sexta-feira, 22 de março de 2013

Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos



A cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água.
No Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a ONU-Água divulga a cada três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico. As doenças diarreicas poderiam ser praticamente eliminadas se houvesse esse esforço, principalmente nos países em desenvolvimento, segundo o levantamento. Esse tipo de doença, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas anualmente.
No Brasil, dados divulgados pelo Ministério das Cidades e pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, mostram que, até 2010, 81% da população tinham acesso à água tratada e apenas 46% dos brasileiros contavam com coleta de esgotos. Do total de esgoto gerado no país, apenas 38% recebiam tratamento no período.
Há poucos dias, a organização da sociedade civil Trata Brasil divulgou levantamento que confirma a relação entre a falta de saneamento e acesso à agua potável e os problemas de saúde que afetam principalmente as crianças. O Ranking do Saneamento levantou a situação desse serviço  nas 100 maiores cidades do país, considerando a parcela da população atendida com água tratada e coleta de esgotos, as perdas de água, investimentos, avanços na cobertura e o que é feito com o esgoto gerado pelos 77 milhões de brasileiros dessas localidades (40% da população brasileira).
O levantamento mostrou que a política em “grande parte das maiores cidades do país avança, mesmo lentamente, nos serviços de saneamento básico, sobretudo no acesso à água potável, à coleta, ao tratamento dos esgotos e à redução das perdas de água”.
Os pesquisadores destacaram, porém,  que existe um número expressivo de municípios de grande porte que não avançaram nesses investimentos.
De acordo com os pesquisadores, do volume de esgoto gerado nas 100 cidades, somente 36,28% são tratados, ou seja, apenas nas cidades analisadas, quase 8 bilhões de litros de esgoto são lançados todos os dias nas águas sem nenhum tratamento. “Isso equivale a jogar 3.200 piscinas olímpicas de esgoto por dia na natureza”.
Os órgãos das Nações Unidas revelam que, no mundo, o despejo de 90% das águas residuais em países em desenvolvimento – em banhos, cozinha ou limpeza doméstica – vão para rios, lagos e zonas costeiras e representam ameaça real à saúde e segurança alimentar no mundo.
Pelo ranking da Trata Brasil, o índice médio em população atendida com coleta de esgoto nas 100 cidades pesquisadas pela organização foi 59,1%. A média do país, registrada em 2010, era 46,2%. A boa notícia é que 34 cidades apresentaram índice de coleta de esgoto superior a 80% da população e apenas cinco municípios (Belo Horizonte, Santos, Jundiaí, Piracicaba e Franca) tinham 100% da coleta de esgoto em funcionamento.
Trinta e dois municípios se encontram na faixa de sem coleta a 40% de coleta e 34 cidades têm entre 41% e 80% da cobertura de coleta de esgoto. “Ou seja, na maioria dos municípios analisados ainda está distante a universalização dos serviços de coleta de esgoto”, destaca o estudo.
A análise da organização não governamental destacou que vários fatores influenciam na ocorrência das diarreias, como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar, higiene inadequada e limpeza de caixas d'água. O estudo mostrou a relação direta entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de internações por diarreia. De acordo com o levantamento, em 2010, em 60 das 100 cidades pesquisadas os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias.
Nas 20 melhores cidades em taxa de internação (média de 17,9 casos por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era 78%, enquanto nas dez piores cidades em internações por diarreia (média de 516 casos por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era somente 29%.
 Agência Brasil

Pobre tem apenas 3% de chances de ter boa nota no Enem

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Na Paraíba, um estudante pobre, com renda familiar de no máximo um salário mínimo, tem apenas 3% de possibilidade de estar no grupo de 10% dos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que obtêm as melhores notas. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (21) e integra o primeiro relatório do Núcleo de Estudos em Economia Social (NEES), formado por alunos, pós-graduandos e professores da UFPB.
De acordo com o boletim “Nota do Enem e Background Familiar: Uma Avaliação dos Estudantes Paraibanos”, um estudante considerado rico, com renda a partir de nove salários mínimos, possui a probabilidade de 49% de fazer parte do grupo das melhores notas. Em comparação, um estudante pobre precisa se esforçar 16 vezes mais que um estudante considerado rico.
O relatório aponta ainda que, além da renda familiar, o grau de escolaridade dos pais dos estudantes interfere diretamente no desempenho no Enem. A possibilidade de um estudante filho de mãe analfabeta tirar uma nota superior à média nacional é de aproximadamente 27% contra 69% caso a mãe seja graduada, aponta o estudo. 
Por fim, o boletim da NEES ressalta que os resultados apontam um maior grau de desigualdade de oportunidades para Paraíba e para a Região Nordeste, quando comparado à Região Sudeste. O documento sugere inclusive que ser filho de pais analfabeto na Paraíba e na Região Nordeste tem uma influência maior que apresentar as mesmas circunstâncias na Região Sul ou Sudeste. Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 63% da população paraibana com 25 anos ou mais não tem instrução ou não concluiu o Ensino Fundamental.
Formação do NEES
Segundo o professor coordenador do NEES, Herbert Oliveira Rego, o grupo foi formado para que dados e pesquisas acadêmicas sejam divulgadas de maneira acessível a população. “A nossa intenção com o NEES é estreitar a relação da academia com a população. Usar dados oficiais, cruzar com outras informações e chegar a informações novas que ajudem a entender nossa condição”, explica.
O professor de Ciência Política Ítalo Fittipaldi, um dos integrantes do grupo de pesquisa, explica que os boletins podem servir de base para o desenvolvimento de novas políticas públicas. “A importância política deste trabalho concerne justamente na possibilidade do poder público ter um ponto de partida para novas políticas públicas. A nossa intenção é mostrar a situação dos indicadores sociais da Paraíba da maneira mais transparente possível, independente da gestão”, completou. Os relatórios devem ser publicados de maneira trimestral no site do NEES.
G1 PB

Aborto é a quinta causa de mortalidade materna



Médicos decidiram defender interrupção de gravidez até o terceiro mês de gestação

 O risco de um aborto clandestino e sem acompanhamento médico é uma das principais causas que levou o CFM (Conselho Federal de Medicina) a decidir apoiar a interrupção de gravidez até a 12ª semana de gestação. Segundo o presidente do conselho, Roberto Luiz d'Ávila, o aborto é a quinta causa de mortalidade materna. Nesta quinta-feira (21), o CFM se posicionou a favor do aborto em quatro casos e vai enviar uma proposta de alteração na legislação brasileira explicando seus motivos para o Congresso Nacional. A discussão faz parte das mudanças no Código Penal. Hoje o aborto é considerado crime.
Para o CFM, o aborto deveria deixar de ser crime quando houver risco à vida ou à saúde da gestante; se a gravidez resultar de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida; se for comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos; e se por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação.
— Nós não somos a favor do aborto, vamos continuar defendendo sempre a vida, que é bem maior e supremo. Mas o aborto é a quinta causa de mortalidade materna. As mulher que não têm condição e fazem o aborto clandestino, as pobres, muitas vezes negras, excluídas socialmente, são aquelas que acabam perdendo o útero, perdendo as capacidades reprodutivas e muitas vezes, a vida. São aquelas que fazem o procedimento em lugares sem limpeza e esterilização necessária, acabam com o útero perfurado, entre outra coisas.
d'Ávila lembrou ainda casos em que a mulher toma remédios clandestinos para perder o bebê e acaba tendo sangramentos que a levam à morte ou à cirurgias emergenciais em hospitais para retirar restos embrionários.
A falta de segurança no procedimento, por ele ser ilegal, é o grande problema, na opinião do presidente do CFM. Segundo ele, as mulheres que têm condições financeiras de pagar um médico, mesmo que isso seja ilegal, não sofrem consequências físicas.
— Não podemos fingir que não está acontecendo nada. As mulheres decidem interromper a gravidez hoje, decidiram ontem e vão decidir sempre. Enquanto os que podem pagar estiverem protegidos e fazendo esse aborto com segurança - e são as filhas de juízes, médicos e advogados muitas vezes -, ninguém vai se preocupar com aquelas que são de cor negra, pobres e não podem fazer essa interrupção da gravidez com segurança.
Autonomia
O princípio que o CFM defende é de autonomia da mulher para decidir se quer ou não levar a gravidez até o fim. Este princípio tem sido defendido em diversos casos, como nos de pacientes com doenças crônicas que estão em fase terminal e que não querem ser entubados, levados para uma UTI e ligados a aparelhos.
Para o CFM, o paciente tem o direito de decidir se quer morrer em casa, por exemplo, e essa autonomia do paciente deve ser estendida a mulheres grávidas.
— O aborto é proibido por lei e vamos continuar punindo os os médicos que fazem. O que nós fizemos foi dizer que respeitamos e opinamos respeitando a autonomia da mulher, defendendo este ponto de vista e estimulando este debate na sociedade.
Os médicos decidiram por maioria. Votaram os 27 CRMs (Conselhos Regionais de Medicina) dos Estados e 80% deles concordou com o os quatro casos de aborto.
Segundo d'Ávila, o terceiro mês seria o limite porque é o prazo de formação do feto. A partir do quarto mês ou depois da 12ª semana, o risco para bebê e mãe são maiores.
— Além disso, muitos geneticistas e especialistas entendem que é depois do terceiro mês que o sistema nervoso central do embrião vai se formar. Eles entendem que este prazo é o limite em termos de funcionamento completo do feto. A partir de então, o feto poderia ter todas as sensações e sentimentos, teria a possibilidade de neurologicamente ser atingido e perceber essa violência.
Mudança na lei
A proposta do CFM faz parte de uma discussão do Congresso Nacional sobre mudanças no código penal. Uma comissão foi formada e os médicos estão se posicionando sobre quando não deveria ser crime o aborto.
Hoje, a legislação brasileira só permite a interrupção da gravidez para fetos anencéfalos (má formação que impede a vida do bebê antes ou depois de nascer), mulheres que correm risco de vida caso a gravidez continue e em casos de violência sexual.
A mulher que faz um aborto pode responder criminalmente e o médico pode ter o registro que o permite exercer a medicina cassado.
WSCOM Online

Iraque: pistas falsas levaram à guerra

Foto: BBC

O principal argumento que levou os Estados Unidos e a Grã-Bretanha a invadir o Iraque há dez anos, o de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa, foi baseado em informações falsas divulgadas por dois espiões iraquianos.
É o que revela uma investigação conduzida pelo programa de televisãoPanorama, exibido nesta semana pela BBC na Grã-Bretanha.
Mesmo antes da ação militar no Iraque, várias fontes confiáveis de serviços secretos ocidentais diziam que Saddam não tinha as supostas armas de destruição em massa.
No dia 24 de setembro de 2002, o governo do primeiro-ministro Tony Blair apresentou um dossiê sobre a suposta ameaça das armas de Saddam. "O programa de armas de destruição em massa do Iraque não foi encerrado", disse Blair. "Ele permanece ativo."
No entanto, o dossiê - preparado para o público doméstico e com um prefácio pessoal de Tony Blair assegurando "não haver dúvidas" de que Saddam Hussein continuava a produzir armas de destruição em massa - omitiu questionamentos feitos por agências de inteligência como o MI6 (serviço secreto britânico voltado para o exterior).
Frases e adjetivos como "esporádico e inconsistente" ou "permanece limitado" foram cortados do texto original, o que conferiu ao documento um grau de certeza que ele não deveria ter.
No Panorama, o general Mike Jackson, então chefe do Exército britânico, diz que "o que parecia ser ouro em termos de inteligência acabou se revelando ouro de tolo, porque parecia, mas não era".Boa parte da informação-chave usada pela Casa Branca e por Downing Street (sede do governo britânico) foi baseada em invenções e mentiras.
Frederick Butler, que chefiou o primeiro inquérito parlamentar sobre o dossiê após a guerra, diz que Blair e os organismos de inteligência britânicos "enganaram a si mesmos".
Butler e o general Jackson concordam que Blair não mentiu. Segundo eles, o primeiro-ministro realmente acreditava que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa.
Seja como for, boa parte da base das acusações contra Saddam no dossiê - que "justificou" uma guerra violenta que devastou um país e deixou mais de uma centena de milhares de mortos - derivara de informações falsas passadas por um desertor iraquiano, o espião Rafid Ahmed Alwan Al-Janabi.
Suas invenções e mentiras contribuíram para consolidar uma das maiores falhas de inteligência de que se tem memória.
Janabi ficou conhecido como Curveball (bola com efeito), codinome dado a ele pelos serviços secretos americanos - e que acabaria se mostrando bastante apropriado.
Ele disse ter visto laboratórios biológicos móveis montados em caminhões para evitar sua detecção.Janabi chamou a atenção do serviço de inteligência alemão, o BND, ao se apresentar como engenheiro químico quando chegou a um centro de refugiados iraquianos na Alemanha, em 1999, pedindo asilo político.
Os alemães tinham dúvidas sobre as informações passadas por Janabi e alertaram os serviços secretos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha sobre isso.
O MI6 também tinha dúvidas, expressas em um telegrama secreto à CIA: "Elementos do comportamento [dele] nos desafiam por serem típicos de indivíduos que normalmente avaliaríamos como mentirosos, [mas estamos] inclinados a acreditar que uma parte significativa [do que dizia Curveball] é verdade."
O serviço de inteligência britânico decidiu aceitar as informações de Curveball, como fizeram os americanos - só bem mais tarde é que o ex-espião iraquiano viria a admitir que as informações eram fabricadas.
E, para azar dos serviços americano e britânicos, apareceram, na mesma época, informações de outro espião que pareciam confirmar as informações passadas por Curveball.
Tratava-se de um ex-oficial de inteligência iraquiano chamado Muhammad Maj Harith, que disse ter sido sua a ideia de desenvolver laboratórios biológicos móveis. Ele chegou a dizer que encomendou sete caminhões Renault para tal propósito.
Harith tinha desertado para a Jordânia, onde se entregou aos americanos. Aparentemente, ele inventou sua história porque queria um novo lar. Suas informações também viriam a ser descartadas como falsas.
O MI6 também havia acreditava ter uma confirmação da história de Curveball quando outra fonte, de codinome Rio Vermelho, revelou ter estado em contato com uma fonte secundária que disse ter visto fermentadores em caminhões.
Mas essa fonte jamais afirmou que esses fermentadores tinham a ver com a produção de armas biológicas. Depois da guerra, concluiu-se que Rio Vermelho também não era confiável como fonte.
A primeira fonte, da CIA, era o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri.Mas nem todas as provas e evidências estavam erradas. Informações de duas fontes altamente qualificadas próximas a Saddam Hussein estavam corretas. Ambas disseram que o Iraque não tinha qualquer arma de destruição em massa ativa.
Ex-membro da CIA, Bill Murray - então chefe da agência em Paris - negociou com ele por meio de um intermediário, um jornalista árabe, a quem deu cerca de US$ 200 mil (cerca de R$ 400 mil) em dinheiro vivo como pagamento.
Murray disse que Sabri "parecia ser uma pessoa confiável - alguém com quem realmente deveríamos estar falando" e montou uma lista de perguntas para o ministro, com armas de destruição em massa no topo.
O intermediário se reuniu com Naji Sabri em Nova York, em setembro de 2002, quando o ministro estava prestes a prestar esclarecimentos à ONU - seis meses antes do início da guerra, e apenas uma semana antes de o dossiê britânico ser concluído.
O intermediário comprou um terno feito à mão para o ministro iraquiano, que este acabou usando nas Nações Unidas, um gesto que Murray interpretou como sinal de que Naji Sabri estava colaborando.
Murray diz que a informação era de que Saddam Hussein "tinha algumas armas químicas abandonadas no início dos anos 90, que havia dado a diversas tribos leais a ele".
"Ele teve a intenção de ter armas de destruição em massa - químicas, biológicas e nucleares - mas naquele momento praticamente não tinha nada", afirma o ex-agente da CIA.
A agência americana, por outro lado, insiste que o relato de Sabri indicava que o ex-presidente iraquiano tinha programas para desenvolver essas armas porque mencionava que "o Iraque estava atualmente produzindo e estocando armas químicas" e, "como último recurso, tinha plataformas móveis para lançamento de mísseis armados com armas químicas".
Murray contesta essa avaliação. A segunda fonte altamente qualificada que passou informações corretas foi o chefe de inteligência do Iraque, Tahir Jalil Habbush Al-Tikriti - o "valete de ouro" no baralho dos "mais procurados" pelos Estados Unidos, como eram classificados os membros procurados do governo de Saddam Hussein.
Um importante funcionário do MI6 o encontrou na Jordânia em janeiro de 2003 - dois meses antes da guerra.
Pensava-se que Habbush queria negociar um acordo para evitar a invasão iminente. Ele também disse que Saddam Hussein não tinha um programa ativo de armas de destruição em massa.
Surpreendentemente, Frederick Butler - que diz que os britânicos têm "todo o direito" de se sentir enganados pelo seu então primeiro-ministro - só tomou conhecimento da informação de Habbush depois que seu relatório foi publicado.
"Não posso explicar isso", diz Butler. "Foi algo que perdemos em nossa análise. Quando perguntamos sobre isso, fomos informados que não era um fato muito significativo, porque o MI6 encarava aquela informação como algo plantado por Saddam."
Butler diz que também não sabia de nada sobre os relatos de Naji Sabri.
Já Bill Murray faz questão de frisar que não ficou satisfeito com a forma como a informação destas duas fontes altamente qualificadas foram utilizadas.
"Acho que provavelmente produzimos a melhor informação gerada no período pré-guerra, que se provaram - no longo prazo - precisas. Mas essa informação foi descartada."

BBC Brasil





Hackers invadem 120 mil PCs e dão golpe de US$ 6 mi

Ladrões montam 'botnets' com PCs domésticos para coordenar ataques

Um golpe que foi revelado esta semana, no qual ladrões online se apropriam de US$ 6 milhões (quase R$ 12 milhões) por mês. 
Eles invadem computadores pessoais de 120 mil indivíduos e montam uma "botnet" - rede de computadores interligados que realizam de forma coordenada uma tarefa. Neste golpe, os ladrões conseguiram fazer os computadores gerarem 9 bilhões de clicks em anúncios que pagam usuários por cada acesso.
A Microsoft, o YouTube e o Twitter também estiveram nas notícias esta semana. A Microsoft está tentando de tudo para conseguir promover a sua loja de apps, que ainda está perdendo feio na concorrência com iOS e Android. Agora, a empresa está pagando até US$ 100 para cada pessoa que colocar seu app à venda lá.
Já o YouTube anunciou ter chegado a 1 bilhão de usuários por mês, e o criador do Twitter publicou um vídeo de comemoração do aniversário de sete anos do microblog.
E uma empresa está lançando nos Estados Unidos um acessório que transforma o iPhone em um telefone-satélite.

BBC Brasil 



quinta-feira, 21 de março de 2013

FHC defende saída de Serra, que quer Aécio fora da disputa


Tucanato em chamas: FHC defende saída de Serra, que quer Aécio fora da disputa

Todos sabem que o que traz apoios de políticos e partidos pragmáticos, de barões da mídia e de financiadores de campanha a uma candidatura de oposição é a expectativa de poder.
A maioria dos governadores e parlamentares tucanos do Brasil não engolem uma eventual candidatura de José Serra à presidência da República em 2014. Consideram certeza de derrota, arrastando a eleição de muitos governadores e bancadas para o buraco. O que vale dizer que, com Serra, não têm expectativa nenhuma de poder. Mas Serra não engole Aécio e resolveu bater de frente com o opositor. Não tem cacife para se impor dentro do PSDB, mas é o suficiente para desconstruir a imagem de Aécio naquilo que seria sua maior habilidade política, a de suposto aglutinador, para carimbá-lo como desagregador. Com isso, tenta afastar a expectativa de poder do PSDB com uma candidatura de Aécio.
FHC sabe disso e, para reduzir danos, já defende a expulsão de Serra do ninho tucano.
O cálculo de FHC é que seria melhor José Serra sair candidato a presidente, por exemplo, pelo PPS do que continuar detonando Aécio dentro do PSDB. Seria mais um candidato para tentar levar a eleição ao segundo turno e, em tese, tiraria da candidatura de Aécio a imagem de ser a oposição mais reacionária, pois Serra preencheria este espaço na ponta do espectro da extrema direita neoliberal.
O problema é que a saída de Serra produz baixas justamente no coração do tucanato, o estado de São Paulo. Certamente Serra arrastaria alguns correligionários, enfraquecendo a expectativa de poder na campanha para a reeleição do próprio governador Alckmin.
Os tucanos de hoje lembram muito os dias finais da ditadura, quando o partido oficial, PDS (nome com o qual passou a ser chamada a ARENA) estava rachado entre as candidaturas de Mário Andreazza e Paulo Maluf (sem voto direto, na época). Maluf venceu a batalha dentro do partido, mas não levou, pois os perdedores saíram para fundar o PFL. Motivo: falta de expectativa de poder com Maluf e expectativa de poder com Tancredo.
Por ironia do destino, hoje Aécio está na posição mais parecida com aquela em que estava Maluf em 1984, do que na que estava o avô Tancredo.
A saída de Serra não vai arrastar apenas tucanos seus partidários para fora do PSDB. A falta de expectativa de poder irá provocar uma debandada para outras candidaturas, não só de tucanos, mas de quadros dos outros partidos da oposição e de barões da mídia. Parte vai "namorar" Eduardo Campos, para ver se ele decola como expectativa de poder, para casar em 2014. Parte vai aproveitar a confusão para debandar rumo aos partidos da base aliada de Dilma em 2014.

Ingestão diária de vitamina D pode evitar doenças graves




Uma entidade de saúde britânica está lançando uma campanha para conscientizar a população do país para os benefícios da ingestão diária de suplementos de vitamina D, cuja deficiência está associada a inúmeras doenças.
Segundo o Royal College of Paediatrics and Child Health (RCPCH, na sigla em inglês), órgão que supervisiona a saúde infantil no Reino Unido, tais suplementos, que são baratos e acessíveis, deveriam ser adicionados às refeições diárias de todas as pessoas, para fortalecer a saúde. O RCPCH está concentrando sua campanha no Reino Unido para que grávidas, mulheres que estão na fase de amamentação, crianças de seis meses a cinco anos e adultos acima de 65 anos tomem a vitamina D na quantidade recomendada.
No país, estima-se que metade da população branca e 90% dos negros e asiáticos sofram de alguma doença relacionada à falta de vitamina D no organismo.
Em países como Estados Unidos, Canadá e Finlândia, a ingestão suplementar de vitamina D já é bem mais comum.
O suplemento pode ser obtido pela luz solar e por alimentos como peixes oleosos, ovos e cogumelos.A falta de vitamina D também está associada ao aumento da incidência de diabetes, tuberculose, esclerose múltipla e raquitismo, doença que provoca e enfraquecimento e deformação dos ossos.
"Sabemos que a falta de vitamina D é um problema crescente e estudos mostram que há altos níveis de deficiência deste nutriente entre certos grupos, incluindo crianças", disse Mitch Blair, professor do RCPCH.
"Pegando sol e comendo alimentos que são fontes de vitamina D, as pessoas obtém somente uma parcela de 10% da quantidade diária recomendada", avalia.
"Comer um pouco mais de peixe e apanhar um pouco mais de sol não vão resolver o problema", acrescenta.
"A falta de vitamina D está relacionada a uma série de doenças graves em crianças e adultos, que podem ser prevenidas com medidas simples, como o uso de suplementos", explica.
"Garantir que as pessoas estejam conscientes de que os suplementos estão disponíveis é um passo crucial para diminuir a incidência de doenças. Nós precisamos fazer com que esses suplementos estejam disponíveis para a população, que é algo que já está acontecendo em alguns países", acrescentou o especialista.

BBC Brasil