quarta-feira, 26 de abril de 2017

População deve ser ouvida em suas manifestações, diz CNBB

Santuário Nacional, onde acontece a Assembleia Geral
 Para o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo Steiner, governo e Congresso têm sido pouco sensíveis quanto às manifestações da sociedade sobre as "reformas". Ele reafirmou posicionamento do Conselho Permanente, que em nota convocou "cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente em nossas comunidades", a se mobilizar em relação à "reforma" da Previdência. "Nesse sentido, consideramos fundamental que se escute a população em suas manifestações coletivas", afirmou, em referência à greve geral programada para a próxima sexta-feira (28).
Os bispos se reunirão a partir de hoje (26) em assembleia geral em Aparecida, no interior paulista. Em entrevista publicada no site da instituição, dom Leonardo lembra que a assembleia é a instância máxima da CNBB e pode aprovar um novo posicionamento.
"Certamente o conteúdo das manifestações se dará no sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, de modo muito particular dos mais pobres. O movimento sinaliza que a sociedade quer o diálogo, quer participar, quer dar sua contribuição. Reformas de tamanha importância não podem ser conduzidas sem esse amplo debate", afirmou o secretário-geral da Conferência sobre a greve.
"O Congresso Nacional e o Poder Executivo, infelizmente, têm se mostrado pouco sensíveis ao que a sociedade tem manifestado em relação às reformas. Os brasileiros e brasileiras desejam o bem do Brasil e para construir uma nação justa e fraterna querem participar das discussões e encaminhamentos", acrescentou dom Leonardo, ressaltando o "momento particular", de "crise ética", vivido pelo país.
"Há situações de enorme complexidade nos quais estão envolvidos personagens do cenário político, sem falar da crise econômica que atinge a todos. Como encaminhar mudanças sem o respaldo da sociedade?", argumentou o secretário-geral da CNBB. "Propostas de reformas que tocam na Constituição Federal, no sistema previdenciário, na CLT merecem estudo, pesquisa e aprofundamento. Sem diálogo não é possível criar um clima favorável que vise o bem do povo brasileiro."
Diversos bispos estão declarando seu posicionamento contrário às "reformas" do governo Temer. Dom Gilberto Pestana, da Diocese do Crato, no Ceará, divulgou vídeo nas redes sociais convidando a população a participar, em Juazeiro do Norte, da “Caminhada pela Vida – Contra a Reforma da Previdência e Trabalhista”, na sexta-feira (28), dia da greve geral.
O arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, gravou um vídeo para convocar os fiéis a irem nos atos de 28 de abril. “Dignidade para todos: para os pobres e para os excluídos. Convidamos você para participar desse dia 28 para sair nas ruas e gritar pela dignidade de todo o povo brasileiro", disse o religioso.
Créditos: Rede Brasil Atual

Projeto de 'reforma' trabalhista passa na comissão e vai a plenário

A comissão especial da Câmara que discute a "reforma" trabalhista aprovou na tarde de ontem (25), por 27 votos a 10, o substitutivo ao Projeto de Lei 6.787, elaborado pelo relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). Ainda seriam votados 25 destaques, mas o colegiado remeteu a discussão para o plenário, sob novos protestos da oposição. O projeto deverá ser votado no plenário da Casa entre amanhã e quinta-feira. A oposição questionou o texto e afirmou que a proposta agora aprovada privilegia os interesses do capital, prejudica trabalhadores e fragiliza a representação sindical.
O deputado Wadih Damous (PT-RJ), por exemplo, afirmou que o substitutivo apresenta um conceito inédito: o do "princípio protetivo do empregador". Para Carlos Zarattini (PT-SP), o país irá assistir a uma "degradação do emprego". Era uma resposta ao argumento governista de que a reforma vai facilitar a criação de postos de trabalho. "Esse projeto atende a setores empresariais e agride os direitos dos trabalhadores", criticou Chico Alencar (Psol-RJ). Já o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou que a reforma criará um "clima de confiança" entre trabalhadores e empregados.
Para o líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), a discussão ainda precisa continuar. "Precisamos compreender que o Brasil é um país profundamente desigual. Existe ainda trabalho análogo ao escravo e existe o ABC, em São Paulo, com relações modernas. Há dois anos apenas conseguimos aprovar a lei laboral das trabalhadoras domésticas." Mesmo com a crítica, ele disse que o partido votaria a favor na comissão, mas "sem juízo de mérito no plenário".
Orientaram a aprovação do substitutivo as lideranças de PMDB, PSDB, PP, PR, PSD, DEM, PRB, PTB, PTN, PSC, PPS, PV, Pros e PSL. Pelo não, PT, PDT, PCdoB, Psol e PEN. Apesar de o partido ter "fechado questão" contra as reformas trabalhista e da Previdência, o PSB liberou a bancada na votação.
"Quem tem uma visão moderna de capitalismo deveria defender condições de trabalho mais adequadas", contestou Henrique Fontana (PT-RS). "Se a CLT fosse a causa do desemprego, nós não teríamos chegado ao menor nível de desemprego no Brasil em fins de 2014, com a CLT em plena vigência. O que gera emprego é política econômica correta."
"Quem está dizendo que essa reforma vai beneficiar o trabalhador está mentindo. É um ataque aos direitos trabalhistas", acrescentou Alessandro Molon (Rede-RJ). "Esse substitutivo tem lado."
Helder Salomão (PT-ES) disse que participou de todas as audiências públicas sobre o tema, mas afirmou que muitos deputados governistas só apareceram para votar o substitutivo e encerrar o debate. Ele também contestou o argumento governista sobre uma suposta relação entre "modernização" e criação de vagas. "Em nenhum país que teve flexibilização das leis trabalhistas houve aumento de emprego. É uma falácia."
O relator informou que, de 447 emendas recebidas até ontem, rejeitou 412, acatou 17 e aceitou parcialmente 18. Ele concordou em retirar do item sobre trabalho intermitente categorias que têm legislação específica. Outro tema polêmico refere-se ao trabalho de gestantes ou lactantes em ambientes insalubres, hoje proibido – Marinho quer liberar a atividade mediante a apresentação de um atestado médico. Foto: J. Batista.
Créditos: Rede Brasil Atual

Cientistas criam útero artificial

O mundo está um passo mais perto de trazer à realidade o conceito do útero artificial, capaz de gestar um ser vivo em um espaço que não esteja dentro de um organismo vivo. O avanço foi observado com o anúncio de um experimento bem sucedido, descrito na revista Nature Communications, que contou com a gestação de oito cordeiros que passaram quatro semanas se desenvolvendo dentro de uma bolsa plástica, fora do útero de suas mães.

Ao longo do período, seus cérebros e pulmões se desenvolveram, os olhos abriram e eles começaram a se mexer. Os cordeiros receberam sua primeira pelagem, abriram seus olhos e aprenderam a engolir no período em que passaram na Biobag, como a chama a equipe de cientistas responsável pelo estudo. Ao final do processo, os testes mostraram que os filhotes se desenvolveram normalmente, em comparação com uma gestação convencional. A maioria dos cordeiros passaram por eutanásia para terem seus órgãos examinados, mas um deles, que já estava desenvolvido o bastante para respirar sozinho, continua vivo e já tem um ano de idade sem apresentar problemas.
O pensamento de um útero artificial externo não ligado ao corpo da mãe certamente leva a imaginação para cenários de ficção científica similares ao visto em "Matrix". No entanto, Alan Flake, autor do estudo e cirurgião fetal no Hospital Infantil da Filadélfia, não acredita totalmente nessa possibilidade que elimine a mulher da gestação de um feto; a técnica está sendo desenvolvida como uma forma de dar a bebês prematuros um ambiente mais propício para que eles tenham uma formação mais natural e saudável.
“É totalmente ficção científica imaginar que você pode pegar um embrião, superar o processo inicial de desenvolvimento e colocá-lo na nossa máquina sem que a mãe seja um elemento crítico”, afirma Flake. Ou seja: até seria possível desenvolver um feto nesse ambiente, mas ele precisaria estar em um estágio avançado, e a máquina só pode ser responsável pela conclusão do processo.
No experimento com filhotes de ovelha, os fetos foram retirados dos úteros das mães por meio de cesárea e cada um foi colocado dentro da sua Biobag. Os cordeiros eram mantidos em uma solução com propriedades similares às do fluido amniótico na placenta da mãe, e seu cordão umbilical era ligado a uma máquina externa que fazia o sangue fluir pelo coração para expelir gás carbônico e receber oxigênio, enquanto equipamentos eletrônicos faziam a medição de seus sinais vitais.
O salto para desenvolver fetos humanos em uma bolsa plástica é mais difícil, no entanto. Humanos não são ovelhas, e, principalmente, têm cérebros que se desenvolvem em ritmos bastante diferentes. Então, vai demorar um pouco para aplicar a técnica para tentar salvar bebês prematuros, mas Flake diz que espera que os primeiros testes com humanos possam acontecer dentro de três anos.(The VergeGizmodo).
Créditos: Olhar Digital

terça-feira, 25 de abril de 2017

Número de trabalhadores rurais assassinados em 2016 é o maior dos últimos 13 anos

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 A chacina de nove trabalhadores rurais ocorrida no último dia 20, na área rural de Colniza (a 1.065 quilômetros da capital, Cuiabá), no Mato Grosso, aconteceu apenas um dia depois da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ter divulgado o relatório "Conflitos no Campo - Brasil 2016".
Segundo o estudo, 61 pessoas foram mortas em conflitos no campo no ano de 2016, o que equivale a uma média de cinco assassinatos por mês – número inferior, nos últimos 25 anos, apenas a 2003, quando foram registrados 73 assassinatos. Das 61 vítimas, 13 eram indígenas, quatro quilombolas, seis mulheres e 17 jovens de 15 a 29 anos. Essa é a 32ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro.
Os trabalhadores rurais assassinados em Colniza, todos homens e adultos, foram mortos por disparos de armas de fogo e golpes de facas dados por indivíduos encapuzados, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso.
“Diante dos últimos acontecimentos no Brasil percebemos que os mecanismos de justiça, de garantia dos direitos e segurança, em quase todas as chacinas, massacres e assassinatos nos conflitos agrários, não são levados a tempo. O que sobra são as injustiças e o sangue dos trabalhadores que jorram a mando ou pelas próprias mãos dos latifundiários e dos barões do agronegócio”, declarou, em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O MST definiu a chacina como uma “tragédia anunciada” e ressaltou que a região onde se localiza a cidade é uma das mais violentas do Mato Grosso. “Colniza hoje chora a morte e o desaparecimento dessas pessoas abandonadas pelo Estado, como há dois anos choraram a morte de Josias Paulino de Castro e Irani da Silva Castro – dirigentes camponeses do município, assassinados dois dias após denunciar ameaças para o ouvidor nacional do Incra. Mato Grosso chora por saber que há outras mortes anunciadas e que nada esta sendo encaminhado no sentido de impedir essas novas tragédias. 
O Brasil chora pela repetição desses ocorridos, que marcam o mês de abril. Tragédias como Eldorado dos Carajás que dia 17 completou 21 anos de impunidade, e que deixa a sensação de que trabalhadores podem ser assassinados que nada acontecerá aos mandantes. Assim como tantas outras mortes, não divulgadas”, afirmou o movimento.
A ex-presidenta Dilma Rousseff  também se manifestou na manhã desta segunda-feira (24) sobre a chacina dos trabalhadores rurais cobrando ações que garantam a justiça no campo. “Frente à bárbara chacina na Gleba Taquaruçu do Norte, no Mato Grosso, expresso minha solidariedade às famílias das nove vítimas, trabalhadores rurais. São necessárias ações concretas de governo para realizar a justiça no campo, uma prioridade que defendemos e implementamos em nosso governo. A sociedade brasileira exige a punição dos responsáveis, diretos e mandantes”, escreveu em sua conta do Facebook. Foto: Amazônia Org.
Créditos: Rede Brasil Atual

Lucro dos bancos deve voltar a subir no trimestre

Depois de quatro trimestres consecutivos de queda, o resultado dos grandes bancos brasileiros deve começar a reagir. O lucro combinado de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander atingirá R$ 14,9 bilhões nos primeiros três meses deste ano, alta de 21% em relação ao mesmo período de 2016, de acordo com a projeção média de analistas.

A recuperação tem relação com a melhora, ainda que tímida, dos indicadores da economia, mas também com a base de comparação. Os três primeiros meses do ano passado foram o "fundo do poço" para os bancos, que precisaram digerir perdas bilionárias com o calote da fornecedora de sondas do pré-sal Sete Brasil.
A expectativa é que os resultados também sinalizem o fim do ciclo de alta da inadimplência, que não para de crescer desde 2015. "Por outro lado, não esperamos uma recuperação na carteira de crédito, em razão tanto da demanda fraca como do apetite de risco limitado dos bancos", escrevem os analistas do Goldman Sachs, em relatório.
Apesar das condições ainda desfavoráveis, os balanços já devem mostrar alguns sinais positivos. O HSBC prevê um ligeiro crescimento dos empréstimos de 2% para o Santander ante o trimestre anterior, impulsionado pela retomada do consumo e do financiamento das pequenas e médias empresas, e de 1% para Bradesco e Itaú, neste último sendo liderado pela expansão em segmento de baixo risco, como a carteira imobiliária e de consignado. O único que ainda deve não mostrar uma expansão da carteira de crédito é o Banco do Brasil.
A temporada de divulgação de resultados começa amanhã, com o Santander Brasil. O banco foi o único entre os grandes a ter aumento no lucro no ano passado. Mesmo assim ainda apresenta um retorno bem inferior aos principais concorrentes privados.
Para o Credit Suisse, a expectativa é que essa diferença diminua. "Acreditamos que o mercado está subestimando o impacto positivo da estratégia do banco sob a nova gestão, que ficará claro já em 2017", afirmam os analistas, que elevaram recentemente a recomendação das ações do Santander para "outperform" - equivalente à compra.
O Deutsche Bank vê uma melhora da margem financeira e da qualidade dos ativos do banco espanhol no país, com as baixas para perdas já tendo sido provisionadas. "O crescimento dos empréstimos deve permanecer moderado, mas pode aumentar ligeiramente e crescer acima dos pares", apontam os analistas do banco em relatório.
A maior recuperação nos resultados do primeiro trimestre deve vir do Banco do Brasil. O lucro da instituição deve dobrar em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para R$ 2,6 bilhões, de acordo com a média das estimativas. Apesar da melhora, em termos anualizados o lucro do BB continuará abaixo da expectativa para 2017 como um todo, segundo os analistas do Itaú BBA.
O BB deve continuar sendo beneficiado pelo crescimento do resultado de intermediação financeira acima do setor. Os analistas do Santander esperam um crescimento de 5% dessa variável no período. O banco vem implementando um processo de recomposição dos juros nos empréstimos concedidos dentro do programa Bom Pra Todos, durante o governo Dilma Rousseff, que tinham taxas inferiores às de mercado. Com isso, o banco deve liderar a melhora da taxa de retorno sobre o capital, que deve passar de 8,1% para 11,8%, ainda abaixo da taxa apresentada pelos grandes bancos.
O Itaú é o que está à frente em termos de melhora da qualidade da carteira de crédito segundo os analistas. Os analistas do Santander preveem uma redução de 0,1 ponto percentual no índice de inadimplência do maior banco privado brasileiro no trimestre, de 3,4% para 3,3%. "Acreditamos que o banco deve continuar a apresentar melhora na qualidade dos ativos, especialmente nos segmentos de pessoas físicas e pequenas e médias empresas", apontam em relatório.
Como o mercado avaliou que o banco foi bastante conservador na provisão para perdas no ano passado, apresentando um índice de cobertura de 222% em dezembro, os analistas do Santander esperam uma queda de 24% na despesa com provisão do Itaú neste trimestre em relação ao quarto trimestre do ano passado.
Já o Bradesco ainda deve registrar alguma alta na inadimplência, segundo os analistas. "Acreditamos que uma pequena alta no índice pode ser uma boa notícia para o banco", afirma o Itaú BBA. Pelas projeções do Deustche Bank, o índice de atrasos na carteira do Bradesco deve ter uma alta de 5,5% para 5,6% entre dezembro de 2016 e março deste ano. "A qualidade dos ativos deve ficar amplamente sob controle, embora a inadimplência possa aumentar em empréstimos corporativos específicos que já foram provisionados", apontam os analistas.
Um dos destaques do balanço do Bradesco deve ser as receitas de prestação de serviços, que devem apresentar uma alta de 15,1% em relação aos três primeiros meses do ano passado, nas contas do Goldman Sachs. Desde o terceiro trimestre, os números do banco incorporam os do HSBC Brasil.
Outro ponto que deve ser acompanhado de perto nos resultados dos bancos é a carteira de crédito de grandes empresas. As instituições registraram perdas bilionárias no ano passado com a baixa ("impairment") de créditos concedidos na forma de títulos de dívida, como debêntures.
Apesar de não esperarem um aumento significativo do impairment por parte dos bancos nesse primeiro trimestre, os analistas do Santander ainda veem o anúncio da recuperação judicial de uma grande empresa - provavelmente a operadora de telefonia Oi - impactar negativamente o índice de inadimplência do Banco do Brasil. "Contudo, não temos expectativas de um efeito significativo sobre as despesas de provisão e, com isso, cremos que o mercado pode ter uma reação neutra, uma vez que esse item permaneceu no balanço do banco desde o segundo trimestre de 2016."
O aumento da provisão para perdas com o anúncio do pedido de recuperação judicial da incorporadora PDG Realty, em fevereiro, deve começar a aparecer no balanço dos bancos neste primeiro trimestre. Embora já viessem fazendo provisão para perdas nesse caso específico, os bancos devem aumentar as despesas para cobrir eventuais perdas em créditos concedidos à incorporadora. A empresa tinha R$ 7,8 bilhões em dívida, sendo pelo menos R$ 3,339 bilhões em créditos bancários, parte deles na forma de debêntures e outros títulos.
O impacto da queda da Selic sobre os bancos também será um foco de atenção nos balanços. Mas os números ainda não devem mostrar os efeitos dos juros menores, já que não houve tempo para que os empréstimos concedidos com as taxas mais altas fossem renovados. "Não esperamos muita pressão nas margens fora das típicas questões sazonais", afirmam os analistas do Goldman Sachs. Fonte: Valor Econômico.
Créditos: WSCOM

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Papa compara centros de refugiados a campos de concentração

O papa Francisco descreveu,  alguns centros de refugiados da Europa como “campos de concentração”, ao prestar homenagem a uma cristã desconhecida assassinada por sua fé, diante do marido, que é muçulmano.
“Esses campos de refugiados… Muitos deles são campos de concentração, (…) abandonados aos povos generosos que os acolhem, que têm de passar esse peso para frente porque os acordos internacionais parecem ser mais importantes do que os Direitos Humanos”, afirmou Francisco, em uma cerimônia em memória dos mártires modernos do Cristianismo.

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Saindo do roteiro que tinha preparado e se mostrando emocionado enquanto falava, o pontífice argentino disse querer que a vítima fosse lembrada com outros mártires na basílica de São Bartolomeu, em Roma.
Francisco contou que conheceu o marido da falecida e seus três filhos em uma visita a um acampamento de refugiados na ilha grega de Lesbos no ano passado.
“Não sei se esse homem ainda está em Lesbos, ou se conseguiu ir para outra parte. Não se se foi capaz de fugir desse campo de concentração”, lamentou o papa.
“Ele me disse: ‘Padre, eu sou muçulmano, mas minha esposa era cristã. Os terroristas vieram para o nosso país (…) viram o crucifixo e nos pediram que o jogássemos no chão’”, relatou Francisco.
“Minha mulher não fez isso, e eles a degolaram na minha frente. Nós nos amávamos muito”, completou o papa, citando o homem.
Francisco não revelou sua nacionalidade, mas a maioria dos migrantes de Lesbos na época de sua visita havia fugido do conflito sírio. Francisco voltou para Roma junto com três famílias desse país, para começarem uma nova vida na capital italiana.
Neste sábado, o papa se reuniu com outros refugiados que haviam chegado à Europa legalmente com a ajuda da Comunidade de Santo Egídio.
O sumo pontífice lembrou ser necessário que a generosidade para com os imigrantes demonstrada pela população de Lesbos e das ilhas italianas da Sicília e Lampedusa se propague pela Europa. (AFP).
Créditos: Aleteia

Fim das Farmácias Populares preocupa famílias de baixa renda

A partir de maio, o Ministério da Saúde fechará as portas das 393 farmácias próprias em todo Brasil. A decisão do governo de Michel Temer, anunciada no início de abril, tem preocupado às famílias que dependem desses medicamentos fornecidos de forma gratuita ou com até 90% de desconto.

No bairro carioca de Quintino, na zona norte do Rio, a operadora de caixa, Jaqueline Vieira se uniu aos vizinhos para realizar um abaixo-assinado e tentar impedir o fim desse benefício, implementado pelo governo Lula em 2004. “Pedimos a todas as pessoas para assinar e contribuir com essa campanha, mesmo aquelas que não dependem de remédio, porque a gente nunca sabe o dia de amanhã”, afirma Jaqueline. Ela diz ainda que acompanha de perto o drama de quem depende do programa para sobreviver. 

“Aqui no nosso bairro tem muitas pessoas carentes que não têm condições de comprar remédios caros. Minha vizinha tem uma criança que é deficiente física e depende dos medicamentos que ela retira na Farmácia Popular do governo. E já tem alguns medicamentos que estão em falta em muitos lugares”, explica.

O programa Farmácia Popular funciona de duas formas. Uma delas é quando o governo financia remédios da rede privada de farmácias. O paciente vai com a receita em qualquer farmácia que participa do convênio com o governo federal e recebe um desconto na hora da compra. Nesse caso são 25 remédios na lista do programa.

A outra forma é retirando o medicamento em farmácia própria do programa, que é um estabelecimento público gerenciado diretamente pelo Ministério da Saúde. A diferença é que nessas Farmácias Populares do governo lista soma112 medicamentos. Atualmente, o programa atende cerca de 10 milhões de brasileiro todos os meses, segundo dados do governo federal.

Desse modo, com fim da rede própria do programa Farmácia Popular os pacientes deixarão de receber mais de 100 tipos de remédios. Quem mais sofrerá com o desabastecimento serão as famílias pobres do interior dos estados. “Nas grandes cidades existem mais recursos, onde os governos estaduais e municipais também fornecem alguns dos medicamentos. Mas, no interior é diferente, às vezes a Farmácia Popular é a única opção para conseguir alguns remédios caros de uso contínuo”, explica o médico de família Stephan Sperling, da Rede de Médicos e Médicas Populares. Por Fania Rodrigues / Edição: Juliana Gonçalves.
Créditos: Brasil de Fato