sexta-feira, 19 de julho de 2013

Casa da Moeda lança medalhas em homenagem ao papa


A Casa da Moeda do Brasil lança terça-feira (23), às 9h, 10 mil medalhas comemorativas da visita do papa.  Francisco ao Cristo Redentor. O valor das medalhas foi reduzido por causa da alta tiragem e da diminuição da margem de lucro da Casa da Moeda. No lançamento, haverá uma cerimônia com a presença do arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, e de membros da comitiva do papa. O presidente da Casa da Moeda, Marcone Leal, fará a descaracterização dos cunhos. Das 10 mil medalhas confeccionadas, 7 mil serão em bronze, 2.950 em prata e 50 em ouro. A princípio, as medalhas de bronze seriam vendidas por R$ 75 e as de prata, por R$ 285, mas os valores caíram para R$ 45 e R$ 230, respectivamente. O valor das moedas de ouro não foi divulgado e os interessados em comprá-las deverão consultar a Casa da Moeda.
A medalha traz no anverso a imagem do papa Francisco com a legenda Visita do Papa ao Brasil, e ano (2013) e o padrão formado pelos tijolos vazados, vistos do interior da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. No reverso, há uma composição com os nomes das cidades que o papa visitará: Rio de Janeiro e Aparecida e os locais onde celebrará missas: Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro e Basílica de Nossa Senhora de Aparecida.
As medalhas em homenagem ao papa Francisco têm sido muito procuradas, disse Cláudia Loureiro, assessora da Casa da Moeda. “A procura é grande, mas ainda não conseguimos fechar um balanço. Vale lembrar que só serão confeccionadas 10 mil medalhas. Por isso, é importante que os interessados entrem no site da Casa da Moeda e façam a reserva.”
Como as medalhas serão lançadas terça-feira (23 de julho), ainda não é possível adquiri-las, mas a reserva já está disponível no site da Casa da Moeda.
A partir de sábado (20), a Casa da Moeda participa da Expo Católica, no RioCentro, e venderá em seu estande as medalhas em homenagem ao papa. A ExpoCatólica vai até o dia 26 deste mês.
Em seu primeiro compromisso no exterior, desde que assumiu o pontificado, em março deste ano, o papa Francisco vem ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Ele chega ao país segunda-feira. A jornada tem eventos a partir de terça-feira (23) e termina domingo (28).

Surto de diarreia em Alagoas já vitimou 47 pessoas em 2013


O surto de diarreia que atingiu o estado de Alagoas já contabiliza 47 mortes, desde o início do ano e mais de 70 mil casos registrados até ontem (18). São 25 municípios afetados pela bactéria Escherichia coli, encontrada pela Vigilância Sanitária em reservatórios de água, carros-pipas e em pacientes.
Em entrevista à Agência Brasil, a superintendente de Vigilância Sanit
ária de Alagoas, Sandra Canuto, disse que o principal fator responsável é a estiagem no sertão e agreste do estado. “Com os reservatórios secos a população procurou outros sistemas de captação de água já contaminados por bactérias e vírus”.
“Encontramos a bactéria Escherichia coli e alguns vírus em sistemas de captação de água, rios e em carros-pipas”, disse a superintendente. Segundo ela os “municípios afetados já estão sendo tratados, a chuva já chegou no estado, esperamos que as fontes de captação vão encher, e que o número de casos no estado diminuam”.
Sandra disse que o governo do estado em parceria com o Ministério da Saúde estão buscando soluções para diminuir os casos. “Estamos monitorando as águas, buscando soluções alternativas, verificando rios, distribuindo cloro para tratamento da água em reservatórios e carros-pipas e fazendo campanhas nas mídias para conscientização da população”.
A recomendação é que em casos de suspeita de desidratação o individuo procure a unidade de saúde mais próxima. “Em casos de desidratação, o paciente deve fazer uma hidratação imediata em unidades de saúde, os profissionais estão preparados para receber e atender esses casos, a ordem no estado é que todos sejam atendidos”.
Dos 102 municípios do estado, 25 estão passando pela epidemia e 46 estão em situação de risco.
Agência Brasil

Ibope mostra Dilma à frente da disputa em 2014

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A presidenta Dilma Rousseff mantém a liderança nas pesquisas eleitorais para 2014 com 30% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope feita em parceria com O Estado de S.Paulo e publicada ontem (18), em um cenário que inclui a ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade), com 22%, o senador Aécio Neves (PSDB), com 13%, e o governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), com 5%.
Incluído na disputa o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o quadro mudaria, reduzindo o percentual de Dilma para 29%, ante 21% de Marina e 12% de Aécio. Barbosa, com 6%, ficaria à frente apenas de Campos, que teria os mesmos 5%.
Na hipótese de o candidato do PT ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele alcançaria 41% das intenções de voto, acima de todos os outros candidatos: Marina, com 18%, Aécio, com 12% e Campos, 3%.
Se Barbosa estivesse no páreo com Lula, este iria para 39%. Marina iria para 17%, Aécio ficaria com 12%, Barbosa com 6% e Campos, 3%.
A pesquisa Ibope/Estado foi feita entre os últimos dias 11 e 14. Foram entrevistados 2.002 pessoas de 16 anos ou mais de idade em 140 municípios de todas as regiões
Créditos: Rede Brasil Atual, com informações de O Estado de S.Paulo

quinta-feira, 18 de julho de 2013

São Paulo: Déficit de quase 3 mil médicos castiga moradores da periferia

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Mesmo na maior metrópole do país, a carência de profissionais atrasa diagnósticos e tratamentos; atrair especialistas para longe do centro é o maior desafio

 A distância, a dificuldade de locomoção e a carência de médicos especialistas formados criam um quadro problemático nas periferias de São Paulo: a população mais pobre não consegue passar por consultas médicas e realizar exames no período adequado, aguardando meses pelo atendimento. Nos rincões da maior metrópole do país falta a porta de entrada no sistema público de saúde: ginecologistas, psicólogos, psiquiatras, anestesistas e até clínicos gerais. Nos cálculos da Secretaria Municipal de Saúde, o déficit é de 2.680 médicos.
"Temos três vagas de clínico geral e estamos sem nenhum. Dois estão de licença, um foi embora e não há previsão de quando serão repostos. Eles são a base", lamenta o funcionário de um complexo de saúde no extremo sul da capital paulista, que preferiu não se identificar. Usuários reclamam que a falta de clínico geral já dura um ano.
"Atendemos aqui 25 mil pessoas e estamos tentando redirecionar para outras unidades. Temos pediatra, psiquiatra, ginecologista e dentista. A demanda por psiquiatra é muito grande, por isso atendemos todos os pacientes, mesmo que não sejam da região."
A psiquiatria é uma das especialidades prioritárias do Ministério da Saúde no programa Mais Médicos, lançado este mês pelo governo federal. O Centro de Atenção Psicossocial (Capes) Infantil Capela do Socorro, também na zona sul, esperou 11 meses pelo especialista, que chegou à unidade na última semana. "Tivemos dificuldade de conseguir médico, além da psiquiatria infantil ser uma área bastante específica", afirma o supervisor do Capes, Paulo Cesar da Silva.
A unidade tem três psicólogos, três terapeutas ocupacionais, dois assistentes sociais, dois enfermeiros, cinco auxiliares, um farmacêutico, um assistente de farmácia, dois técnicos administrativos, dois agentes operacionais e um motorista. "Por conta da equipe e do trabalho multidisciplinar não suspendemos os atendimentos nem os acolhimentos. Manejamos a situação", relata.
Nos últimos dez anos, o Brasil criou 147 mil vagas para médicos, 36,7% a mais do que os 93 mil formados no período, o que totaliza uma carência de 54 mil profissionais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em maio. Para tentar dar conta do problema, o governo federal lançou mão, neste mês, do Programa Mais Médicos, que prevê aumentar o ciclo de formação dos cursos de Medicina para garantir dois anos de atendimento obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os médicos que se integrarem ao programa, sempre nas unidades de atenção básica, receberão uma bolsa de R$ 10 mil, além de uma ajuda de custo que vai de três salários-extras para áreas remotas da Amazônia a um salário-extra no caso da periferia das grandes cidades. As vagas que não forem preenchidas por brasileiros serão destinadas a médicos estrangeiros.
Em São Paulo, a prefeitura criou um um grupo de trabalho com representantes das secretarias da Saúde, Planejamento e Finanças "para debater um novo plano de carreira com o objetivo de manter os profissionais na rede municipal e equalizar o desequilíbrio salarial hoje existente quando se comparam os salários pagos pela administração direta, pelas organizações sociais e pelo setor privado. Também será aberto concurso público este ano para preenchimento das vagas existentes". Só no Hospital Municipal Professor Dr. Waldomiro de Paula, na zona leste, há um déficit de 120 profissionais.
As entidades que representam médicos, como a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), rechaçam a afirmação que faltam médicos para trabalhar nas periferias e nas regiões isoladas do país. De acordo com as organizações, a carência de profissionais nessas áreas deve-se à falta de infraestrutura e, por isso, o Programa Mais Médicos não revolverá efetivamente o problema.
O principal problema da falta de médicos, segundo os usuários, é a demora no atendimento. “Meu marido teve um 'derrame' em abril e ainda não fez os exames. Ele está com a voz enrolada e fico com medo porque dizem que o segundo é mais forte”, contou a diarista Andrea Rodrigues, que mora no bairro Cocaia, na zona sul, enquanto aguardava para marcar uma consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cocaia, pensando em prevenir que o marido sofra um novo acidente vascular cerebral.
No mesmo local, a dona de casa Cirlene dos Santos reclama que só conseguiu realizar cinco dos nove exames pré-natais da gestação do seu terceiro filho, hoje com três anos. “Depois do nascimento, ele deveria vir mensalmente para acompanhamento, mas se consegui trazê-lo seis meses foi muito, porque não tinha médico. Eles faltavam e éramos remarcados para o mês seguinte.”
A falta de médicos se repete também na zona leste da capital paulista. No Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, faltam cirurgião geral, neurocirurgião, anestesista, ginecologista, neonatologista, intensivista, reumatologista e “primeiro lugar e há tempo: clínico”, como informou a assessoria de imprensa da entidade, por e-mail. “A maior causa é salarial. Existe uma grande competição com outras instituições, já que São Paulo não tem política única, e por causa da distância.”
Ainda em Itaquera, faltam médicos no Hospital e no centro de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Planalto. Por isso, alguns atendimentos são oferecidos apenas algumas vezes por semana. Para compensar, alguns médicos são convidados a fazer horas extras em plantões, segundo a assessoria de imprensa da entidade.
“Não é todo dia que falta médico. Quando acontece, é feito o remanejamento. Temos algumas referências, como o Hospital Ermelino Matarazzo. Quando já se sabe que aqui em tal dia não tem uma especialidade, os pacientes são encaminhados para essa unidade”, informou a assessoria de imprensa. “A própria população é ciente disso. A gente tenta fazer o possível, mas tem coisa que a gente sabe que não vai ser 100%, devido à grande defasagem.”
A falta de médicos faz com que a vendedora Maria Fabiana dos Santos Costa espere, desde outubro do ano passado, por uma ressonância magnética nos joelhos, para acompanhar um problema nos ligamentos. “Estou doente há quase três anos e só piora. Fico em cima da cama sem poder andar”, conta. Antes disso, ela esperou mais dois anos para conseguir a consulta com o ortopedista.
“Eu morava em Itaquera e conversei com a assistente social do posto do Jardim Helian. Como eu não estava conseguindo nem mais tomar banho sozinha, ela me passou na frente, pela urgência. Mas o médico mal me atendeu e só falou que eu tinha de fazer a ressonância para depois voltar”, conta.
"Eles falam que é muita gente e que tem de aguardar. Há um mês eu liguei (no posto) e disseram que estavam chamando quem tinha passado com o médico em junho do ano passado. Se eu fui em outubro, vou passar quando?”, questiona. “Enquanto isso o caso só piora, não ando mais e estou com depressão porque não posso nem sair da cama sem ajuda.”
A falta de pediatras é um problema para a dona de casa Maria Aparecida da Silva, que já por duas vezes tentou levar a filha de quatro meses ao AMA Santa Marcelina, em Itaquera, e não encontrou o especialista. "Disseram que era possível que eu encontrasse lá para os lados do Belém”, lembra, referindo-se a outro bairro da zona leste paulistana
“Tanto o Santa Marcelina quanto o AMA do Hospital Planalto não atendem. Também já fui lá e não encontrei pediatra”, conta. “Todo mundo que chegava voltava com as crianças, porque eles já iam avisando, da porta mesmo, antes de a gente entrar, que não tinha pediatra e que não tinha como atender.”
Fonte: Rede Brasil Atual

Beneficiário do Bolsa Família terá de informar número do celular

Bolsa Família: confira o passo a passo para participar do programa

 O Ministério do Desenvolvimento Social divulgou nota ontem (17) informando que beneficiários do Programa Bolsa Família devem atualizar o número de telefone celular no Cadastro Único (CadÚnico). A medida, segundo a pasta, visa a alertar de forma rápida e direta as famílias sobre atualização cadastral, vacinação e cumprimento da frequência escolar.
De acordo com ministério, os telefones celulares de todos os gestores municipais do programa também serão atualizados, “o que possibilitará rápida comunicação aos finais de semana, caso necessário”.
O anúncio, que pretende melhorar a comunicação direta com os beneficiários do programa, foi feito cinco dias depois de a Polícia Federal concluir que os boatos sobre o fim do Bolsa Família tiveram origem espontânea. Em maio, boatos sobre o fim do programa levaram a uma corrida dos beneficiários às agências bancárias da Caixa Econômica Federal para sacar o benefício. Só no fim de semana dos dias 18 e 19, o banco registrou 920 mil saques de beneficiários.
“Os fatos ocorridos possibilitam ensinamentos e revelam a necessidade de aprimorar ainda mais os mecanismos de gestão e de monitoramento do programa, bem como de aperfeiçoar e agilizar a comunicação com os beneficiários e gestores por meio de telefones celulares, mensagens de texto, redes sociais e outros mecanismos de fácil e rápida difusão de informações”, diz o ministério em nota.
Os benefícios do Bolsa Família começam a ser pagos amanhã (18) e os saques poderão ser feitos conforme o calendário de pagamentos, que obedece ao último número do cartão do beneficiário.
Agência Brasil

Homicídios de jovens crescem 326,1% no Brasil


A violência contra os jovens brasileiros aumentou nas últimas três décadas de acordo com o Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, publicado hoje (18) pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), com dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Entre 1980 e 2011, as mortes não naturais e violentas de jovens  como acidentes, homicídio ou suicídio – cresceram 207,9%. Se forem considerados só os homicídios, o aumento chega a 326,1%. Dos cerca de 34,5 milhões de pessoas entre 14 e 25 anos, em 2011, 73,2% morreram de forma violenta. Na década de 1980, o percentual era 52,9%.
“Hoje, com grande pesar, vemos que os motivos ainda existem e subsistem, apesar de reconhecer os avanços realizados em diversas áreas. Contudo, são avanços ainda insuficientes diante da magnitude do problema”, conclui o estudo.
O homicídio é a principal causa de mortes não naturais e violentas entre os jovens. A cada 100 mil jovens, 53,4 assassinados, em 2011. Os crimes foram praticados contra pessoas entre 14 e 25 anos. Os acidentes com algum tipo de meio de transporte, como carros ou motos, foram responsáveis por 27,7 mortes no mesmo ano.
Segundo o mapa, o aumento da violência entre pessoas dessa faixa etária demonstra a omissão da sociedade e do Poder Público em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados polos de concentração de mortes, no interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no arco do desmatamento na Amazônia que envolve os estados do Acre, Amazonas, de Rondônia, Mato Grosso, do Pará, Tocantins e Maranhão.
De acordo com o estudo, a partir “do esquecimento e da omissão passa-se, de forma fácil, à condenação” o que representa “só um pequeno passo para a repressão e punição”. O autor do mapa, Julio Jacobo Waiselfisz, explicou à Agência Brasil que a transição da década de 1980 para a de 1990 causou mudanças no modelo de crescimento nacional, com uma descentralização econômica que não foi acompanhada pelo aparato estatal, especialmente o de segurança pública. O deslocamento dos interesses econômicos das grandes cidades para outros centros gerou a interiorização e a periferização da violência, áreas não preparadas para lidar com os problemas.

“O malandro não é otário, não vai atacar um banco bem protegido, no centro da cidade. Ele vai aonde a segurança está atrasada e deficiente, gerando um novo desenho da violência. Não foi uma migração meramente física, mas de estruturas”, destacou Waiselfisz.
Nos estados e capitais em que eram registrados os índices mais altos de homicídios, como em São Paulo e no Rio de Janeiro, houve redução significativa de casos, devido aos investimentos na área. São Paulo, atualmente, é o estado com a maior queda nos índices de homicídios de jovens nos últimos 15 anos (-86,3%). A Região Sudeste é a que tem o menor percentual de morte de jovens por causas não naturais e violentas (57%).
Em contraponto, Natal (RN), considerado um novo polo de violência, é a capital que registrou o maior crescimento de homicídios de pessoas entre 15 e 24 anos – 267,3%. A região com os piores índices é a Centro-Oeste, com 69,8% das pessoas nessa faixa etária mortas por homicídio.
 Agência Brasil

População do interior da Paraíba vive rotina de assaltos



Morar no interior da Paraíba não é mais sinônimo de tranquilidade. Antes considerado o local ideal para quem queria viver afastado de problemas dos centros urbanos, as cidades pequenas passaram por transformações e também estão enfrentando problemas relacionados com a violência. Na região polarizada por Campina Grande, assaltos e invasões a residências têm ocorrido com frequência. Só nos últimos 15 dias, sete casas foram invadidas e uma agência dos Correios assaltada na região.

Os moradores estão assustados com a insegurança, que afeta principalmente as cidades que são patrulhadas pelo 10º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento em 12 municípios do entorno de Campina Grande.
Um exemplo disso é a cidade de Lagoa Seca, localizada a 6km de Campina Grande. De acordo com a população, nos últimos seis anos, a violência tem aumentado significativamente na cidade, e os moradores vivem assustados. Na zona urbana, as casas estão com os muros mais altos e portões fechados. Na na zona rural, vários proprietários estão colocando grades nas portas, janelas e ao redor das casas para evitar roubos.
Segundo o operador de máquinas industriais Natanael Oliveira Cavalcante, 18 anos, morador do sítio Covão, nos últimos anos várias pessoas estão sendo assaltadas nas estradas.
Geralmente os bandidos agem em duplas e utilizam motos de cor preta. Segundo ele, não há mais tranquilidade na zona rural de Lagoa Seca. “Antigamente a gente podia dormir com as portas das casas abertas que ninguém mexia, mas hoje em dia vivemos em pânico a todo tempo. Os bandidos ficam soltos nas ruas e a população presa em casa”, disse ele. Devido aos assaltos na região, Natanael Oliveira disse que sua família resolveu colocar grades nas portas, janelas e nos acessos da casa, aparatos até então desnecessários em cidades do porte de Lagoa Seca.
O problema de segurança da cidade não está apenas na zona rural. O comerciante Rildo José Borges, de 35 anos, que há 30 anos trabalha com o pai em um ponto comercial na área central da cidade, relatou que o estabelecimento já foi arrombado oito vezes. “Nunca fomos abordados durante o horário de trabalho, mas nos últimos anos já aconteceram oito arrombamentos, onde os bandidos entraram pelo teto e levaram tudo”, disse. O comerciante destacou que a Polícia Militar da cidade é presente e tem feito o que pode para manter a segurança da cidade, entretanto o efetivo é pequeno para atender a zona urbana e rural.
A realidade encontrada em Lagoa Seca é a mesma das outras cidades do Agreste paraibano. Vítima de um assalto há menos de um mês, a esposa do vereador de Matinhas João Guilherme ainda está assustada com a violência. Maria de Lourdes conta que um homem chegou à porta de sua casa, no sítio Geraldo, dizendo que era da polícia. Quando ela se aproximou, ele a rendeu e outros três homens armados fizeram ela e o esposo reféns. O casal foi trancado no quarto e tiveram que seguir a ordem dos bandidos de só sair do local depois de 40 minutos.
Apesar do susto, a dona de casa disse que não pretende abandonar a casa ou a vida que tem no local até pouco tempo considerado tranquilo. “Vamos pedir a Deus que não aconteça mais, mas nós não pensamos em sair daqui”, ressaltou.
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