segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Rio de Janeiro é o estado com maior casos de tuberculose no Brasil


 O Rio de Janeiro é o estado com maior incidência de tuberculose, doença causada por uma bactéria (bacilo de Koch), que atinge em grande parte a faixa etária entre 20 a 29 anos. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Estado de Saúde, em 2012, foram registrados 14.039 casos da doença no estado, que representam cerca de 15% do total do país. Mais da metade (52,94%) foram na capital fluminense, onde 7.433 pessoas contraíram tuberculose. A região metropolitana 1, que inclui também 11 municípios da Baixada Fluminense foi a que anotou mais números de casos (10.964) representando 78,09% do total do estado.
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da secretaria, Alexandre Chieppe, explicou que a tuberculose é uma doença muito relacionada à alta densidade populacional e afeta grandes centros urbanos do país. Ele disse que o Rio de Janeiro é um estado que tem adensamento populacional na região metropolitana, com uma grande quantidade de pessoas morando em pequeno espaço. “Isso facilita muito a ocorrência de doenças respiratórias, entre elas a tuberculose, um grande desafio de saúde pública. Aqui, na cidade do Rio de Janeiro, é onde temos a maior incidência no estado. Este é um desafio que tem que ser enfrentado agora e é urgente, tendo em vista estes números alarmantes”, ressaltou.
Embora os números sejam preocupantes, o superintendente acrescentou que a incidência da doença vem apresentando queda significativa nos últimos dez anos. Apesar disso, é preciso acelerar a redução da tuberculose no estado. “A incidência de tuberculose vem caindo, a mortalidade também, mas entendemos ser preciso um esforço conjunto: unir secretarias como a de habitação, unir outros setores da máquina pública, chamar a sociedade para um debate. É preciso aumentar a velocidade das quedas desses indicadores. Há muita gente ainda contraindo tuberculose, o número de óbitos ainda é elevado. É preciso um esforço adicional neste momento”, alertou.
Para o superintendente, o preconceito é uma grande barreira no tratamento da doença. Ele explicou que ainda há desinformação sobre o diagnóstico e muita gente não entende que a tuberculose tem cura, desde que o tratamento seja feito até o fim. “As pessoas ainda acham que a tuberculose não existe mais ou que existe para poucas pessoas, o que não é verdade. E também existe preconceito com relação às pessoas que já tiveram tuberculose. Há desconhecimento das formas de transmissão. A pessoa depois que inicia o tratamento, também para de transmitir a doença. É importantíssimo combater o estigma da doença com informação. Este é um grande desafio. Outro desafio é que a tuberculose ainda afeta populações socialmente vulneráveis, o que faz com que a adesão ao tratamento seja complicada. Várias frentes precisam ser enfrentadas para que tenhamos a doença sob controle”, analisou.
Chieppe destacou que às vezes é difícil diagnosticar a doença porque ela tem sintomas parecidos com resfriados ou com pneumonia, mas ele chamou a atenção para um fato que pode, imediatamente, identificar a tuberculose: a tosse prolongada. “A tuberculose é uma doença que costuma apresentar sintomas muito específicos como febre baixa, geralmente, ao final do dia, mas a tosse persistente, que dura mais de 30 dias, é o principal alerta de sinal. Além disso, o cansaço que não é possível explicar por outras causas e emagrecimento sem causa aparente. Isso pode fazer a pessoa suspeitar de tuberculose", esclareceu.
O superintendente recomendou que ao suspeitar de sinais da doença a pessoa deve procurar qualquer serviço de saúde básico próximo à residência. “O tratamento e diagnóstico de tuberculose está descentralizado nas unidades de Saúde e não é preciso nem um hospital especializado para que seja feito o diagnóstico e o tratamento. Qualquer pessoa com tosse por mais de 30 dias deve procurar um serviço de saúde”, recomendou.
Foto: Google
Créditos:Agência Brasil

Bandidos fazem arrastão em ônibus que ia de São Paulo para João Pessoa







Um ônibus da viação Itapemirim que saiu de São Paulo com destino a João Pessoa foi alvo de um arrastão na BR-101, próximo ao município de Alagoinhas, na Bahia. A ação dos criminosos aconteceu na madrugada de sábado (10). Eles assaltaram aproximadamente 30 passageiros, mas nenhum deles ficou ferido. As informações foram confirmadas pela empresa, que indicou que o ônibus seguia a viagem normalmente até o fechamento desta edição, com chegada prevista para as 22h de ontem.
 
Segundo a Delegacia de Polícia de Alagoinhas, o arrastão foi feito por quatro homens armados que estavam em um carro preto. Após o motorista prestar a queixa na unidade, a polícia fez uma ronda nas proximidades, mas não encontrou os assaltantes. Um deles efetuou um disparo no para-brisa do veículo, mas ninguém foi atingido. O ônibus e os passageiros permaneceram na delegacia durante boa parte da madrugada e deram continuidade à viagem no início da manhã de ontem.
De acordo com o marido de uma passageira que estava no ônibus, a viagem teve início às 13h30 e a previsão inicial era de que o veículo chegaria à Capital na manhã de ontem. “Ela (a vítima) me ligou e disse que três homens encapuzados entraram no ônibus e renderam o motorista, sendo que outros três ficaram do lado de fora dando cobertura. Eles tomaram os pertences dos passageiros e ainda chegaram a atirar no para-brisa, mas, felizmente, ninguém ficou ferido”, afirmou.
Créditos: Portal Correio

domingo, 11 de agosto de 2013

Mortalidade infantil cai 80,44% na Paraíba e registra maior redução do país


A taxa de mortalidade infantil no estado da Paraíba, no período de 1980 até 2010, teve a maior queda em todo o país, de 117,1 para 22,9 crianças mortas antes de completarem um ano de vida para cada mil nascidas vivas, o que representa queda de 80,44%. Com isso deixaram de morrer nesse período 94,2 crianças menores de 1 ano para cada 1000 nascidas vivas.
Os números são referentes ao levantamento “Tábuas de Mortalidade por Sexo e Idade” de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado sexta-feira (2). Segundo o levantamento, no Brasil em 1980 ocorriam 69,1 óbitos de crianças menores de um ano de idade para cada mil nascidos vivos; chegando a 16,7 óbitos 30 anos depois. Neste período deixaram de morrer 52 crianças menores de um ano de vida para mil nascidos vivos, representando um declínio nos níveis de mortalidade infantil de 75,8%.
Ainda segundo o levantamento, a esperança de vida dos paraibanos aumentou em mais de dez anos no mesmo período. Segundo o órgão, em 1980 os homens paraibanos tinha a esperança de vida de 54,05 anos, e as mulheres, 59,94, o que dava uma média de 56,99 anos. Já em 2010, a expectativa de vida dos homens é de 67,38 anos, e as mulheres é de 74,92, média de 71,17 anos. De acordo com esses números, em 30 anos, a expectativa dos paraibanos aumentou em 14,18 anos, sendo 13,33 anos os homens e 15,01 as mulheres.
Segundo o IBGE, entre os fatores que contribuíram para a queda da mortalidade infantil, destacam-se: o aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de residências com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo), a diminuição da desnutrição infanto-juvenil e um maior acesso da população aos serviços de saúde, o que proporciona uma melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida das crianças. Também foram citadas ações diretamente realizadas no intuito de reduzir a mortalidade infantil, como campanhas de vacinação, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, entre outras.
Ações do Governo do Estado – A gerente executiva de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Patrícia Assunção, disse que a Paraíba tem muito o que comemorar e lembrou que a atual gestão tem várias ações voltadas à atenção à saúde da criança. “Com relação à atenção integral à saúde da criança, a SES tem uma equipe específica que acompanha essa pauta e, sobretudo, faz o acompanhamento por dentro das redes de cuidados. Junto ao Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), a SES instituiu quatro regiões prioritárias para o programa Rede Cegonha: região de Cajazeiras, Patos, Campina Grande e João Pessoa. Os investimentos nessas quatro regiões atendem as necessidades relacionadas ao cuidado e atenção à saúde da criança, por isso estamos fortalecendo esse cuidado e atenção através das próprias redes de cuidado, junto com o Ministério da Saúde. A SES dá todo um suporte e o Ministério da Saúde disponibiliza os recursos direto para a Atenção Básica dos municípios”, explicou.
Ainda segundo a gerente de saúde, é importante lembrar de projetos como banco de leite, apoio a alimentação e nutrição e círculo do coração, que vêm a melhorar a expectativa de vida, além de reduzir a mortalidade materna e infantil no estado. “O Banco de Leite Anita Cabral, em João Pessoa, é referência nacional, com ações de promoção do aleitamento e de qualificação desse leite pós-coleta. Na alimentação e nutrição, a SES contribui dando um suporte técnico para os municípios com relação aos programas de suplementação alimentar (programa do ferro e da vitamina A). O Governo do Estado estimula os municípios sobre os cuidados com suas crianças para que elas não tenham carências desses componentes. Além disso, temos o programa Saúde na Escola, e desde 2011 temos o convênio com o Círculo do Coração de Pernambuco, para fazer a atenção e cuidado, desde a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de cardiopatias infantis”, concluiu.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza, aproximadamente 94% das famílias paraibanas estão cobertas pelo programa Saúde da Família. Segundo ele, o atendimento e cuidado pediátrico está presente em quase todas as regiões do Estado. “Além do programa Saúde da Família, que vem promovendo toda uma rede de cuidado e atenção às crianças paraibanas, é importante citar o Círculo do Coração, que foi implantado na perspectiva de fortalecer o atendimento infantil, apoiando os municípios no pré-natal”, observou.
Ele informou que em 18 meses de Projeto foram triadas 30.000 crianças (com a realização da oximetrias de pulso), 3.586 consultas em cardiologia pediátrica, 853 ecocardiografias e diagnosticadas 400 crianças com cardiopatia (Taxa de 15,4 para cada mil crianças). 40% dos ecocardiogramas realizados mostraram alterações.  No período, foram realizadas 171 cirurgias cardíacas, das quais 75% considerados procedimentos de alta complexidade (de acordo com a classificação da Tabela SUS).
“Também é importante lembrar do novo modelo de gestão e pactuação com os municípios que está sendo realizado através do Pacto pelo Desenvolvimento Social, liberando recursos para obras importantes nas áreas da saúde e educação, como contrapartida temos a melhoria dos indicadores sociais, como a diminuição da mortalidade infantil e materna, por meio da realização de exames preventivos, a exemplo do exame do colo do útero para mulheres de 25 a 49 anos, e definindo prioridade a partir do Orçamento Democrático Estadual, movimento que amplia a capacidade da população em eleger as prioridades da sua região”, explicou.
Foto:notícias Mais
Créditos: Focando a Notícia

Cresce aprovação de Dilma e sua liderança na disputa de 2014


Índice de bom/ótimo subiu de 30% para 36%. Caíram os índices de avaliação ruim/péssimo e regular. Para 2014, as intenções de voto subiram de 30% em junho para 35% agora

 O índice de avaliação bom ou ótimo do governo da presidenta Dilma Rousseff subiu de 30% no final de junho para 36% agora, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana. A aprovação a Dilma é maior entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos: 41%. O índice de avaliação ruim/péssimo caiu de 25% para 22% e o de regular baixou de 43% para 42%.
Dilma cresceu mais na faixa dos mais ricos, que ganham acima de dez salários mínimos, a aprovação ótima/boa foi de 21% a 29%.
A avaliação do governo na área econômica também subiu, de 27% para 30%. E também caiu o pessimismo em relação à elevação da inflação, de 54% para 53%. Além disso, caiu de 44% para 39% o índice dos que acreditam que o desemprego vai aumentar. E os que acreditam que o poder de compra dos salários vai cair baixou de 38% para 32%.

Eleição 2014

Para a eleição presidencial de 2014, no cenário mais provável, que inclui Dilma, Marina Silva, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), a presidenta tem 35% contra 30% na pesquisa divulgada no final de junho. Marina foi 23% para 26%. Aécio caiu de 17% para 13% e Campos subiu de 7% para 8%. Brancos, nulos, nenhum ou indecisos somam 18%. Segundo o Datafolha, se a disputa fosse com o tucano José Serra, o desempenho do PSDB seria o mesmo do que com Aécio.
Créditos: Rede Brasil Atual

Lula lança Padilha ao governo de SP em evento com clima eleitoral


Em discurso para dezenas de dirigentes e militantes petistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou na noite de ontem o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, à disputa pelo governo de São Paulo em 2014. Ao participar de evento do PT em Bauru, no interior paulista, Lula disse que o ministro estará liberado para se dedicar à campanha depois que aprovar o programa Mais Médicos no Congresso Nacional. Com direito a escola de samba, churrasco e cerveja, o lançamento foi feito em um haras repleto de faixas com frases como "o PT está com Padilha para governador" e "São Paulo clama por mudanças, Padilha 2014". O ministro fez um discurso de candidato, mas seguiu o roteiro estabelecido pelo partido e não oficializou sua pré-candidatura, para evitar problemas com a Justiça Eleitoral.
Os dirigentes petistas também evitaram falar diretamente na candidatura, mas fizeram discursos recheados de indiretas ao lançamento do ministro. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o presidente estadual do PT, Edinho Silva, falaram dos problemas do Estado, comandado pelo PSDB e disseram que "agora é a hora do PT". O presidente nacional do PT, Rui Falcão, seguiu a mesma linha. "Padilha, se muito já vale o que você fez, mais vale para nós o que virá. Cada um entenda como quiser, dentro das restrições que temos hoje", disse.
Anfitriã do evento, a vice-prefeita de Bauru, Estela Almagro (PT), disse que havia uma orientação do PT para não oficializar Padilha, mas "pediu licença" para falar da pré-candidatura. "São Paulo está doente e não é qualquer médico que pode tirar o Estado da UTI. É um sanitarista que vai sanear o Estado. Eu sou Padilha governador", disse a vice-prefeita, referindo-se à formação profissional de Padilha, médico infectologista. Estela foi uma das organizadoras da festa.
Lula ironizou as indiretas. "Eu vi aqui todo o cuidado que o Edinho teve. Parecia um ?gentleman' para dizer que o companheiro Padilha não é candidato. Vi aqui o Gilberto Carvalho fazer quase uma profissão de fé para dizer que não é candidato. Mas na hora em que ele [Padilha] pegou a palavra, ele falou como candidato", disse o ex-presidente.
Estrela do evento, o ex-presidente afirmou que Padilha apresentou o Mais Médicos para melhorar a saúde no país em uma Medida Provisória, que precisa ser aprovada pelo Congresso. "Ele não pode apresentar a proposta, sair de fininho e deixar a coisa sem ser aprovada dentro do Congresso. Ele vai ter que ficar até aprovar essa questão e aí sair para fazer a briga que ele quiser", disse Lula. O programa, que pretende levar médicos ao interior do país e à periferia de grandes cidades, será a principal bandeira de Padilha em 2014.
Em meio às denúncias que recaem sobre o governo paulista, Lula afirmou que o PT "nunca teve tanta oportunidade" de ganhar em São Paulo, comandado há cinco gestões consecutivas pelo PSDB, e defendeu ao partido uma aliança forte para disputar em 2014 no Estado. "Nós não podemos mais provar que temos 30% dos votos como temos muitas vezes. Para ganhar precisamos de 50% mais um. Tucano não é bobo não. Não tem bico grande à toa. Aquilo é para enganar muita gente", disse.
O ex-presidente afirmou ainda que poderá "morrer feliz" se no próximo ano conseguir reeleger a presidente Dilma Rousseff e o PT para o governo paulista. O partido nunca comandou o Estado.
Padilha
No evento, Padilha fez um discurso semelhante ao de um candidato, mas disse que "neste momento" está preocupado "com a saúde de 200 milhões de brasileiros". "Isso está em primeiro lugar, antes de qualquer interesse específico", afirmou. "Digo isso com tranquilidade".
Ao fazer um balanço de suas ações para São Paulo, o ministro disse que todos os 645 municípios de São Paulo recebem recursos de sua Pasta. Afirmou que o ministério está reformando, ampliando ou construindo mais de 1 mil unidades básicas de saúde no Estado e prometeu mais recursos para o custeio dessas unidades. Em crítica ao PSDB, o petista disse ainda que os grandes investimentos de infraestrutura do Estado só estão sendo viabilizados porque foram financiados pelo governo federal.
Em aceno aos petistas, o ministro falou de sua trajetória de militância dentro do partido e afirmou ter lido todas as atas das 20 caravanas feitas pelo PT no Estado, para debater os problemas de São Paulo. "Fiz o dever de casa", afirmou. O petista disse que o partido precisa reforçar sua atuação no interior do Estado, principal reduto eleitoral do PSDB.
Além do evento em Bauru, a pré-candidatura de Padilha será reforçada em outro encontro do PT, desta vez na capital paulista, nos dias 16 e 17.
Protesto
O ministro esteve na cidade, na semana passada, para entregar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Ontem, na entrada do haras, oito moradores protestaram contra Padilha, com faixas reclamando por melhores condições na saúde. Nas faixas, estavam escritas críticas como "UPA sem médico é enganação", "Não deixe o povo morrer. Libere mais UTI para Bauru" e "Saúde é direito do povo". A doméstica Neuza de Souza Brito, de 57 anos, criticou a atuação do ministro. "Ele veio à cidade entregar UPA, mas cadê os médicos? Minha mãe morreu depois de ficar dez dias no corredor de um hospital, sem atendimento decente. Eu quero é médico", disse.
Recentemente, o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), chegou a decretar estado de calamidade pública na saúde da cidade. Agostinho participou do evento de ontem.
UOL
WSCOM Online

Renda desigual das mulheres persiste como 'traço cultural' da sociedade

Mulheres

Boletim divulgado em março aponta que, apesar de estarem mais incluídas no mercado, mulheres ainda ganham cerca de 25% a menos que o homens


 Estatísticas comprovam que mesmo quando as mulheres possuem mais tempo de estudos que os homens, ainda ganham menos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio das mulheres é de R$ 1.340 e o dos homens é de R$ 1.850. O boletim Mulher e Trabalho, divulgado em março pelo Dieese e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), revelou que apesar das mulheres terem aumentado sua participação no mercado de trabalho em 2012 – 56,1% delas estavam empregadas no ano passado seu salário equivalia a 77% dos homens, por hora.
Para pesquisadores da área de gênero, a desigualdade salarial está ligada à cultura social que vê a mulher apenas como alguém que apenas contribui em parte com os recursos em casa, enquanto o homem ainda é considerado o principal provedor. "Mesmo quando as mulheres são vistas como pessoas de capacidade, são vistas como alguém que não necessita de tanto quanto os homens, porque ele é visto como provedor, do qual a família depende e a mulher é vista como complementadora", afirma a filosofa e pesquisadora Dulce Magalhães.
De acordo com ela, atualmente 40% das famílias dependem do salário da mulher e cerca de 20% delas têm a mulher como principal provedora. Ela afirma que os processos de seleção no mercado de trabalham passam, muitas vezes, por crivos preconceituosos. “Entre duas pessoas com mesma qualificação, o homem terá preferência sobre a mulher, o mais jovem terá preferência sobre o mais velho, o mais magro vai ter preferência sobre o mais gordo. Estes processos de seleção da cultura acontecem de várias formas e a mulher perde muitas vezes, porque há preferência sistêmica pelo homem.”
A igualdade do mercado de trabalho faz parte da pauta de reivindicações da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “A medida que você vai inserindo as mulheres em cargos que são tidos como de homem, você também acaba elevando o cargo das mulheres. É preciso acabar com a ideia de que há funções definidas a serem preenchidas por mulheres, cargos que podem e outros não”, comenta a secretaria estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Sônia Auxiliadora.

Hipertensão arterial pulmonar pode ser controlada



Pesquisa da Universidade de Columbia (Estados Unidos) com a participação do brasileiro Danilo Roman Campos, pós-doutorando da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, traz resultados que abrem caminho para o tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). Os pesquisadores utilizaram uma droga experimental e conseguiram recuperar a função de uma proteína, sendo nesse caso um canal iônico para o íon potássio. Essa proteína participa no controle do funcionamento das células musculares da artéria pulmonar.
Em uma classe de pacientes com HAP, foram encontradas mutações que indicam alterações no funcionamento das células. “O achado abre a possibilidade de tratamento para a HAP e pode ser extrapolado para outras formas de hipertensão pulmonar, como naquelas causadas por doença no ventrículo esquerdo”, destaca Campos.
A Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) é uma doença incurável. A expectativa para quem recebe o diagnóstico é de 70% de morte em até cinco anos. Não existem dados específicos sobre os casos no Brasil, mas em todo o mundo os especialistas da área apontam que a doença atinja uma em cada 70 mil pessoas.
Mutações
Campos afirma que um aspecto importante do estudo foi a identificação de diferentes mutações em distintos pacientes que pode explicar as alterações que ocorrem no funcionamento das células musculares da artéria pulmonar. “As diferentes mutações encontradas em distintos pacientes levaram a uma perda da função do canal iônico para potássio”, aponta. “O canal iônico é uma proteína que fica na membrana plasmática da célula, permitindo o fluxo de íons de forma seletiva e está envolvido no controle das propriedades contráteis do músculo em questão”.
O íon potássio possui carga positiva. “No contexto celular este íon tende a sair das células pelo canal iônico para o íon potássio”, afirma o pós-doutorando. “Devido às mutações, o íon não pode mais passar pelo canal, ficando assim retido na célula. Assim, o acúmulo de carga positiva no interior da célula causa uma despolarização constante da musculatura da artéria pulmonar, podendo levar à hipertensão arterial pulmonar”.
Apesar de promissor, o pesquisador lembra que o caminho de uma droga experimental até um medicamento é sempre longo. “O próximo e difícil passo é fazer a droga chegar até a célula com problema”, ressalta. “Uma maneira plausível seria via inalação, mas isso leva tempo, da bancada até a prateleira da farmácia são dez, quinze anos de pesquisas”.
Esse estudo deu origem ao artigo A Novel Channelopathy in Pulmonary Arterial Hypertension, publicado no dia 25 de julho na versão eletrônica da revista The New England Journal of Medicine (Estados Unidos).
Imagem: Wikimedia / USP Imagens
CRÉDITOS: Agência USP