sábado, 4 de agosto de 2012

Fazer do mensalão processo político é grande erro judiciário


A grande imprensa está se deliciando com o espetáculo. A política partidária promete converter espectadores em membros de torcida organizada.


Até o ex-presidente Fernando Henrique deu o seu pitaco jurídico e disse que o STF deve ouvir a “opinião pública”, enquanto a corregedora Eliana Calmon, para não perder o hábito, advertiu os ministros que eles também seriam ‘julgados’ por sua decisão.


Tudo está pronto na Corte, dizem os jornais. Mas há um grande perigo nessa empolgação:

transformar o processo criminal em julgamento político é um enorme erro judiciário.


O julgamento político tem seus próprios campos: das comissões de inquérito às de ética, das demissões de ministros às cassações de mandatos.


No julgamento criminal, no entanto, não há espaço algum para se decidir “do jeito que a opinião pública espera”. Seja lá qual for a opinião que se diz pública.

Qualquer juiz que se atreva a julgar um réu, preocupado com o que outros podem estar pensando dele, abre mão do seu dever constitucional.


Todos os juízes se deparam, mais hora, menos hora, com um processo de réus conhecidos ou de crimes famosos. São processos trabalhosos, em geral difíceis e cansativos. Às vezes, até ingratos.


Mas são processos criminais que devem ser julgados como todos os demais: analisando os documentos e as perícias, ouvindo as testemunhas e os réus, confrontando alegações e estudando as doutrinas. Sobretudo, com base na lei e nos princípios da Constituição.


Jamais pensando: se eu decidir desta forma, o que é que vão achar de mim?


A independência judicial é um atributo do estado de direito. Não se restringe a impedir a pressão de outros poderes sobre o magistrado –juiz que atende “opinião pública” em processo criminal pode até decidir. Mas não julga.


Por isso, costuma-se dizer que a jurisdição penal é contramajoritária –não navega nas pesquisas ou preferências de eleitores. Não joga para a plateia, enfim.


Quem pensa o contrário não desconhece apenas a jurisdição. Desconhece também a democracia.


Condenar ou absolver alguém para atender a outros interesses ou vontades, por maiores que sejam, é simplesmente trair a jurisdição. Prevaricar.


A igualdade das partes também não é suficientemente compreendida pela imprensa, que não raro escolhe, sem hesitar, os papéis do bem e do mal em um tribunal.


Um parecer do Ministério Público recebe lastro oficial e se presta a virar manchete; mas arguições da defesa são reputadas apenas como manobras.


Em um processo criminal, no entanto, não há patamares entre as partes: promotor e advogados devem sempre estar no mesmo plano.


E os juízes não são responsáveis por “combater a impunidade” –mas julgar o conflito que se estabelece toda vez que alguém é acusado de um delito. Se os magistrados entrarem na “luta”, quem a estará mediando?


Há outro aspecto quase esquecido neste espetáculo de julgamento que se prenuncia.


Não fosse a arcaica e aristocrática previsão do foro privilegiado (que na verdade só atinge a um ou outro deputado, entre tantos réus), um julgamento como esse jamais estaria tomando a pauta de quase um mês do STF, no lugar de centenas de processos de repercussão que aguardam a decisão dos ministros.


O Supremo não é e nem pode se transformar em uma vara criminal.


Para que este julgamento pudesse acontecer, inúmeros juízes fizeram audiências pelo país afora, sem contar as dezenas de outros que deixaram de tocar os seus próprios processos para auxiliar ministros na produção dos votos.


Onde estará o CNJ para dar conta do atraso que isso provoca?


O foro privilegiado, que permite a um deputado, promotor ou juiz, se ver julgado por juízes especiais, é um atentado ao princípio da isonomia. Mais um sintoma da síndrome dos desiguais –como a prisão especial para diplomados ou a imunidade dos parlamentares.


Tinha sentido na pré-história do direito, quando as diferenças entre nobres e plebeus, doutores e operários, vinha cravada na lei. Não em nossa época em que a igualdade é promessa explícita da Constituição.


Quem sabe se ultrapassada essa página da história criminal, sossegados os ânimos políticos, os parlamentares não se animem em restaurar um mínimo de igualdade.


Nem que seja por um motivo didático, especialmente importante quando o assunto é moralidade: mostrar que todos, inclusive os membros do poder, se submetem às mesmas regras, às mesmas sanções e aos mesmos juízes que os homens do povo.


 Extraído do Blog do Marcelo Semer

Al-Assad: "Não posso fugir ao desafio que a Síria enfrenta"


Em entrevista concedida pelo presidente da Síria ao jornalista Jürgen Todenhöfer, da emissora de televisão alemã ARD, Bashar al-Assad afirma que não pode deixar o governo do país apenas pela ilação de que fazendo assim determinaria o fim do conflito instalado na nação.


Para Al-Assad, somente eleições e a escolha livre do povo sírio, com ele concorrendo ou não ao cargo de presidente, é que podem decidir o destino do conflito. O presidente sírio também afirma que a agressão é externa e que o seu governo fez tudo o que o ex-enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, recomendou.

A entrevista apresentada no programa Weltspiegel foi veículada em 8 de julho deste ano e tem quase 19 minutos de duração. A tradução segue abaixo do vídeo e foi feita pelo coletivo de tradutores Vila Vudu.

 Jürgen Todenhöfer: Sr. Presidente, membros da oposição e políticos ocidentais têm dito que o senhor é o principal obstáculo à paz na Síria. O senhor estaria disposto a renunciar à presidência, sendo essa condição para a paz e para pôr fim ao banho de sangue? 
Presidente Bashar al-Assad: Não posso fugir ao desafio que a Síria enfrenta hoje. Hoje a Síria enfrenta um desafio à própria nação. O presidente não pode fugir. Por outro lado, ninguém pode permanecer na presidência sem apoio popular. A resposta à sua pergunta não pode vir de mim. Tem de vir do povo sírio, essa resposta tem de ser resposta pública, que venha em eleições. Eu posso decidir concorrer ou não concorrer a eleições, mas não posso decidir ficar na presidência ou deixá-la. Essa é decisão que cabe ao povo sírio, em eleições. 

O senhor ainda tem maioria de apoio popular na Síria? 
Se eu não tivesse apoio popular, não poderia permanecer na posição onde estou. EUA estão contra mim, o ocidente está contra mim, muitos poderes e países regionais estão contra mim. Se o povo estivesse contra mim, já não estaria na posição em que estou. A resposta é sim, claro que tenho apoio popular. Porcentagens não sei, nem interessam. Mas não há dúvida de que, para permanecer na presidência da Síria, na situação que a Síria enfrenta hoje, sim, é claro que tenho apoio popular. 

Assisti a algumas demonstrações pacíficas, mesmo em Homs. Não é legítimo que as pessoas exijam mais liberdade, mais democracia, menos poder nas mãos de uma família que governa o país, menos poder para os serviços secretos? Para responder corretamente, temos de corrigir essa pergunta. Na Síria não há “família que governa o país”. Temos Estado na Síria, temos instituições, talvez não instituições ideais, mas temos Estado e não há “família que governa o país”. Temos Estado na Síria. Isso, quanto à pergunta. Agora, posso responder à primeira parte de sua pergunta: é claro que aqueles manifestantes têm direito legítimo de se manifestar. Mas não é verdade que os manifestantes só peçam ‘liberdade’. A maioria dos manifestantes legítimos pedem reformas, maior participação no poder e no governo. Essas reivindicações são legítimas, evidentemente, em qualquer lugar do mundo. Mas a maioria do povo sírio não está nas manifestações. Mas, sim, claro, as manifestações são legítimas. 

A pergunta que todos estão fazendo no ocidente e em seu país é quem matou os milhares de vítimas civis inocentes que morreram nesse conflito? A oposição culpa o senhor. 

Para saber quem matou, é preciso saber antes quem foi morto. Não há como descobrir o criminoso sem saber quem é a vítima. A vasta maioria dos mortos são apoiadores do governo. Como seria possível ser assassino e vítima, ao mesmo tempo? A maioria das vítimas eram apoiadores do governo; e outra grande parte das demais vítimas é gente inocente que estão sendo assassinados por vários diferentes grupos na Síria. 

O senhor concorda que muitos, ou, pelo menos, uma certa porcentagem desses civis vítimas, foram mortos pelos serviços de segurança do seu governo? O senhor teria essa porcentagem? 

Não, claro que não. O que temos é um Comitê que está investigando essas mortes. Até aqui, sobre os crimes investigados, os nomes que já temos, as vítimas foram assassinadas por gangues, diferentes tipos de gangues, da Al-Qaida, grupos extremistas, criminosos e grupos de criminosos procurados pela polícia há anos. 

O senhor está dizendo que os rebeldes, que o senhor chama de terroristas, mataram mais civis que as forças de segurança? Não. Estou dizendo que mataram mais agentes das forças de segurança e soldados, que civis que apoiam o governo. 

Mas falando exclusivamente de civis. Os rebeldes mataram mais civis que as forças de segurança, ou as forças de segurança mataram mais civis? Como eu disse, as vítimas que há nas forças de segurança e no exército são em número muito maior que o número de vítimas que há entre civis. 

O senhor diz que há investigações sobre membros das forças de segurança que podem ter matado civis inocentes. E desses, alguém foi punido? 
Sim. Vários estão presos e vários estão sendo julgados por outros crimes. 

Quem cometeu o massacre de Houla, onde mais de 100 pessoas foram brutalmente assassinadas, entre elas muitas crianças? Gangues de criminosos de fora da cidade, não da cidade, que atacaram a cidade e as forças da lei daquela cidade. E mataram muitas famílias, como você diz, e muitas crianças e mulheres, e, de fato, as duas famílias que foram assassinadas eram apoiadoras do governo. Não eram da oposição. 

Ouvi, de moradores de Houla, sobreviventes das famílias que foram atacadas e mortas, que os atacantes usavam uniformes militares do exército sírio. Por que usavam uniformes militares? É prática que já se observou muitas vezes. O Comitê de investigação sabe que isso acontece: eles produzem vídeos e distribuem vídeos, vídeos falsos, onde aparecem homens fardados com nosso uniforme militar. Esses, ao que se sabe, assassinaram aquelas famílias. 

O senhor está dizendo que é estratégia dos rebeldes? 
Sim, é. Fazem isso sempre, desde o início. E não só em Houla, mas em vários pontos. 

Quem são esses rebeldes, que o senhor chama de terroristas? 
São uma mistura, um amálgama de Al-Qaida, outros extremistas, não necessariamente ligados à Al-Qaida, além de criminosos que a Polícia procura há muito tempo (traficantes e contrabandistas de drogas vindas da Europa e que transitam pela Síria, além de outros, muitos dos quais condenados e foragidos da Polícia. É uma mistura de coisas diferentes. 

Quantos seriam esses que lutam contra o governo?
Não sei lhe dizer. Calculam-se em milhares. 

Quantos? 20, 30? 
Não posso lhe dar números, porque não há números precisos. 

O senhor diria que todos esses rebeldes são terroristas? 
Depende do ato que pratiquem. Se atacam e queimam e destroem, sim, fazem terrorismo em termos definidos na lei. Mas há muita gente implicada nos atos e que não são criminosos, por diferentes razões. Às vezes, a razão é o dinheiro (porque são pagos); às vezes, porque são ameaçados; às vezes movidos por algumas ideias ou ilusões delirantes. Nem todos são terroristas. Essa é a razão pela qual muitos foram absolvidos, quando aceitaram entregar as armas. 

O governo sírio encontrou homens da Al-Qaida, entre esses já foram presos? 
Sim, sim. Dezenas deles. [JT: De que países?] Acho que quase todos vinham da Líbia e da Tunísia.
O senhor chegou a ter contato com esses prisioneiros? Com algum deles? Sim. 

Com intérprete? 
É claro. 

Qual é o papel dos EUA, nesse conflito? 
São parte do conflito. Oferecem o guarda-chuva e o apoio político àquelas gangues, para romper a ordem, desestabilizar Síria. 

O que o senhor está dizendo é que os EUA garantem o apoio político aos rebeldes, que o senhor chama de terroristas matam civis. É isso?
Exatamente isso.

Nesse caso, o senhor está acusando o governo dos EUA de ser, pelo menos, parcialmente responsável também pelo assassinato de civis na Síria. É isso? É exatamente isso. Se você assegura qualquer tipo de apoio a terroristas, você é cúmplice. Se você garante aos terroristas armamento, dinheiro e apoio político (apoio na ONU, qualquer tipo de apoio), a implicação é que você é cúmplice dos terroristas.

O senhor sabe que os políticos ocidentais veem a mesma situação de modo diferente do seu...
Sei.

...e que estão discutindo hoje uma intervenção militar na Síria. Como seu governo reagiria? O senhor retaliaria, contra países ocidentais? 
Não se trata de retaliação. Trata-se de defender nosso país. É nosso dever e é nosso objetivo. Em nenhum caso se cogita de retaliar contra alguém, seja quem for. 

E a Síria está preparada para um ataque desse tipo? 
Bem... [semi-sorriso] Preparados ou não preparados, teremos de defender nosso país. Mas, sim, estaremos preparados. 

Se, para o senhor, os EUA são parte do problema, por que não negocia com eles? Por que não convida Mrs. Hillary Clinton para que venha a Damasco? Por que o senhor não dá o primeiro passo? A Síria nunca fechou suas portas a país algum, nem a nenhum funcionário de nenhum governo que deseje ajudar a resolver o problema pelo qual estamos passando na Síria, desde, é claro, que sejam sérios e honestos. Mas [os EUA] fecharam todas as portas. Seja como for, não há problema conosco: no instante em que decidirem negociar, estamos preparados para ajudar. 

O senhor estaria preparado para dialogar com Mrs. Hillary Clinton? Para andar com ela pelas ruas de Damasco, para mostrar-lhe a hospitalidade síria e atual situação nas ruas da cidade? Já lhe disse que não fechamos portas, nunca fechamos porta alguma, nem aos EUA nem a qualquer outro país. Não falo especificamente de Mrs. Clinton ou de qualquer outro funcionário do governo dos EUA. Sempre negociamos. E já andamos pelas ruas de Damasco com outros funcionários, como você lembrou. E, sim, claro, podemos fazer novamente, claro. 

Passemos, por favor para a situação interna na Síria. As negociações com grupos da oposição é opção realista? Ou o senhor entende que esse conflito terá de ser objeto de disputa armada até o final, por amarga que seja a luta? Verdade é que em qualquer caso, o diálogo é necessariamente a primeira opção estratégica. O diálogo é indispensável. No mínimo, para confirmar que nada será possível fazer pela via pacífica. Mas, mesmo com diálogo, se o diálogo não funciona ou se você é atacado por terroristas, você é obrigado a combater o terrorismo. Você não decidir que só vai dialogar, que não vai responder nem vai defender-se, enquanto terroristas continuam matando seu povo e armando exércitos inimigos. 

E o senhor não poderia dialogar com os que não são terroristas? 
Dialogamos no verão passado. E repetimos nosso convite, alguns deles aceitaram, conversamos e a oposição apresentou candidatos às eleições, concorreram e hoje têm representantes eleitos no Parlamento. Semana passada apresentaram portfólios ao governo. 

Mas só tiveram 2% dos votos nas eleições... 
Isso, perdoe, não é nossa culpa [risos]. Não poderíamos ter dado a eles também os votos. Não criamos o governo. 

O senhor estaria disposto a conversar também com a oposição em [Hexa?]? 
Dissemos que conversaríamos com qualquer um. 

O senhor aceitaria negociar com os rebeldes, se depuserem armas? 
Sim, e já conversamos. Os que depuseram armas foram julgados, vários foram absolvidos e, hoje, vivem vidas normais, sem problema algum. 

O senhor estaria disposto a negociar com qualquer um, desde que deponham armas. 
Claro. As conversas começaram antes de eles terem deposto armas. Fizemos todo o possível, até alcançar um bom resultado. 

E quanto ao plano de Kofi Annan? Fracassou? 
Não. Kofi Annan continua fazendo, até aqui, um trabalho difícil, sim, mas bom trabalho. Está encontrando muitos obstáculos, mas não deve falhar. É excelente plano. 

Qual é o principal obstáculo? 
O principal obstáculo é que muitos países não desejam que o plano de Kofi Annan dê certo e funcione. Por isso dão apoio político e continuam a fornecer armas e dinheiro aos terroristas que operam dentro da Síria. Querem que o plano fracasse. 

Quem envia armas para seu país? Qual é o país que envia armas? 
Ainda não encontramos provas concretas, mas há muitas indicações, indícios, que apontam, posso dizer-lhe, principalmente, para Arábia Saudita e Catar, quanto ao fornecimento de armas contrabandeadas para a Síria. Quanto ao apoio logístico, os indícios apontam para a Turquia 

E os EUA?
Pelo que sabemos até aqui, eles têm garantido apoio político. 

Equipamento de comunicação?
Há alguma informação sobre isso, exatamente. Mas não comentei esse aspecto, porque ainda não temos informação concreta, completa, que confirme isso e que eu pudesse mostrar-lhe. 

E sobre a ideia de Kofi Annan, de um governo de unidade, constituído por grupos de oposição, inclusive o Partido Baath. Você está falando do plano da Conferência de Genebra. Sim. Já temos esse governo na Síria. Já há membros do partido Baath no Parlamento e participando do atual governo. Mas é preciso critérios: como se define “oposição”? Podem ser dezenas de milhares, centenas de milhares ou milhões de partidos de ‘oposição’. Todos terão de participar necessariamente do governo? Conforme o número... e se não se define o que seja ‘oposição’, que ‘oposição’ seria essa, criada por força de lei? Não há democracia que opere assim. A democracia exige critérios e exige mecanismos. Para mim, o mecanismo tem de ser as eleições. Você representa uma posição, concorre em eleições, obtém votos, ganha lugar no Parlamento, pode participar legitimamente do governo. Mas, se você ‘se chama’ ‘oposição’, mas não tem votos, não consegue representação no Parlamento, você representa o quê? Você mesmo? Que sentido há nisso? Tivemos eleições parlamentares na Síria, há dois meses. 

Por exemplo, a oposição [ininteligível] que participou das eleições... O senhor aceitaria que participasse de um governo de transição, interim, digamos, temporário... Se aceitarem nossas leis, nossas regras, se não cometerem atos criminosos, se não facilitarem as vias para que a Otan ou qualquer outra potência externa ataque a Síria, sim, por que não? Eles também têm direito de participar de eleições, se atenderem às condições que os demais partidos também atendem. Não vejo por que a oposição teria de ser banida do país. 

Um homem como Ghalioun, o presidente do Conselho Nacional Sírio... 
Não é questão que se possa resolver em geral, para todos. Não é questão de nomes. É questão de princípios para todos. Os dossiês policiais terão de ser examinados. Se não se encontrar indício de que tenham cometido crime, nada os obriga a viver fora da Síria, nada os impedirá de concorrer às eleições. Aplica-se a todos. 

Senhor presidente, quando o senhor pensa no que aconteceu aos líderes de Egito e Líbia. Quando o senhor pensa nas imagens que todos viram pela televisão... O senhor não teme por sua família? Estamos falando de coisas diferentes, de situações diferentes. O que aconteceu a El-Kadafi foi selvageria. Não importa o que tenha feito, não importa quem tenha sido. Com Mubarak a situação foi diferente. Mubarak foi julgado. Qualquer cidadão que tenha assistido ao julgamento pela televisão pode ter pensado: queria eu, estar naquela posição, vivendo como ele está vivendo. Para entender o que há a temer, é preciso diferençar essas duas histórias. É tudo completamente diferente. Não há qualquer semelhança entre o que houve no Egito e o que está havendo na Síria. O contexto histórico é completamente diferente, o tecido social é diferente, e nossa política sempre foi diferente. Se não se podem comparar esses destinos, não há o que temer. Talvez, no máximo, alguma emoção de piedade, ou de lástima por algum destino pessoal mais trágico. 

O senhor enfrenta uma oposição dura, seu país enfrenta uma luta dura, há rebeldes e o senhor sabe o que esses rebeldes fazem e são capazes de fazer. Repito, então minha pergunta: o senhor não teme pela sua família? Nada importa mais, na vida de um homem, que viver conforme suas convicções. Claro que pode haver discordâncias, pode haver quem discorde de você, opiniões diferem. Mas se você trabalha para proteger o povo, por que temer? Há centenas de vítimas. Imagine se houver milhares, dezenas de milhares de vítimas? Esse, sim, é o problema a resolver. 

Para terminar, qual é sua proposta para o final desse conflito? Volto à pergunta inicial: o senhor entende que tenha de lutar essa luta até o fim? Temos de chegar a uma solução, que tem dois eixos. Em primeiro lugar, não podemos aceitar o terrorismo. Esse é um eixo. Temos de combater o terrorismo. Quanto a isso não há discussão. A realidade na Síria é que há alguém matando civis, matando inocentes, matando mulheres, matando crianças, matando seus soldados, matando policiais, matando todos. Temos de combater os terroristas, se não aceitam dialogar. O outro eixo é construir um diálogo político com componentes diferentes, para, simultaneamente, poder promover reformas. Em todo esse processo, o povo resolverá quem serão seus representantes 

Não há meio para que as reformas venham um pouco mais depressa. 
Esse é um critério muito subjetivo. Parecerão mais lentas para uns, rápidas demais para outros. Você acha que a reforma é rápida, eu acho que é lenta... É critério muito subjetivo. Reformas são coisas que se faz o mais depressa possível, sem pagar preço caro demais em cada etapa, porque sempre há efeitos colaterais, que não podem ser tão severos a ponto de inutilizar a reforma. Isso não depende de mim, nem do governo, nem do Estado e é processo que tem de ser encaminhado conforme o ditem as circunstâncias objetivas na Síria. 

E como, senhor presidente, o senhor espera ver seu país dentro de dois anos? 
Tenho de ver a Síria, em dois anos, mais próspera. Mais prosperidade implica melhores condições econômicas e melhores condições em geral, em todos os campos. Para tudo isso, é indispensável construir, imediatamente, o que a Síria menos tem hoje e do que mais precisa: segurança. Sem segurança, não há como sonhar com prosperidade. 

Muito obrigado, senhor presidente, por essa entrevista. Leia mais em "Vermelho"


Fonte: Redecastorphoto.

Um julgamento de exceção


O julgamento do mensalão é exemplar de algo que o sistema judiciário não costuma fazer: vigiar e punir com rigor aqueles que estão incumbidos do mais alto exercício do poder. Neste sentido, é um julgamento de exceção. Para o Partido dos Trabalhadores, já se impôs uma de suas mais duras lições.(terror do nordeste)

Serra e Russomanno estão empatados, diz Ibope


Os candidatos à prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) estão tecnicamente empatados na primeira colocação, segundo a primeira pesquisa divulgada pelo Ibope com todos os candidatos do pleito deste ano. Se as eleições fossem hoje, eles estariam no segundo turno.
Serra tem 26% e Russomanno 25%. O empate ocorre devido a margem de erro da pesquisa, que é de 3 pontos percentuais.
O Ibope confirmou os dados da pesquisa Datafolha feita há duas semanas e que mostrava o empate entre os dois. A boa posição de Russomanno surpreendeu as campanhas do PT e do PSDB, que esperavam que ele já estivesse caindo nas pesquisas.
O candidato do PT, Fernando Haddad (PT), ainda não conseguiu se destacar do pelotão dos candidatos abaixo na pesquisa. Ele aparece empatado com outros três postulantes ao cargo na terceira colocação. Soninha Francine tem 7% dos votos, Haddad tem 6% e Gabriel Chalita (PMDB) e Paulinho (PDT) tem 5% cada.
Giannazi (PSOL), Ana Luisa (PSTU)  e Eymael (PSDC) tem 1% dos votos cada. Levy Fidelix (PRTB) não pontuou e os outros candidatos não foram citados. Votos brancos e nulos somam 14% e outros 9% não sabem ou não responderam.
Rejeição
Serra é o candidato com a maior rejeição: 34% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Paulinho e Soninha tem 13% de rejeiçãoo cada. Haddad tem 9%, Russomanno e Chalita 8% cada.
O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira 3 e registrada na Justiça Eleitoral com o número nº 00198/ 2012.  A pesquisa foi feita entre terça-feira 31 e quinta-feira 2 com 805 entrevistados.
Carta Capital

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Atleta alemã abandonou a Olimpíada por causa do namorado


Nadja Drygalla, Alemanha, remo, Olimpíada de LondresA remadora alemã Nadja Drygalla, que integra a seleção olímpica de seu país, abandonou os Jogos Olímpicos de Londres antes mesmo do fim das competições.

Conforme informa o canal de TV alemão N-24, a remadora, de 23 anos, foi afastada dos jogos devido a uma informação de que seu namorado defende ideias neonazis e integra o Partido Nacional Democrático Alemão, de extrema-direita.
A atleta teria ela própria decidido abandonar as competições para não prejudicar a equipe alemã.
“A equipe saúda este passo”, disse o dirigente da seleção, Michael Vesper.
Voz da Russia.

Exército sírio elimina combatentes da oposição em Aleppo


As tropas governamentais da Síria estão efetuando uma operação de eliminação de combatentes da oposição na cidade de Aleppo.

Сирия Алеппо город Dois dias atrás os oposicionistas aramados que foram bloqueados na cidade tentaram romper o cerco, mas foram forçados a se retornar, encontrando a resistência do exército.
A agência noticiosa síria SANA informa que nos arredores de Damasco os soldados destruíram vários carros de rebeldes e aprenderam seus depósitos de armas. Além disso, os militares libertaram dois engenheiros italianos sequestrados pela oposição armada.
O conflito na Síria iniciou ainda em março de 2011, já deixando, segundo dados da ONU, 16.000 vítimas mortais. Leia mais em Voz da Russia.

Marinha russa terá bases em Cuba e no Vietnã


Atualmente, a Rússia está considerando a possibilidade de basear navios da sua Marinha de Guerra em Cuba, nas ilhas Seychelles e no Vietnã, informou o supremo comandante da Marinha, vice-almirante Viktor Tchirkov.

Marinha russa, bases navaisAnteriormente, a Marinha soviética tinha bases no Vietnã (Cam Ranh) e Síria (Tartus). Atualmente resta só a base em Tartus.
Leia mais em Voz da Russia