Acostumados com o apoio incondicional da Fiel, os jogadores do Corinthians se depararam com um cenário bastante incomum na noite da última quarta-feira, durante a vitória por 2 a 0 sobre o Millonarios, da Colômbia. O clube alvinegro teve que atuar com portões fechados por conta da morte do menino Kevin Douglas Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador disparado pela torcida alvinegra na semana passada, em Oruro, na Bolívia.
- É estranho. A gente sentiu muita falta da nossa torcida nessa partida por conta da Libertadores ser uma competição tão almejada. Mas conseguimos fazer um bom jogo e sair com a vitória – declarou Alessandro, um dos jogadores mais experientes do elenco corintiano.
De acordo com a punição da Conmebol, o Corinthians terá que jogar com os portões fechados por até 60 dias. O clube, contudo, já adiantou que enviará um novo documento à entidade para que o estádio possa receber a torcida no jogo contra o Tijuana, dia 13 de março.
O lateral-direito também disse que espera que o torcedor já possa estar presente na próxima partida do Timão no Pacaembu.
- A gente espera que não tenha mais que passar por isso. Por mais que a Conmebol esteja tomando essa decisão para que evite acontecimentos como o de Oruro, espero que o torcedor possa voltar ao estádio contra o Tijuana, porque é muito chato atuar da forma que foi hoje – completou.
Dentro do Pacaembu, quatro torcedores que conseguiram uma liminar com a justiça comum, assistiram ao jogo e tiveram a missão de empurrar a equipe durante a partida. Armando José Mendonça, Milton Guilherme Mendonça, Carina Bellinato Mendonça e Rodrigo Adura não abriram mão de acompanhar a partida, enquanto outras cinco pessoas desistiram de entrar no Pacaembu com mede de que o alvinegro paulista fosse prejudicado.
- Eles começaram cantando bastante, mas depois foram diminuindo. Acho que eles cansaram. Sem a presença de todos os torcedores fica mais fácil para se comunicar e corrigir algumas coisas em campo, mas realmente falta empolgação e aquela pressão da qual já estamos acostumados – analisou o zagueiro Paulo André.
Após a partida, o diretor jurídico do Corinthians, Luiz Alberto Bussab, disse que o clube não teme uma nova punição da Conmebol.
- Tentamos fazer com que eles não exercessem o direito adquirido na justiça. Eles não entenderam assim, porque compraram o ingresso muitos meses antes. A partir do momento que não conseguimos, entregamos o caso para a Conmebol – afirmou.
- Vamos ver se a Conmebol nos questionará. Pelo que nos foi passado, o comandante da PM vai relatar que o Corinthians não deu acesso aos torcedores. Os policiais cumpriram ordens judiciais, mas o clube negou o acesso – concluiu.
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