sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Relatório do governo de transição revela desmonte do estado brasileiro

O relatório final dos grupos de transição foi entregue ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cerimônia simbólica na quinta-feira (22) onde foi exposto o estado na qual o governo de Jair Bolsonaro (PL) entrega o país, depois de quatro anos “de uma tempestade da extrema-direita que passou pelo Brasil”.

Lula declarou que não pretende fazer “pirotecnia, show ou escândalo” com o resultado do relatório, mas sim mostrar para a sociedade como o Brasil se encontra em dezembro de 2022: “uma situação de penúria”, diz o petista. “O governo deixou de fazer as coisas mais simples, pois preferiu contar mentiras do que governar este país”, denuncia Lula.

Para ler o relatório dos GTs na íntegra, acesse o site do Partido dos Trabalhadores.

O vice-presidente eleito Gerando Alckmin (PSB) e coordenador geral do grupo de transição afirmou que o Brasil andou para trás no governo Bolsonaro. Lula citou como exemplo a proposta do orçamento para 2023 que será votado pelo Congresso Nacional. “Se comparado ao PIB, é o mesmo orçamento de 2019. O Brasil parou no tempo”, disse o presidente eleito.

Alckmin falou sobre o atual cenário para a nova gestão e criticou a falta de recursos para algumas áreas. Segundo ele, o governo Bolsonaro proporcionou o “desmonte do Estado” e colocou a saúde e educação em “colapso”, porém comemorou que parte dos recursos da PEC recém-aprovada serão destinados à saúde. 

Veja pontos críticos de algumas áreas após o diagnóstico de transição:

Educação: Aumentou a evasão escolar; valor da merenda escolar congelada em R$ 0,36; colapso nas instituições federais e universidades públicas.

Saúde: 50% % das crianças não foram vacinadas com as doeses de reforço da poliomielite, além da má condução da pasta para gerenciar a vacinação durante a pandemia do coronavírus. “O Brasil representa 2,7% da população mundial e foi responsável por 11% das mortes por Covid. Temos que resgatar nossas campanhas de vacinação que são exemplo para o mundo”, disse Alckmin.

Cultura: Redução de 90% dos recursos para a área.

Segurança Pública: Nos últimos 6 meses cerca de 700 mulheres foram assassinadas por feminicídio e arma de fogo, além do aumento de armas de fogo pela população.

Agricultura: Queda de 95% do estoque de arroz que proporcionou o aumento do preço e aumento da insegurança alimentar da população mais vulnerável.

Infraestrutura: 93% das rodovias federais estão sem contrato de manutenção e preservação. Além de mais de 14 mil obras paradas por ineficiência na gestão.

Defesa Civil e Combate a Prevenção de Desastres Naturais: Corte de 99% da verba para estas áreas.

Habitação: Bolsonaro praticamente zerou o financiamento para a população que ganha menos de R$ 1.800 e tirou a possibilidade da casa própria para famílias de menor renda.

Transparência: Governo Bolsonaro recusou 26% dos pedidos de informação pública e colocou em sigilo de 100 anos informações de interesse público. 

Meio Ambiente: Aumento de 59% do desmatamento na Amazônia entre 2019 e 2022. Apenas nos últimos 30 dias houve um aumento de 1.200% de queimadas por grileiros.

Calote mundial: R$ 5,5 bilhões é o valor que o governo Bolsonaro deixou de pagar em contribuições para organizações internacionais. Por Mauro Utida. Créditos: Mídia Ninja

terça-feira, 1 de novembro de 2022

STF determina desobstruir rodovias

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou ao governo federal a adoção imediata de "todas as medidas necessárias e suficientes" para desobstruir as rodovias ocupadas por bolsonaristas.

Em caso de descumprimento da decisão, o STF determinou multa de R$ 100 mil por hora, afastamento e prisão em flagrante contra o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por crime de desobediência. A multa de mesmo valor também foi estipulada aos donos de caminhões usados nos bloqueios.

Moraes também determinou que sejam intimados "o Ministro da Justiça, o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, todos os Comandantes-gerais das Polícias Militares estaduais; bem como o Procurador-Geral da República e os respectivos Procuradores-Gerais de Justiça de todos os Estados para que tomem as providências que entenderem cabíveis, inclusive a responsabilização das autoridades omissas".

Em sua decisão, o ministro destacou que a Constituição assegura o direito de greve, manifestação ou paralisação, "não podendo ser exercidos", no entanto, "de maneira abusiva e atentatória à proteção dos direitos e liberdades dos demais".

Nas paralisações, está "demonstrado o abuso no exercício do direito de reunião direcionado, ilícita e criminosamente, para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para Presidente e Vice-Presidente da República, cujo resultado foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral".

"O quadro fático revela com nitidez um cenário em que o abuso e desvirtuamento ilícito e criminoso no exercício do direito constitucional de reunião vem acarretando efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante da sociedade, que depende do pleno funcionamento das cadeias de distribuição de produtos e serviços para a manutenção dos aspectos mais essenciais e básicos da vida social", afirma Moraes em sua decisão. 

Mais cedo, nesta terça-feira, o ministro determinou que a Polícia Militar atue junto à PRF para desbloquear as estradas. Até o final da noite desta segunda-feira (31), 321 pontos de bloqueio pelo país foram contabilizados. Até a manhã desta terça-feira (1º), 246 pontos foram desmantelados, segundo a PRF. Créditos: Brasil de Fato

sábado, 22 de outubro de 2022

Governo vai congelar salário mínimo e aposentadorias

Os  trabalhadores e os aposentados e pensionistas que ganham um salário mínimo por mês e já estão sofrendo o aperto provocado pela decisão do governo Bolsonaro de acabar com a Política de Valorização do Salário Mínimo criada pelos governos do PT,  receberam outra péssima notícia.

O atual governo prepara mais um ataque: o congelamento do valor do salário mínimo a partir do ano que vem. Foi isso o que disse Paulo Guedes.

Segundo Guedes, o governo vai apresentar logo após o resultado do segundo turno das eleições, no próximo dia 30, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que os salários, aposentadorias e benefícios, como, por exemplo, o seguro desemprego, sejam congelados, ou seja, não tenham a reposição da inflação, o que derrubará ainda mais o poder de compra de milhões de brasileiros e brasileiras que, hoje, já têm dificuldades até para comprar comida. A revelação é do jornal Folha de São Paulo, que teve acesso ao texto da proposta de Guedes.

Numa época em que o grupo alimentação e bebidas acumula inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro - na maior alta para os nove primeiros meses do ano, desde 1994 - os reajustes dos salários praticamente congelados podem levar à mais fome. Hoje metade da população brasileira, 125 milhões de pessoas não comem as três refeições diárias necessárias para manter uma boa saúde. Outros 33,1 milhões passam literalmente fome.

Para praticamente zerar os reajustes, o governo Bolsonaro quer mudar o índice que calcula a inflação. A ideia de Guedes é passar a usar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para famílias que ganham até 40 salários mínimos, que costuma ser menor do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), este último usado para calcular os reajustes do salário mínimo, aposentadorias, pensões e benefícios, que sempre é maior.

Para se ter uma ideia da dimensão da mudança, o INPC de 2021 teve alta de 10,16%, percentual usado na atualização do salário mínimo para R$ 1.212. Caso apenas a meta de inflação de 2022 fosse aplicada, a elevação seria de 3,5%. Se a opção fosse pela expectativa do início do ano para o IPCA em 2022, o reajuste seria de 5,03%, exemplificou o jornal.

Caso isso aconteça os prejuízos para os trabalhadores e beneficiários da Previdência Social serão enormes, diz Clemente Ganz Lúcio, assessor das Centrais Sindicais e ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Por Rosely Rocha e MarizeMuniz. Créditos: CUT

terça-feira, 11 de outubro de 2022

O futuro é agora

Nossas maiores conquistas como democracia, os direitos humanos, os direitos trabalhistas, direito à saúde, a educação, liberdade de expressão etc... estão correndo sério risco, sofrendo ameaças diariamente. 

Propagação do ódio, armar o cidadão,  debochar das pessoas que morreram por falta de vacinas, discriminar pessoas por classe social, raça, cor, origem, orientação sexual ou religiosa, pessoas sendo ameaçadas só porque pensam diferente, tudo isso sendo feito por autoridades e seus seguidores. 

Vários episódios de racismo na sociedade, no dia a dia dos brasileiros, nos estádios de futebol entre tantos outros que não aparecem, comportamentos fascistas em grande parte da sociedade o que mais terá que acontecer no Brasil?

Nos últimos dias diversas manifestações xenofobicas e preconceituosas contra o povo nordestino, manifestações feitas inclusive por autoridades, assistimos vídeo de professora fazendo gestos nazistas na sala de aula, o que mais pode acontecer nesse país? 

E parece que tudo está normal, não está normal. Está sendo construído o maior abismo social da história, milhões de brasileiros na extrema pobreza e aumento da exagerado da miséria e violência. As instituições sendo ameaçadas todos os dias.

Por isso  nós brasileiros que ainda acreditamos na democracia, na justiça, na ética, na liberdade, nas instituições e que amam o nosso país não podemos nos omitir nesse momento tão delicado, temos que esquecer as diferenças e lutar por democracia. 

Ou vamos a luta por democracia ou o futuro pode ser catastrófico, o momento é agora se deixarmos para depois pode ser tarde demais. O futuro é agora! Por Zito Bezerra. 

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Vote com amor

Nunca na história desse país o voto foi tão importante como nessa eleição, não só porque vamos eleger o presidente da República,  governadores, senadores e deputados federais e estaduais, mais principalmente pelo momento muito delicado que passa o nosso país, a democracia e as instituições são ameaçadas todos os dias, notícias falsas são espalhadas indiscriminadamente destilhando ódio e violência. 

O futuro da nação depende muito das nossas escolhas, por isso é muito importante saber escolher as pessoas que vão governar o nosso país nos próximos 4 anos. 

Vote em quem defende a democracia, vote em quem é contra o fascismo, vote em quem é contra fakes news, vote em quem defende a ciência, o SUS, a vacina, a educação, a cultura, o esporte e a ecologia. Vote em quem defende a paz.

Vote em quem defende o trabalhador e seus direitos, vote em quem combate o preconceito, vote em quem defende a igualdade racial, vote em quem defende os mais vulneráveis. 

Vote pela paz, vote por dignidade, vote por justiça, vote por liberdade, vote pelos seus direitos, vote por democracia. Chega de ódio. Vote com amor. Por Zito Bezerra. Imagem: Pixabay.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

PT teme que donos de empresas de ônibus pró-Bolsonaro reduzam frotas para sabotar eleitor de baixa renda

The Intercept Brasil -Nos últimos dias, surgiram rumores de que donos de empresas de transportes urbanos que apoiam Bolsonaro poderiam reduzir as frotas em circulação nas ruas no próximo domingo para dificultar o acesso aos locais de votação por eleitores de baixa renda, faixa na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem larga vantagem sobre o adversário.

A campanha de Lula fez um levantamento em cada estado sobre o risco de possíveis boicotes ou tumultos que possam impedir o acesso de eleitores às urnas, mas essa não é a única preocupação. O PT está apreensivo com a possibilidade de Bolsonaro questionar o resultado eleitoral, que foi reiterada no dia 18 durante a passagem do presidente pela Inglaterra. Por isso, foi criado um grupo de trabalho comandado pelo ex-secretário nacional de Direitos Humanos Paulo Vannuchi. 

Ele articulou junto a outros grupos e organizações que defendem a democracia uma força-tarefa que inclui a mobilização de dezenas de advogados, lideranças históricas e observadores internacionais para garantir reação rápida em caso de golpes baixos.

“Frente a rumores sobre uma possível dificuldade de funcionamento dos transportes públicos no dia das eleições, 2 de outubro, o que dificultaria as pessoas de irem aos locais de votação, comprometendo o processo democrático, sugerimos que você faça um requerimento de informação ao executivo municipal se antecipando a possíveis problemas”, diz o ofício assinado pelo secretário nacional de assuntos institucionais do PT, Joaquim Soriano. 

Ao Intercept, o dirigente afirmou: “Esperamos atingir toda a coligação [que inclui outros nove partidos] e todos os vereadores e vereadoras que estão [comprometidos com] eleições livres e democráticas”.

Segundo Vannuchi, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Comissão Arns, a Universidade de São Paulo, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, universidades federais da Paraíba e do Espírito Santo (credenciadas junto ao Tribunal Superior Eleitoral para acompanhar o processo), a Conectas e o Pacto pela Cidadania estão em alerta. Além disso, a campanha tem falado com entidades internacionais. Na última segunda-feira, houve uma reunião com observadores da Associação Internacional de Juízes Eleitorais e, na quarta, haverá uma com a Organização dos Estados Americanos, a OEA. Antes, eles estiveram no Congresso dos EUA, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, na sede da União Europeia e no Vaticano.

“A OAB vai fazer uma vigília cívica. Integrantes da Comissão Arns, como José Carlos Dias e José Gregori, vão ficar de plantão para o caso de ocorrer alguma baderna e for preciso telefonar para os governadores. Este papel não compete às campanhas, mas o recado dado pelo Bolsonaro na sacada da embaixada em Londres foi claro. Alguma coisa ele vai tentar e, se não for ele, serão os seguidores dele”, disse Vannuchi, que também integra a Comissão Arns. Por Ricardo Galhardo.  Créditos: The Intercept

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

600 mil indústrias fecharam em 4 meses

E são as estatísticas oficiais que provam que o governo não está falando a verdade, segundo análises de especialistas da área econômica.

Se por um lado, o nível de emprego sobe, por outro lado, a maioria é sem carteira assinada e os salários estão cada vez mais baixos; famílias estão cada vez mais endividadas e as grandes empresas e indústrias capazes de gerar bons empregos, com direitos, estão fechando e as multinacionais estão saindo do Brasil.

Os dados do Ministério da Economia apontam uma onda de redução no número de aberturas de empresas e avanço nos casos de fechamento neste ano. Entre maio e agosto, mais de 600 mil empresas foram fechadas. O volume de empresas fechadas é cerca de 10% maior do que o registrado no quadrimestre anterior e quase 25% superior ao patamar do mesmo período no ano passado.

O movimento já vinha acontecendo desde 2020, ano em que perdemos o maior número de indústrias, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho passado.

A fragilidade da economia do país também pode ser constatada pelo número de empresas abertas por microempreendedores individuais, em 2021.  Do total de 2.016.481 milhões de empresas abertas no país 78,48% foram MEIs.  Ou seja, nos últimos três anos, a economia vem cambaleando e sem perspectiva de ajudar a melhorar a vida dos brasileiros. Por Rosely Rocha e Marize Muniz. Créditos: CUT

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Governo corta 59% da verba do “Farmácia Popular” para garantir orçamento secreto

O governo Bolsonaro cortou em 59% o orçamento em 2023 do programa Farmácia Popular, que atende mais de 21 milhões de brasileiros com medicamentos gratuitos, para garantir mais recursos para o orçamento secreto - esquema revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo de transferência de verbas a parlamentares sem transparência. As despesas para atendimento da população indígena também sofreram uma "tesourada" de 59%.

Na contramão do corte desses programas, as emendas de relator incluídas no orçamento da saúde cresceram 22%. As emendas parlamentares individuais e de bancada impositivas (que o governo é obrigado a executar) aumentaram 13%.

O levantamento foi feito por Bruno Moretti, assessor do Senado e especialista em orçamento da saúde. Os dados completos serão publicados em Nota de Política Econômica do Grupo de Economia do Setor Público da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A parcela gratuita do Farmácia Popular é voltada para medicamentos de asma, hipertensão e diabetes. Em 2022, as despesas com a gratuidade do programa prevista no Orçamento somaram R$ 2,04 bilhões. Já no projeto de Orçamento de 2023, o governo previu R$ 842 milhões: corte de R$ 1,2 bilhão.

Os gastos para a saúde indígena foram cortados em R$ 870 milhões, sendo previstos em R$ 610 milhões em 2023 — ante R$ 1,48 bilhão em 2022.

"Não há dúvida: o que a equipe econômica fez foi reduzir todas essas despesas para incorporar as emendas. Para caber as emendas RP-9 (de relator), estão tirando medicamentos da Farmácia Popular", diz Moretti. "(Com o programa) O parlamentar não consegue chegar lá na ponta e dizer que o remédio que o paciente pegou de graça é fruto da emenda dele." As informações são do jornal O Estado de S.  Paulo. Por Adriana Fernandes e Anna Carolina Papp.  Créditos: UOL.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Mensagem da CNBB reforça a preocupação com a manipulação religiosa e a disseminação de fake news

Por ocasião da realização 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde o último domingo, 28 de agosto, divulgaram na manhã desta sexta-feira, 2 de setembro, “a mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual”.

Os bispos reforçaram ainda a preocupação com a manipulação religiosa e a disseminação de fake News que têm o poder de desestruturar a harmonia entre pessoas, povos e culturas, colocando em risco a democracia. “A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com o Evangelho e com a verdade”, afirmaram.

Os 292 bispos católicos do Brasil reunidos na 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) desde o último domingo, 28 de agosto, divulgaram na manhã desta sexta-feira, 2 de setembro, “a mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual”.

Reunidos, em colegialidade e comunhão, os bispos católicos se dirigem na mensagem aos homens e mulheres de boa vontade. “Nossas alegrias e esperanças, tristezas e angústias (cf. Gaudium et Spes, 1) são as mesmas de cada brasileira e brasileiro. Com esta mensagem, queremos falar ao coração de todos”, escreveram.

Na mensagem, os bispos afirmam que “nossa fé comporta exigências éticas que se traduzem em compaixão e solidariedade concretas. O compromisso com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu término natural, bem como, da família, da ecologia integral e do estado democrático de direito está  intrinsicamente vinculado à nossa missão apostólica. “Todas as vezes que esses compromissos têm sido abalados, não nos furtamos em levantar nossa voz”, afirmaram. 

País envolto em crise complexa e sistêmica:

Os pastores reconhecem o tempo difícil pelo qual o povo brasileiro e o país atravessam. “Nosso País está envolto numa complexa e sistêmica crise, que escancara a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira. Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade. Entre outros aspectos destes tempos estão o desemprego e a falta de acesso à educação de qualidade para todos”, pontuaram.

A fome, para os bispos do Brasil, é certamente o mais cruel e criminoso deles, “pois a alimentação é um direito inalienável’ (cf. Papa Francisco, Fratelli Tutti, 189). A mensagem reforça os dados do relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2022), que aponta que a quantidade de brasileiras e brasileiros que enfrentam algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões.

Além destes problemas, no documento os bispos fazem uma contundente defesa da democracia brasileira: “Como se não bastassem todos os desafios estruturais e conjunturais a serem enfrentados, urge reafirmar o óbvio: Nossa jovem democracia precisa ser protegida, por meio de amplo pacto nacional. Isso não significa somente ‘um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos […] se não há um consenso sobre tais valores, se perde o significado da democracia e se compromete a sua estabilidade’” – (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 407).

O documento afirma que as tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas, buscam colocar em xeque a lisura desse processo, bem como, a conquista irrevogável do voto.  “Pelo seu exercício responsável e consciente, a população tem a capacidade de refazer caminhos, corrigir equívocos e reafirmar valores. Reiteramos nosso apoio incondicional às instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos resultados das eleições”.

Na mensagem, os bispos conclamam, mais uma vez, toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições, escolhendo candidatos e candidatas, para o executivo (presidente e governadores) e o legislativo (senadores e deputados federais, estaduais e distritais), que representem projetos comprometidos com o bem comum, a justiça social, a defesa integral da vida, da família e da Casa Comum. Leia a íntegra da Mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual. Foto: Divulgação CNBB. Créditos: CNBB

Que o atentado contra à vice-presidente da Argentina sirva de alerta no Brasil!


O discurso de ódio que vem sendo disseminado no mundo pela extrema direita está trazendo muitos problemas para as democracias do mundo e na América Latina não é diferente. 

Vários episódios de violência e de violações as leis e atentados à pessoas e instituições vem acontecendo com frequência. No Brasil principalmente a incidência é maior com vários confrontros, ameaças e até assassinatos de pessoas por motivação política. 

O atentado sofrido pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner tendo como autor um brasileiro simpatizante de Bolsonaro serve como alerta para o Brasil.

No Brasil o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro dissemina o ódio, incentiva seus seguidores eliminar adversários. Prega desrespeito às instituições e liberação de armas. 

Com a proximidade das eleições e a eminência de derrota nas urnas "segundo as pesquisas" o bolsonarismo está cada vez mais raivoso trazendo preocupações num momento crucial para democracia brasileira.

Que o atentado sofrido pela vice-presidente da Argentina sirva de alerta para o Brasil. 
Por Zito Bezerra. Foto: AFP. 

segunda-feira, 11 de julho de 2022

O fascismo mata

Dois ataques a eventos do ex presidente Lula, várias ameaças e muita violência sendo espalhada nas redes sociais, e no último final de semana um apoiador do presidente Jair Bolsonaro invade uma festa de aniversário e assassina a tiros o aniversariante militante petista.

 Sem falar na morte da vereadora Marielle e seu motorista, e de líderes indígenas e camponeses, mortes que não foram esclarecidas ainda. 

Toda essa violência tem origem, matérias nos principais meios de comunicação que despejavam ódio ao Partido dos Trabalhadores com acusações gravíssimas, mesmo sem provar nada.

Além disso a campanha do então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro foi totalmente em cima do ódio, como por exemplo fuzilar petista, apologia ao nazismo, armar a população, instalar uma ditadura etc.. o símbolo de campanha de Bolsonaro é uma arma.

Diante disso tudo alguma providência deve ser tomada, estamos às vésperas de eleição e eventos dessa natureza vão acontecer com certeza, o avanço da  extrema direita, ascensão do fascismo, traz medo e insegurança ao nosso país. O fascismo mata. 

O país precisa se mobilizar para defender as instituições, a paz e a democracia, não podemos aceitar esta violência do bolsonarismo, chega de ódio! Paz para o Brasil. Zito Bezerra. Imagem: EPQ.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Brasil está de volta ao mapa da fome

O Brasil está de volta ao mapa da fome de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado na quarta-feira, (6). 
Sob o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a quantidade de brasileiros que enfrentaram algum tipo de insegurança alimentar ultrapassou a marca de 60 milhões.

De acordo com o levantamento das Nações Unidas, o número de pessoas que lidaram com algum tipo de insegurança alimentar no Brasil foi de 61,3 milhões. Isso quer dizer que praticamente três em cada dez habitantes do país, tem dificuldades em acessar alimentos básicos. Desse total, 15,4 milhões enfrentaram uma insegurança alimentar grave.

O documento analisa dados entre o período de 2019 a 2021. Os últimos números revelam uma piora alarmante da fome no Brasil durante o governo Bolsonaro. Para critério de comparação, entre 2014 e 2016, a insegurança alimentar atingiu 37,5 milhões de pessoas – 3,9 milhões estavam na condição grave.

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, as definições para a insegurança alimentar são:

Insegurança moderada; as pessoas não tinham certeza sobre a capacidade de conseguir comida e, em algum momento, tiveram de reduzir a qualidade e quantidade de alimentos. Insegurança grave; as pessoas que ficaram sem comida e passaram fome e chegaram a ficar sem comida por um dia ou mais. Créditos: Catraca Livre

terça-feira, 28 de junho de 2022

Dívida Pública sobe 2,01% em maio e fica em R$ 5,7 trilhões

A  Dívida Pública brasileira alcançou a marca R$ 5,7 trilhões. O baixo volume de vencimentos e a alta dos juros fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) subir em maio. Segundo números divulgados nesta terça-feira (28) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 5,59 trilhões em abril para R$ 5,702 trilhões no mês passado, alta de 2,01%.

Os números de maio foram divulgados dentro do prazo, mas as estatísticas de abril foram apresentadas com um mês de atraso por causa da greve dos analistas do Tesouro Nacional. No mês retrasado, a DPF tinha crescido 0,45%, por causa da apropriação de juros.

Apesar do resultado de maio, a DPF permanece abaixo dos R$ 5,73 trilhões registrados em fevereiro. O Tesouro prevê que a DPF subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 2,17%, passando de R$ 5,36 trilhões em abril para R$ 5,476 trilhões em maio. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 65,4 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados (com juros fixos) e em papéis corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia).

Além da emissão líquida, houve a apropriação de R$ 50,81 bilhões em juros. Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) subindo desde agosto do ano passado, a apropriação de juros aumenta.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 86,06 bilhões em títulos da DPMFi. No entanto, os resgates somaram R$ 20,67 bilhões, quase a totalidade em títulos corrigidos pela inflação, que costumam vencer no segundo mês de cada trimestre.

A queda do dólar em maio também contribuiu para diminuir o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 1,71%, passando de R$ 230,19 bilhões em abril para R$ 226,27 bilhões em maio. O principal fator foi a queda de 3,87% do dólar no mês passado.

Depois de dois meses seguidos de queda, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) subiu em maio. Essa reserva passou de R$ 1,037 trilhão em abril para R$ 1,108 trilhão no mês passado. Atualmente, o colchão cobre quase um ano de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,310 trilhão em títulos federais.
O baixo volume de vencimentos mudou pouco a composição da DPF. A proporção dos papéis corrigidos pelos juros básicos subiu de 36,66% para 36,80%. O PAF prevê que o indicador feche 2022 entre 38% e 42%. Esse tipo de papel voltou a atrair o interesse dos compradores por causa das recentes altas da Selic.

A fatia de títulos prefixados (com rendimento definido no momento da emissão), que vinha caindo bastante nos últimos meses, recuperou-se e subiu de 26,96% para 27,21%. O PAF prevê que a parcela da Dívida Pública Federal corrigida por esse indicador terminará o ano entre 24% e 28%.

O Tesouro tem lançado menos papéis prefixados, por causa da turbulência no mercado financeiro nos últimos meses. Esses títulos têm demanda maior em momento de estabilidade econômica. A fatia de títulos corrigidos pela inflação na DPF caiu, passando de 32,03% para 31,8%. O PAF prevê que os títulos vinculados à inflação encerrarão o ano entre 27% e 31%. Créditos: ClickPB

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Fome atinge 36% das famílias no Brasil

36% o percentual de brasileiros que vivem sob constante situação de insegurança alimentar e ameaça de fome. A taxa no Brasil alcançou recorde da série histórica, iniciada em 2006. Além disso, também superou a média global (35%). Os resultados são de uma pesquisa do Centro de Políticas Sociais do FGV Social, que analisou dados coletados pelo instituto Gallup em 160 países.

No ano passado, entre os 20% dos mais pobres, três em cada quatro brasileiros (75%) disseram que faltou dinheiro para comprar comida nos últimos 12 meses. Em todo o mundo, nesse mesmo estrato social, o percentual de entrevistados que afirmou não ter renda para comprar alimentos para ou para a família foi de 48%. Em 2019, a taxa de insegurança alimentar nas classes de baixa renda era da 53%.

“Entre os 20% mais pobres no Brasil, o nível (de insegurança alimentar) é próximo dos países com maiores taxas, como Zimbábue [80%]”, afirmou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele se disse impressionado com “o aumento abissal da desigualdade de insegurança alimentar” no país.

Entre as mulheres, a taxa de insegurança alimentar no Brasil está na casa dos 47%, enquanto a média global ficou em 37%. E é de 45% para brasileiros e brasileiras com idades entre 30 e 49 anos. Nesse sentido, as taxas elevadas entre esses grupos têm “efeitos de longo prazo” por causa do risco de desnutrição nas crianças. Com informações da Folha de S Paulo. Créditos: Rede Brasil Atual

domingo, 15 de maio de 2022

Anvisa para de testar agrotóxicos nos alimentos

Desde 2020, os brasileiros não sabem quanto de resíduos de agrotóxicos há em maçãs, laranjas, tomates, pimentões e outros alimentos que são vendidos em feiras e supermercados pelo país. Isso porque o principal programa de monitoramento do Governo Federal não divulgou o resultado de coletas feitas desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL). A última publicação foi em 2019, a partir de amostras coletadas em 2017 e 2018.

Criado em 2001, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) teve sete relatórios publicados. “Na medida em que o próprio governo avalia e autoriza agrotóxicos, que são substâncias que comportam perigo à saúde humana, o monitoramento se torna obrigatório. [O programa] é o que permite saber o que está acontecendo depois que libera determinado agrotóxico, o que está sendo contaminado e em qual proporção”, afirma Luiz Cláudio Meirelles, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz que também foi um dos fundadores do PARA quando era gerente de toxicologia na Anvisa. 

Em agosto de 2020, a Anvisa informou que as coletas seriam suspensas temporariamente devido à pandemia de Covid-19. Não foram divulgados os resultados das coletas feitas no ciclo do segundo semestre de 2018 e 2019, e desde 2020 não houve novas coletas para avaliar as frutas e verduras consumidas pela população. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão respondeu que o relatório com os dados de 2018 e 2019 está previsto para ser divulgado no segundo semestre deste ano. Em relação às novas coletas, a assessoria respondeu que “estão dando andamento às atividades preparatórias para execução das coletas e análises de amostras a partir do segundo semestre de 2022”.

O resultado da última edição foi avaliado pela Agência Pública e Repórter Brasil e constatou que laranja, pimentão e goiaba foram os principais alimentos com agrotóxicos acima do limite. A cada dez pimentões, oito tinham agrotóxicos proibidos ou acima do permitido, já 42% das amostras de goiabas, 39% das cenouras e 35% dos tomates testados estavam em desconformidade. Foram 14 frutas e legumes analisados na última edição do Programa e as amostras foram recolhidas entre agosto de 2017 e junho de 2018 – ou seja, antes do início do governo de Jair Bolsonaro, que lidera o recorde histórico de liberação de agrotóxicos.

Nos últimos anos, o Brasil teve uma média anual de aprovação de 500 novos produtos, como mostra relatório da organização Amigos da Terra, de autoria das pesquisadoras Larissa Mies Bombardi e  Audrey Changoe. “Ao mesmo tempo em que o governo pede que a Anvisa acelere o registro de novos agrotóxicos, não mantém programas como o Para”, avalia Fran Paula, integrante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e engenheira agrônoma. Segundo ela, a função da Agência de garantir a saúde da população brasileira estaria sendo deturpada para atuar a serviço de indústrias químicas. “O Programa é um exemplo desse ataque e tentativa de mudar o foco de atuação da própria Agência”, afirma.

A atuação da Anvisa em relação aos agrotóxicos está na mira do PL 6.299, apelidado “Pacote do Veneno”. O projeto que tramita no Senado prevê concentrar no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a responsabilidade pela aprovação de novos produtos, retirando o poder da Anvisa e do Ibama. 

Atualmente, para que um novo agrotóxico possa ser registrado no país, precisa ser aprovado pelos três órgãos. Luiz Cláudio Meirelles analisa que a aprovação do PL 6.299 significaria o fim do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos  da Anvisa. “Se tirar a competência da Saúde [para registro de agrotóxicos], dificilmente a Agência vai ficar priorizando o Programa”, diz. Meirelles avalia que houve piora na área que trata de questões vinculadas aos agrotóxicos. Por Júlia Rohden⁩ - Repórter Brasil/Agência Pública. Créditos: Repórter Brasil

domingo, 1 de maio de 2022

CNBB faz duras críticas a ruptura institucional e crise ética e social no Brasil

A 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou a tradicional Mensagem ao Povo Brasileiro. O texto apresenta “uma mensagem de fé, esperança e corajoso compromisso com a vida e o Brasil”. Os bispos lembraram da solidariedade para a superação da pandemia, agradeceram às famílias e agentes educativos pelo cuidado no campo da educação e dedicaram reflexões sobre a realidade do país, cujo quadro atual “é gravíssimo”. Para os bispos, “o Brasil não vai bem!”.

Diante da complexa e sistêmica crise ética, econômica, social e política, a CNBB espera que os governantes “promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988”.

A mensagem também aborda o processo eleitoral deste ano, envolto “de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança”. Também chama atenção para as ameaças ao pleito, além de reforçar um apelo pela democracia brasileira.

Veja trechos da mensagem:

O quadro atual é gravíssimo. O Brasil não vai bem! A fome e a insegurança alimentar são um escândalo para o País, segundo maior exportador de alimentos no mundo, já castigado pela alta taxa de desemprego e informalidade. Assistimos estarrecidos, mas não inertes, os criminosos descuidos com a Terra, nossa casa comum. Num sistema voraz de “exploração e degradação” notam-se a dilapidação dos ecossistemas, o desrespeito com os direitos dos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, a perseguição e criminalização de líderes socioambientais, a precarização das ações de combate aos crimes contra o meio ambiente e projetos parlamentares desastrosos contra a casa comum.

Tudo isso desemboca numa violência latente, explícita e crescente em nossa sociedade. A crueldade das guerras, que assistimos pelos meios de comunicação, pode nos deixar anestesiados e desapercebidos do clima de tensão e violência em que vivemos no campo e nas cidades. A liberação e o avanço da mineração em terras indígenas e em outros territórios, a flexibilização da posse e do porte de armas, a legalização do jogo de azar, o feminicídio e a repulsa aos pobres, não contribuem para a civilização do amor e ferem a fraternidade universal.

Diante deste cenário esperamos que os governantes promovam grandes e urgentes mudanças, em harmonia com os poderes da República, atendo-se aos princípios e aos valores da Constituição de 1988, já tão desfigurada por meio de Projetos de Emendas Constitucionais. Não se permita a perda de direitos dos trabalhadores e dos pobres, grande maioria da população brasileira. A lógica do confronto que ameaça o estado democrático de direito e suas instituições, transforma adversários em inimigos, desmonta conquistas e direitos consolidados, fomenta o ódio nas redes sociais, deteriora o tecido social e desvia o foco dos desafios fundamentais a serem enfrentados.

Nesse contexto, iremos este ano às urnas. O cenário é de incertezas e radicalismos, mas, potencialmente carregado de esperança. Nossas escolhas para o Executivo e o Legislativo determinarão o projeto de nação que desejamos. Urge o exercício da cidadania, com consciente participação política, capaz de promover a “boa política”, como nos diz o Papa Francisco. Necessitamos de uma política salutar, que não se submeta à economia, mas seja capaz de reformar as instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos, como as conquistas da Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar 135 de 2010, que afasta do pleito eleitoral candidatos condenados em decisões colegiadas, e da Lei 9.840 de 1999, que criminaliza a compra de votos. Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral.

Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto. Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições.

Duas ameaças merecem atenção especial. A primeira é a manipulação religiosa, protagonizada tanto por alguns políticos como por alguns religiosos, que coloca em prática um projeto de poder sem afinidade com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. A autonomia e independência do poder civil em relação ao religioso são valores adquiridos e reconhecidos pela Igreja e fazem parte do patrimônio da civilização ocidental. A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e o respeito aos resultados nas eleições. A democracia brasileira, ainda em construção, não pode ser colocada em risco.

Conclamamos toda a sociedade brasileira a participar das eleições e a votar com consciência e responsabilidade, escolhendo projetos representados por candidatos e candidatas comprometidos com a defesa integral da vida, defendendo-a em todas as suas etapas, desde a concepção até a morte natural. Que também não negligenciem os direitos humanos e sociais, e nossa casa comum onde a vida se desenvolve. Todos os cristãos somos chamados a preocuparmo-nos com a construção de um mundo melhor, por meio do diálogo e da cultura do encontro, na luta pela justiça e pela paz. Leia a mensagem na íntegra aqui

Créditos: CNBB 

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Covid-19: não é hora de baixar a guarda, alerta OMS

O comitê de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu manter a classificação da covid-19 como pandemia. Por unanimidade, a entidade declarou que a doença continua a ser uma “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional”. “Não é o momento de baixar a guarda” disse o presidente do comitê, Didier Houssin, em entrevista coletiva na quarta-feira (13) em Genebra, na Suíça.

De acordo com boletim da OMS, o número de casos de covid segue caindo pela terceira semana consecutiva. Entre 4 a 10 de abril, a queda foi de 24%, na comparação com a semana anterior. As mortes tiveram queda de 18% no mesmo período.

Houssin disse, no entanto, que a circulação da doença ainda está “muito ativa”, e a mortalidade segue “elevada”. Além disso, ele destacou que o vírus evolui “de maneira imprevisível“. “Não é o momento de relaxar a respeito deste vírus, nem de descuidar da vigilância, dos testes e dos relatórios. Nem de relaxamento nas medidas sociais e de saúde pública, nem de renúncia na vacinação”, ressaltou.

Nesse contexto, a OMS manteve a meta de vacinar 70% das populações de todos os países do mundo até julho deste ano. Na semana passada, a organização alertou que um terço da população mundial ainda não se vacinou. Destes, 83% são africanos.

Por outro lado, a entidade se manifestou contra a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação em viagens internacionais. A comunicação, no entanto, deve ser prioridade dos países, como forma de alertar a população sobre os riscos da doença, bem como combater a desinformação e notícias falsas. Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Inflação no Brasil é a maior em 28 anos

Nos últimos 12 meses, a inflação acumula alta de 11,30%. A inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 1,62% em março deste ano, anunciou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice em fevereiro foi de 1,01%. 

Esse é o maior resultado para o mês de março desde 1994, antes da implantação do Real. A inflação acumulada do ano é de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, informa o IBGE. 

Os dados são superiores às estimativas do mercado, que esperava alta de 1,30% no período e de 10,98% no acumulado em 12 meses. Créditos: Brasil 247

segunda-feira, 21 de março de 2022

Democracia brasileira recuou 10 anos

Um levantamento elaborado pelo  V-Dem Institute, da Suécia, um dos principais centros de pesquisa em todo o mundo sobre o estado da democracia, destaca que o Brasil vive um processo de "autocratização" e é “um dos cinco países onde a democracia sofre os maiores abalos no mundo na última década”. Segundo o estudo, a crise na democracia brasileira só não foi maior graças à atuação da Justiça, freando o presidente Jair Bolsonaro”, diz o jornalista Jamil Chade no UOL. 

De acordo com o instituto, “o Brasil não é uma democracia liberal, já que vive desafios para garantir que todos os critérios de um estado de direito consolidado sejam atendidos” e aparece “apenas como uma ‘democracia eleitoral’”. “Na modesta 59ª posição, o Brasil perde para países como Gana, Bulgária, Senegal, Armênia, Romênia, Cabo Verde, África do Sul ou São Tomé e Príncipe”, destaca Chade no texto. 

O índice da democracia é liderado pela por Suécia, Dinamarca, Noruega, Costa Rica, Nova Zelândia, Estônia, Suíça, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Bélgica e Portugal. Ainda segundo ele, o levantamento aponta que “o Brasil está entre os países que mais sofreram um processo de erosão da democracia na última década, ao lado de Hungria, Índia, Polônia, Sérvia e Turquia. Na América Latina, o Brasil faz parte de um grupo que conta com El Salvador, Nicarágua e Venezuela”.

“A deterioração da democracia no país só não foi maior por conta da resistência do Supremo Tribunal Federal, diante da pressão de Bolsonaro para deslegitimar o sistema eleitoral”, ressalta a reportagem. “Outra característica do Brasil é a ‘polarização tóxica’ no sistema partidário e no debate político” que “ começou a aumentar em 2013 e atingiu níveis tóxicos com a vitória eleitoral do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro em 2018”, diz o estudo. Créditos: Brasil 247

quarta-feira, 16 de março de 2022

China confina quase 30 milhões de pessoas por surto recorde de covid-19

(AFP) Quase 30 milhões de pessoas foram confinadas na China na terça-feira (15), depois que o país registrou o maior surto de covid-19 em dois anos: as autoridades determinaram testes em uma escala que não era observada desde o início da pandemia.

O país registrou 5.280 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o maior número desde a primeira onda da pandemia no início de 2020, de acordo com dados da Comissão Nacional da Saúde (CNS).

Ao menos 13 cidades enfrentam um confinamento total e várias adotaram fechamentos parciais.

Com as restrições draconianas, o país conseguiu conter as infecções após a primeira onda da doença no fim de 2019 na cidade de de Wuhan, mas enfrentou recentemente vários focos vinculados à variante ômicron.

Na terça-feira foi o sexto dia consecutivo em que o balanço de casos diários supera mil contágios.

Os números são pequenos em comparação com outros países, mas dentro da estratégia chinesa de "covid zero" até o menor foco é enfrentado com medidas severas.

A província de Jilin (nordeste do país) foi a mais afetada, com mais 3.000 casos nesta terça-feira, de acordo com a CNS. A capital provincial Changchum, com nove milhões de habitantes, assim como outras cidades, estão em confinamento total.

O governador de Jilin prometeu fazer o possível para "alcançara a covid zero comunitária em uma semana", informou a imprensa estatal.

A metrópole tecnológica de Shenzhen (sul), com 17 milhões de habitantes e próxima de Hong Kong, também está confinada.

As medidas provocaram o fechamento de várias fábricas na cidade, entre elas a gigante taiwanesa Foxconn, principal fornecedora da Apple.

A Bolsa de Hong Kong registrou queda de 6,20% nesta terça-feira, enquanto Xangai fechou em baixa de 4,95%.

Dezenas de voos domésticos a partir dos aeroportos de Pequim e Xangai foram cancelados.

"O recente surto de covid e as novas restrições, em particular o confinamento em Shenzhen, pesarão sobre o consumo e causarão interrupções no abastecimento a curto prazo", afirmou Tommy Wu, da Oxford Economics, em um comunicado.

Ele acrescentou que, com isso, será um "desafio" para a China atingir a meta oficial de crescimento econômico de 5,5% para este ano. Foto: AFP. Créditos: Swissinfo

sábado, 12 de março de 2022

Inflação no país é a maior desde 2015

A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,01% em fevereiro de 2022 na comparação com janeiro, sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na sexta-feira (11). O índice ficou 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%) e, no ano, acumula alta de 1,56%.  Na comparação anual, a alta foi de 10,54%.

A estimativa de analistas consultados pela Refinitiv era de que o IPCA tivesse subido 0,95% em fevereiro sobre janeiro e 10,50% contra um ano antes.

Em fevereiro, os principais impactos vieram da Educação (5,61%) e da Alimentação e Bebidas (1,28%).

“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Portanto esse foi o item que teve o maior impacto no mês, com peso de 0,31 ponto percentual. O outro grupo que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro”, ressalta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. Créditos: InfoMoney


sábado, 5 de março de 2022

Rússia declara regime de cessar-fogo na Ucrânia

Rússia declarou o regime de cessar-fogo para que os civis possam sair de Mariupol e de Volnovakha, informou o Ministério da Defesa da Rússia.
Neste sábado, 5 de março, às 10h00 hora de Moscou (4h00 no horário de Brasília), o lado russo declara o regime de cessar-fogo e abre corredores humanitários para saída de civis de Mariupol e Volnovakha", informou a entidade de Defesa russa.

Acrescenta-se ainda que os corredores humanitários e as rotas de saída de civis foram acordados com o lado ucraniano.
As autoridades de Mariupol querem usar o regime de cessar-fogo para restaurar a infraestrutura crítica da cidade, bem como fornecer medicamentos e suprimentos e de primeira necessidade.

"Situação quanto ao estabelecimento de um corredor humanitário às 8h30 (hora local) (3h30 horário de Brasília). Exatamente neste momento está sendo determinada a hora de abertura de um corredor 'verde' humanitário e o início de regime cessar-fogo em Mariupol. 

Isto permitirá a restauração da infraestrutura crítica da cidade, luz, água, rede de comunicação. Será também possível fornecer a Mariupol medicamentos e produtos de primeira necessidade. 

Ontem, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que na maior parte do território da Ucrânia está se desenvolvendo uma situação humanitária desastrosa com tendências para agravamento. A situação mais complicada ocorre nas cidades de Kiev, Kharkov, Sumy, Chernigov e Mariupol. Foto: Ivan Rodionov  Créditos: Sputnik Brasil

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Guerra piora cenário econômico no Brasil

BBC-Com possibilidade de guerra entre Rússia e Ucrânia, as notícias não são boas para a economia no Brasil. 

O barril de petróleo foi negociado acima dos US$ 100 pela primeira vez desde 2014 ontem (24/2), após o início da invasão russa à Ucrânia, com bombardeios registrados em diversas cidades do país.

Ao mesmo tempo, os valores dos contratos de trigo e milho negociados na bolsa de Chicago chegaram a subir mais de 5% antes da abertura do mercado e atingiram o limite de alta após o início das negociações, que por conta disso foram temporariamente interrompidas.

Com a alta do milho e preocupações também com relação ao mercado de óleo de girassol - do qual a Ucrânia é o maior produtor do mundo - a soja também estava em alta no pregão desta quinta.

Até o dólar, que havia fechado a quarta-feira cotado a R$ 5, no menor valor desde junho de 2021, inverteu a tendência, e já é negociado acima dos R$ 5,10.

O combo formado por petróleo, grãos e dólar em alta, resultado da escalada da crise ucraniana, torna ainda mais complicado o cenário para a inflação no Brasil em 2022.

Segundo analistas, o movimento pode resultar em alta dos combustíveis, dos custos industriais e de alimentos básicos como pão e carnes, já que os grãos como milho e soja são utilizados na ração animal.

A magnitude dos reajustes, no entanto, vai depender da duração e da gravidade da crise no leste da Europa, já que os agentes do mercado devem se manter em espera durante esse primeiro momento de forte volatilidade, para aguardar os desdobramentos da guerra.

O choque internacional acontece num momento em que as coisas já não iam bem para a inflação brasileira.

Na quarta-feira, o IPCA-15, prévia da inflação de fevereiro, surpreendeu com uma alta de 0,99%, acima das expectativas dos analistas (0,87%) e maior resultado para o mês desde 2016, com alta de preços maiores do que o esperado em serviços e bens duráveis, como automóveis, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis.

Com as novas incertezas, as expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medida oficial de inflação do país, devem continuar em alta.

Na segunda-feira, os analistas previam avanço de 5,56% para o IPCA em 2022, após seis semanas de revisões para cima da mediana das projeções no boletim Focus do Banco Central, que semanalmente consulta os economistas quanto às suas estimativas para a economia.

Com os cenários internacional e inflacionário mais turvos, o Banco Central tem um desafio a mais para definir os rumos da política monetária brasileira. Por Thais Carrança. Créditos: BBC Brasil

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Privatização da Embrapa é denunciada por sindicato

Com quase 50 anos de história, a  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapra) vem sendo atacada desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta eleita, Dilma Rouseff (PT), e esses ataques estão sendo cada vez mais intensos no governo de Jair  Bolsonaro, com o objetivo de sucatear as empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento do país e colocar à disposição de corporações privadas.

Somente neste ano a Embrapa já sofreu um corte de mais de R$ 519 milhões de seu orçamento, e no início de setembro teve novo corte de mais de R$ 118 milhões. Para o ano que vem, o sindicato afirma que a redução proposta pelo governo federal é ainda mais severa.

Estes recorrentes cortes orçamentários vêm colocando em risco projetos, processos e atividades desenvolvidas pela empresa. A precariedade de recursos já atinge instalações e equipamentos e a dificuldade para manter de forma adequada campos experimentais, rebanhos e recursos genéticos, entre outros, já é uma realidade.

E se nada for feito, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF), as atividades de pesquisa serão paralisadas, os preços dos alimentos poderão ficar mais caros e ainda a segurança e a soberania alimentar estarão comprometidas.

 “A Embrapa tem papel fundamental no desenvolvimento e na soberania alimentar do nosso país. A ideia das conferências é mobilizar a sociedade e conscientizar a população sobre a importância de defender a ciência e tecnologia para um Brasil menos desigual, democrático e inclusivo. Defender a Embrapa pública é defender o Brasil e os brasileiros”, afirmou o pesquisador da Embrapa, engenheiro agrônomo com pós-doutorado em Agroecologia e Diretor de Ciência e Tecnologia do SINPAF, Mário Artemio Urchei. Imagem: f&f. Créditos CUT

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Comitê da Bacia do São Francisco acusa governo de manobra que privatiza a água

O Comitê Bacia do São Francisco (Organização que defende a preservação biodiversidade da Bacia Hidrográfica do do Rio São Francisco), divulgou uma nota (abaixo assinado), na qual acusa o governo Bolsonaro de mudar lei para criar mercado privado de água. Veja o que diz nota:

Está em curso uma manobra do governo Bolsonaro de criar o mercado privado de água no Brasil, inclusive alterando a Lei 9.433 de 1997. Essas alterações se aprovadas privatizam e criam o mercado privado de águas, no qual os que não possuem outorga perdem o direito ao acesso à água.

Buscando alertar e mobilizar diferentes setores de nossa sociedade sensíveis ao tema da água como um direito de existência humana, um direito da natureza e evitando a formação de oligopólios e cartéis que se apropriam da água, e defendendo que ela deve servir à todos e ao desenvolvimento dos mais pobres, é que estamos repassando este abaixo assinado.

Ele é de iniciativa do Comitê da Bacia do São Francisco, ele pode e deve ser reproduzido em outros comitês, mas aqueles e aquelas organizações que quiserem se somar à esta iniciativa serão muito bem vindos. Abraços. 
Osvaldo Aly Junior – Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA). Foto: Ministério da Integração. Link da nota: https://docs.google.com/forms/u/0/d/e/1FAIpQLSdMec8nm-CKuJFKpItSRbVW74agAGBLqVbP4bq24Dz-crRS6A/formResponse

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Presença da Rússia na América Latina preocupa EUA

O subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental dos EUA, Brian Nichols, disse estar preocupado por a "Rússia e outros países" tentarem criar um conflito na região, referindo-se à cooperação militar entre Moscou e Caracas.

"Minha preocupação é que a Rússia e outros países tentem introduzir um conflito em nosso hemisfério", afirmou Nichols em uma entrevista publicada no jornal El Tiempo.

Ao ser questionado sobre os relatos das autoridades colombianas (citadas pelo jornal), segundo as quais a Venezuela moveu tropas para junto da fronteira com a ajuda da Rússia e Irã, o funcionário da Casa Branca assegurou que "a presença, seja com tecnologia estrangeira ou atores estrangeiros, na fronteira com a Colômbia, é muito preocupante".

Além disso, referiu-se às declarações do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, que não descartou uma possível implantação de infraestrutura militar na Venezuela e Cuba.

"Não respondemos a cada fanfarronice da Rússia, mas levamos a sério os esforços para provocar um conflito neste hemisfério e desestabilizar a região ou interferir nas sanções internacionais contra a Venezuela. Isso é problemático", adicionou.

Na semana passada, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos da Casa Branca, Victoria Nuland, durante uma visita a Bogotá, declarou que o país enfrenta "ameaças de atores externos contra suas redes públicas e privadas", especialmente, "no contexto das eleições que se aproximam", e mencionou como exemplo a "interferência eleitoral russa em 2016". Foto: Maxim. Créditos: Sputnik Brasil

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Lula afirma que vai mudar política de preços da Petrobras


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (3), que caso vença as eleições deste ano, pretende acabar com a atual política de preço dos combustíveis praticada pela Petrobras, vinculados ao mercado externo e ao dólar. 

A prática, adotada por Michel Temer após o golpe de 2016, levou ao aumento recorde nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha no governo de Jair Bolsonaro. Apenas em 2021, a gasolina subiu quase 50%.

“Nós não vamos manter o preço da gasolina dolarizado”, postou Lula em suas redes sociais. O ex-presidente afirmou não ser justo com o país, e que o governo tem mecanismos para não impactar os mais pobres pela alta dos combustíveis.

Em vez disso, o que o atual governo faz é privilegiar a distribuição dos lucros da estatal entre uma pequena parcela da população. “É importante que o acionista receba seus dividendos quando a Petrobras der lucro, mas eu não posso enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa da gasolina.”

Lula lidera todas as pesquisas de intenções de votos para o pleito de outubro. Bolsonaro segue em segundo lugar, com seu governo envolto em inflação, denúncias de diferentes crimes e crise econômica, além da gestão desastrosa durante a pandemia de covid-19, que levou o Brasil a ser o país com mais mortos em 2021 e o segundo desde o início da pandemia, em março de 2020. Imagem: EBC. Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Brasil registra 606 mortes e quase 220 mil casos de Covid, em 24 horas


Nesta quarta-feira (26), o país 606 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 624.507 óbitos desde o início da pandemia. 
Com isso, a média móvel de mortes mortes nos últimos 7 dias é de 369, a maior desde 20 de outubro de 2021

Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +194%, indicando tendência de alta nos óbitos decorrentes da doença. O país também registrou 219.878 novos casos conhecidos de Covid-19 em 24 horas, chegando ao total de 24.553.950 diagnósticos confirmados desde o início da pandemia.

Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 161.870, a maior marca registrada até aqui e marcando o nono recorde seguido. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +169%, indicando tendência de alta nos casos da doença. 

A média móvel de vítimas atinge agora um patamar já bem acima do que estava às vésperas do ataque hacker que gerou problemas nos registros em todo o Brasil, ocorrido na madrugada entre 9 e 10 de dezembro. Na época, essa média indicava 183 mortos pela doença a cada dia.

Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. Imagem: Arquivo EBC. Créditos: G1

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

População de rua em São Paulo cresce 31% na pandemia

Quase que dobrou o número de pessoas que foram parar nas ruas de São Paulo durante a pandemia de Covid-19. De acordo com a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), em 2021 havia 31.884 pessoas em situação de rua na capital, sendo que cerca de 8.927 afirmaram viver com ao menos um familiar. Em 2019, eram 4.868. As informações são da Folha de S. Paulo.

A população de rua na cidade aumentou 31% em relação ao censo de 2019, feito na pré-pandemia. Em relação a 2015, quando havia 15.905, o número dobrou.

Aumentou também a quantidade de pessoas que preferem permanecer nas ruas do que nos abrigos. Em 2019, 52% preferia as calçadas. Em 2021 o percentual é de 60%. Créditos: Brasil 247

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Casos de COVID-19 disparam e Brasil está perto de bater recorde

O Brasil registrou, nesta segunda-feira (17), 76.345 novos casos de COVID-19 nas últimas 24 horas e chegou a uma média móvel de 75.253 diagnósticos nos últimos sete dias.
Com isso, o país está próximo de superar sua pior marca neste quesito em toda a pandemia. O recorde até o momento é de 77.295 diagnósticos diários, em 23 de junho de 2021, conforme noticiou o G1.

O número desta segunda-feira (17) é o maior desde 24 de junho do ano passado, quando a média móvel foi de 77.050, a segunda maior registrada.

Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de mais 662%, indicando tendência de alta da quantidade de casos detectados da doença. Agora o Brasil totaliza 23.083.297 de diagnósticos confirmados desde o início da pandemia.

O país também registrou 162 mortes pela COVID-19 nas últimas 24 horas. Ao todo, foram 621.261 óbitos causados pelo coronavírus.

A média móvel de mortes dos últimos sete dias subiu para 160. Com relação à média de 14 dias atrás, a alta foi de mais 66%, indicando tendência crescente de óbitos decorrentes da doença.

Os números foram divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, com base nos dados das secretarias estaduais de Saúde do país. O estado do Acre foi o único a não divulgar novos dados de casos e mortes por COVID-19 nesta segunda-feira (17) e não entrou no levantamento. Créditos: Sputnik Brasil

sábado, 8 de janeiro de 2022

Variante ômicron é mortal, diz OMS

BBC-A Organização Mundial da (OMS) alertou que a variante ômicron não deve ser descrita como branda, já que ela está matando pessoas em todo o mundo. 

Estudos recentes sugerem que a ômicron tem menos probabilidade de deixar as pessoas gravemente doentes do que as variantes anteriores de covid. Mas o número recorde de pessoas infectadas vem deixando os sistemas de saúde sobrecarregados, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Nesta semana, os EUA registraram mais de um milhão de casos de covid em 24 horas.

A OMS disse que o número de casos globais aumentou em 71% na última semana - e, nas Américas, subiu 100%. A entidade afirma que, entre os casos graves em todo o mundo, 90% são em pessoas que não foram vacinadas.

"Embora a ômicron pareça ser menos grave em comparação com a delta, especialmente entre os vacinados, isso não significa que ela deva ser classificada como branda", disse Tedros em entrevista coletiva na quinta-feira (6/1).

"Assim como as variantes anteriores, a ômicron está hospitalizando e matando pessoas. Na verdade, o tsunami de casos é tão grande e rápido que está sobrecarregando os sistemas de saúde em todo o mundo."

A ômicron é altamente contagiosa e pode infectar pessoas, mesmo as que estão totalmente vacinadas. No entanto, as vacinas são essenciais, pois ajudam a proteger contra casos graves que podem levar a hospitalização ou até morte.

O número de casos segue alto, sobretudo na Europa. Na quinta-feira (6/1), o Reino Unido relatou 179.756 novos casos e 231 mortes relacionadas à covid. Vários hospitais declararam ter chegado a pontos críticos devido à ausência de funcionários e pressões crescentes.

Na França, o ministro da Saúde, Olivier Veran, alertou esta semana que janeiro seria difícil para os hospitais. Ele acrescentou que os pacientes com ômicron ocupavam leitos "convencionais" em hospitais, enquanto a delta colocava pressão nos departamentos de UTI. A França relatou na quinta-feira 261 mil novos casos.

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse que o sistema de saúde do país está atualmente sob grande pressão. O país registrou mais de 9 mil casos na quinta-feira, segundo a imprensa local.

Em seus comentários mais recentes, o diretor da OMS repetiu seus apelos por uma melhor distribuição de vacinas para ajudar os países mais pobres a vacinarem suas populações.

Ele disse que, com base no quadro atual, 109 países não cumprirão a meta da OMS de que 70% do mundo esteja totalmente vacinado até julho.

No ano passado, o chefe da OMS havia dito que o mundo teria doses suficientes da vacina em 2022 para vacinar toda a população adulta global, se os países ocidentais não acumulassem vacinas para usar em seus programas de reforço. Imagem: Shutterstock. Créditos: BBC Brasil.