtos alimentícios animais congelados também foi considerada improvável.

O surto do novo coronavírus foi declarado como pandemia em 11 de março de 2020. O relatório baseia-se em grande parte na visita de uma equipe de especialistas internacionais da OMS a Wuhan, a cidade chinesa onde a COVID-19 foi detectada pela primeira vez, de meados de janeiro a meados de fevereiro de 2021. Foto: Vladimir Fedorenco. Créditos: Sputnik

8 a cada 10 pacientes intubados com COVID morreram nas UTIs

A partir de dados do Ministério da Saúde, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelaram que, apenas entre novembro de 2020 e março deste ano, oito a cada dez pacientes intubados com COVID morreram nas UTIs dos hospitais brasileiros.

O país tem uma das maiores taxas de mortalidade do mundo de pacientes internados: 83,5%. Recentemente uma pesquisa já havia analisado dados do ano inteiro de 2020 e o resultado não foi menos estarrecedor: 2 a cada 3 pacientes intubados com COVID faleceram em 2020 nas UTIs do país.

Ainda, um levantamento feito pelo O GLOBO mostrou que quatro a cada dez mortes por COVID-19 no Brasil acontecem sem que sequer o paciente chegue à UTI. Isso porque ou as UTIs estão superlotadas ou há falta de profissionais da saúde nos hospitais. Estes trabalhadores se veem sobrecarregados em meio à pandemia, sem que o governo federal, o Congresso ou os governos estaduais tomem providências para garantir mais contratação de trabalhadores da saúde e aumento dos leitos de UTI, medidas essenciais frente ao colapso dos sistemas de saúde. Foto: Arquivo SECOM. Créditos: Esquerda Diario

sábado, 27 de março de 2021

Mais de 1.300 cidades podem ficar sem medicamentos para intubação

Com  avanço acelerado da pandemia e a falta de ações do governo, vários municípios já estão com escassez desses itens indispensáveis para intubação de pacientes.

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que 1.316 cidades no Brasil correm risco de ficar sem medicamentos que integram o chamado kit intubação. Essas cidades representam 50,4% da amostra, segundo a CNM. 97 cidades, ou 3,7% das cidades consultadas, não responderam.

Além do risco de faltarem medicamentos, 709 dos 2.611 municípios (27,2%) alegaram que podem ficar também sem oxigênio em seus hospitais e centros clínicos voltados para o tratamento de pacientes com Covid-19.

São 2.142 os municípios que dizem não ter recebido oxigênio dos seus respectivos governos estaduais, ou 82% das cidades que participaram da pesquisa. Não responderam à pergunta 9,1% dos municípios consultados.

A pesquisa também perguntou aos gestores locais se os municípios estão adotando o fechamento total de atividades não essenciais como medida para conter o espalhamento do novo coronavírus; 983 (37,6%) disseram que adotaram essas restrições, enquanto 1.596, ou 61,1% da amostra, afirmaram que não não aderiram à medida. Foram 32 as cidades que não responderam à questão. Feriados municipais foram antecipados em só 10,6% (278) das cidades, mostra o levantamento. Foto: EBC. Fonte: CNN Brasil. Créditos: Observatório do terceiro Setor

Sem mortes por Covid-19 desde dezembro, Austrália realiza jogos e shows para milhares de pessoas

247-Mesmo na pandemia global, parte da Austrália já realiza eventos de grande porte para milhares de pessoas. O país não registrou morte alguma por Covid-19 desde dezembro de 2020.

Na quinta-feira (25), um evento esportivo teve um público estimado em até 70 mil pessoas assistindo ao vivo a partida de rugbi entre Carlton Blues e Collingwood Magpies no Melbourne Cricket Ground, um estádio com capacidade para 100 mil pessoas. Também em Melbourne já são realizados shows musicais para públicos de milhares de pessoas.

A banda Midnight Oil tocou para 13 mil pessoas no domingo (21), e um festival em homenagem ao recém-falecido produtor australiano Michael Gudinski reuniu artistas como Kylie Minogue e Ed Sheeran.

As fronteiras da Austrália estão fechadas. Podem entrar no país cidadãos australianos ou residentes, membros imediatos da família ou viajantes que estiveram na Nova Zelândia nos 14 dias anteriores. Quem chegar em território australiano precisa cumprir uma quarentena de duas semanas. Navios de cruzeiro podem entrar em águas australianas. Passageiros e a tripulação não podem desembarcar.

A Austrália registrou 29.2 mil casos de Covid-19 e 909 mortes pela doença até esta sexta-feira (26), de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Foto: Reprodução Facebook. Créditos: Brasil 247

sexta-feira, 26 de março de 2021

Butantan cria primeira vacina 100% brasileira contra Covid

O Butanvac á primeira vacina brasileira. O Instituto Butantan criou uma vacina contra a Covid-19, e pedirá autorização para ensaios clínicos com seres humanos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta sexta (26).

O Butantan é o maior produtor de vacinas do país e já fornece a Coronavac, fármaco de origem chinesa mais disponível hoje no Brasil. O imunizante se chama Butanvac e foi desenvolvido pelo instituto, que lidera um consórcio internacional do qual ele é o principal produtor — 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se ela funcionar, sairá do órgão do governo paulista.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, diz ser possível encerrar todos os testes da vacina e ter 40 milhões de doses prontas antes do fim do ano. Há pelo menos outros sete estudos de imunizantes no Brasil, todos na fase anterior aos ensaios clínicos. "É uma segunda geração de vacina contra a Covid-19, pode haver uma análise mais rápida", afirmou.

O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes da vacina, nas quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune com 1.800 voluntários. Na fase 3, com até 9.000 indivíduos, é estipulada sua eficácia. A Butanvac já passou pelos testes pré-clínicos, nos quais são avaliados em animais efeitos positivos e toxicidade.

Como a Butanvac utiliza uma tecnologia já usada amplamente no próprio Butantan para fabricar a vacina anual contra a gripe comum, Covas crê que isso será um fator a mais para acelerar seu desenvolvimento. As vacinas que foram desenvolvidas mais rapidamente contra a Covid-19 no mundo demoraram menos de seis meses para completar suas fases 1 e 2. "Mas elas eram totalmente novas", pondera Covas. A vacina será testada nos dois outros países participantes do consórcio, Vietnã e Tailândia – neste último, a fase 1 já começou.

A tecnologia em questão utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do Sars-CoV-2.

A proteína é responsável pela ligação entre o vírus e as células humanas, e ao ser inserida sozinha no corpo estimula a resposta imune. Segundo Covas, ela já utilizará a proteína da variante amazônica, a P.1, mais transmissível e possivelmente mais letal.

Outra vantagem prevista, se o fármaco funcionar, é de escala e de independência. O seu vetor é criado dentro de ovos embrionados, o que aumenta bastante a rapidez de sua produção, e não há necessidade de nenhum insumo importado.

Hoje, tanto a Coronavac (Butantan) quanto a vacina de Oxford (Fiocruz) são formuladas e envasadas no Brasil com insumos vindo da China. A partir do segundo semestre, o órgão paulista prevê a fabricação nacional da vacina.

Na Butanvac, o vírus é inativado com produtos químicos e, como a doença de Newcastle não afeta humanos, é uma alternativa ainda mais segura do ponto de vista de efeitos colaterais.

A Coronavac, cujos estudos da fase 3 foram coordenados no Brasil pelo Butantan, utiliza o próprio Sars-CoV-2 inativado como vetor. A vacina de Oxford/AstraZeneca, que também está sendo usada no Brasil, utiliza um adenovírus causador de gripe em macacos para inserir a proteína S.

Outras vacinas usam tecnologias mais recentes, como é o caso dos fármacos da Moderna e da Pfizer, que utilizam material genético (RNA mensageiro). Foto: Reuters. Fonte: Folha de S. Paulo. Créditos: ClickPB.

quinta-feira, 25 de março de 2021

Governadores defendem Auxílio Emergencial de R$ 600

Neste momento em que o país atravessa catástrofe sanitária com colapso no sistema de saúde e recorde de mortes por Covid-19, 16 governadores lançaram uma carta aos senadores e deputados federais solicitando que sejam tomadas providências necessárias para garantir segurança de renda à população, associada às medidas de distanciamento social.

A carta sugere que o Congresso Nacional disponibilize os recursos necessários para que o valor do Auxílio supere os valores noticiados de R$ 150,00, R$ 250,00 e R$ 375,00.

“Exatamente há um ano, no início da pandemia, os governadores manifestaram-se favoráveis à implantação de uma renda básica no país. Hoje, mais do que nunca, é comprovada a sua necessidade, urgência e o impacto que se pode alcançar. Por isso, neste momento, defendemos auxílio emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso de 2020”, diz a carta. Leia a íntegra da carta aqui. Créditos: WSCOM.

Governo reduz em 10 milhões doses de vacinas prometidas para abril

Ministério da Saúde reduziu a previsão de vacinas contra a Covid-19 que serão entregues pelos fabricantes no próximo mês, de acordo com novo cronograma disponível na plataforma ‘Localiza SUS’. 

O governo previa na versão anterior do documento, de 15 de março, que seriam repassadas 57.179.258 doses em abril. Agora, em arquivo de 19 de março, a previsão caiu para 47.329.258.

Com a mudança, o ministério indica que o Brasil receberá 9,85 milhões de doses a menos no próximo mês. Para maio, o novo cronograma também apresenta uma redução de 690 mil doses. Enquanto a previsão de entrega feita pela Fiocruz passa de 25 milhões para 26.810.000 – 1.810.000 doses a mais -, as 2,5 milhões de doses previstas para a Pfizer foram retiradas e não estão mais datadas.

O governo continuou com a previsão total de entrega de 38.097.600 para março, com prazo até a quarta-feira (31/03), daqui a uma semana. Entre essas doses, 8 milhões são da vacina da Bharat Biotech, a Covaxin, que ainda não apresentou pedido de uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O prazo está bastante apertado, já que a reguladora exige 10 dias para a avaliação dos documentos.

Enquanto isso, o Brasil registrou mais de 300 mil mortes e continua em primeiro lugar no mundo no ranking de mortes por covid-19. O país está no seu pior momento da pandemia. Fonte: O Globo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Governo corta R$ 36 bi da saúde

A proposta de orçamento do governo de Jair Bolsonaro para este ano traz cortes profundos na área de saúde que vão impactar em até R$ 36 bilhões a menos de recursos que poderiam ser utilizadas no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), na compra de vacinas, na abertura de novos leitos de UTIs e na contratação de mais médicos e enfermeiros.

O Orçamento da União de 2021 retira recursos da educação, dos programas de crédito para as micro e pequenas empresas, e não prevê recursos para um novo programa de redução de salários  e suspensão de contratos, que o próprio governo diz ter preservado mais de 10 milhões de empregos durante o seu período de validade. Também não inclui uma nova rodada de auxílio emergencial, cujo pagamento a partir de abril só será possível porque foram destinados R$ 44 bilhões de créditos extraordinários que ficam fora do orçamento deste ano.

Por outro lado, o aumento com gasto com soldos (salários) dos militares sobe R$ 7,1 bilhões, enquanto os demais servidores públicos estão com salários congelados até o final do ano,  e ainda poderão continuar sem receber reajustes após a aprovação a PEC Emergencial.

Na proposta orçamentária original do governo federal, apresentada no final do ano passado, os investimentos previstos para as Forças Armadas eram de R$ 8,17 bilhões, e agora subiu R$ 8,32 bilhões de um total de R$ 37,6 bilhões. O orçamento das Forças Armadas representa 22% para todo o governo federal.

O aumento dos gastos militares foi possível graças ao relator do Orçamento, o deputado bolsonarista, Márcio Bittar (MDB-AC) que apresentou o novo texto com apenas alguns ajustes para contemplar as emendas dos parlamentares. Créditos: CUT

segunda-feira, 22 de março de 2021

Países ricos bloqueiam produção de vacinas em nações em desenvolvimento

BBC-Vários países mais pobres pediram ajuda à Organização Mundial da Saúde (OMS), mas as nações mais ricas, como Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia, estão rejeitando disposições do direito internacional que poderiam permitir que isso acontecesse. A informação está contida em texto de negociação de uma resolução da OMS sobre o assunto.

Um porta-voz do governo do Reino Unido disse que "uma pandemia global requer uma solução global e o Reino Unido está liderando na frente, impulsionando os esforços para garantir o acesso equitativo em todo o mundo às vacinas e tratamentos da covid-19".

O porta-voz diz ainda que o Reino Unido é um dos maiores doadores às iniciativas internacionais para garantir que mais de um bilhão de doses de vacinas contra o coronavírus cheguem a países em desenvolvimento este ano.

Se e quando os governos devem intervir para garantir o fornecimento de medicamentos a preços acessíveis é um problema antigo. Mas a capacidade de diferentes países de produzir vacinas e medicamentos foi destacada pela pandemia.

O tema tem sido discutido na Organização Mundial do Comércio (OMC), com os países pobres e ricos se enfrentando em relação à suspensão de patentes. O Brasil, no entanto, não apoia a proposta da Índia e África do Sul, que buscam autorização para produzir imunizantes e remédios genéricos contra a covid-19.

Muitos especialistas afirmam que o acesso equitativo às vacinas é essencial para prevenir casos e mortes e contribuir para a imunidade da população global. No entanto, a capacidade global de produzir vacinas é cerca de um terço do que é necessário, segundo Ellen t'Hoen, especialista em política de medicamentos e legislação de propriedade intelectual.

"São vacinas produzidas em países ricos e geralmente mantidas por esses países", diz. "Os países em desenvolvimento estão dizendo: precisamos ter uma parte do bolo, não apenas a parte das vacinas, mas também a parte do direito de produzir essas vacinas." 

Para fazer uma vacina, é necessário não apenas o direito de produzir a substância da qual ela é composta (que é protegida por patentes), mas também ter o conhecimento sobre como fazer isso, porque a tecnologia pode ser complexa. A OMS não tem autoridade para dispensar patentes, mas está tentando reunir os países para encontrar uma maneira de aumentar o fornecimento de vacinas. Créditos: BBC Brasil

sábado, 20 de março de 2021

Bolsonaro veta internet gratuita a alunos e professores

Bolsonaro vetou integralmente o Projeto de Lei (PL) 3.477/2020 que obrigava o governo federal a garantir o acesso à internet, para fins educacionais, a alunos e professores das escolas públicas. O veto total foi publicado na edição de ontem (19) do Diário Oficial da União (DOU) com aval dos ministério da Economia e da Educação.

A proposta já havia sido aprovada em fevereiro pelo Senado e previa o repasse de R$ 3,5 bilhões da União para que estados, municípios e o Distrito Federal fornecessem serviços de internet. Mas o presidente alegou que o projeto não apresentava estimativa do respectivo impacto orçamentário e financeiro. O que, segundo Bolsonaro, “aumentaria a alta rigidez do orçamento” e “dificultaria o cumprimento” da Lei de Responsabilidade Fiscal e da chamada regra de ouro.

A informação, no entanto, constava no texto originalmente proposto, de autoria da Câmara dos Deputados. No PL foi determinado pelos parlamentares que os recursos seriam oriundos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). E o impacto orçamentário seria de R$ 26,6 bilhões. Já “incluso o acesso à internet à totalidade de matrículas e de docentes da educação básica pública, além da compra de equipamentos para o devido acesso”, indicava a proposta.

Com o veto, deixaram de ser beneficiados alunos cujas famílias estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal. Assim como estudantes matriculados nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas e os professores da educação básica pública.

O projeto de lei também previa que os recursos repassados fossem aplicados na contratação de internet móvel. Para também permitir que estudantes e docentes acompanhassem as atividades pedagógicas não presenciais. Foto: Paula Giollito. Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 19 de março de 2021

Governo reduz valor e exclui 22,6 milhões de pessoas do auxílio emergencial

Na primeira fase do auxílio emergencial, garantido pela oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional, 68,2 milhões de pessoas receberam o benefício de no mínimo R$ 600. Agora serão 45,6 milhões de pessoas.

Para 36% desses cidadãos, o auxílio emergencial foi a única fonte de renda em 2020, durante a pandemia do novo coronavírus. Projeção da FGV Social indica que quase 27 milhões de pessoas começaram o ano na condição de extrema pobreza. São brasileiros obrigados a sobreviver com R$ 8,20 por dia ou R$ 246 por mês.

Auxílio emergencial de valor muito mais baixo do que o mínimo necessário e excluindo 22,6 milhões de pessoas. Assim pode ser resumida a medida provisória assinada na quinta-feira (18) pelo presidente Jair Bolsonaro. O governo federal reduziu as parcelas do auxílio emergencial 2021 que será pago para trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família. Os valores serão creditados somente a partir de abril. Serão quatro parcelas e os valores variam entre R$ 150, R$ 250 e R$ 375.

Os milhões de desempregados e pessoas em situação de fome que não receberam o benefício no ano passado, não poderão solicitar o auxílio este ano. A MP de Bolsonaro determina o pagamento somente para quem já recebeu o auxílio emergencial em 2020. Ou, seja, será pago só aos que já estão inscritos nos cadastros públicos.

Outra restrição da MP de Bolsonaro: o pagamento do novo auxílio emergencial será limitado a uma pessoa por família. No ano passado, o auxílio garantido pela oposição ao governo, contemplava até dois beneficiários por família. Isso permitia o recebimento de até R$ 1.200 e não o teto de R$ 375 previstos por Bolsonaro agora.

Bolsonaro reduziu o auxílio emergencial 2021 e o valor a ser recebido dependerá da condição de cada família. Quem mora sozinho receberá R$ 150. Famílias com duas pessoas ou mais e que não são chefiadas por mulheres receberão R$ 250. As famílias chefiadas por mulheres terão direito a R$ 375.

Para receber o auxílio emergencial 2021 é preciso estar inscrito nos cadastros públicos. Ou seja, já ter recebido o benefício no ano passado. Além disso, ser trabalhador informal ou beneficiário do Bolsa Família. A renda familiar mensal não pode ultrapassar três salários mínimos (R$ 3.300). E a renda familiar por pessoa tem de ser de no máximo meio salário mínimo (R$ 550). Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 18 de março de 2021

Estudo aponta falhas do plano brasileiro de imunização

Um grupo de pesquisadores divulgou, por meio da Rede de Pesquisa Solidária, uma Nota Técnica que analisa a baixa cobertura vacinal, o plano nacional de vacinação e as respostas da sociedade no combate à covid-19.

Guilherme Loureiro Werneck, dos institutos de Medicina Social da UERJ, de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ e coordenador da nota, afirma que o documento apresenta dados gerais sobre vacinação para um comparativo entre o Brasil e outros quatro países com maior número de óbitos, além da análise da distribuição e cobertura vacinal para avaliar o andamento da vacinação nos grupos prioritários.

Werneck aponta a insuficiência de imunizantes como um dos aspectos críticos no plano brasileiro. “O Brasil perdeu muitas oportunidades de negociar vacinas e chega no ano de 2021 com apenas duas vacinas disponíveis”, afirma. O coordenador também cita a falta de transparência no planejamento, que apresenta apenas intenções, sem metas e especificações claras sobre a cobertura vacinal e a definição de grupos prioritários. Além disso, o País lida com uma série de problemas de gerenciamento que interrompem a produção de vacinas nos institutos brasileiros.

Há também um problema relativo aos números divulgados pelo Ministério da Saúde, que prioriza a quantidade de doses administradas e não a cobertura vacinal para primeira e segunda doses. “A meta de vacinação, do ponto de vista epidemiológico, não é baseada no número de vacinas distribuídas”, afirma Werneck. “O que nós queremos é conseguir vacinar completamente as parcelas das populações mais vulneráveis”, completa. De acordo com o pesquisador, o Ministério não publica os dados que são realmente relevantes para a avaliação das coberturas vacinais.

Mesmo entre os grupos mais prioritários, a cobertura da vacinação ainda é baixa. De acordo com o coordenador, esse grupo representa cerca de 22 milhões de pessoas, cerca de 15% da população que precisa ser vacinada. “Olhando só para esses 22 milhões, a cobertura vacinal é de cerca de 30%”, afirma, o que indica a lentidão do processo de vacinação.
Segundo Werneck, é necessário garantir o acesso à vacina e a transparência das negociações e previsão de entrega. “Além disso, é preciso ter uma gestão do plano coordenada pelo Programa Nacional de Imunizações e que esse programa seja assessorado por uma comissão que envolva os diferentes entes federativos”, comenta.

Entre as principais conclusões do documento, estão a ineficiência na gestão da pandemia, com o baixo suprimento de vacinas, ausência de critérios adequados e diversos impasses nos prazos e negociações. Apesar de a vacina ter eficácia comprovada na imunização individual, é preciso que cerca de 90% da população seja vacinada para garantir maior segurança na imunização coletiva, número muito distante dos menos de 5% que receberam ao menos uma dose.

As principais recomendações do documento incluem a criação de um comitê com participação do Congresso, SUS, comunidade científica e sociedade civil, o estabelecimento de parâmetros claros sobre a cobertura vacinal em cada um dos grupos prioritários no plano de vacinação e a disponibilização de um sistema de informação unificado, com dados claros e atualização diária da cobertura em primeira e segunda doses aplicadas.

A nota também propõe a criação de um painel com detalhes sobre os contratos, preços e cronogramas e a adoção de uma campanha de comunicação e combate à desinformação. Créditos: Jornal da USP

segunda-feira, 15 de março de 2021

Soro desenvolvido pelo Butantan pode amenizar gravidade de pacientes com covid-19

O Instituto Butantan enviou para a Anvisa pedido para testar um soro anticovid em humanos. O objetivo é amenizar os sintomas da doença em pessoas já infectadas. Em entrevista ao Jornal da USP, Ana Marisa Chudzinski Tavassi, diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan, comenta que a colaboração com a USP permitiu que estudos sobre os efeitos do vírus inativado no corpo fossem conduzidos.

Com base nesses estudos, o instituto passou a trabalhar com a possibilidade de desenvolver o soro, já que não existem antivirais específicos contra o coronavírus. O objetivo é “oferecer a alguém que já está infectado um anticorpo pronto”, afirma Ana. “A ideia é tratar pacientes hospitalizados”, completa. Segundo a diretora, os soros têm atividade rápida, o que auxiliará na diminuição da gravidade da doença.

Após os testes iniciais em células, a Anvisa sugeriu um ensaio pré-clínico em animais, que também foi conduzido pelo Butantan em colaboração com a USP. “O resultado mais importante foi que, um dia depois do tratamento com esse soro, já havia uma diminuição muito importante da carga viral nos pulmões dos animais e a preservação das estruturas do pulmão”, comenta Ana.

“O soro é um recurso fantástico porque você produz anticorpos contra as várias proteínas do vírus”, diz. As análises ainda estão em andamento, mas, por conta dessa abrangência, a perspectiva é que o soro, produzido em cavalos, possa ser eficaz inclusive contra as novas variantes do coronavírus.

A pesquisadora afirma que tanto o Butantan⁸ quanto a Anvisa estão comprometidos em conduzir os estudos da maneira mais rápida possível. Assim que a agência der o aval, os ensaios clínicos começarão imediatamente. Imagem: Google. Créditos: Jornal da USP

sábado, 13 de março de 2021

Consórcio NE anuncia compra de 39,6 milhões de doses de vacina

A negociação entre o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) e o Fundo Soberano Russo foi iniciada no ano passado, sob a condução do governador da Bahia, Rui Costa, e foi viabilizada com a sanção por parte do Governo Federal da Lei que facilita a compra de vacinas, insumos e serviços necessários à imunização contra a covid-19.

“Nós agradecemos ao ministro pela decisão efetiva e parabenizamos o governador Rui Costa pelo empenho para garantir a disponibilidade das doses. Estamos numa luta para salvar vidas. O Brasil precisa, mais do que nunca, da nossa união de forças pela vacina para que possamos vencer a pandemia”, ressaltou o governador da Paraíba, João Azevedo. Em reunião virtual, o ministro da saúde ainda apresentou uma estimativa de distribuição de doses aos estados para março. A previsão é de que sejam destinadas entre 22 milhões e 38 milhões de imunizantes contra a covid-19 até o final do mês. Créditos: A União

70% das famílias brasileiras estão endividadas

Uma pesquisa feita pela Acordo Certo, uma plataforma de renegociação de dívidas, listou os gastos que lideraram os atrasos entre as famílias brasileiras em 2020. Energia elétrica, supermercado, gás e água foram os gastos que mais pesaram no bolso do consumidor desde o início da pandemia.

A pesquisa apontou que sete em cada dez pessoas têm pelo menos uma dívida em atraso. E 69% dos consumidores ouvidos pelo levantamento disseram ter uma dívida em atraso mesmo estando empregados e com carteira assinada.

A queda da renda durante a pandemia, além de aumentar em 40% os gastos, trouxe outro efeito colateral: 70% dos entrevistados passaram a ter problemas na hora de dormir. Ansiedade, perda de apetite e problemas dentro de casa também foram relatados na pesquisa.

E a pandemia no Brasil está longe do fim, com recordes de mortes e casos e com atraso na vacinação, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, adiou pela 5ª vez o prazo para entrega das vacinas. Festas de final de ano e o carnaval fizeram lotar ainda mais os hospitais com casos de Covid-19. Vários estados já estão entrando em colapso. Fonte: CNN Brasil. Foto: EBC. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sexta-feira, 12 de março de 2021

Programa de construção de cisternas no Semiárido sofre redução de 94%

O maior programa de armazenamento de água do país chegou em 2020, ao pior patamar de investimento desde sua criação, há 17 anos, com a construção de apenas 8.310 cisternas. Em 2014, esse número chegou a 149 mil, o que representa uma queda de 94% nos últimos seis anos, segundo dados compilados pelo portal UOL.

De acordo com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), há pelo menos 350 mil famílias que aguardam na fila de espera pelas cisternas e mais de 800 mil precisam do equipamento para a produção de alimentos e criação de animais, como explica a integrante da coordenação-executiva da entidade, Glória Batista. 

O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) foi criado em 2003, no governo Lula. Desde então, foram entregues 1,5 milhões de cisternas, beneficiando cerca de 5 milhões de brasileiros. O P1MC chegou a ser premiado pela ONU e se tornou uma referência internacional como projeto de democratização do acesso à água. Glória Batista ressalta que o programa é um marco histórico do Semiárido.

“O ano de 2003 foi um marco na história do Semiárido brasileiro. Antes, a água, que é um direito, sempre foi destinada às grandes propriedades, ao latifúndio. Era pra lá que iam os investimentos públicos".
O equipamento armazena água da chuva, utilizada para beber e cozinhar. As cisternas também geraram impactos positivos na produção agrícola e geração de renda da região.
O montante previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) para o ano foi de R$ 50,7 milhões, a destinação mais baixa desde a criação do programa. Para piorar, o orçamento empenhado não estava sendo executado, segundo levantamento da ASA. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, 27 milhões de pessoas residem no Semiárido brasileiro e ainda sofrem com dificuldades de acesso à água. Por Lucila Bezerra. Créditos: BdF Pernambuco

quinta-feira, 11 de março de 2021

Governo corta verba de 72% dos leitos de UTI para covid-19

O governo cortou a verba federal para o financiamento de 72% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes com covid-19. Em dezembro, a União repassava verba para a manutenção de 12.003 leitos de UTI para covid-19. Hoje são financiados 3.372. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). 

A redução se dá em meio ao momento mais grave da pandemia do novo coronavírus no Brasil, com quase todos os estados à beira do colapso no sistema de saúde e em média 2 mil mortes ocorrendo todos os dias.

Dados do Conass mostram que o corte do financiamento de leitos de UTI para covid-19 pelo governo Bolsonaro foi total em Goiás, Maranhão, Acre e Rondônia. Em São Paulo, que tem o maior número de leitos de UTI do país, a redução foi de 81%. Semelhante ao ocorrido em Minas Gerais, Espírito Santo, paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Amazonas, Ceará, Paraíba e Sergipe. A redução no financiamento desses leitos bate com o período de colapso generalizado na saúde em todo o Brasil. Leia mais em: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 10 de março de 2021

Catástrofe sanitária

Com pessoas morrendo na fila de espera por um leito, sistema de saúde em colapso em vários estados, processo de vacinação muito atrasado e o despreparo total do governo, o país vive uma catástrofe sanitária sem precedentes.

O Brasil bateu seu próprio recorde mortos em um período de 24 horas, com 1.972 vítimas notificadas ao Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com os novos números, o país chega 268.370 vidas ceifadas pelo coronavírus desde o início da pandemia, em março.

O balanço da terça-feira, (9) nos estados também identificou um total de 70.764 novos casos de infecção. Isso, sem contar a subnotificação, admitida por todas as autoridades sanitária envolvidas. Com isso, 11.122.429 brasileiros já foram contaminadas com a covid-19.

As médias móveis diárias de novos casos e mortes, calculadas com base nos últimos sete dias, seguem em ascensão acelerada, e estão em seu ápice, superando o piro momento da pandemia, entre julho e agosto do ano passado.

Os sistemas de saúde das cidades brasileiras seguem em colapso – ou já muito próximos dele – há mais de uma semana. A demanda não atendida por leitos hospitalares já faz com que brasileiros morram sem terem recebido nenhum atendimento médico. No Paraná, por exemplo, no fim de semana, 989 pessoas aguardavam na fila por uma vaga para tratar de covid-19, sendo 519 com necessidade imediata de UTI. O cenário dramático se repete em boa parte do restante do país. No Mato Grosso, por exemplo, quase 100 pessoas aguardam por um leito.

O Brasil é, desde janeiro, o epicentro da pandemia de covid-19. Segundo com mais mortes, atrás apenas dos Estados Unidos, o país vive um cenário oposto ao mundo. Os demais países da comunidade internacional assistem a uma grande redução de casos e mortos desde o início do ano. Resultados expressivos foram observados na Europa, com a adoção de “lockdown” intensivo e também com o avanço das respectivas campanhas de vacinação. Foto: Agencia Brasil. (Editado). Com informações de: Rede Brasil Atual

terça-feira, 9 de março de 2021

Auxílio Emergencial ficará entre R$ 175 e R$ 375

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (8) que a nova rodada do auxílio emergencial contemplará valores entre R$ 175 e R$ 375, dependendo da composição das famílias beneficiadas. Segundo ele, o valor médio será de R$ 250.

A PEC emergencial, que viabiliza a retomada do auxílio emergencial, foi aprovada na semana passada pelo Senado Federal, mas ainda passará pela Câmara dos Deputados.  A expectativa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é a de que o texto seja aprovado quarta-feira (10), se houver acordo.

"Esse é um valor médio [R$ 250], porque, se for uma família monoparental, dirigida por uma mulher, aí já é R$ 375. Se tiver um homem sozinho, já é R$ 175. Se for o casal, os dois, ai já são R$ 250. Isso é o Ministério da Cidadania, nós só fornecemos os parâmetros básicos, mas a decisão da amplitude é com o Ministério da Cidadania", declarou Guedes em entrevista no Palácio do Planalto.

A PEC Emergencial, que autoriza a extensão do auxílio, não detalha valores, duração ou condições para o benefício. O texto flexibiliza regras fiscais para abrir espaço para a retomada do programa. Isso porque, pela PEC, a eventual retomada do auxílio não precisará ser submetida a limitações previstas no teto de gastos.

A proposta prevê também protocolos de contenção de despesas públicas e uma série de medidas que podem ser adotadas em caso de descumprimento do teto de gastos, regra que limita o aumento dos gastos da União à inflação do ano anterior. Créditos: ClickPB

Covi-19: Fiocruz prevê produção 1 milhão de vacinas por dia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) espera produzir um milhão de doses da vacina contra a covid-19 por dia até o final de março. A estimativa foi divulgada ontem (8), durante a visita técnica do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, quando foi anunciado o início da produção em larga escala.

Durante o encontro, representantes da Fiocruz previram a entrega de 3,8 milhões de doses para o mês de março. A produção dos lotes de pré-validação e validação foram finalizadas no último domingo (7), com testes de consistência e estabilidade dentro dos parâmetros desejados.

Esses lotes poderão ser incorporados ao Programa Nacional de Imunização (PNI), mediante aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com o início da operação dessa primeira linha na segunda-feira, a Fiocruz iniciará o escalonamento gradual da produção.

A expectativa é chegar, até o final de março, com as duas linhas em funcionamento, com uma produção de cerca de um milhão de doses por dia", informou a Fiocruz em nota publicada em sua página na internet. Créditos: UOL

segunda-feira, 8 de março de 2021

Brasil supera dez mil mortes por covid-19 em uma semana

Em sete dias, mais de dez mil pessoas morreram no Brasil em decorrência da covid-19, maior registro em um período de uma semana de toda a pandemia. Dados deste reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa no sábado (06) mostram 1.498 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 10.183 mortes desde o sábado passado. O número de vítimas da pandemia já ultrapassa 264 mil pessoas em todo o País, que obteve pelo oitavo dia consecutivo um novo recorde na média móvel diária de mortes, com 1.455 óbitos neste sábado. 

Ao longo dos últimos sete dias, São Paulo respondeu por 1.989 do total de óbitos nacionais, enquanto outros 1.027 aconteceram no Rio Grande do Sul. O Estado vive uma crise no sistema de saúde, com 100% dos 3 mil leitos de UTI ocupados. Em Minas Gerais, as mortes desta semana chegaram a 928. Liderando as estatísticas absolutas, nas últimas 24 horas, São Paulo registrou 353 óbitos pela doença, seguido por 182 no Rio Grande do Sul, 155 em Minas Gerais e 146 no Paraná. 

Ainda segundo dados do consórcio de veículos, 67.477 novos casos de covid-19 foram confirmados no País neste sábado, chegando a um total de 10.939.320. Segundo o Ministério da Saúde, 9.704.351 pessoas estão recuperadas da doença, em meio a 10.938.836 casos confirmados. Os números da pasta diferem em relação ao consórcio pelo horário de coleta dos dados. Créditos: Jornal do Comércio

Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos e 4,4 milhões de empregos com a Lava Jato

Desde que surgiu em 2014, a operação Lava Jato, provocou o fechamento de 4,4 milhões de empregos no país. Além disso, o Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos. Esses dados constam de estudo elaborado pelo Dieese a pedido da CUT. 

A pesquisa diz que o setor mais atingido foi o da construção civil, que perdeu 1,1 milhão de postos de trabalho.  A CUT fará o lançamento formal da pesquisa na terça-feira (9).

Esse trabalho que denuncia o ataque da Lava Jato a empregos e investimentos é o primeiro estudo feito com base em dados e documentos oficiais sobre o impacto desastroso da operação no mercado de trabalho e na economia. O levantamento, feito pelo Dieese a pedido da Central, consumiu um ano de pesquisas. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 4 de março de 2021

Com 1.910 mortes em 24 horas, Brasil é o epicentro da pandemia

O Brasil registrou ontem (3), 1.910 mortos por covid-19, o mais alto número de óbitos oficialmente notificados desde o início do surto, em março passado. O balanço do dia pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) reafirma o pior momento da pandemia no país. Já são 259.271 mortos. 

Em relação ao número de novos casos, foram 71.704 no último período, também um dos dias com mais notificações de novos contaminados. Ao todo, 10.718.630 brasileiros já foram infectados pelo novo coronavírus. E o cenário está se agravando com velocidade.

Hoje, o Brasil é o epicentro da covid-19 no planeta. Enquanto o resto do mundo festeja o recuo nos números de casos e mortes há cerca de seis semanas consecutivas, o Brasil vive desde o fim de novembro a situação oposta. Aglomerações de fim de ano e também no Carnaval contribuíram decisivamente para o descontrole de agora. De acordo com especialistas, a tragédia tende a se manter e até mesmo se ampliar nas próximas duas semanas, pelo menos.

Além da explosão do surto, sem contar a subnotificação, o país segue testando pouco a população. Esses fatores somados levam entidades e cientistas a afirmarem que a tragédia brasileira é seguramente maior do que mostram os dados oficiais. Foto: AFP. Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 3 de março de 2021

Governadores se unem para tentar desmontar sabotagem de Bolsonaro a vacinas e combate à covid

RBA-Em reunião na tarde desta terça-feira (2), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e 22 governadores acordaram a destinação de R$ 14,5 bilhões do Orçamento da União de 2021 para a área da Saúde e o combate à pandemia de covid-19, o que inclui a compra de vacinas pelos estados. 

As verbas viriam de emendas parlamentares (R$ 12 bilhões) e do fundo emergencial de combate à pandemia (R$ 2,5 bilhões). Também será criado um grupo composto por um governador de cada região e representantes da Câmara, do Senado e do Ministério da Saúde para monitorar a importação de insumos e a fabricação das vacinas.

Coordenador do fórum de governadores, Wellington Dias (PT), do Piauí, disse que o grupo vai facilitar o diálogo entre os entes federativos. “Temos a perspectiva de sair dessa situação de superlotação dos hospitais e desse número elevado de óbitos”, disse.

Estiveram na reunião – virtual ou presencialmente, na residência oficial da Presidência da Câmara – governadores de 21 estados e do Distrito Federal, além da presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Casa, Flávia Arruda (PL-DF), e do relator do Orçamento, Márcio Bittar (MDB-AC). Entre governadores, só não participaram Gladson Cameli (Acre-PP), Renan Filho (Alagoas-MDB), Ronaldo Caiado (Goiás-DEM), Claudio Castro (Rio de Janeiro-PSC) e Mauro Carlesse (Tocantins -DEM).

As quatro prioridades discutidas na reunião, segundo o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foram a compra de vacinas, recursos para a saúde, auxílio emergencial e criação de medidas para a recuperação econômica. “Reitero que esse é um momento de todos estarem unidos em prol da população brasileira, e o Congresso Nacional tem um papel fundamental nesse sentido”, escreveu nas redes sociais. Segundo Lira, o fundo emergencial de combate a pandemia é “um montante, que não extrapola o teto de gastos”.

Ontem, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) adiantou sua posição sobre a reunião. “Não tem como entender que o presidente da República não seja responsável por esse número de mortes no Brasil, uma vez que gera confusão”, disse em coletiva.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirma que pretende comprar 20 milhões de doses da vacina russa Sputnik V (“vê”, de vacina) para incluir no programa paulista de vacinação contra a covid-19, segundo a colunista Mônica Bergamo. Mas esse imunizante, assim com o da Pfizer e outros, tem sido objeto de entraves criados pelo governo Bolsonaro.

Embora os participantes da reunião tenham adotado um tom ameno nas declarações, a unidade dos chefes dos executivos estaduais se desenha como uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro e seu séquito negacionista, no auge da crise da pandemia no país. Já foram confirmados, até esta terça (2), 115 milhões de casos no mundo, dos quais 10,6 milhões (9,2%) no Brasil. As mortes em território brasileiro (258 mil) representam cerca de 10% dos óbitos no planeta, de um total mundial de cerca de 2,5 milhões de mortos.

Além do discurso contra as vacinas e máscaras, Bolsonaro adota práticas administrativas e políticas que facilitam o alastramento da doença. Também dificultam a adoção de uma política nacional coordenada de combate ao surto. Nesta terça, vieram a público os vetos de vários dispositivos da medida provisória – aprovada na Câmara em dezembro do ano passado e em fevereiro, no Senado –, que tinha o objetivo de acelerar a vacinação no país. 

Bolsonaro vetou o artigo que previa que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedesse autorização emergencial para utilização de vacinas em até cinco dias após o pedido, desde que aprovadas por entidades e autoridades estrangeiras internacionalmente reconhecidas. Outro veto foi ao dispositivo que autorizava estados,  municípios e o Distrito Federal a adotar medidas necessárias à imunização da população, “no caso de omissão ou de coordenação inadequada das ações de imunização de competência do Ministério da Saúde”.  Por Eduardo Maretti, da RBA. Foto: Luiz Macedo. Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 2 de março de 2021

Enquanto pandemia recua no mundo, Brasil fracassa no combate à Covid-19

Enquanto a pandemia do novo coronavírus recua no mundo, com autoridades acelerando a imunização da população ao mesmo tempo em que decretam medidas de restrição de circulação, de âmbito nacional, mais rígidas, o Brasil, sem comando nacional, sem vacina, sem oxigênio de sem medicamentos básicos, enfrenta o momento mais duro da pior crise sanitária do século e fracassa no combate à Covid-19.

Para evitar o caos na saúde, alguns estados e cidades brasileiras adotaram medidas restritivas, como lockdown e toque de recolher, para conter a propagação da doença, sem apoio do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que trabalha contra as medidas, prioriza a economia e não as vidas. Governadores pedem que as medidas sejam em todo território nacional, mas Bolsonaro se recusa a adotar restrição de circulação.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo morreram desde o início da pandemia do novo coronavírus, mas o total de mortes e infecções vem caindo, ao contrário do Brasil, onde só aumenta. A marca de 2 milhões de mortes globais de Covid-19 foi registrada em 15 de janeiro. Até agora, pelo menos 114.208.352 casos de Covid-19 foram relatados mundialmente.

Os Estados Unidos (EUA) lideram com o maior número de mortes, seguidos por Brasil, México, Índia e Reino Unido. Em 22 de fevereiro, os EUA ultrapassaram a marca de 500 mil mortes totais de Covid-19, de acordo com a universidade.

Já o Brasil chegou a 200 mil mortes em 7 de janeiro. Em 48 dias depois atingiu a marca de 250 mil vidas perdidas desde o início da pandemia.

Os dados divulgados diariamente pelo consórcio de imprensa mostram que o país está em seu momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro, ou seja, há 38 dias. Ao menos em 17 capitais, a pressão pelos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está acima de 80%, e um colapso na rede hospitalar, na maior dimensão da crise sanitária, não está descartado por especialistas.

No Brasil, mais de 46,82 milhões de brasileiros estão vivendo sob toques de recolher para conter a propagação do novo coronavírus - número que pode aumentas nas próximas semanas.

Já os países que melhor enfrentaram a pandemia da Covid-19, já desfrutam de uma normalidade após a aplicação de medidas rígidas de isolamento social, enquanto outros, como o Brasil, repetem confinamentos diante de uma segunda e até terceira onda, pior que o início da crise.

De acordo com o monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro das seis regiões do mundo tiveram uma redução no número de casos do novo coronavírus. São elas: Américas, Europa, África e Pacífico Ocidental, que inclui, entre outros países, China, Austrália, Nova Zelândia e Japão.

Apesar do Brasil, que registra o pior momento na pandemia com recordes de mortes e internações, as Américas, por sua vez, continuam sendo a região com a maior queda no número absoluto de casos.

Já o Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental, que inclui entre outros Afeganistão, Egito, Líbano, Emirados Árabes e Irã — registraram um aumento, de 2% e 7% respectivamente. Créditos: CUT

segunda-feira, 1 de março de 2021

País fecha 7 milhões de vagas de emprego em 2020

A taxa de desemprego no Brasil fechou 2020 com média de 13,5%, a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%). No ano, o país ficou com 13,415 milhões de desempregados, a 840 mil a mais do que em 2019, e fechou 7,336 milhões de postos de trabalho (-7,9%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na semana passada. Desta vez, nem o setor informal se salvou. Massa de rendimentos diminui em R$ 8 bilhões. É a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%).

Com a perda acima de 7 milhões de vagas, o total de ocupados caiu para 86,053 milhões, menor quantidade da série. Foi uma queda disseminada, segundo o IBGE. Por exemplo, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado caiu 7,8%: menos 2,6 milhões, para 30,625 milhões de pessoas. Entre os trabalhadores domésticos, a retração foi ainda maior, recorde de 19,2%, para 5,050 milhões – perda de 1,2 milhão. 

Desta vez, nem o setor informal foi capaz de segurar a deterioração do mercado de trabalho. Houve redução de 1,5 milhão (-6,2%) entre os trabalhadores por conta própria, que passaram a somar 22,720 milhões. E o universo de empregados sem carteira no setor privado caiu bem mais, 16,5% (menos 1,9 milhão), para 9,665 milhões. Até o total de empregadores recuou (8,5%, menos 373 mil), caindo para 4,030 milhões. A taxa de informalidade passou de 41,1%, em 2019, para 38,7%: são 33,3 milhões pessoas sem carteira assinada.

Outro recorde negativo foi o de desalentados, pessoas que que desistiram de procurar trabalho devido às condições do mercado. Esse contingente cresceu 16,1% em 2020 e chegou a 5,527 milhões, maior número da série histórica da Pnad. O total de subutilizados, que inclui desempregados ou pessoas que gostariam de trabalhar mais, também atingiu seu maior número: 31,194 milhões. Aumento de 13,1% em relação a 2019, ou mais 3,6 milhões no ano.

Entre os setores de atividade, a ocupação na construção, por exemplo, caiu 12,5%, fechando 840 mil vagas. Com retração de 8%, a indústria perdeu 952 mil postos de trabalho. As áreas de comércio/reparação de veículos teve queda de 9,6%: 1,702 milhão a menos. Nos serviços, o segmento que inclui alojamento perdeu 1,172 milhão (-21,3%). Apenas a administração pública cresceu: 1%, acréscimo de 172 mil pessoas, com destaque para as áreas de saúde e de educação.

“No ano passado, houve uma piora nas condições do mercado de trabalho em decorrência da pandemia de covid-19. A necessidade de medidas de distanciamento social para o controle da propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho”, diz a analista Adriana Beringuy. “Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho.

”A ocupação teve queda acentuada e em período muito curto, com impactos em toda a pesquisa, lembra a especialista do IBGE. “Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%”, destaca.

Estimado em R$ 2.543, o rendimento médio cresceu 4,7% no ano passado, o que indica eliminação, principalmente, de vagas de menor remuneração. Por outro lado, a massa de rendimentos caiu 3,6%, para R$ 213,412 bilhões. Ou menos R$ 8 bilhões em 2020.Apenas no último trimestre de 2020, a taxa de desemprego foi para 13,9%, ante o recorde de 14,6% no terceiro trimestre, bem acima de igualo período de 2019 (11%). O total de desempregados foi calculado em 13,925 milhões. “O recuo da taxa no fim do ano é um comportamento sazonal por conta do tradicional aumento das contratações temporárias e aumento das vendas do comércio”, observa a analista. Créditos: pt.org.br