Cerca de 2 mil crianças e adolescentes, de entidades e organizações sociais da capital paulista, participaram ontem (6) de uma manifestação contra a exploração sexual infantil, que aumenta na época do carnaval.
A passeata fez parte do lançamento da 8ª Campanha Nacional de Prevenção às Violações de Proteção à Criança e o Adolescente, promovida pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, que começou hoje. Segundo o coordenador-geral do Programa de Fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da secretaria, Marcelo Nascimento, a campanha no rádio, na televisão e nas mídias sociais continua após o carnaval. “Durante todo o ano, teremos a campanha dialogando com a sociedade sobre a importância do Disque 100”
Para Nascimento, ações como essa trazem resultados. “As denúncias têm crescido cada vez mais, porque a sociedade está se conscientizando de que criança e adolescente são prioridades absolutas”, disse.
De acordo com Nascimento, a presença das crianças e adolescentes na manifestação teve como objetivo orientá-las. “A importância desse ato é que a criança conheça o Disque 100 para a sua autoproteção, para que as crianças possam discar o 100 em sua própria defesa”, explicou.
A bateria mirim da escola de samba paulistana Vai-Vai tocou na manifestação com a ajuda do maestro João Carlos Martins. “Todos os anos eu participo [da passeata], porque a exploração sexual infantil é um dos maiores crimes que podem acontecer em qualquer sociedade, de qualquer nação. Então, no momento em que você, numa época de carnaval, levanta o tema, está ajudando o país a ter a sua esperança com relação às nossas crianças”, disse Martins.
Para Fabiana de Gouveia Pereira, coordenadora da Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes, o turismo sexual infantil cresce muito na capital paulista durante o carnaval, sobretudo nas regiões da cidade que concentram festividades e bailes de carnaval. “Infelizmente, nós temos, em épocas de grandes eventos na nossa cidade, um aumento no número de exploração sexual. A cidade e todos os educadores estão atentos, crianças e adolescentes não são objetos de exploração sexual”, disse.
Segundo Fabiana, o município de São Paulo ficou em terceiro lugar em número de denúncias no carnaval do ano passado, perdendo apenas para Salvador e Rio de Janeiro. “A tendência é o aumento de denúncias, mas não significa que há aumento de casos”, disse. Para denunciar casos de violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes, basta ligar 100, de qualquer lugar do Brasil ou ir diretamente a um conselho tutelar.
Agência Brasil