segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Haddad vai de 3% à vitória, a exemplo de Dilma


O ex-ministro da Educação Fernando Haddad, que ocupou a pasta entre julho de 2005 e janeiro de 2012, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, é filiado ao PT desde 1983 e esta é a primeira eleição de sua vida pública. Antes desta campanha, as únicas experiências em urnas foram na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na capital, quando cursava o terceiro ano e foi eleito vice-presidente do Centro Acadêmico 11 de Agosto em uma chapa encabeçada pelo jornalista Eugenio Bucci. No ano seguinte foi o presidente. Indicado por Lula para disputar a prefeitura paulistana, Haddad apareceu com apenas 3% das intenções de voto na primeira pesquisa, divulgada em maio pelo Ibope.
Para comparação, o adversário a ser batido então despontava com quase 40% das sondagens. Aos 70 anos, José Serra (PSDB) já havia disputado nove eleições, tendo vencido duas para deputado, uma para senador, uma para governador e uma para prefeito; e perdido duas à Presidência da República e outras duas à prefeitura – agora três, sendo que na reta final comportou-se mais como franco-atirador, interessado em preservar, para os que vierem depois dele, o que há de rejeição ao PT. Haddad estava ainda atrás de Paulinho da Força (PDT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS), Netinho de Paula (PCdoB) e Celso Russomano (PRB).
Nestes cinco meses o intelectual com sólida carreira acadêmica, e tido como gestor eficiente à frente do Ministério da Educação, foi perdendo o acanhamento e a falta de traquejo em campanha eleitoral e no corpo a corpo com os eleitores, ganhando pontos nas pesquisas, pedidos de autógrafo e também de fotografias junto a moradores durante comícios e caminhadas. O Haddad que teve seu nome exposto nas urnas eletrônicas do maior colégio eleitoral do país, neste domingo é, pelo menos um pouco, diferente daquele dos 3% que mal tinha companhia de militantes nas andanças pela cidade e era bastante desconhecido dos eleitores, principalmente da periferia.
Paulistano, nasceu no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro, em 1963, e cresceu no bairro Planalto Paulista. Aos 18 anos entrou para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). Também na USP, fez mestrado em Economia e doutorado em Filosofia. Filho de Khalil Haddad, libanês que deixou seu país com 22 anos de idade e imigrou para São Paulo em 1947, e de Norma Thereza Goussain Haddad, filha de libaneses, Fernando é o único homem entre as irmãs Priscila e Lúcia, uma mais velha e outra mais nova do que ele.
O pai era camponês no Líbano e estudou até os oito anos. Quando veio para São Paulo foi trabalhar como atacadista de tecidos na rua 25 de Março e depois de 11 anos no Brasil casou-se com Thereza. A mãe formou-se no curso de Magistério no Liceu Pasteur, onde aprendeu francês. Ela se casou com 20 anos e foi ser dona de casa. Encheu as estantes com as principais enciclopédias do mercado na época e fez de tudo para garantir boa educação aos filhos.
Haddad fez o ensino básico no Ateneu Ricardo Nunes e o secundário no Colégio Bandeirantes e sonhava em ser engenheiro. Mas acabou trocando os cálculos pelos códigos de leis quando seu pai perdeu a casa ao se ver envolvido por um golpe de um estelionatário. A difícil situação da família fez Haddad  prometer a si mesmo que não queria passar por uma situação similar. “O caminho para isso dava no Largo de São Francisco, onde se encontra a velha Academia de Direito. E para lá eu fui.” Em 1988, depois de formado e aos 25 anos casou-se com a dentista Ana Estela Haddad. Quatro anos depois o casal teve o primeiro filho, Frederico. Em 2000 nasceu Ana Carolina.
Atuou em incorporação e construção civil, foi analista de investimento, professor no Departamento de Ciência Política na USP, consultor na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Nesse ínterim, em 1997, a família se desfez do negócio mantido na Rua 25 de Março, por conta de problemas de saúde do pai.
Em 2001, convidado por João Sayad, então secretário de Finanças na Prefeitura de São Paulo na administração de Marta Suplicy, Haddad, assume a chefia de gabinete da Secretaria. Trabalhou na estratégia de escalonamento dos débitos junto aos credores e ajudou a organizar as finanças municipais, o que permitiria a retomada da capacidade de investimento depois de dois anos de mandato. Em 2003, deixou a prefeitura para se tornar assessor especial no Ministério do Planejamento, sob o comando do então ministro Guido Mantega, atual ministro da Fazenda.
Em 2004 assumiu o posto de secretário-executivo no Ministério da Educação – função logo abaixo da do ministro na hierarquia do órgão, então comandado por Tarso Genro, atual governador do Rio Grande do Sul. Na verdade, ministro responde pelo comando político na estrutura de um ministério; e secretário-executivo responde pela gestão operacional. Haddad estava para Genro como Dilma, chefe da Casa Civil, estava para o então presidente Lula.
Com a ida de Tarso Genro para o Ministério da Justiça, em 2005, Haddad assumiu o comando da Educação.
Ali criou o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que atendeu a mais de 1 milhão de estudantes desde que foi implementado, em 2005, até o segundo semestre de 2012, e a maioria (67%) com bolsa de estudo integral. No período em que Haddad esteve no ministério, as vagas no ensino superior público federal passaram de 139,9 mil em para 218,2 mil, foram criados 126 campus universitários federais, 214 escolas técnicas e 587 polos de educação à distância. O número de formandos cresceu 195% nos últimos dez anos. Haddad foi um dos poucos ministros da era Lula mantido pela presidenta Dilma, eleita em 2010. Só deixou o posto no início deste ano para participar da disputa pela sucessão paulistana.
redebrasilatual e Focando a Notícia

Para analista, resultados eleitorais consolidam projeto 'Dilma 2014'


 O resultado das eleições municipais, ao contrário do que se dizia, fortalece o projeto "Dilma 2014", avalia o analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). “Não resta dúvida de que os partidos da base foram vitoriosos”, afirmou. De 50 cidades com segundo turno, ele estima que 75% elegeram candidatos ligados à base aliada do governo. Queiroz acredita que a sensação de “bem-estar” da população, sustentada por crescimento do emprego e da renda, além de políticas públicas, prevaleceu sobre as denúncias contidas no julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
“É claro que se não houvesse a denúncia do mensalão o PT teria crescido muito mais. Mas entre uma acusação ético-moral e uma sensação de bem-estar, o eleitor prefere racionalmente optar pela segunda tese. Até porque quem está acusando o PT pratica algo muito parecido”, afirma o analista do Diap.
Nesse sentido, ele considera o PT vitorioso política e eleitoralmente. “Politicamente porque enfrentou uma campanha dos meios de comunicação com o objetivo de carimbar o partido como corrupto. É uma vitória indiscutível. Voltou à condição de partido mais votado na eleição municipal. Mesmo perdendo em Belo Horizonte, criou uma alternativa importante para o governo de Minas. A meu ver, cometeu seu principal erro em Recife, onde tinha a eleição garantida, mas que dependia de aliança (com o PSB). O mesmo ocorreu em certa medida em Fortaleza, onde disputou razoavelmente bem.” Queiroz atribui a derrota em Salvador muito mais a uma avaliação negativa do governo estadual, petista, do que a uma reedição do “carlismo”.
“A oposição decresceu em número de votos e prefeituras. E a base do governo aumentou”, prossegue o analista. “O núcleo estratégico do governo federal cresceu em número de votos”, acrescentou, citando PT, PSB, PCdoB e PDT. “Até o Psol, que faz uma oposição à esquerda, cresceu. Todos os demais – de oposição ou de uma situação mais conservadora – regrediram.” Ele considera o PSD a surpresa desta eleição, embora com muita concentração no Sul.
Segundo o diretor do Diap, alguns indicadores sociais podem ter sido determinantes nesta eleição, como o crescimento do emprego, “que não se justifica frente ao crescimento do PIB” e o aumento da renda. “Mas o governo tem outras políticas de inclusão social que fazem com que haja uma situação de bem-estar. Os acordos salariais tiveram ganhos reais. E houve ganhos com a redução dos juros.”
Ele considera que o setor “mais atrasado” adotou um discurso na tentativa de desqualificar o PT e tirá-lo da disputa, já pensando em 2014. O PSB, “ainda em fase de consolidação”, deve permanecer como aliado do PT na eleição presidencial. Para o PMDB, partido que diminuiu o número do prefeituras, mas continua como o de maior capilaridade, a alternativa mais viável seria também continuar com o governo, em vez de se arriscar em uma aliança com o PSDB. Quanto a Serra, o analista acredita que ele poderia no máximo almejar uma vaga no Senado. A candidatura ao Planalto “vai muito provavelmente cair no colo do Aécio (Neves), que não vai ter facilidade se o governo continuar bem avaliado”.
Rede Brasil Atual

PSB ganha a disputa em Fortaleza; PT acusa compra de votos e vai à Justiça


PSB ganha a disputa em Fortaleza; PT acusa compra de votos e vai à Justiça Chega ao fim a intenção do PT de ter mais quatro anos à frente da prefeitura de Fortaleza. Roberto Claudio, do PSB, venceu o adversário Elmano de Freitas por 53,02% a 46,98% dos votos válidos (650.607 a 576.435). Aliados desde 2006 no governo estadual e na administração da capital, PT e PSB protagonizaram uma das mais apertadas disputas do país no segundo turno, marcada pela ruptura e entre as siglas no âmbito municipal neste ano.
A tensão hoje (28) e uma série de denúncias de irregularidades podem levar à Justiça o questionamento do resultado. Foram registradas várias ocorrências de confronto entre militantes e fiscais eleitorais de ambos os partidos. 
Em meio às denúncias, a prefeita Luizianne Lins (PT) afirmou que houve compra "descarada” de voto. “Vimos pessoas usando blusas padronizadas, o que não pode, realização de carreta, o que não pode, soltar fogos de artifício. Nunca vimos um acinte à Justiça eleitoral como vimos até agora e nenhuma providência está sendo tomada” elencou a prefeita. 
O coordenador da campanha da PT, deputado estadual Antonio Carlos, afirmou que houve “grande estrutura de compra de votos, policiais militares para coagir eleitores, o que coloca em xeque o processo. Nós vamos amanhã, em tempo hábil, tomar as medidas cabíveis”. Para Antonio Carlos, houve “utilização de meios absurdos para compra de votos”. Ele assegura que há provas materiais e imagens que comprovariam as denúncias. 
O governador Cid Gomes e o candidato Roberto Claudio chegaram a comparecer pessoalmente na Superintendência da Policia Federal para “prestar solidariedade” a 50 militantes do PSB detidos sob suspeita de boca de urna. Ao final da votação, o Trigunal Regional Eleitoral (TRE) registrou 64 denúncias por crimes eleitorais, de ambos os lados, variando do transporte ilegal de eleitores a compra de votos, sendo 44 denúncias de boca de urna. 
A reta final foi marcada pela disputa acirrada tanto nas ruas quanto nas pesquisas. Somente hoje a boca de urna do Ibope dilatou a diferença, apontando 53% para Roberto Claudio e 47% para Elmano, praticamente o que se confirmou no resultado final. No sábado, o Datafolha demonstrou empate rigoroso (42% das intenções de voto para cada um), e, no Ibope, Roberto Cláudio apareceu à frente, com 44%, e Elmano, 42%. Apesar da vantagem, estariam empatados dentro da margem de erro de 3%.
Na última semana da campanha, Lula compareceu pessoalmente em comício na terça (23), fortalecendo o PT, e o governador Cid Gomes se licenciou do cargo por cinco dias para dedicar-se integralmente à campanha do PSB. 
Também marcante foi o embate direto entre a prefeita Luizianne Lins e o governador. Aliados desde 2006, quando da primeira eleição de Cid Gomes, ambos romperam a aliança neste ano. O governador chegou a fazer piada de mau gosto com a tendência interna do PT a qual Luizianne pertence, a Democracia Socialista (DS, que, na piada do governador virou “DST”), e declarou não querer mais qualquer relação pessoal com a prefeita. A piada rendeu um pedido público de desculpa.
Luizianne, por sua vez, reforçou as críticas aos irmãos Ferreira Gomes (Cid e Ciro), acusando-os de machismo e de quererem impor uma oligarquia familiar no comando do estado e da capital. No ato da votação de hoje, ao lado de Elmano, ela afirmou que estava arrependida de “ter apoiado Cid em 2010”, na reeleição do governador. 
No sábado, um dia depois de encerrada a propaganda eleitoral, Luizianne obteve direito de resposta e apareceu em várias inserções, pois tinha sido exibida na TV pelo programa eleitoral adversário uma declaração dela, de 2010, na qual afirmava que se preparava para “eleger até um poste com a luz quebrada”. 
Resta saber como será, até o final do ano, a relação institucional entre Luizianne e Cid. Ela tem mais de dois meses à frente da prefeitura, e preside o PT cearense que integra o governo do estado, enquanto o governador é o presidente estadual do PSB. Luizianne terá, antes de tudo, de reconciliar o PT cearense, já que ela bancou a candidatura de Elmano, integrante da DS, quando havia outros três pré-candidatos antes da escolha oficial. E a ala do PT aliada ao governador é capitaneada pelo deputado federal José Guimarães, que embora tenha aderido à campanha de Elmano, não pressionou os petistas que integram o governo do estado. 
Sobre a aliança no âmbito federal, Cid Gomes afirmou que "num longo prazo, num médio prazo, o objetivo do PSB é disputar a Presidência da República. O PT disputou cinco vezes até ganhar a Presidência. Agora, nesse momento, nos participamos do governo da Dilma. Então eu não enxergo, sinceramente, num curto prazo, o PSB disputando a Presidência em 2014".
Rede Brasil Atual

domingo, 28 de outubro de 2012

Cinquenta cidades decidem hoje quem será o prefeito nos próximos quatro anos


Brasileiros de 50 cidades decidirão hoje (28), em segundo turno, quem será o responsável pela gestão municipal nos próximos quatro anos. Ao todo, devem comparecer novamente para votar 31,7 mil pessoas, entre eles eleitores de 17 capitais.
Por ser o maior colégio eleitoral entre as capitais, com 8,6 milhões de votantes, São Paulo sempre recebe uma atenção especial por parte dos partidos políticos.  Neste domingo, o paulistano definirá se quer ser administrado por Fernando Haddad (PT) ou José Serra (PSDB).
Além de ter o maior eleitorado entre os 5.568 municípios, o estado de São Paulo tem 12 cidades disputando as eleições em segundo turno. O Rio de Janeiro está em segundo lugar, com sete cidades na disputa, e o Paraná vai ter cinco municípios onde candidatos se enfrentarão.
Para viabilizar a disputa neste segundo turno nas 50 cidades, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocará a disposição 96,1 mil urnas eletrônicas. Algumas delas ficarão de reserva para substituição no caso de eventual problema de funcionamento.
O eleitor das cidades que terão segundo turno deverá comparecer à sua seção de votação entre as 8h e as 17h. Para votar, a pessoa terá que apresentar ao mesário um documento com fotografia.
O PT e o PSDB são os partidos que mais disputam a cadeira de prefeito nas capitais. Além de São Paulo, os dois partidos têm mais cinco e sete candidatos, respectivamente, concorrendo em capitais.
O PMDB, que saiu das urnas no primeiro turno como a legenda com maior número de prefeitos eleitos em todo o país, disputa o segundo turno em três capitais – Campo Grande, Natal e Florianópolis. No primeiro turno, os peemedebistas saíram das urnas como a maior legenda nas regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Correio do Brasil

Pesquisas mostram Fernando Haddad como prefeito eleito de São Paulo

Candidatos à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad e José Serra, participam de debate hoje









Duas pesquisas divulgadas hoje (27) dão como certa a vitória do candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, sobre José Serra (PSDB). Enquanto o Datafolha indica o ex-ministro da Educação com 58% dos votos válidos nas urnas amanhã, o Ibope aponta o petista com 59%. Já o tucano tem, respectivamente, 42% e 41%.
Se confirmada, será a segunda vitória seguida de um novato em eleições indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E, pela segunda vez, a vitória se dará em cima de Serra, que em 2010 foi batido na corrida pelo Palácio do Planalto por Dilma Rousseff, ex-ministra-chefe da Casa Civil.
Paulistano, de 49 anos, Haddad entrou aos 18 na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP).Também na USP, fez mestrado em Economia e doutorado em Filosofia. Ingressou no PT em 1983, nos primeiros anos após a fundação do partido, e antes desta campanha havia apenas participado de uma disputa eleitoral: a do Centro Acadêmico 11 de Agosto, no curso de Direito.
Desconhecido do público, a exemplo de Dilma, Haddad tinha 3% das intenções de voto em maio, 15 ou 16 vezes menos do que obterá neste domingo, caso os números das pesquisas se confirmem. No primeiro turno, as sondagens demoraram a detectar o crescimento do petista, e chegou-se a cogitar que ele e Serra se vissem forçados a disputar a vaga restante no segundo turno ao lado de Celso Russomanno (PRB). 
Mas a queda rápida do então líder nas pesquisas acabou por repetir a polarização PT-PSDB no segundo turno. Contra o mesmo adversário, o mesmo nível de campanha, marcado por duas questões morais centrais. Desde o primeiro dia da fase final, Serra se valeu do julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão, realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) justamente em simultâneo ao processo eleitoral. Na outra ponta, valeu-se do apoio de líderes religiosos e passou a pregar contra o kit didático contra a homofobia, criado por Haddad durante o trabalho no Ministério da Educação. 
Para o cientista político Aldo Fornazieri, coordenador do programa de governo do petista, o candidato saiu favorecido da dupla rejeição que pesava sobre Serra: a própria e a do prefeito Gilberto Kassab (PSD), seu afilhado político. “Qualquer dos candidatos que fosse para o segundo turno com Serra, venceria”, afirma. Ele acrescenta que os projetos bem pensados, de renovação da cidade, beneficiaram o ex-ministro: “A consistência desse programa e dessas propostas foi bastante evidente. E em segundo lugar as forças que se articularam em torno dele. A força do PT, a força do ex-presidente Lula, a força da presidenta Dilma, a própria Marta Suplicy.”
Em 2001, Haddad foi convidado por João Sayad, então secretário de Finanças na prefeitura de São Paulo na administração de Marta Suplicy, e assumiu a chefia de gabinete da secretaria. Em 2003, deixou a gestão municipal para se tornar assessor especial no Ministério do Planejamento, sob o comando do então ministro Guido Mantega, atual ministro da Fazenda.
No ano seguinte assumiu o posto de secretário-executivo no Ministério da Educação e em 2005, com a ida do ministro Tarso Genro para a pasta da Justiça, assumiu o comando. Foi então que criou o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que atendeu mais de 1 milhão de estudantes desde que foi implantado até o segundo semestre de 2012. 
No período em que Haddad esteve no ministério, as vagas no ensino superior público federal passaram de 139,9 mil em para 218,2 mil, foram criados 126 campi universitários federais, 214 escolas técnicas e 587 polos de educação à distância. O número de formandos cresceu 195% nos últimos dez anos. Outra marca de sua gestão foi o fortalecimento e a ampliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deixou de servir como um projeto de avaliação e ranqueamento de escolas para se transformar em método de ingresso no ensino superior.  
Haddad foi um dos poucos ministros da era Lula mantido pela presidenta Dilma Rousseff, eleita em 2010. Só deixou o posto no início deste ano para participar da disputa pela sucessão paulistana, iniciada após um processo de negociação interno no qual foram preteridos a então senadora Marta Suplicy, o senador Eduardo Suplicy e os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zaratttini.
Após um processo de atritos internos, o partido se reunificou ao longo da campanha. Para o cientista político Humberto Dantas, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), a força do PT foi a segunda parte da explicação do bom desempenho de Haddad. “Precisamos considerar que a sociedade paulistana apontava nas pesquisas que desejava mudança. Não à toa Haddad carrega consigo um lema de campanha que fala do novo, que bate muito nesta tecla. Mesmo dentro do PT ele é novo, em termos eleitorais principalmente”, afirma.

Serra

De outro lado, Serra sai das eleições em situação mais complicada. Se em 2010 viu sua rejeição saltar ao abordar questões morais e ao não conseguir apresentar-se como novidade, agora o tucano tem um caminho complexo pela frente. Caso se confirme a derrota amanhã, terá um quadro complicado dentro do partido: na disputa presidencial, teoricamente o senador mineiro Aécio Neves é o preferido, e no Palácio dos Bandeirantes o natural é que Geraldo Alckmin lute pela reeleição.
“Existe uma situação bastante embaraçosa dentro do PSDB, que eu acredito que se desenrole em conflitos importantes, desde que o Serra queira se manter no páreo para disputar um cargo majoritário. Teria de haver uma acomodação de forças, de interesses, que eu vislumbro que não será de fácil solução”, aponta Fornazieri. 
Mas, para o cientista político Vitor Marchetti, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), não é possível sepultar Serra caso a derrota se confirme. Em parte, vai depender da margem com que Haddad vença. Em parte, da reacomodação interna do PSDB, que, aliás, precisa ficar atento para não minguar após dez anos na oposição ao governo federal. 
“O partido tem de forçar a renovação de seus quadros, como fez o PT, que colocou lideranças novas no cenário. Terá de lidar com isso nos próximo anos e com a consolidação de suas propostas. Por exemplo, a privatização faz parte ou não de se suas políticas? O PSDB tem de resolver isso até 2014.”
Se o caminho for o da renovação, Serra, com 70 anos, não é exatamente o que se pode chamar de novo. 
Rede Brasil Atual

Ibope: Cartaxo-PT tem 72%, e Cícero-PSDDB, 28% dos votos válidos em João Pessoa


Luciano Cartaxo e Cícero Lucena vão disputar o segundo turno (Foto: Montagem/G1)O Ibope divulgou, nesse sábado (27), a segunda pesquisa de intenção de voto sobre o segundo turno da disputa pela Prefeitura de João Pessoa neste ano.
A pesquisa foi encomendada pela TV Cabo Branco.
Veja os números do Ibope, considerando os votos válidos:
Luciano Cartaxo (PT) – 72%
Cícero Lucena (PSDB) – 28%
Para calcular esses votos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
A pesquisa foi realizada entre 25 e 27 de outubro. Foram entrevistadas 602 pessoas na cidade de João Pessoa. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB), sob o número PB-00153/ 2012.
Veja os números do Ibope para a pesquisa estimulada:
Luciano Cartaxo (PT) – 63% das intenções de voto
Cícero Lucena (PSDB) – 24%
Branco/nulo – 7%
Não sabe – 6%
Pesquisa anterior
A primeira pesquisa do Ibope do segundo turno foi divulgada no dia 19 de outubro e registrou os seguintes resultados: Luciano Cartaxo, 65%, Cícero Lucena , 24%, branco/nulo, 6%, não sabe, 5%.
No primeiro turno, Cartaxo teve 38,32% dos votos válidos, e Cícero, 20,27%.
G1 PB e Focando a Notícia 

Casos de raiva fazem população de São Luís temer cães de rua


Em julho deste ano duas pessoas morreram em São Luís vitimadas pela raiva humana. A repercussão negativa das mortes chamou a atenção para um dado que grande parte da população ignorava: dos 70 casos registrados no país em 2011, 55 ocorreram no Maranhão, a maioria deles na capital do Estado.
Alarmada, a população passou a pressionar as autoridades, cobrando o recolhimento de milhares de cães e gatos abandonados nas ruas da cidade, tidos como os grandes responsáveis pelo avanço da doença. A alta concentração de animais soltos nas ruas de São Luís é uma característica da capital maranhense há anos. Não se trata de um fenômeno que aflige apenas as regiões da periferia da cidade, embora nestas o contingente de animais, principalmente cães, obrigue a população a disputar espaço nas ruas com os animais.
Nas feiras e mercados populares da cidade, a situação beira o caos, animais que aguardam por restos de alimentos, atacam constantemente a população.

Campanha de vacinação

A raiva é uma doença típica de cães e gatos, que pode ser transmitida aos homens sendo, portanto, uma zoonose. O vírus causador da doença é mortal tanto em homens quanto em animais.
Embora São Luís possua um alto contingente de animais abandonados nas ruas, as campanhas de vacinação e recolhimento desses animais não vinha sendo feita regularmente até o registro das mortes no mês de julho, quando as autoridades sanitárias iniciaram uma campanha com o objetivo de imunizar tanto os animais soltos nas ruas, quanto os domésticos.
Apenas em 2012, foram registrados mais de 20 casos de raiva animal em São Luís. Com o início da campanha de vacinação, em agosto, a Secretaria de Vigilância em Saúde montou postos de vacinação em vários pontos da cidade, mas na periferia e na zona rural, onde as mortes de duas pessoas foram registradas, os moradores reclamam da ausência de uma ação verdadeiramente efetiva para impedir o avanço da doença. Um morador do bairro do Tibiri, que se identificou apenas como Alexandre, chama a atenção para o fato de que os cães de rua não foram vacinados: ''Não se vê nas ruas nenhuma movimentação para recolher tantos cachorros que vagam por aí. A gente é obrigado a andar com medo de ser atacado pelos animais, porque nunca se sabe se eles podem estar com a doença''.
Outros moradores, dizem que os postos de vacinação não dão conta das demandas da população, uma vez que a maioria dos moradores sentiu dificuldades para se deslocar até eles.
Lilian Nascimento, moradora do Bairro São Raimundo, na zona rural, diz que não levou seu animal para vacinar justamente em função da distância dos postos: ''Eles abriram um posto de vacinação muito longe da minha casa e o prazo para levar os animais era de apenas um dia. Acho que o posto deveria abrir toda semana, ou então a prefeitura deveria passar na casa dos moradores''.
A moradora Mayana Nunes conta ter levado uma gata que possui para vacinar mas diz que ''o problema são os cães de rua. Ninguém toma uma providência para tirar tantos bichos abandonados. Eles sujam as ruas e muitos são doentes. Tem gente morrendo dessa doença da raiva por causa disso".

Estrutura pequena

Procurado para dar informações a respeito das reclamações dos moradores, o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde do Estado, Alberto Carneiro, diz que segundo os relatórios encaminhados pelo Setor de Zoonoses da Prefeitura de São Luís em todo o município, no ano de 2012 foram vacinados até agora 108 mil cães e 27 mil gatos.
No bairro do Tibiri, região onde foi constatado um caso positivo, a Prefeitura diz ter vacinado um total de 1.354 animais.
Embora o número de vacinações tenha superado 100 mil cães e gatos, o município de São Luís dispõe de um número reduzido de equipes de apreensão. Apenas 1.142 aninais foram apreendidos até o momento, graças a três viaturas equipadas com carrocinha de apreensão.
Segundo Alberto Carneiro, ''a localização dos postos foram disponibilizados de modo a atingir as metas pactuadas e que a Secretaria Adjunta de Vigilância em Saúde tem supervisionado a execução destes trabalhos principalmente no que concerne a captura de cães e gatos não domiciliados''.

BBC Brasil