domingo, 28 de fevereiro de 2021

Covid-19: 20 capitais estão a beira do colapso

Segundo uma pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil vive seu pior momento desde o início da pandemia do novo coronavírus. A Fundação fez um levantamento das capitais com as taxas mais altas de ocupação das UTI do país voltados para a covid-19. As informações foram apuradas pelo Exame. 

"É a situação mais crítica desde o registro dos primeiros casos, há um ano", declara Margareth Portela, pesquisadora do Observatório Fiocruz Covid-19. Em torno de 12 estados mais o Distrito Federal, já atingiu cerca de 96% de sua capacidade em unidade de tratamento intensivo na sexta-feira (26), entrando em um estado de alerta máximo.

Em relação as capitais, 17 se encontram na mesma situação, com taxas de ocupação nos leitos de UTi acima dos 80%. "Quando chega a esse nível, é considerado algo muito preocupante, à beira do colapso, de acordo com diretrizes da Organização Mundial de Saúde. Para passar de 80% a 90% ou até mais não é muito difícil, ainda mais se tratando da Covid, que pode ser uma doença de rápida evolução", ressalta Portela. Foto: Edilson Dantas/G1. Créditos: IG

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Disputas políticas levaram Brasil a fracassar no combate à Covid-19

Um estudo conduzido por pesquisadores de 16 países apontou que as disputas políticas em torno da pandemia de Covid-19 levaram o Brasil a fracassar no combate à emergência sanitária.

O projeto Comparative Covid Response: Crisis, Knowledge, Politics (Comparativo das Respostas à Covid: crise, conhecimento e política) tinha como ponto de partida entender por que a evolução da Covid-19 foi diferente entre esses países. O primeiro caso confirmado da doença no Brasil foi em 25 de fevereiro do ano passado. De lá para cá, o país concentrou 9,1% dos diagnósticos positivos de Covid-19 e praticamente 10% (9,95%) das mortes. Isso apesar de ter 2,7% da população mundial.

O relatório do estudo mostra que as tensões políticas levaram a polêmicas sobre isolamento social e uso de medicamentos que causaram danos extensos no combate à doença. Como se não bastasse, elas agora também prejudicam o planejamento da vacinação.

“Aproveitando a postura pública de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro zombou do vírus e pressionou por uma inviável política de ‘isolamento vertical’, visando atingir aqueles que estão em maior risco para manter a economia aberta”, apontou o relatório. Ainda de acordo com o documento, houve mais controvérsias, como a demissão de um ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, avaliado como “confiável” pelos pesquisadores, por apoiar medidas de quarentena impostas por governadores e prefeitos, que o presidente denunciou como “economicamente ruinosos”.

Integrante do grupo de pesquisadores brasileiros, Gabriela di Giulio,  professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP, disseca esses efeitos na condução da pandemia e até mesmo na percepção da gravidade da doença pela população.

Entre as polêmicas que levaram a essa confusão, que culminou no resultado atual, ela cita a promoção de medicamentos comprovadamente ineficazes para tratar a Covid-19 – como a cloroquina e a ivermectina. Também ganharam relevância as falas de Bolsonaro privilegiando a economia, contrapondo-se às quarentenas sanitárias decretadas por governadores e prefeitos. E, segundo a professora, ele inflou o apoio às suas teses, dentro desse ambiente de divisão política, o que contribuiu ainda mais para a confusão. “A ideologização da pandemia teve um resultado perverso na prática”, apontou. Foto: Agencia Brasil. Por Fabíola Salani Créditos: Revista Forum

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

1 em cada 4 pacientes intubados com covid que recebem alta morre

Em um período de seis meses, especialistas observaram que, a cada quatro pacientes intubados com Covid-19 que chegam a receber alta, um morre.

Os resultados preliminares são do estudo Coalizão, conduzido por oito hospitais de excelência do Brasil e institutos de pesquisa, que avalia a qualidade de vida e os desfechos de sobreviventes de hospitalizações por Covid-19. Os participantes são pacientes internados nessas instituições. São monitorados por ligações telefônicas a cada três, seis, nove e 12 meses após a alta hospitalar.

“Trabalho em UTI, estou envolvido com vários estudos e fiquei muito surpreso com esses resultados. Mesmo nos casos mais leves, a doença não tem uma evolução tão benigna quanto pensávamos”, diz Alexandre Biasi, diretor de pesquisa do HCor (Hospital do Coração) e membro da Coalizão Covid-19 Brasil.

A rede é formada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa e os institutos Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). Embora a intubação esteja associada a uma maior taxa de mortalidade e complicações na internação e após a alta, é a gravidade da doença, e não o procedimento em si, a responsável pelos desfechos ruins.

O estudo Coalizão ainda está compilando as causas das mortes e das reinternações dos sequelados pela Covid, mas os dados preliminares já servem de alerta para a importância do acompanhamento desses pacientes após a alta. O trabalho mostra que 20% dos pacientes que foram intubados ainda não tinham voltado a trabalhar seis meses após deixarem o hospital. fonte: Folha de São Paulo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

Petrobras perde quase R$ 75 bilhões em valor de mercado após intervenção de Bolsonaro

Com enorme desvalorização das ações na segunda-feira (22), a Petrobras perdeu bilhões em valor de mercado. Segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica, a estatal encolheu R$ 74,2 bilhões apenas no pregão de ontem. Foi a segunda maior queda diária em valor da mercado da Petrobras desde o início do plano Real.

Na sexta-feira (19), antes mesmo do anúncio do presidente Jair Bolsonaro da indicação de um novo presidente-executivo para a Petrobras, a estatal já tinha visto o seu valor na Bolsa encolher R$ 28 bilhões.

Na noite de sexta, Bolsonaro anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, para a presidência da Petrobras, no lugar de Roberto Castello Branco, gerando muitas críticas. Para que a troca na presidência da Petrobras seja concretizada, a indicação ainda precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras, que tem reunião prevista para esta terça-feira (23).
O levantamento da Economatica desta segunda considera o valor de fechamento dos papéis. As ações ordinárias (PETR3) recuaram 20,48% (R$ 21,55), e as preferenciais (PETR4) registraram queda de 21,51% (R$ 21,45).

A Petrobras foi avaliada nesta segunda na bolsa em R$ 280,5 bilhões, contra R$ 382,9 bilhões no fechamento da última quinta-feira (18), retrocedendo para o menor patamar desde novembro de 2020. No início do governo Bolsonaro, valia na bolsa R$ 316 bilhões. Em maio de 2008, chegou a valer R$ 510 bilhões. Créditos: G1

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Ministério ignorou oferta de 160 milhões de doses da CoronaVac, diz Butantan


O Ministério da Saúde ignorou uma oferta feita em julho do ano passado para o fornecimento de 160 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, disse na sexta-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, Covas disse que a oferta foi reiterada nos meses de agosto, outubro e dezembro novamente sem resposta por parte da pasta.

“Vamos colocar a responsabilidade em quem tem responsabilidade. Estão aqui os ofícios que foram encaminhados ao Ministério da Saúde ofertando vacinas. O primeiro em 30 de julho de 2020. Ofertamos nessa oportunidade 60 milhões de doses de vacinas prontas para entrega ainda em 2020 e 100 milhões para serem entregues em 2021. Não tivemos resposta”, disse Covas enquanto mostrava uma apresentação com a imagem dos ofícios.

“Fizemos novos ofícios com o mesmo teor em agosto, em outubro e em dezembro. Não tivemos resposta. A resposta saiu com a assinatura do contrato no dia 7 de janeiro”, acrescentou.

O contrato assinado entre o Butantan e o Ministério em janeiro prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac até abril, com a opção, exercida pela pasta em fevereiro, de mais 54 milhões de doses da vacina.

Na manhã desta sexta, o ministério disse que manifestou ao Butantan a intenção de comprar mais 30 milhões de doses entre outubro e dezembro. Procurado, o Butantan disse que está analisando a manifestação.

A declaração de Covas foi uma resposta à manifestação na véspera do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, que atribuiu ao Butantan o atraso na entrega de doses da vacina aos Estados e municípios.

Covas reiterou que o Butantan já entregou 9,8 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e que, além da CoronaVac, há apenas 2 milhões de doses importadas prontas da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford no PNI.

Ele disse que o envase da vacina pelo Butantan foi atrasado pela demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) vindo da China, que deveria ter chegado em janeiro, mas acabou chegando somente no início de fevereiro, o que impactou as entregas previstas para este mês.

O atraso na chegada do IFA, de acordo com Covas, aconteceu devido aos problemas diplomáticos do governo do presidente Jair Bolsonaro com a China e à demora na decisão do ministério de adquirir doses da CoronaVac. Créditos: InfoMoney

Brasil completa um mês com média móvel de mortes por covid-19 acima de mil

A média móvel de mortes por conta da covid-19 no Brasil está acima de 1 mil desde o dia 21 de janeiro. Em nenhum outro momento da pandemia o país havia completado o período de um mês em um patamar tão alto.

No domingo (21), segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a média ficou em 1.037. O resultado é calculado a partir da soma de todos os óbitos dos últimos sete dias, dividida por sete. Considerado o mais negativo do Brasil até agora, o mês de julho de 2020 registrou uma média acima de mil entre os dias 3 e 28.

Ainda segundo o Conass, foram confirmados 29.026 novos casos da doença no país nas últimas 24h, com um total de 10.168.174 infectados pela covid-19 desde o início da pandemia. Ao todo, 246.504 óbitos já foram registrados no país em decorrência da doença. Nas últimas 24h, o Brasil registrou 527 mortes pelo vírus. Foto: SECOM. Créditos: Brasil de Fato

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Quase 40 milhões de pessoas no Brasil vivem com renda de até R$ 89 por mês

Segundo dados do Ministério da Cidadania 39,9 milhões de brasileiros vivem em famílias com renda per capita de até R$ 89 por mês,  São 14 milhões de famílias que vivem na extrema pobreza e que estão inscritas no Cadastro Único para programas sociais do governo federal.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em apenas cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas no país em situação de insegurança alimentar grave (fome), chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões os brasileiros.

Entram na conta somente os moradores de domicílios permanentes, ou seja, estão excluídas do levantamento as pessoas em situação de rua, o que aumenta ainda mais o rastro da fome pelo país. Vale lembrar que o Brasil é um dos países com maior carga tributária no mundo e com menos retorno à população. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Escolas de São Paulo já têm 741 casos confirmados de covid-19 e 1.133 suspeitos

Após primeiro balanço da volta às aulas presenciais em São Paulo, contabiliza 741 casos de covid-19 confirmados nas escolas, entre alunos e professores. Desses, 456 casos foram na rede estadual, 14 nas redes municipais e 271, na particular. Outros 1.133 casos suspeitos estão em análise.

Os dados contabilizam os casos notificados entre 2 de janeiro e 13 de fevereiro. Em janeiro, escolas da rede estadual abriram para orientação de estudantes e familiares sobre ensino remoto e entrega de kits, aulas de reforço, além das atividades de planejamento, iniciadas em 26 de janeiro.  

Os dados constam do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19 (Simed), plataforma que reúne informações sobre casos da infecção nas redes de ensino e foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares. Os números confirmam as razões para a preocupação de famílias e trabalhadores contrários à volta às aulas em meio ao pior momento da pandemia no país.

Dos 456 casos na rede estadual, 83 foram de estudantes. Os demais de professores e outros trabalhadores da educação. Nove escolas estaduais foram fechadas na última semana. Na rede privada, foram 130 casos de covid-19 em alunos e 141 em profissionais. Na semana passada, quatro escolas consideradas de elite tiveram parte das aulas suspensas por casos confirmados de covid-19 entre estudantes e professores. Por Rodrigo Gomes. Créditos: Brasil de Fato

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

O triste fim do Minha Casa Minha Vida

No governo Dilma Rousseff o programa Minha Casa Minha Vida entregava 1.257 casa por dia, em média. De 2009, ano de criação do Minha Casa Minha Vida, até o fim de 2018, antes de Bolsonaro chegar à Presidência, o investimento anual destinado ao programa era de R$ 11,3 bilhões, em média. 

No primeiro ano do governo Bolsonaro, o valor caiu para R$ 4,6 bilhões. Em setembro de 2019, foi previsto um corte de 42% no orçamento do ano seguinte, estipulado inicialmente em R$ 2,71 bilhões.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou em janeiro de 2021 uma proeza que parecia impossível no início do seu mandato: acabar com o maior programa habitacional da história do Brasil sem alarde.

Para que ninguém sentisse saudades quando o Minha Casa Minha Vida (MCMV) fosse extinto, o governo rebaixou o orçamento do programa a níveis inéditos. Há sete meses, apresentou um substituto, batizado de Casa Verde e Amarela, sem ouvir as demandas dos movimentos por moradia e sem garantias de que a população de renda mais baixa será beneficiada.

Com os dados consolidados de 2020, a queda foi ainda maior. Conforme planilha obtida pelo Brasil de Fato via Lei de Acesso à Informação (LAI), o gasto final foi de R$ 2,54 bilhões.

O Brasil possui um déficit de 7,797 milhões de moradias, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O estudo se baseia em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diante desse cenário, o fim do MCMV foi criticado por organizações como a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e movimentos populares pelo direito à moradia.O programa Casa Verde e Amarela apresenta como principal novidade a redução de até 0,5% nas taxas de juros. A projeção do governo é atender 1,6 milhão de famílias por meio de financiamento habitacional até 2024.

Graça Xavier alerta que o público-alvo da vez são famílias com renda média mensal de até R$ 7.000,00. A tendência, segundo ela, é que se privilegiem aquelas cujos ganhos estão mais perto do teto.

“Na gestão do governo Dilma, a cada dez pessoas atendidas, sete eram de famílias de baixa renda [até dois salários mínimos]”, ressalta. “Nós lemos e relemos o programa e chegamos à seguinte conclusão: é mais um retrocesso na política de habitação. O público que deveria ser o foco, que são famílias que ganham de zero a dois salários mínimos, não vai ser atendido. Ele foi excluído do Casa Verde e Amarela”, diz Xavier.

O desmonte, segundo a integrante da UNMP, começou após o golpe de 2016, quando o governo federal parou de assinar novos convênios para construção de casas no âmbito do MCMV.

Desde 2009, foram mais de 4 milhões de unidades habitacionais, totalizando um investimento de R$ 105 bilhões, que beneficiou cerca de 16,5 milhões de pessoas.

“No governo Temer (MDB), isso já foi diminuindo, permanecendo apenas os convênios assinados no governo anterior. E, no governo Bolsonaro, foram feitas várias normativas, mas nenhum convênio novo”, enfatiza Xavier. “O Ministério [do Desenvolvimento Regional] não chama mais reunião com os movimentos, o Conselho das Cidades foi destruído. Foi uma devassa mesmo, acabando com tudo que beneficia a população de baixa renda”, conclui.

Em entrevista recente ao Brasil de Fato, Felipe Vono, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em São Paulo, ressaltou a gravidade da intransigência do governo Bolsonaro.

“Quando não se ouve a sociedade e aqueles segmentos que, de fato, representam os sem-teto, que são os que mais estão sendo atingidos pela pandemia e pelos despejos, isso é muito grave, tanto do ponto de vista do atendimento aos direitos sociais quanto do ponto de vista da democracia”, disse, por ocasião do lançamento do novo programa.

Para viabilizar o programa Casa Verde e Amarela, governo planeja remanejar R$ 5,5 bilhões em recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para saúde, saneamento e infraestrutura. 

O orçamento total do Fundo para políticas públicas cairá gradativamente nos próximos anos: de R$ 77,947 bilhões em 2020 para R$ 77,447 bilhões em 2021, com perspectiva de chegar a R$ 76 bilhões em 2024.Por Daniel Giovanaz. Edição: Leandro Melito. Créditos: Brasil de Fato

sábado, 13 de fevereiro de 2021

País teve mais de 6 mil denúncias de trabalho escravo e tráfico de pessoas


Só nos últimos cinco anos (2016-2020), o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu mais de 6 mil denúncias relacionadas a trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores.

De acordo com o vice-coordenador nacional de Combate ao Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), do MPT, Italvar Medina, só no ano passado, mais de 900 trabalhadores foram resgatados de situações de trabalho escravo.

“A grande parte das situações ocorreu no meio rural, sobretudo nas atividades de café, carvoarias e plantio e colheita de cebola. Mas também tivemos resgates urbanos em oficinas de costura e trabalho doméstico”.

Segundo o coordenador, as vítimas do trabalho escravo moderno são pessoas em situação de alta vulnerabilidade social, baixa escolaridade, com poucas oportunidades de emprego e baixa consciência de seus direitos.

“Elas são iludidas por promessas de ótimas condições de trabalho e remuneração, muitas vezes levadas a sair do seu estado de origem e quando chegam ao seu destino, percebem que a situação não é como foi prometida”, diz.

No fim do ano passado, a história de Madalena Gordiniano, que passou quase toda a vida trabalhando em condições semelhantes à escravidão, chocou o Brasil. A mulher, que, aos 8 anos de idade, foi pedir um pedaço de pão e acabou servindo a uma família por 38 anos, nunca recebeu salário nem direitos trabalhistas, vivia reclusa, foi forçada a casar e chegou até a pedir comida e sabonete para vizinhos.

O calvário de Madalena só chegou ao fim em novembro de 2020, quando, após denúncia, ela foi resgatada por auditores fiscais do trabalho em um apartamento na cidade de Patos de Minas (MG). Vivia num cômodo, que não tinha sequer janelas.

O vice-coordenador nacional da Conaete destaca o perfil desses escravos modernos: 70% dos resgatados são pardos ou negros, “o que inclusive é revelador da persistência do racismo estrutural no país, pois a cor de hoje ainda reflete a dos escravos de antigamente”, analisa. A maioria deles são homens e com grau de escolaridade baixo. O estado de Minas Gerais é o que possui mais casos de trabalhos análogos à escravidão. Imagem: MPT. Fonte: Agência Brasil. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

CNBB divulga nota sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, (CNBB), através de sua presidência  divulgou, na terça-feira, 9 de fevereiro, uma nota na qual esclarece pontos referentes à realização da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, cujo tema é: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”,  (Ef 2,14a).

O documento reafirma a Campanha da Fraternidade como uma marca e, ao mesmo tempo, uma riqueza da Igreja no Brasil que deve ser cuidada e melhorada sempre mais por meio do diálogo. Iluminado pela Encíclica Ut Unum Sint, de 1999, do Papa São João Paulo II, o texto aponta também ser necessário cuidar da causa ecumênica.

Sobre o texto-base da CFE deste ano, os bispos afirmam que a publicação seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), conselho responsável pela preparação e coordenação da campanha da fraternidade em seu formato ecumênico. “Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado apenas pela comissão da CNBB”, aponta a Nota.

No documento, a presidência da CNBB reafirma que a Igreja Católica tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela. “A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que ‘gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

A nota informa que os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) seguem rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também a preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. “Os recursos só serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, reforça a nota.

A presidência da CNBB afirma, no parágrafo final, que apesar de nem sempre ser fácil cuidar das dificuldades levantadas pela realização de uma Campanha da Fraternidade e da caminhada ecumênica e de muitos outros aspectos da ação evangelizadora da Igreja, nem por isso se deve desanimar e romper a comunhão, o que segundo os bispos é uma das maiores marcas dos cristãos. “Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos”, exorta a presidência da CNBB. Veja a íntegra do documento. Aqui. Imagem: CNBB. Créditos: VaticanNews

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Autonomia do Banco Central é um desserviço à soberania nacional

A Câmara aprovou na quarta-feira (10) o projeto de lei complementar (PLP 19/19), do Senado, que dá autonomia ao Banco Central e prevê mandatos do presidente e diretores de vigência não coincidente com o do presidente da República. Na avaliação da presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), a aprovação da proposta é um desserviço à soberania nacional. “Não é verdade que existe a necessidade da autonomia do Banco Central, que já tem a sua autonomia operacional.

 Nós precisamos de uma política econômica que desenvolva o nosso País, que gere emprego, desenvolvimento, inclusão, que distribua a riqueza, e não que concentre poder na mão do sistema financeiro, que é o que vai acontecer com o Banco Central”, denunciou.

Gleisi Hoffmann alertou ainda que o texto aprovado, sob protesto do PT e da Oposição, dá autonomia ao Banco Central em relação a governos eleitos, mas não há nada na proposta que trata da autonomia do Banco Central em relação ao mercado. “É um equívoco o que esta Casa está fazendo. O País e o povo brasileiro pagarão caro”, lamentou.

E o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT -CE), reforçou: “Somos contrários a essa autonomia, que não é autonomia coisa nenhuma. A autonomia o Banco Central já tem no seu funcionamento. Na verdade, é a entrega do principal instrumento de política monetária brasileira às forças do mercado, à iniciativa privada, ao sistema financeiro”.

O líder do PT, deputado Enio Verri (PR), afirmou que a autonomia do Banco Central não resolve os problemas do País, como quis fazer parecer o Centrão e a base do governo. “Surpreende-me quando algum parlamentar vem aqui e diz que a autonomia do BC é fundamental, porque o mercado vai ficar mais seguro. Que mercado é esse? Sabem o que é mercado de fato? Mercado de fato é a produção agrícola, é a fábrica e o comércio funcionando, tendo consumo. Esse é o mercado. Mas não, quando se fala em mercado aqui, fala-se pura e exclusivamente de bancos, da especulação financeira, daqueles que nada produzem e ganham muito, é o chamado capital vadio”, acusou.

O líder lembrou também que o Banco Central já tem uma autonomia relativa desde o governo FHC. “Ele tem autonomia e nunca tivemos problemas. O BC cumpriu o seu papel. Mesmo assim, o banco sempre se baseia no boletim da Focus, que é o mercado que monta. Então, hoje, com autonomia relativa, ele já é dependente do mercado financeiro. Imaginem com 100% de autonomia?”, alertou.

“Portanto, nós vamos estar passando uma procuração ao mercado financeiro para controlar toda a política financeira, toda a política monetária do nosso País. Se hoje já somos submetidos à especulação financeira, imaginem com a autonomia do Banco Central! Imaginem!?”, reforçou. Créditos: PortalPT

Brasil tem 21º dia consecutivo com mais de mil mortos por covid-19

Já são 21 dias consecutivos com o país passando da casa de mil óbitos diários pela pandemia, desde que registrou 1.007 mortes pelo novo coronavírus, em 21 de janeiro. Esta quarta-feira é também o segundo dia consecutivo com número de vítimas acima de 1.300. Com isso, a média diária de mortes, calculada em sete dias, sobe para 1.041.

O valor é equivalente ao ocorrido durante o pior momento do surto no país até então, entre junho e setembro. Com o avanço, o país tem 234.850 mortos de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). A continuar nesse ritmo, daqui a cerca de 10 dias serão 250 mil vítimas – em números oficiais. 

Já o número de novos casos teve acréscimo nesta quarta de 59.602, totalizando 9.659.167. Tanto o número de mortes como o de infectados são defasados, em razão da subnotificação e pela pouca aplicação de testes à população do país. 

O Brasil segue como o segundo com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com o Imperial College de Londres, uma das maiores referências mundiais em epidemiologia, a covid-19 no Brasil está descontrolada desde o início do ano. A taxa de transmissão teve recuo nas últimas semanas, entretanto, segue acima do desejado. Hoje, 100 pessoas contaminam, em média, 105, segundo estudos daquela instituição. Logo, a epidemia segue em crescimento. Imagem: AFP. Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Fim do auxílio emergencial leva milhões à pobreza extrema

Com o fim do auxílio emergencial em dezembro, a pobreza extrema no Brasil cresceu logo no início de 2021.  A informação foi divulgada pelo FGV Social a partir de dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua e Covid-19.

De acordo com a projeção realizada pela entidade, são quase 27 milhões de pessoas nesta condição. Ou seja, 12,8% dos brasileiros passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês (R$ 8,20 ao dia). Isso significa que existem mais pessoas na pobreza do que antes da pandemia e do que no começo da década passada, em 2011.

O pagamento do auxílio emergencial ajudou a diminuir a pobreza para 4,5% (9,4 milhões) e beneficiou cerca de 55 milhões de brasileiros. Além da população que vive em extrema pobreza, o Brasil terá que enfrentar grandes desafios ao longo do ano, já que as mortes para a Covid-19 não deixam de crescer e também há o atraso no planejamento da vacinação.

O pagamento do auxílio emergencial custou cerca de R$ 322 bilhões, a maior despesa do Orçamento de Guerra contra a Covid-19. Com essa e outras medidas emergenciais, em 2020 a dívida pública saltou 15 pontos, atingindo 89,3% como proporção do PIB e R$ 5 trilhões. Por: Isabela Alves. Fonte: Folha de S. Paulo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Gasolina, diesel e gás de cozinha vão ficar mais caros esta semana

A Petrobras confirmou um novo aumento no preço cobrado pelos principais combustíveis comercializados pela companhia. Com o reajuste, o litro da gasolina vendido nas refinarias deve ter acréscimo de R$ 0,17. Desta forma, a medida deve sair a R$ 2,25 (caracterizando aumento médio de 8,2%).

As mudanças passam a valer a partir da meia-noite de terça-feira (9). A ação sela o primeiro aumento depois da reunião entre Roberto Castello Branco (presidente da Petrobras) e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

Já o diesel deve ter alta de 6,2%, chegando a R$ 0,13. Com isso, o litro passa a valer R$ 2,24. O gás de cozinha também será reajustado, com aumento de R$ 0,14 (por quilo), indo para R$ 2,77 – reajuste de 5,1%. Em nota, a petrolífera disse que “os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo”.

Em outra parte do texto, afirmou que “Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”. Foto: EBC. Créditos: Portal T5

Quase mil agrotóxicos já foram aprovados pelo governo Bolsonaro

O governo do presidente Jair Bolsonaro bateu o próprio recorde e tornou 2020 o ano com o maior número de aprovações de agrotóxico na história. De acordo com a publicação do Ministério da Agricultura no Diário Oficial da União, foram registrados 88 pesticidas e produtos técnicos aprovados até o final de dezembro de 2020.

Desta forma, o segundo ano de mandato de Bolsonaro terminou com 493 novos agrotóxicos, 19 a mais que em 2019, antigo recordista. Quase um terço dos mais de 3 mil produtos agrotóxicos comercializados no Brasil recebeu registro durante os dois anos de governo Bolsonaro. Após Tereza Cristina, ex-líder da bancada ruralista no Congresso Nacional, assumir o Ministério da Agricultura, 967 pesticidas foram aprovados.

Mesmo a pandemia do novo coronavírus não conseguiu diminuir o ritmo de trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgãos reguladores responsáveis por avaliar os produtos antes que eles sejam liberados no mercado brasileiro.

No total, foram quase 10 produtos agrotóxicos, em média, liberados por semana em 2020. Vale pontuar que 90% das aprovações ocorreram após o início da pandemia. A maior parte dos registros concedidos em 2020 foi de genéricos, agrotóxicos que já estavam liberados no mercado, mas que agora podem ser comercializados por mais empresas.

Cinco princípios ativos nestes produtos são inéditos: dinotefuram, piroxasulfone, tolfenpirade, tiencarbozona e a fenpirazamina. Eles serão utilizados na formulação de 13 novos agrotóxicos. Por: Mariana Lima com informação do Reporte Brasil. Foto: O Globo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Profissionais de saúde pedem impeachment de Bolsonaro por "atitudes criminosas" durante a pandemia

Um grupo de oito profissionais de Saúde protocolou na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro. A base para o documento é a atuação do mandatário durante a pandemia de covid-19.

O pedido diz que Bolsonaro "viola incessantemente a dignidade, honra e decoro da presidência, o mais elevado cargo político da República, para disseminar mentiras, propagar desinformação sanitária e projetar dúvidas sobre a higidez de vacinas, também para o que julga ser seu benefício político pessoal".

O texto tem a assinatura de Gonzalo Vecina, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e de José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde no governo Lula.

"Em meio à maior emergência de saúde pública dos últimos cem anos, o Sr. Jair Messias Bolsonaro, para sua conveniência política pessoal, usou seus poderes legais e sua força política para desacreditar medidas sanitárias de eficácia comprovada e desorientar a população cuja saúde deveria proteger", diz ainda o pedido.

A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que também integra o grupo, afirmou, em entrevista à Sputnik Brasil, que Bolsonaro teve "atitudes criminosas" neste período da crise sanitária.

A pesquisadora citou uma série de ações que considera inaceitáveis para o cargo, dentre elas o incentivo ao uso de medicamentos ineficazes contra a COVID-19, como a cloroquina.

"Eu diria que, frente à maior crise sanitária dos últimos 102 anos, as ações para disseminar desinformação, incitar o descumprimento de medidas sanitárias, como o distanciamento e o uso de máscaras, e disseminar a ilusão de 'tratamentos precoces' podem ser apontadas como muito críticas na atuação dele, de fato atitudes criminosas, em face ao conhecimento científico no momento", disse a epidemiologista.

Este foi o primeiro pedido de impeachment protocolado contra Bolsonaro na gestão de Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente da República, que assumiu o comando da Câmara na última segunda-feira (1º). O antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou o cargo com mais de 60 pedidos na gaveta. Créditos: Brasil 247

Brasil supera 230 mil mortos por covid-19. Vacinação não chegou a 2%

O país soma 230.034 mortos por covid-19 desde o início da pandemia, sendo 1.239 vítimas nas últimas 24 horas, registrados ontem (5). A média móvel de mortes, calculada em sete dias, segue acima de mil desde o dia 21 de janeiro, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

O número de novos casos no período foi de 50.872. Com o avanço, são 9.447.165 infectados no país, sem contar com a ampla subnotificação revelada por dados do Ministério do Saúde e denunciado por cientistas. A média epidemiológica segue acima do registrado no pior período da pandemia até então, entre junho e setembro. Os novos casos diários calculados em sete dias estão em 46.950.

Dos 6,8 milhões de vacinas disponibilizadas no Brasil na primeira leva, considerando a CoronaVac e a Oxfor/AstraZeneca, 3 milhões já foram aplicadas, de acordo com o Ministério da Saúde. Menos de 2%, portanto, da população brasileira, de cerca de 230 milhões de pessoas. Ainda de acordo com a pasta, apenas cinco pessoas a cada 10 mil apresentaram alguma reação à vacina. Entre os efeitos relatados estão: dor de cabeça, febre, dor muscular e náusea, todas de leve intensidade.

Para o restante, a primeira etapa da imunização ocorreu sem qualquer efeito colateral. Também foi registrado um evento adverso grave para cada 100 mil aplicações, mas sem conclusão sobre a relação com os imunizantes. O país ainda mantém tratativas para adquirir mais vacinas. Foto: EBC. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

USP desenvolve teste rápido de covid-19 para testagem em massa

dispositivo foi criado para facilitar a testagem em massa no Brasil. A tecnologia também será capaz de revelar se a pessoa que tomou uma determinada dose de vacina já produziu anticorpos. 

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um teste rápido para Covid-19, com custo aproximado de R$ 30. Os testes convencionais atuais custam cerca de R$ 140.A ideia é facilitar a testagem em massa da população brasileira. Através de uma gota de sangue do paciente, o chamado ‘Teste Popular de Covid-19’ também revela se a pessoa já tomou a vacina e produziu os anticorpos.

O teste foi criado ao longo de quatro meses. Agora, os pesquisadores da USP querem que o teste seja produzido em larga escala para favorecer principalmente as populações mais vulneráveis do país. Denominado Teste Popular de Covid-19, o dispositivo analisa uma gota de sangue retirada do paciente em busca de anticorpos que permitam detectar a doença. A estratégia empregada para baratear sua produção foi otimizar a quantidade de insumos do material e utilizar nanopartículas para a localização dos anticorpos. 

Desenvolvidas no IQSC, essas nanopartículas possuem uma molécula sonda, que fica na cor vermelha quando entra em contato com algum anticorpo. A molécula foi obtida em parceria com a BioLinker, empresa brasileira de biotecnologia.Em breve, ele passará pela regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é de que o produto esteja disponível para comercialização em até dois meses. Imagem: USP. Créditos: Jornal USP

Médico é diagnosticado com covid-19 duas semanas após tomar vacina

O médico paraibano, Fernando Ramalho, está internado no Hospital da Unimed, em João Pessoa, fazendo o uso de respirador, após ter sido diagnosticado com a Covid-19. A informação foi veiculada no programa Arapuan Verdade, na tarde desta quarta-feira (03).

O médico, que faz parte de um dos grupos prioritários,  já estava vacinado contra a Covid-19, e testou positivo para a doença nesta terça. Fernando Ramalho tomou a primeira dose da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan há duas semanas atrás.

Como vem sendo afirmado pelas autoridades médicas e sanitaristas, mesmo após a imunização, é necessário continuar com os cuidados básicos para evitar a contaminação pelo covid-19. O médico Fernando Ramalho é diretor-geral do Hospital Santa Isabel, e atua também como cirurgião-geral no Hospital da Unimed, onde atende a especialidade. Imagem: EBC. Créditos: WSCOM