segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Quimioterapia pode acelerar tumores, diz estudo


Um estudo publicado neste domingo (2) pela revista científica “Nature Medicine” mostra que dois tipos comuns de quimioterapia podem, na verdade, acelerar o crescimento dos tumores, em vez de apenas combater o câncer.
A fluorouracila é usada para tratar a maior parte dos cânceres em metástase no aparelho digestivo. Já a gemcitabina é aplicada normalmente no tratamento do câncer de pâncreas, mas também em alguns casos de câncer de mama. Em geral, os tratamentos são considerados eficazes.
No entanto, a equipe de François Ghiringhelli, do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica, descobriu um mecanismo que faz com que esses medicamentos, ao mesmo tempo em que combatem os tumores, também alimentem o câncer.
A quimioterapia ativa um complexo de proteínas chamado NLRP3, que funciona como uma espécie de sensor de perigo do corpo humano. Isso desencadeia um processo que faz com que o próprio sistema de defesa do organismo produza uma substância que aumenta os tumores.
Segundo os autores, uma alternativa possível seria, de alguma forma, limitar a ação do sistema imunológico enquanto o tratamento é feito, como uma forma de aumentar o potencial de sucesso da quimioterapia.
PB Agora

São Paulo:Violência faz 9 vítimas no fim de semana


Nove pessoas foram assassinadas na região metropolitana de São Paulo entre domingo (2) e segunda-feira (3). Três vítimas, entre elas um guarda civil, morreram em Jandira, na Grande São Paulo.
O número de mortes entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira é superior à média diária de assassinatos no mesmo mês do ano passado, que foi de 7,7 vítimas.
Em Jandira, o guarda civil Givanildo Henrique da Silva, de 40 anos, que estava de folga, comemorava a vitória de uma partida de futebol em um bar, no Jardim Vale do Sol, na noite de domingo, quando criminosos invadiram o estabelecimento. De acordo com uma testemunha, eles não nada disseram antes de dar os disparos. O guarda civil foi atingido por cinco tiros e morreu no hospital. A polícia suspeita que o crime tenha sido praticado por traficantes. Outros dois homicídios foram registrados na cidade.
Em Itapevi, um adolescente suspeito de tentar roubar um ônibus e uma mulher por volta das 23h foi baleado pela polícia. Houve perseguição policial. Ele foi internado e o hospital não divulgou informações sobre o seu estado de saúde.
Em Guarulhos, criminosos fizeram disparos em um bar e deixaram seis feridos na tarde de domingo na Vila São Rafael. Entre eles, estava o ex-policial militar Cláudio Moraes, que morreu. Um homem teve que ser operado e os outros quatro não corriam risco de morrer.
Em São Paulo, na Zona Leste, um homem e uma mulher foram encontrados mortos em uma praça no bairro Vila Industrial. A irmã da mulher contou que a vítima era moradora de rua e usava crack.
Na Rodovia Ayrton Senna, na região de Cangaíba, um soldado da Polícia Militar reagiu a um assalto e matou um suspeito. O outro suspeito fugiu. Uma outra morte foi registrada na Vila Guilherme, na Zona Norte. Um outro homicídio foi registrado no Parque Santo Antônio, na Zona Sul.
PB Agora

domingo, 2 de dezembro de 2012

Esposa de preso político relata abusos em cárceres israelenses

Potências pedem que agora Palestina e Israel negociem a paz
Abla Sa’adat, esposa do ativista e atual preso político Ahmad Sa’adat, compartilhou a situação dos presos políticos na Palestina, em especial do seu marido, que se encontra em regime fechado desde 2006. O depoimento ocorreu em sessão do Fórum Social Mundial Palestina Livre, em sala na Câmara Municipal de Porto Alegre nesta sexta-feira (30).
Abla começou a sua fala detalhando em números os casos de detenções políticas na Palestina. Segundo ela, há, atualmente, 5 mil presos políticos nos cárceres israelenses. Do total, 13 são mulheres e 130 são crianças. Abla ressaltou ainda que existe 130 palestinos presos há mais de 20 anos.
A ativista, que é membro da União Geral da Mulher Palestina e presidente da Campanha de Libertação dos Cárceres Israelenses, também condenou o tratamento dado aos detidos. “Há 250 [presos] doentes empilhados em uma coisa que chamam de hospital”, alerta ela. Além disso, a ativista afirma que não são ofertados remédios  para presos, alguns com doenças graves como câncer, e que eles são tratados a base de calmantes.
Ela condena ainda outras precariedades que os presos políticos palestinos enfrentam, como a proibição de visitas de familiares, as prisões individuais e as chamadas prisões administrativas, quando a detenção ocorre sem nenhum tipo de acusação. Segundo ela, há 300 pessoas na Faixa de Gaza que nunca puderam receber uma visita. O motivo para a proibição alegado por Israel é a de preservar a segurança de seu Estado.
A razão israelense se mostra controversa, quando Abla relata um caso ocorrido com o seu marido. O casal possui quatro filhos e os únicos membros da família que podem visitá-lo é ela e o filho mais velho, Abla Ghassan, pois eles possuem documento israelense. “A sua neta, quando estava com apenas 10 dias teve de ficar atrás do vidro para Ahmad poder vê-la. Ele queria tocá-la, pegá-la, mas isso não foi permitido”, conta. O fato mostra que, antes de preservar a segurança, o afastamento de familiares serve como forma de pressão emocional aos detidos.
Abla usa de exemplo Ahmad Sa’adat para outros violações aos direitos humanos que os presos políticos sofrem. Durante 3 anos ele ficou preso em cárcere privado. “É uma punição tanto para o preso quanto para a família que não pode manter contato. Ele não podia falar com ninguém, somente com o seu advogado (em tempos espaçados) e com a Cruz Vermelha que fazia visitas para ver como estava sua saúde”, relembra. Conforme ela, fotos e cartas que eram enviados para Ahmad pela família foram barradas e ele nunca pode recebê-las.
Manifestações de presos palestinos foram realizadas para protestar contra os abusos citados. Em novembro do ano passado, representantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina deram início ao que foi chamado de “Batalha do Estômago Vazio”, uma greve de fome que durou 22 dias. As revindicações eram a extinção da prisão individual, da prisão administrativa e a liberação da visita de familiares. De início eles obtiveram sucesso nas negociações com autoridades israelenses mas, posteriormente, as exigências acabaram não sendo cumpridas.
Em 2012, outra greve de fome foi feita. Desta vez, o ato conseguiu fazer extinguir a prisão individual. Já a prisão administrativa, aquela que permite a detenção a qualquer momento sem a necessidade de apresentar justificativa, segue acontecendo, conforme Abla Sa’adat. Outra censura que ocorre nos cárceres israelenses, segundo ela, é ao acesso de livros e revistas.

“Meu marido foi preso por sua posição política”, diz ativista palestina

Encarcerado desde 2002, Ahmad Sa’adat foi acusado por Israel de organizar o assassinato do ministro do Turismo israelense de extrema-direita, Rehavam Ze’evi e por dirigir uma “organização ilegal terrorista”. Ele foi presidente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) a partir de 2001, quando substituiu Abu Ali Mustafa, depois de Mustafa ter sido assassinado pelos israelenses em seu escritório em Ramallah, na Cisjordânia. O assassinato do ministro de Israel foi visto como uma resposta à morte de Mustafa.
Acusado da morte de Rehavam Ze’evi, Sa’adat acabou detido pela Autoridade Nacional Palestina após acordo com Israel, que exigia que ele fosse deportado e cumprisse a pena no país. A decisão garantiu que ele cumprisse pena na Palestina e não sob custódia israelense. O Supremo Tribunal da Palestina declarou que a prisão de Ahmad era inconstitucional, sem fundo jurídico, e ordenou a sua libertação, mas a Autoridade Nacional da Palestina se recusou a cumprir essa determinação. Além disso, a Anistia Internacional declarou que ele recebeu um julgamento injusto, o que fazia de sua detenção um ato ilegal e que, por isso, deveria passar por um processo legítimo ou ser liberado.
Em 2006, forças israelenses cercaram a prisão onde Sa’adat estava e, após horas de resistência, o capturaram e levaram sob custódia a Israel, onde foi condenado a 30 anos de prisão e atualmente encontra-se cativo.
Esses são alguns fatos que resumem os últimos anos do marido de Abla Sa’adat. “Ele sempre pediu para eu me posicionar não como sua esposa, mas como um membro do povo palestino e da luta pelo nosso estado”, disse a ativista. Segundo ela, Ahmad já foi preso 12 vezes. “Todas por sua condição política”, condenou. A ativista conta que Ahmad nunca reconheceu as suas detenções. “Uma vez o juíz mandou ele levantar. Além de se recusar, ele respondeu: ‘não sou eu que tenho de ser condenado, mas vocês. Vocês é que estão errados na ocupação da Palestina’”, relatou.
Segundo Abla, a única alternativa que ela vê para a liberação de seu marido é através de troca de prisioneiros ou com o fim da ocupação. Ela também criticou a omissão das Nações Unidas frente a toda situação. “A ONU diz que a Frente Popular é um partido terrorista. Se a resistência palestina é considerada terrorismo, então somos mesmos terroristas”, enfatizou.
No final do discurso, Abla fez um apelo aos países internacionais para realizar campanhas que pressionem Israel e instituições de Direitos Humanos. “Pedimos a solidariedade de todos. Preso palestino é preso de guerra e merece outro tratamento”. Como exemplo de apoio ela sugeriu o envio de cartas aos detidos. “Com as cartas o preso vê que há alguém do mundo que participa da sua luta. Ahmad recebeu várias cartas dizendo que simpatizavam com a sua causa, o que o deixou mais forte”, disse.

Por ano, 77 crianças palestinas são presas

Um representante da Addamer Prisoner Support & Human Rights Association discursou brevemente para relatar o caso de crianças presas. Segundo ele, anualmente, 77 crianças são presas na Palestina. Em muitos casos elas possuem menos de 10 anos e não há um tratamento especial para os menores detidos.
Após o breve discurso, um pai palestino, que já teve seu filho preso por duas vezes, subiu no palanque para contar o seu caso. “Meu filho foi preso durante um mês, após ter jogado duas pedras em um carro civil em uma rua confiscada pelos israelenses. Na segunda vez ele foi preso por jogar quatro pedras em um carro, na mesma rua, por 32 meses. Detalhe: nenhuma das quatro pedras acertaram o carro”, contou, em tom de desabafo.
Fonte: Rede Brasil Atual

Ranking aponta melhores lugares para se nascer

Bebê recém-nascido
Suíça, Austrália e Noruega são, nesta ordem, os três melhores países do mundo para se nascer hoje em dia, de acordo com um índice elaborado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU).
O ranking da EIU põe o Brasil na 37ª posição entre os 80 países analisados - à frente da vizinha Argentina e dos demais países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Nigéria é apontada como o pior dos 80 países para se nascer pela EIU, o braço de pesquisas da revista The Economist.
O índice leva em conta 11 variáveis que indicam quais países deverão oferecer em 2030, quando os bebês de 2012 e 2013 chegarão à idade adulta, as melhores oportunidades para uma vida saudável, segura e próspera. A EIU aponta que a maior parte dos primeiros colocados no ranking são economias pequenas. Entre os dez primeiros, que incluem também Suécia, Dinamarca, Cingapura, Nova Zelândia, Holanda, Canadá e Hong Kong, apenas a Austrália, segundo, e o Canadá, nono, são integrantes do G20, o grupo das maiores economias do mundo.
A lista dos dez primeiros traz também apenas um país - a Holanda, oitava do ranking - membro da zona do euro, imersa na crise econômica.
Entre os 12 países latino-americanos analisados, o Brasil é o terceiro colocado, atrás de Chile (23º no ranking geral) e Costa Rica (30º) e à frente de países como México (39º), Argentina (40º), Cuba (empatado em 40º) e Venezuela (44º).
Entre os países do grupo Brics, o Brasil é o mais bem colocado, seguido de China (49º), África do Sul (53º), Índia (66º) e Rússia (72º).
Dos países do G7, grupo que reunia originalmente as sete maiores economias do mundo, o Canadá, na 9ª posição, é o país mais bem colocado no ranking. Alemanha e Estados Unidos vêm a seguir, empatados na 16ª posição, seguidos de Itália (21º), Japão (25º), França (26º) e Grã-Bretanha (27º).

Mudança em 25 anos

O levantamento atual contrasta bastante com outro ranking semelhante elaborado pela EIU em 1988, no qual os Estados Unidos apareciam como o melhor país para se nascer naquele ano.
Os oito primeiros lugares no ranking de 1988 eram todos ocupados pelos países do G7 e por Hong Kong (à época ainda sob controle britânico).
Há 25 anos, o Brasil aparecia na 30ª posição entre 48 países - atrás de Argentina (21º), União Soviética (21º) e Índia (27º), mas à frente de China (32º), Portugal (empatado em 32º) e Alemanha Oriental (36º).
O ranking deste ano foi elaborado com base em questões subjetivas de satisfação e outros fatores mais objetivos de qualidade de vida nos países. A metodologia leva em consideração fatores diversos como geografia, demografia, características sociais e culturais e outros fatores econômicos que dependem das políticas de cada país e da situação da economia mundial.
Os fatores que influenciam os indicadores de qualidade de vida em cada país incluem PIB per capita, expectativa de vida, qualidade de vida familiar, liberdade política, segurança no trabalho, clima, segurança pessoal, qualidade de vida comunitária, qualidade do governo e igualdade de gênero.

Os melhores países para se nascer

1. Suíça
2. Austrália
3. Noruega
4. Suécia
5. Dinamarca
6.Cingapura
7. Nova Zelândia
8. Holanda
9. Canadá
10. Hong Kong
16. Alemanha
16. Alemanha
21. Itália
25. Japão
26. França
27. Grã-Bretanha
[...]
37. Brasil
39. México
40. Argentina
49. China
53. África do Sul
66. Índia
72. Rússia
76. Angola
77. Bangladesh
78. Ucrânia
79. Quênia
80. Nigéria
Fonte: Economist Intelligence Unit
Leia mais em BBC Brasil.

Fim do mundo, é uma ameaça para crianças e adolescentes suicidas,segundo a NASA


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A NASA emitiu uma grave advertência de que rumores do “fim do mundo”, para o dia 21 de dezembro, representam uma ameaça real para crianças assustadas e adolescentes depressivos, informa o jornal britânico Daily Mail.

David Morrison, um astrobiólogo da Agência Espacial Norte-americana disse nesta semana durante uma conferência online, que recebe um grande número de e-mails e cartas de cidadãos preocupados, na maioria das vezes jovens.
“Alguns dizem que não conseguem comer ou dormir, enquanto outros dizem que querem se matar antes do fim do mundo”, disse Morrison.
“Embora esta seja uma piada para algumas pessoas e um mistério para outros, há um núcleo de pessoas que estão realmente preocupadas”, disse.
A NASA desmente que o mundo acabará em dezembro. Os rumores do apocalipse são baseados em interpretações do ciclo do calendário Maia que terminará no dia 21 de dezembro de 2012.

Registrada atividade suspeita em torno de arsenais de armas químicas na Síria


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Uma “fonte” ligada aos serviços secretos dos EUA e Israel afirmou estar na posse das informações sobre atividades suspeitas em torno dos arsenais de armas químicas na Síria, comunica a mídia israelense.

Segundo a “fonte”, os serviços secretos não conseguiram estabelecer a razão exata dessas atividades. Contudo, elas diferem das operações habituais de manutenção das armas químicas nos arsenais militares, o que pode provar estarem a ser levados a cabo preparativos para seu emprego.
Desertores de alta patente do exército de Assad têm afirmado reiteradamente que o regime não hesitaria um segundo perante o emprego de armas químicas, em caso de perigo direto para sua existência.

Jovens ignoram risco da AIDS


Há, no Brasil, uma geração que, embora com amplo acesso a informações, não tem a real percepção dos perigos do sexo sem proteção. Aproximadamente 60% dos jovens entre 18 e 29 anos acham que não correm risco (ou consideram pequena essa ameaça) de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST). De cada 10 jovens, quatro acreditam que não é preciso usar preservativos em relacionamentos estáveis e três desconfiariam da fidelidade do parceiro que propusesse o uso regular da camisinha.
A pesquisa, encomendada pela Caixa Seguros com colaboração da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, ouviu 1.208 jovens em 15 estados e no Distrito Federal entre 2011 e 2012. Do total, 78% responderam que já usaram camisinha, ao menos uma vez, para se proteger contra DST. No entanto, 40% não consideraram o uso do preservativo eficaz para evitar infecções ou uma gravidez indesejada.
Apesar das campanhas governamentais de prevenção e das facilidades de acesso a informações sobre a doença, os números mostram que o índice de incidência da aids entre jovens de 15 a 29 anos vem se mantendo relativamente estáveis. Em 2011, foram notificados 9,1 mil casos; em 2010 foram 8,8 mil; e em 2009, as notificações nessa faixa etária somaram 8,4 mil. No primeiro semestre deste ano, o Ministério da Saúde recebeu 4,4 mil notificações.
Segundo o coordenador da pesquisa, Miguel Fontes, a pesquisa aponta que os jovens não colocam em prática o que aprendem em relação a DST. "Os jovens brasileiros não se acham em perigo de contrair aids. Eles se sentem fortalecidos no plano do conhecimento, mas, quando puxamos para a realidade, vemos que eles estão em situação de vulnerabilidade. As práticas do uso do preservativo na última relação são baixas." De acordo com a pesquisa, 36,1% dos entrevistados não usaram camisinha na última relação sexual e 39% disseram que só fazem questão de usar preservativo apenas na primeira relação com um novo parceiro.
P., de 30 anos, contraiu o vírus da aids (HIV) quando tinha 22 anos, em uma relação sexual desprotegida. "Conhecia a pessoa há quase um ano e não imaginei que ela tivesse (o HIV)." P. conta que procurou um médico quatro meses depois, quando já passava por problemas de saúde relacionados à doença. "Quando fui fazer o exame, vi a pessoa na fila para se consultar com o infectologista. Soube por terceiros que a pessoa fazia tratamento por causa do HIV."
Ele reconhece que, apesar de ter o hábito de usar o preservativo, o excesso de confiança no parceiro o levou ao descuido. "De certa forma, me senti traído. Fiquei frustrado na época, mas me conformei porque também tive culpa, não cuidei de mim. O HIV não escolhe se a pessoa é bonita, rica ou pobre."
Álcool e drogas
Para P., o uso de drogas é um fator que expõe os jovens ao risco. "O jovem, hoje, tem a informação. Há vários projetos de conscientização, mas, infelizmente, o grande problema são as drogas. Os usuários não têm noção do perigo e acabam se arriscando. No meu caso, foi uma questão de descuido. Eu tinha o conhecimento, mas confiei por estar gostando da pessoa e, no calor das emoções, coloquei minha vida em risco." De acordo com a pesquisa, 34% dos entrevistados admitem já ter se relacionado sexualmente sem proteção justamente após o consumo de drogas - lícitas ou ilícitas.
"O álcool tem uma influência bombástica em relação às opções que os jovens têm feito em relação à sexualidade. Além disso, houve um aumento do consumo de bebidas entre as mulheres mais novas. Isso mexe com a capacidade da pessoa de se preservar, por mais que ela tenha informação", avalia o pesquisador Miguel Fontes.
O mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revela que foram notificados 4.485 novos casos de aids entre jovens e adolescentes de 15 a 29 anos em todo o Brasil. O chefe da área de Vigilância, Informação e Pesquisa do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gerson Fernando Mendes, ressalta que o aumento da infecção entre jovens ocorre no mundo todo. "Os últimos boletins mostram que, no Brasil, houve aumento da tendência em jovens, homens e mulheres, e, principalmente, homens que fazem sexo com homens na faixa de 15 a 24 anos. De maneira geral, há o que chamamos de epidemia concentrada, com prevalência de 5% entre profissionais do sexo e usuários de droga e 10% entre homens que fazem sexo com homens", informou Mendes. Procurada, a Secretaria de Saúde do DF informou que o boletim epidemiológico local será divulgado na segunda-feira.
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