quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Vereadora eleita de 18 anos passou em 7 vestibulares


No dia 26 de setembro, Jayana Nicaretta da Silva comemorava o aniversário de 18 anos. Onze dias depois, a comemoração era outra: a eleição como vereadora do município onde mora, União do Oeste, no Oeste de Santa Catarina.
Ela é a vereadora mais jovem do estado, pelo Partido Progressista (PP), e uma das mais jovens do país. Com 133 votos, de um total de 2.523, ela foi a quarta mais votada do município. Notícia que recebeu logo após saber que passou em sete vestibulares, três deles em universidades federais.
Na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e na Universidade Federal Fluminense (UFF) Jayana passou no curso de engenharia de petróleo. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) conseguiu uma vaga no curso de engenharia de energias. Na Pontífica Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), na Universidade de Uniguaçu, na Universidade de Pelotas e na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) passou nos processos seletivos para medicina veterinária.
Diante das opções, ela decidiu cursar engenharia de petróleo na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), no Rio Grande do Sul, mas garante que a prioridade será a Câmara de Vereadores de sua cidade. “Vou começar em Pelotas, mas quero tentar transferir para Balneário Camboriú. Além disso, vou trancar algumas matérias e fazer o curso em parcelas, para conseguir conciliar”, afirma ela.
Pela legislação eleitoral, é preciso ter 18 anos no dia da posse, em 1º de janeiro. Porém, apenas seis jovens todo o país se elegeram com 17 anos. No caso de Jayana, explicar porque uma garota tão jovem que adora festas, balada com as amigas, cinema, livros, filosofia e viajar, além do tradicionalismo gaúcho, tenha priorizado a política não é tão difícil.
A vida política
Quando ela nasceu, em 1994, o pai, João Lário da Silva, já era vereador da cidade. Ela ainda acompanhou outras duas eleições dele como vereador, mas foi quando ele foi prefeito que ela começou a admirar a política. Na época com 10 anos, lembra que gostava de distribuir propagandas, vestir a camisa com a sigla do partido e até de fazer campanha de casa em casa. Algumas vezes chegou a brincar que queria ser política.
Aos 14, não era apenas um comentário despretensioso a amigos e colegas de aula. “Quando os outros estavam fazendo campanha, pensei em começar a minha e me preparei”, conta ela, cujas propostas incluiam trabalhar com inteligência e renovação, sobretudo pelas mulheres e jovens.
Apesar disso, ela esperou contar aos amigos para só então contar ao pai. Não esperou que ele manifestasse nenhum desejo de voltar à vida política, após alguns anos afastado. “Ele me apoiou, me orientou e ficou muito orgulhoso. Se estava pensando em se candidatar, desistiu na hora”, diverte-se ela, ao lembrar da reação do pai. No fim, ele acabou servindo de professor. “Ele me orientava a sair de casa e pedir votos, tomar chimarrão com as pessoas. E sempre que me via em casa sem fazer nada, brigava comigo para sair e fazer campanha”, conta.
Assim, a garota que acabou de passar em sete vestibulares, antes dedicada aos estudos, aos amigos, a passatempos e a cuidar de si, começou a pensar no cuidado de uma cidade, além de incluir na rotina muitas cuias de chimarrão, um costume típico do Rio Grande do Sul e comum na região Oeste do estado. “Sempre tomei em casa, mas durante a campanha tomei muito mais. Também aprendi a acordar cedo, dormir tarde e às vezes ficar sem almoço”, diz.
O lado ruim, segundo ela, é a rivalidade que existe entre os partidos. “Só me incomodo quando os amigos se afastam por política. Eu sempre tentei separar mas acaba afetando”, afirma. Durante a campanha, ela comenta que chegou a ir parar na delegacia, com um Boletim de Ocorrência registrado contra ela. “Teve uma suposta acusação durante a minha campanha de uma tentativa de furto, mas logo consegui comprovar que era apelação política”, diz ela.
Além disso, ela também afirmou no Facebook que chegou a receber a culpa por equívocos cometidos pelo pai enquanto era político. Ele foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ficou inelegível por alguns anos. Sobre isso, ela afirma que, apesar disso, a questão de ser filha dele mais ajudou do que atrapalhou. “Mas alguns não votaram por eu ser filha dele ou não deixaram seus filhos votarem. É uma pena, pois eu deixei sempre claro que penso diferente, que as ideias e a vontade de fazer algo são minhas”, afirma ela.
“Cada voto é um compromisso e essa é a primeira coisa que me vem à mente quanto penso sobre meu mandato”,  afirma Jayana, decidida a começar no dia 1º de janeiro cheia de ideias e propostas.
G1e Focando a Notícia

Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão


Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização alertou nessa terça (9), véspera do Dia Mundial da Saúde Mental, para a necessidade de combater o estigma em torno da doença e incentivar que os governos implementem tratamentos para combater o transtorno. Pelos dados da OMS, pelo menos 5% das pessoas que vivem em comunidade sofrem de depressão.
“Temos alguns tratamentos muito eficazes para combater a depressão. Infelizmente só metade das pessoas com depressão recebe os cuidados de que necessitam. De fato, em muitos países, o número é inferior a 10%”, disse o diretor do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias, Shekhar Saxena. “É por isso que a OMS está trabalhando com os países na luta contra a estigmatização como ato essencial para aumentar o acesso ao tratamento.”
A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.
A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais. A depressão é um distúrbio que pode ser diagnosticado e tratado por não especialistas, segundo a OMS. Mas o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados.
Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo de depressão pós-parto. Especialistas recomendam que amigos e parentes da pessoas que sofrem de depressão participem do tratamento.
Em 1992, a Federação Mundial para Saúde Mental lançou o Dia Mundial de Saúde Mental na tentativa de aumentar a conscientização sobre as questões na área e estimular a discussão sobre os transtornos mentais e a necessidade de ampliar os investimentos na prevenção, na promoção e no tratamento
Agência Brasil e Focando  a Notícia

Comer tomates reduz risco de AVC


Comer tomates, ricos em licopeno, um potente antioxidante, reduz o risco de sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), revela estudo finlandês publicado nesSa segunda-feira nos Estados Unidos.
A pesquisa, que aparece na revista da American Academy of Neurology, indica que pessoas com taxas mais elevadas de licopeno no sangue têm 55% menos possibilidade de sofrer um AVC do que pessoas com taxas mais baixas deste antioxidante.
O estudo foi realizado na Finlândia com 1031 homens de entre 45 e 65 anos. A taxa de licopeno no sangue foi medida antes da pesquisa e os participantes, monitorados durante doze anos em média, por um período no qual 67 sofreram algum tipo de acidente vascular cerebral.
Entre os 258 homens com baixas taxas de licopeno no sangue 25 sofreram AVC, contra apenas 11 no grupo de taxas mais elevadas, também com 259 indivíduos.
Os resultados foram, inclusive, mais definitivos quando os pesquisadores levaram em conta apenas os AVCs provocados por coágulo no sangue, e não por hemorragia. Nestes casos, os participantes com níveis mais altos de licopeno apresentam um risco 59% menor de sofrer um AVC por coágulo em relação aos que apresentam taxas mais baixas.
“Esta pesquisa vem para consolidar as virtudes de um regime alimentar rico em frutas e verduras para reduzir o risco de acidente vascular”, assinala Jouni Karppi, da Universidade do Leste da Finlândia, em Kuopio, um dos principais autores do trabalho.
Focando a Notícia

Mesmo com admissão de falta de provas, STF condena Dirceu, Genoino e Delúbio


Mesmo com admissão de falta de provas, STF condena Dirceu, Genoino e DelúbioO Supremo Tribunal Federal (STF) condenou hoje (9) o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e os ex-dirigentes do PT José Genoino e Delúbio Soares pelo crime de corrupção ativa. No prosseguimento do julgamento da Ação Penal 470, mais conhecida como processo do mensalão, votaram os ministros José Antônio Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Ainda restam os votos dos ministros Celso de Mello e Carlos Ayres Britto, mas o placar até aqui já garante a condenação de Dirceu (seis a dois), Genoino (sete a um) e Delúbio (oito a zero).
Também já estão condenados por oito votos a zero pelo crime de corrupção ativa o empresário Marcos Valério e os réus ligados às suas empresas (Cristiano Paz, Ramon Hollerbach e Simone Vasconcelos). O ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, foi absolvido por unanimidade e a ex-funcionária da empresa SMP&B, Geiza Dias, foi absolvida por sete votos a um. Outra pessoa ligada a Valério, o advogado Rogério Tolentino, foi condenado pelo placar de seis a dois.
José Genoino teve até aqui somente o voto do revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, por sua absolvição. José Dirceu foi absolvido também por Dias Toffoli, mas foi condenado pelos outros ministros que já votaram.
Ao votar, Cármen Lúcia fez um gesto de desagravo ao citar “a história pessoal” de Genoino: “O juiz, infelizmente, não julga histórias, porque as histórias às vezes são feitas de desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outra circunstância. Não estamos julgando a história de pessoas que, em diversas ocasiões, tiveram vidas retas. A vida é como uma estrada, às vezes a gente anda mil quilômetros de maneira correta, mas, em um determinado momento, vai trocar a estação do rádio do carro e acaba causando um acidente e tendo que responder por isso. Não estou julgando as histórias, porque tenho conhecimento das histórias das pessoas que fazem o Brasil”, disse.
Sobre Delúbio, Marco Aurélio disse que, “se tivesse a desenvoltura intelectual e material a ele atribuída, provavelmente não seria apenas o tesoureiro do partido, mas, quem sabe, teria chegado a um cargo muito maior”. O ministro disse ainda que “apontar Delúbio como bode expiatório” é algo que “subestima a inteligência mediana”.

Divergência quanto a Dirceu

Seguindo na mesma linha do revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli afirmou que inexistem nos autos provas contra José Dirceu, a não ser a prova testemunhal do delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, classificado como “inimigo figadal” do ex-ministro, expressão também já utilizada pelo revisor.
Cármen Lúcia admitiu que “não há nenhum documento assinado por ele [Dirceu] que levasse à comprovação dos atos que lhe são imputados”, mas preferiu basear seu voto em outras evidências: “A partir das declarações de Delúbio Soares, e tida a sua fala, percebe-se que ele tinha respaldo. Houve as ligações de Marcos Valério e as reuniões. Seriam reuniões normais para um chefe da Casa Civil, porém foram feitas com os mesmos personagens e nas datas que coincidem com a distribuição de recursos e obtenções de vantagens”, disse.

Revisor isenta Genoino

Logo no início da sessão de hoje, Ricardo Lewandowski pediu a palavra para entregar alguns documentos aos colegas e rebater a afirmação, sustentada pelo relator Joaquim Barbosa e pelos ministros Rosa Weber e Luiz Fux nas últimas sessões, de que José Genoino teria sido avalista dos empréstimos que verteram recursos para o chamado valerioduto: “Não houve o aval conjunto de Valério e Genoino no mesmo documento. Não há assinatura conjunta no primeiro contrato”, disse.
O revisor entregou aos outros ministros cópias de um laudo, presente nos autos, atestando que os empréstimos do PT avalizados por Genoino não foram incluídos no valerioduto: “Portanto, isso não serviu para a lavagem de dinheiro e também não serviu como meio de irrigar campanhas ou para a eventual compra de votos”, disse, antes de afirmar que “Genoino está sendo denunciado e será eventualmente condenado pelo simples e objetivo fato de ter sido presidente do Partido dos Trabalhadores à época [dos fatos]”.
Lewandowski, pela primeira vez neste processo, fez queixas sobre a cobertura da mídia conservadora, que o tem colocado invariavelmente no papel de vilão por contrariar a postura condenatória adotada pela maioria do STF no julgamento do mensalão: “Estou sempre no espírito de colaborar com Vossas Excelências, jamais no espírito de contestar um colega. No final de semana prolongado, esse aspecto [a imprecisão quanto à participação de Genoino nos empréstimos] foi um pouco explorado, inclusive pela mídia, que disse que houve um erro factual de minha parte. Eu me sinto no dever de vir a público mostrar a minha versão dos fatos”, disse.
O julgamento do mensalão prosseguirá amanhã (10), com os votos dos ministros Celso de Mello e Carlos Ayres Britto.
Rede Brasil Atual

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Há doze anos, pistoleiros não dão trégua à Quilombo Brejo dos Crioulos


Mais de 15 incursões pela retomada do território ocorreram de 2004 até o mês passado e em várias delas os Quilombolas foram recebidos à bala por pistoleiros. Em 2007, na retomada do território na Fazenda Vista Alegre de Albino Ramos, dois quilombolas foram feridos por balas de armas pesadas e outros presos ilegalmente. Neste período de 12 anos, houve vastas denúncias da atuação escrachada de pistoleiros armados na região. Vários despejos legais e ilegais foram realizados pela PMMG. A polícia federal realizou algumas ações aprendendo armas nas fazendas dentro do território.
Em 2011, Nesse mesmo processo de retomada, na Fazenda de Raul ArditoLerário, um quilombola foi esfaqueado por funcionário/jagunços da fazenda.Em setembro de 2011 foi necessário um acampamento durante uma semana na porta do palácio do planalto, para depois de 11 anos de luta, conseguir que a presidenta Dilma assinasse o decreto de desapropriação do território. Nessa mesma tentativa de retomada em 14/15 de setembro deste ano, ocorreu a morte de Roberto Carlos Pereira, funcionário/jagunço.
Segundo relato dos quilombolas, confirmado pelo Delegado da Polícia Civil, no sábado, dia 15 de setembro, os vaqueiros do fazendeiro Raul Ardido foram à fazenda retirar o gado, e com eles estava um grupo de pistoleiros armados. Foram flagrados armados pela polícia militar – 3 pistoleiros foram levados no período da tarde, outros 2à noite. Os 5 pistoleiros foram levados para a delegacia de Januária, todos pagaram a fiança e estão soltos e rodando a comunidade – inclusive a área ocupada.
Segundo os quilombolas, estes pistoleiros continuam ameaçando a comunidade.5 quilombolas trabalhadores estão hoje, presos em São João da Ponte. Neste período, várias audiências públicas de direitos humanos foram realizadas. Diante desse novo conflito, no dia 18 de setembro, o superintendente do INCRA de MG, Carlos Calazans, esteve na área reunindo com os Quilombolas.
A comunidade reivindicou a regularização do Território, questionou a morosidade do governo, alertou que já faz um ano da assinatura do decreto de desapropriação e o INCRA ainda não realizou a desintrusão de nenhum fazendeiro no território. Houve a promessa do superintendente do INCRA de que até dezembro de 2012 será realizada a avaliação e a indenização das 11 maiores fazendas que detêm em torno de 70% do território.

Fato
Doze anos de luta, vários conflitos ocorridos, vários quilombolas feridos, o decreto de desapropriação já assinado, uma morte ocorrida e os fazendeiros continuam em suas propriedades, com seus pistoleiros e do outro lado os quilombolas pretos e pobressem o território numa vida cheia de incertezas e insegurança.
Responsabilidade
O governo federal através da inércia e morosidade é o principal responsável por essa situação, mantendo assim o interesse do latifúndio, marginalizando os negros pobres quilombolas.Se houver vontade política, essa desintrusão poderá ser realizada até o final do ano.
O governo estadual através de suas polícias e o poder judiciário que juntamente na maioria das vezes serve ao latifúndio e penaliza os pretos e pobres.
Quando esse processo chegará ao fim?
O clima é tenso. A comunidade plantará e permanecerá nas áreas retomadas. A resistência e luta,das mais de 10 comunidadesde Brejo dos Crioulos, chegou ao limite da paciência. Será que o governo federal quer criar uma Nova Curva do “S” de Eldorado dos Carajás para agilizar a demarcação deste território? Ou ainda aposta no cansaço das comunidades? Entra governo, sai governo e a situação permanece. Muito discurso e nada de concreto. Será que os negros remanescentes de escravos precisarão de mais 500 anos para conquistar a terra livre?
Justiça,Liberdade e direitos para os negros pobres de Brejo dos Crioulos.
Comissão Pastoral da Terra– MG e Focando a Notícia

Para Marcos Coimbra, PT foi o grande vencedor das eleições


Em sua avaliação sobre o resultados das urnas após as votações de 7 de outubro, o diretor do Instituo Vox Populi, Marcos Coimbra, conclui que o partido que mais ampliou sua territorialidade foi o PT, contrariando a expectativa geral, que dava como certa a ascensão do PSB a estrela do cenário político nacional.
O analista disse também que o julgamento do mensalão a poucos dias do primeiro turno não surtiu o efeito desejado contra o PT, conforme estimado pelos adversários, e que, ao insistir no discurso da moralidade como tese para alavancar sua campanha no segundo turno, o tucano José Serra dificilmente conseguirá conquistar mais votos do que já teve no domingo. No domingo, o PT cresceu 12% em relação a 2008, indo de 558 prefeituras para 624. O partido, além disso, é o que disputa o maior número de municípios em segundo turno: 22.
Ao fim da entrevista, Coimbra afirma ainda que Fernando Haddad não deve contar exclusivamente com o prestígio de Lula e Dilma Rousseff para o sucesso de sua corrida eleitoral. “Ele ainda é um desconhecido da maioria da população e precisa aparecer mais”, disse, ao mesmo tempo que avaliou a ampla rejeição ao tucano como vantagem inicial importante em favor do petista.
Em linhas gerais, imaginava-se o PSB como o grande vencedor em termos de capital político. Você acha que já no primeiro turno se confirmou esse crescimento do PSB?
Se formos ver o número de prefeituras que o PSB ganhou, ele ficou numa posição intermediária, com menos de 8% das prefeituras país afora. Ganhou algumas fora do Nordeste, especialmente em Minas Gerais, mas não foi um resultado de grande crescimento. Na eleição passada foi eleito em 300 e poucas prefeituras e agora está com 430. Num total de 5 mil, é pouco. Em termo de resultados em capitais a expansão foi muito aquém do que se imaginava. Ainda há o segundo turno e pode haver algum crescimento.
Uma boa notícia foi a vitória em Recife. E a má notícia foi a não ida para o segundo turno do prefeito do PSB de Curitiba. Não sei o que “vale mais”, pois Recife já é o terreno do PSB, então ganhar lá não é uma grande novidade. Novidade seria manter-se na frente de uma prefeitura da região Sul, o que não aconteceu. A vitória do Marcio Lacerda em Belo Horizonte realmente não foi surpresa. Se houve uma surpresa foi ele ter tido uma votação muito aquém do que se imaginava que poderia ter, considerando que ele estava no exercício, que ele tinha uma boa avaliação e que ele era apoiado por Aécio Neves. Fora isso, o PSB está disputando agora com o PT em algumas capitais, como Fortaleza e Cuiabá, mas é cedo para dizer que é um grande vencedor. É um partido que teve um bom desempenho, mas está longe de ser a estrela em ascensão.
Até agora, o partido que mais teve sucesso nesta eleição foi o PT. Foi o único que cresceu dentre os cinco maiores, fez o número maior de vereadores, foi o que ganhou em maior número de cidades grandes, ganhou em capitais, vai ganhar em mais capitas no segundo turno. Se ganhar São Paulo, será o grande resultado, mas, mesmo não ganhando, o PT é o partido que mais se enraizou e mais mostrou capacidade de crescimento no conjunto do país, ao contrário do que muita gente imaginava.
Já é possível encontrar os fatores para explicar este crescimento?
É um conjunto de fatores, como a organização partidária, o partido tem apresentado bons candidatos num número grande de cidades, são coisas que explicam o resultado quando se olha 5 mil eleições diferentes, não só a de uma cidade. No conjunto da obra, o PT foi aparentemente o melhor sucedido.
O julgamento do mensalão não surtiu nenhum efeito neste sentido ou ficou limitado?
Se isso que eu acabei de falar é verdade, a resposta é não. Não faria sentido imaginar esse desempenho se o fator julgamento fosse decisivo para o universo eleitoral. Não estou dizendo que seja irrelevante, mas que foi provavelmente menos relevante do que se imagina. Limitou o desempenho de Fernando Haddad na cidade de São Paulo? Provavelmente. O suficiente para tirá-lo do segundo turno? Não. A rejeição a ele aumentou, mas ela continua a ser um terço da rejeição do Serra. Tudo isso tem de ser levado em conta na hora de analisar o impacto do julgamento do STF sobre o mensalão.
Nenhuma das pesquisas havia previsto o Serra com intenções de voto acima dos 30% e o Haddad com uma diferença tão tranquila em relação a Russomanno. Por quê?
A base para você comparar pesquisas e resultados da apuração não é a mesma. Então se você “devolver” os números que o Serra obteve para o conjunto do eleitorado da cidade, ele teve os vinte e pouco por cento que as pesquisas estavam indicando. A base das pesquisas não é aquela do voto válido no dia da eleição. Agora, que houve um nicho de movimentos que as pesquisas identificaram nos índices de desistência do Russomanno, houve. E acabou acontecendo o natural, os dois principais partidos vão disputar o segundo turno.
Houve dentro do PT um entendimento de que essa eleição demorou para esquentar. Isso pode ter ajudado o Russomanno a se manter por mais tempo na dianteira?
É provável, mas isso não foi uma peculiaridade dessa eleição. Em geral é isso que acontece. Não nos esqueçamos que em 2008 até o final do primeiro turno, parecia que Marta Suplicy e Geraldo Alckmin disputariam o segundo turno e acabou dando Kassab. Não é a primeira vez que temos uma eleição municipal que só se resolve nos últimos dias.
Entre Serra e Haddad, podemos apontar o favorito no momento?
Eles terminaram esse primeiro turno empatados – a diferença de 1 ponto percentual entre ambos pode ser considerada irrelevante –, e vão para o segundo turno, cada um com seu capital de largada, seus pontos de partidas. E com perspectivas diferentes de ganhar eleitores que não votaram em ninguém ou que votaram em outros candidatos.
O Serra tem contra ele uma rejeição enorme e acaba de ter o pior desempenho da carreira política dele na cidade. Quer dizer que ele vai perder? Não. Mas ele começa o segundo turno na pior posição, de todas as outras eleições que já disputou, pelo tamanho da rejeição que tem.
A essa altura, sendo um político tão conhecido, há alguma coisa que ele possa fazer para reverter essa rejeição?
A única coisa que ele pode fazer é isso que ele começou a fazer ontem, que foi deixar claro como será a campanha dele. Será insistir na ideia de que ele é um sujeito ético e moral e que o PT é um partido corrupto como está sendo mostrado no julgamento do mensalão. Este é o único argumento que ele tem. Se vai funcionar, não sei.
A essa altura ele não tem mais argumentos. Ele vai falar disso todo santo dia até a eleição. E vai contar com o endosso de alguns órgãos de imprensa, que definitivamente não gostam do PT e que darão a ele argumentos para investir neste único argumento.
Numa cidade que se divide entre uma parte do eleitorado mais próximo ao PT e outra parte mais alinhada com candidatos mais conservadores, esse discurso também não acaba sendo limitado?
Sim. Esse discurso leva em consideração que o que Serra chama de valores morais é o critério primordial para definir a opção do eleitor. E leva em conta também que a imensa da maioria das pessoas não tem uma opinião tão elevada sobre a moralidade do “outro lado”.
Esse argumento vai apenas dizer as mesmas coisas para pessoas que já têm esse pensamento. Sinceramente, não acredito que isso faça com que as pessoas ignorem toda a possibilidade de questionamento sobre a sua biografia. Nós estamos sentindo o eleitor dizendo que há um lado “limpo” e um outro lado “sujo”.
Ainda há possibilidade de transferência de popularidade de Lula e Dilma para o Haddad para ir ao segundo turno ou esse fator já está esgotado a essa altura?
Acho que já está sim. Não me parece que isso possa adicionar mais votos ao candidato hoje. Não creio que seja um diferencial a ser decisivo no segundo turno. Esse entendimento é geral.
E o que Haddad ainda pode apresentar para conquistar a preferência do eleitorado?
Ele ainda continua pouco conhecido por um percentual importante da população. Ele deve continuar seu esforço para apresentar suas propostas, porque ele tem um potencial de crescimento em relação ao Serra muito maior, obviamente.
Rede Brasil Atual e Focando a Notícia

Pessoas viciadas em álcool têm problemas de memória


Pessoas viciadas em álcool têm problemas de memória. A conclusão é de um estudo da Universidade de Caen Basse-Normandie, na França.
No estudo, foi comparada a capacidade de memorização de 28 dependentes de álcool com a de 28 abstêmios. Eles precisaram decorar 20 associações de palavras e rememorá-las após 20 minutos. Os alcoólatras sempre falhavam.
O alcoólatra também sofre com períodos de amnésia. Isso acontece em 30% a 40% das pessoas. O álcool inibe sistemas da memória impedindo que a pessoa se recorde de fatos ocorridos durante o período de embriaguez.
O estudo francês descobriu que os dependentes não tinham consciência de seus problemas de memorização e superestimavam as próprias capacidades mentais.
WSCOM