O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), assinou um convênio com a empresa IMX Esporte e Entretenimento visando a “conjunção de esforços” para a realização do evento UFC Brasil 2013, que será realizado em 19 de janeiro, no Ginásio do Ibirapuera.
Demonstrando excelente humor no último dia útil de seu mandato, Kassab gracejou em alguns momentos, vestiu um par de luvas da modalidade e chegou a simular um combate com o lutador brasileiro Daniel Sarafian, presente ao evento, na sede da prefeitura paulistana.
O município vai desembolsar R$ 2,5 milhões para o evento. A parceira IMX é uma agência de marketing esportivo formada pela EBX, holding do bilionário Eike Batista, e a gigante multinacional IMG. Criada em 2011, possui uma estratégia de atuação considerada extremamente agressiva pelo mercado. Os preços dos ingressos para o “espetáculo” custarão de R$ 400 e R$ 1.800.
Para Kassab, que concedeu uma rápida coletiva após a assinatura do convênio, o esforço da prefeitura se justifica porque “o UFC tem hoje muita visibilidade”. Segundo ele, trata-se de “um esporte que teremos o prestígio de receber aqui em São Paulo, um evento muito importante que vai trazer visibilidade para a cidade”. De olho na popularidade do esporte, Kassab tenta conquistar alguns pontos de aprovação: ele chega ao final de seu segundo mandato (2009-2012) na prefeitura de São Paulo no próximo dia 31 com reprovação de 42% da população.
Ele afirmou que o UFC se soma a outros “grandes eventos” como a virada cultural, virada esportiva, Fórmula 1, Fórmula Indy e carnaval. “São Paulo tem capacidade para ter um evento grande por semana. Encontramos a cidade com aproximadamente 20 grandes eventos, estamos deixando com cerca de 40. Ainda existe espaço para mais 15, 20 por ano”, esclareceu.
Disse também que a realização das lutas na capital “é uma oportunidade de iniciarmos a futura gestão do prefeito Fernando Haddad com um grande evento. É mais um legado da nossa gestão”.
Coube ao secretário de Esportes, Toni Moreno, que participou da coletiva, responder sobre a prefeitura investir na realização das lutas em São Paulo, um evento por muitos considerado pouco edificante em que a carga de violência é enorme. “Todos nós temos uma interpretação própria. Hoje, o apelo das pessoas que assistem, principalmente os adeptos e quem gosta, é uma coisa que foge de qualquer comentário com a violência (sic). É uma luta que hoje a população gosta, e não cabe a nós dizer se deve ou não ser. Só sei que é um apelo muito grande e todo mundo gosta de assistir”, explicou.
Legado
Na coletiva, o prefeito foi questionado sobre algumas medidas recentes e polêmicas do fim de sua gestão, como o aumento da taxa de inspeção da Controlar, que sobe 6,9% em 2013 (de R$ 44,36 para R$ 47,44). “É contratual. Existem os índices do contrato, a lei preconiza que seja assim. É obrigatoriedade da prefeitura”, disse. Segundo ele, a Controlar chegou a reclamar uma taxa maior. “Está na justiça, é um pedido de reequilíbrio deles. Eles recorreram ao poder Judiciário, que existe para isso. Caberá à justiça definir.”
O prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), prometeu durante a campanha que acabará com a taxa. A equipe de transição de Haddad, que toma posse dia 1° de janeiro, estuda uma fórmula para adotar a medida com as menores sequelas jurídicas.
Fonte: Rede Brasil Atual.