sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Oriente Médio contra os EUA


Egito protesto maniufestações EUA

Os EUA fortalecem a proteção de suas representações diplomáticas nos países árabes. Também depois do ataque ao consulado americano em Benghazi foram enviados para lá destacamentos especiais de fuzileiros navais e dois contratorpedeiros às costas da Líbia. Enquanto isto especialistas prevêem agravamento da situação no Oriente Médio.

O mundo árabe “ferve”: no Egito, Iêmen, Tunísia e Líbia, junto aos edifícios das embaixadas americanas ocorrem manifestações de massas. O pretexto para elas foi o filme de curta-metragem “Inocência dos muçulmanos”, posto na Internet em 11 de setembro. No leste este filme foi considerado ofensivo em relação ao islã e responderam com protestos. Na cidade líbia de Benghazi eles chegaram ao ataque ao consulado americano. Durante o ataque morreu o cônsul dos EUA na Líbia, Chris Stevens. Não se exclui a possibilidade da ingerência da Al Qaeda, cuja célula norte africana é uma das mais fortes.
Embaixada estadunidense é atacada no Iêmen (foto)
Por outro lado isto poderia ser provocação de parte de um dos grupos que lutam pelo poder. Pode-se livrar dos concorrentes políticos atribuindo-lhes a responsabilidade pelo conflito com os Estados Unidos. Sendo que neste caso os primeiros suspeitos tornam-se os rebeldes de Benghazi, que ficaram descontentes com os resultados da revolução líbia – considera o colaborador do Instituto dos países da Ásia e África junto à Universidade Estatal de Moscou Lomonossov, Viktor Nadein-Raevski:
Na Líbia continua o processo de redistribuição do dinheiro com a venda do petróleo. Os rebeldes gostariam de usar os frutos dos próprios esforços, pois Benghazi é território de trânsito para a entrega do petróleo, lá estão refinarias e terminais, e o dinheiro mesmo assim foi para o centro”.
No Egito não cessam as desordens de rua, a situação mantém-se intranqüila, mas por enquanto não se observa agressão extrema, como ocorreu na Líbia. Por estranho que pareça aqui deve-se agradecer à Irmandade muçulmana, que tomou estas manifestações sob seu controle – esclareceu o politólogo Dmitri Drobnitski:
“No Egito os “irmãos-muçulmanos” disseram: sim, teremos manifestações de protesto. Lá incendiaram bandeiras americanas, jogaram pedras na embaixada americana. Assim que isto pode ser considerado até mesmo manifestação pacífica levando-se em conta o temperamento de pessoas do Oriente Médio. Representantes dosIrmandade Muçulmana disseram que não deveria haver nenhuma violência. Até mesmo houve declaração de que quaisquer gêneros de ações não de paz podem ser interpretadas pelos inimigos do islã para ataques ao Egito e em geral ao islã”.
Os especialistas, nesta situação, preocupam-se com o fato de que ela pode obrigar os americanos a uma agressão em resposta. Em qualquer outra ocasião poder-se-ia dizer, com total certeza, que até mesmo depois da morte do embaixador, Barack Obama não iria além do fortalecimento da proteção e envio demonstrativo de contratorpedeiros às costas da líbia. Mas não diante das eleições. Em caso de passividade os republicanos começarão imediatamente a criticá-lo e, provavelmente com muito êxito, o que aumentará os votos para Mitt Romney.
VOZ DA RÚSSIA

Bento XVI vai dar esperança ao Oriente Médio


Bento XVI, Líbano, PapamovelA visita do Papa Bento XVI ao Líbano, prevista para 14-16 de setembro, terá lugar apesar da instável situação no país.

Em Beirute, o Papa se reunirá com os chefes de todas as igrejas católicas do Oriente Médio e Norte de África, bem como com os adeptos do Islã e com políticos. Os cristãos esperam que o Papa ajudará as pessoas na região a se unirem.
O Dr. Harry Hagopian, um consultor sobre o Oriente Médio na Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e País de Gales, explicou a importância dessa visita em diferentes níveis:
"O significado especial desta visita é que o Papa Bento XVI pretende se encontrar com os chefes de todas as igrejas católicas, não só no Líbano, mas em toda a região, e apresentar uma Exortação Apostólica pós-sinodal. Este é um documento do Sínodo das igrejas católicas da região, que foi realizado em Roma. Nele estão expressados os pensamento e esperanças do Papa quanto ao futuro dos católicos no Oriente Médio e Norte da África. Este é o sentido formal da visita. Mas, na minha opinião, esta é também uma forma de expressar solidariedade para com todos os cristãos na região, onde 10-12% são cristãos árabes nativos. Além disso, ele vai se encontrar com políticos que aderem ao islã: sunitas, xiitas, drusos, membros de outros movimentos."
No Líbano, existem 18 comunidades cristãs, por isso a escolha deste país para assinar a Exortação Apostólica foi simbólica, comenta o padre Abdo Abu Kassem:
"Esta é uma visita de paz. Os cristãos não são uma simples minoria: eles estiveram aqui há dois mil anos. A maioria dos cristãos do Oriente Médio vivem no Líbano. Os cristãos acreditam que esta visita lhes dará esperança para continuar sua missão no Líbano e em toda a região."
Por causa da situação volátil na região, havia rumores de que a visita poderia ser cancelada. No entanto, o Vaticano manteve-se inflexível, e no Líbano estão em plena preparação para a chegada do Papa. O Dr. Hagopian apoia a decisão tomada em favor da visita:
"É necessário ter em mente que o Líbano está atualmente ameaçado pela Síria, que também está decorrendo uma guerra civil. E o conflito no país vizinho inevitavelmente afeta o pensamento e as aspirações dos políticos e figuras religiosas libaneses. Eu participei na discussão da visita do Papa ao Líbano com representantes da Igreja Católica. E decidi que a visita do Papa e manifestação de sua solidariedade com o povo da região são muito mais importantes. Espero que ele será capaz de fazer chegar a sua mensagem a todos os habitantes da região, especialmente em vista do fato de que a Igreja Católica sempre considerou o Líbano um mensageiro de esperança."
De qualquer forma, o Papamóvel já foi enviado para o Líbano, todos os discursos do Papa estão escritos, e as reuniões confirmadas.

Comer gordura em 'hora certa' pode emagrecer, diz estudo


Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém dizem que uma dieta rica em gordura em horários controlados pode emagrecer.
A prática também pode fazer com que o metabolismo não acumule a gordura ingerida e, sim, utilize-a para produzir energia.
O estudo foi conduzido pelo Instituto de Bioquímica, Ciência da Alimentação e Nutrição da universidade e divulgado na publicação científica da Federação de Sociedades Americanas de Biologia Experimental (Faseb, na sigla em inglês).
'Aperfeiçoar o metabolismo pelo agendamento cuidadoso das refeições, sem limitar o conteúdo do cardápio diário, pode ser usado como ferramenta terapêutica para prevenir a obesidade nos humanos', afirmou professor Oren Froy, que conduziu o estudo.
Pesquisas anteriores afirmavam que alimentar mamíferos com uma dieta rica em gordura prejudica o metabolismo e leva à obesidade.
No entanto, os cientistas israelenses queriam determinar o efeito de combinar os alimentos gordurosos com um controle rígido do horário e da duração das refeições.
A hipótese estudada era a de que comer sempre na mesma hora regularia o relógio biológico e reduziria os efeitos da gordura que, em circunstâncias normais, causaria obesidade.
Aproveitamento da gordura
Para comprovar a teoria, os pesquisadores alimentaram quatro grupos de ratos com dietas muito ou pouco gordurosas durante 18 semanas.
No grupo de controle, os animais comiam alimentos ricos em gordura na mesma hora e durante o mesmo período de tempo todos os dias.
Os outros ratos foram divididos em grupos que comiam pouca gordura em horários fixos, pouca gordura sem horários fixos (na quantidade e frequência que escolhessem) e muita gordura sem horários fixos.
Ao concluir o experimento, a equipe do professor Froy percebeu que todos os quatro grupos de ratos haviam engordado, principalmente os que comiam gordura sem horários fixos.
No entanto, os ratos que comiam gordura em horários controlados ganharam menos peso até do que aqueles que tinham ingerido pouca gordura, apesar de ambos terem consumido a mesma quantidade de calorias totais.
Os ratos com horários controlados também desenvolveram um estado metabólico especial, em que as gorduras ingeridas não eram acumuladas, e, sim, utilizadas pelo organismo para produzir energia os períodos entre as refeições.
Leia mais em WSCOM.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Fast food em excesso pode causar Alzheimer, diz estudo


 Além de aumentar a ingestão de gordura, o consumo excessivo de fast food pode causar alguns problemas no cérebro. De acordo com um estudo feito em animais e publicado pela revista New Scientist, há evidências de que esse tipo de dieta pode provocar problemas como Alzheimer. As informações são do Daily Mail.
Segundo os pesquisadores, as dietas ricas em gorduras e baixas em nutrientes já estão ligadas a demência, aumento da pressão arterial e colesterol no sangue. Mas estudos recentes mostram que o alto nível de alimentos gordurosos e açucarados danifica o cérebro e interrompem o fornecimento de insulina.
A insulina é necessária para regular substâncias químicas do cérebro que são essenciais para ter memória e aprendizagem, fortalecer as conexões entre células cerebrais e manter os vasos sanguíneos que fornecem sangue e oxigênio para o cérebro.
Nos testes, os ratos que pararam de utilizar a insulina, desenvolveram sintomas semelhantes ao do Alzheimer, como entender ou lembrar de algumas situações.
Terra
WSCOM Online

João Pessoa:Cartaxo cresce 10 pontos percentuais e ultrapassa Cícero e Maranhão e lidera pesquisa


Cartaxo cresce 10 pontos percentuaisFaltando 25 dias para as eleições municipais, a nova rodada da pesquisa Consult, em parceria com o Sistema Correio de Comunicação, revela uma mudança na disputa pela Prefeitura de João Pessoa.
O candidato pela coligação ‘Unidos por João Pessoa’, o deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) cresceu quase 10 pontos percentuais e aparece em primeiro lugar, com 23,92% (pesquisa estimulada). Na última amostragem , realizada entre os dias 18 e 19 de agosto e publicada no dia 24, o petista figurou em terceiro lugar com 14,2%.
O senador Cícero Lucena ( PSDB), candidato pela coligação ‘Por amor a João Pessoa, sempre’, perde a liderança e figura em segundo lugar nessa nova rodada. Sai de 25,3% para 22,92. A diferença entre o tucano e o petista é de um ponto percentual, configurando empate técnico.
O ex-governador José Maranhão (PMDB), na disputa pela coligação 'João Pessoa mais feliz', também caiu. Figurou em segundo lugar na rodada anterior (24%9) e agora caiu para terceiro, com 21,17%.
A candidata da coligação 'Pra seguir em frente', Estela Bezerra (PSB), se mantém na quarta colocação, mas com um crescimento percentual. Ampliou de 9% para 14,42%, quase seis pontos percentuais a mais que na rodada anterior.
Já Loudes Sarmentos, candidata do PCO, apareceu na quinta colocação com 0,42%. Antônio Radical do PSTU e Renan Palmeira do PSOL empataram na sexta posição com 0,33%.
Estela e Maranhão têm maior rejeição entre os consultados
A candidata da coligação “Pra seguinte em frente” Estela Bezerra (PSB), é a que apresenta a maior rejeição: 20,5%. É o que revela a nova rodada da pesquisa Consult (estimulada), realizada em parceria com o Sistema Correio de Comunicação, para a Prefeitura de João Pessoa. Na pesquisa anterior, realizada entre os dias 18 e 19 de agosto e publicada no dia 25, a socialista também apresentou a maior rejeição, com percentual de 19,8%. A pesquisa completa pode ser conferida na edição de hoje do Jornal Correio da Paraíba.
WSCOM e PORTAL CORREIO. 

Toda a Europa está contra Romney


Eleições, EUA, Europa, Mitt Romney, China, política, RússiaSe o destino do presidente dos EUA nas futuras eleições de 6 de novembro for resolvido pelos europeus, o republicano Mitt Romney jamais entrará em Casa Branca. Uma prova disso são resultados de um pesquisa de âmbito mundial, levada a cabo pela companhia britânica YouGov e pela Universidade de Cambridge.

Na Alemanha, França e Grã Bretanha apenas 20% dos interragos sentem algo semelhante à simpatia em relação ao candidato dos republicanos.
O fato de que desta pesquisa participou uma das universidades mais prestigiosas do mundo, - a de Cambridge, - torna-a algo semelhante àsentença científica. Na Europa a antipatia em relação a Romney é quase total, mesmo nos países - aliados dos EUA. Na Grã Bretanha apenas 3% dos interrogados disseram qeu a vitória de Romney os fará adotar uma atitude positiva para com os EUA, na Alemanha a respectiva percentagem é igual a 4 e na França, a 5. O número de otimistas é maior mesmo no Paquistão, no Próximo Oriente e na África. Certamente, os resultados desta pesquisa não irão afetar o quartel-general de Romney, nem a América em geral. Os americanos sempre encararam com um ar de arrogância a opinião da Europavetusta a respeito do seu país. E os candidatos chegam a ostentar a sua renúncia à europeização, como se fosse uma armadura. Esta pesquisa tem um outro aspecto importante – a desconfiança geral em relação à política externa dos EUA. E não se trata de Romney, como tal. Esta candidato não tem, de um modo geral, uma posição clara no tocante à política internacional, mas possui, em compensação, uma equipe de 30 conselheiros. A parte diplomática da equipe é completada por neoconservadores da época de Bush - junior. Daí as três teses da política externa de Romney que assustam a Europa, a África e a Ásia: os EUA irão apoiar o ataque de Israel contra o Irão, estão prontos a dar início a uma guerra comercial com a China e consideram a Rússia o principal inimigo da América.
A maioria esmagadora dos interrogados, - de 40 a 70%,- reputa que dentro de vinte anos a liderança mundial vai passar dos EUA à China. Os analistas russos acham que isso é perfeitamente possível e que o processo de reorientação da Europa pelo Império Celeste já está em andamento. Eis a opinião de Andrei Volodin, dirigente do Centro de Pesquisas Orientais da Academia Diplomática junto do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
"A Europa será forçada a adaptar-se a realidades novas, terá que levar em consideração o deslocamento do eixo geo-económico para o leste, rumo à região Asiático - Pacífica. Como sempre, o parceiro mais pragmático do Leste foi, é e será a Alemanha. Ela já tem mantido relações econômicas e políticas estreitas com a Rússia e consolida cada vez mais o seu relacionamento com a China".
O acadêmico Andrei Ostrovski, vice-diretor do Instituto do Extremo Oriente junto da Academia de Ciências da Rússia, é mais cauteloso nas suas estimativas.
"Por enquanto as tentativas de alguns países de orientar-se pela China, - já o tentaram Portugal, Espanha e Itália, - estão sendo paralisadas. As tentativas da China de atrair os europeus para o seu lado são impedidas com êxito, porquanto estes Estados são membros da União Europeia e do bloco da NATO".
A política externa não é o tema principal da campanha pré-eleitoral do presidente. Daí não vem que ela não possa ser utilizada na qualidade de um instrumento. Obama faz lembrar nos seus discursos que Romney é totalmente ignorante nesta esfera e que um indivíduo destes no governo de uma superpotência nuclear é perigoso.

Maioria dos municípios brasileiros não se sustenta


Brasília (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)Nas últimas duas décadas se consolidou no Brasil a situação de dependência dos municípios das transferências de recursos por parte do governo federal e dos Estados.
Segundo um estudo publicado no início do ano pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), com base em dados que vão até 2010, 94% dos mais de 5 mil municípios brasileiros têm nessas transferências pelo menos 70% de suas receitas correntes, e 83% não conseguem gerar nem 20% de suas receitas. Em 2010, o forte desempenho econômico e um crescimento na arrecadação pública beneficiaram os municípios com um aumento nas receitas, tanto próprias quanto de transferências.
Mesmo nesse cenário, o levantamento da Firjan revela que um quinto dos municípios virou o ano no vermelho, com mais dívidas do ano anterior do que recursos em caixa.
Para os autores do estudo, essa realidade é fruto de má administração, que faz com que o maior repasse de recursos não se traduza em melhor qualidade nos serviços prestados à população.
"É primordial o acompanhamento da aplicação dos recursos que estão sob a responsabilidade das prefeituras, elo mais próximo do setor público com o cidadão-contribuinte", diz o estudo.
Com a descentralização administrativa desencadeada a partir da Constituição de 1988, houve um aumento das transferências da União e dos governos estaduais aos municípios.
Segundo o estudo da Firjan, porém, a contrapartida esperada, que era uma maior atuação dos governos locais, principalmente nas áreas de saúde e educação e em investimentos, não se concretizou.
"Investimentos em educação, saúde e infraestrutura urbana ficaram à margem do crescimento das receitas municipais."

Fatores

Em alguns casos, fatores como a localização geográfica, na área rural, ou o tamanho reduzido da população, tornam a autosustentação de um município inviável.
"Cerca de 80% dos municípios têm população igual ou inferior a 30 mil pessoas", disse à BBC Brasil o especialista em administração e políticas públicas Francisco Vignoli, da FGV Projetos.
"Mesmo se fizerem tudo certo, não teriam como se sustentar."
No entanto, segundo o gerente de Desenvolvimento Econômico da Firjan, Guilherme Mercês, há municípios pequenos que, mesmo dependentes de repasses, têm boa gestão.
A maioria, porém, independentemente de tamanho, sofre com má administração, diz Mercês, e 64% dos municípios brasileiros estão em situação fiscal considerada difícil ou crítica.
No caso dos novos municípios, a dependência é ainda mais acentuada. Dos 1.480 municípios criados desde 1980, só 28 têm situação considerada excelente ou boa em relação à geração de receita própria.
"Precisamos de uma discussão sobre os critérios de distribuição de recursos", disse Mercês à BBC Brasil.

Gastos com pessoal

Na maioria dos casos, a folha de pagamento consome boa parte dos recursos, e pouco sobra para investimentos. De acordo com a Firjan, somente 83 dos 5.565 municípios brasileiros geram receitas suficientes para pagar seus funcionários.
O limite de 60% da receita corrente líquida para despesas com funcionalismo, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, não apenas não é respeitado por todos como, segundo a Firjan, "parece ter oferecido incentivos contrários às prefeituras que gastavam menos".
Em 10 anos, esses gastos passaram de 43,2% para 50% dos orçamentos municipais. Para investimentos, a parcela permaneceu em cerca de 10%.
"Gastos com pessoal são difíceis de ser revertidos", diz Mercês. "Municípios que comprometem muito com esses gastos acabam tirando espaço de investimentos."
Em declarações na época da divulgação do estudo, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, criticou a interpretação dos dados feita pela Firjan. Segundo Ziulkoski, grande parte dos gastos dos municípios com pessoal são destinados ao magistério.
Além disso, ele disse que o estudo passava a ideia errônea de que os municípios não arrecadam nada, quando na verdade, a maioria tem arrecadação baixa, por ter perfil agropecuário.
Para Mercês, é preciso que a discussão sobre essa situação de dependência e má gestão dos municípios venha à tona.
"É preciso cobrar dos governantes, participar do debate", afirma. "Ou vai se cristalizar no Brasil o quadro de uma carga tributária muito elevada, de país desenvolvido, sem a contrapartida."

BBC Brasil