quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Metrô-SP: Secretário de Alckmin e presidente da Siemens são 'convidados' a depor na Assembleia



alckmin jurandir metrô

Também foram chamados para falar sobre denúncias os presidentes do Cade, do Metrô e da CPTM
A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa aprovou na tarde de ontem (14) "convites" para que o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o diretor-presidente da Siemens no Brasil, Paulo Stark, esclareçam as denúncias de corrupção e formação de cartel em contratos do Metrô e da CPTM nos últimos 20 anos de governo do PSDB em São Paulo.
Os requerimentos originais mencionavam o termo “convocação”, mas por acordo com os deputados da base do governo foram  transformados em “convites”.
“Eles não são obrigados a vir. Agora queremos ver se aquilo que o governo diz, que tem o desejo de esclarecer, é real. Afinal o órgão competente para fiscalizar o Executivo é a Assembleia Legislativa”, diz o deputado Alencar Santana (PT), presidente da Comissão.
Créditos: Rede Brasil Atual

Cadeira de rodas controlada com o pensamento é apresentada no Consegi



Concentração é a palavra-chave para utilização da cadeira de rodas controlada com o pens
amento. A tecnologia é capaz de captar e ler as ondas cerebrais e acionar os comandos para movimentar a cadeira. Os criadores da solução apresentam, até hoje (15), o equipamento no Espaço de Robótica e Inovação, do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi).
“Com o conhecimento do uso de redes neurais, conseguimos detectar áreas do cérebro que estão atuando. A onda cerebral captada é lida pelo sensor e comparada, com um padrão previamente estabelecidos. A partir daí basta treinar, relembrar o pensamento e se concentrar para movimentar a cadeira de rodas”, explica o professor de ciência da computação do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), Eugênio Pessoa, supervisor da criação.
Os comandos cerebrais são enviados por uma rede de transmissão sem fio de volta para a cadeira, que, então se move. De acordo com Pessoa, a cadeira de rodas com a nova tecnologia facilitará a locomoção de paraplégicos com pouca mobilidade nos braços e também de tetraplégicos. Para usar a cadeira é necessário um treinamento dos comandos cerebrais, que dura em média 20 minutos.
O equipamento foi projetado para custar até R$ 3 mil. No mercado, o preço de cadeiras de rodas mecanizadas variam de R$ 7 mil a R$ 15 mil. Segundo um dos criadores da cadeira de rodas, Felipe Cintra, a tecnologia precisa ser aprimorada para ser comercializada. “Ainda precisamos de um sensoriamento de ambientação, que verifique os obstáculos como escadas, desnível de piso, batente alto. Também temos que melhorar aspectos como conforto, acabamento e segurança”, diz.
A ideia da cadeira de rodas automatizada partiu de um projeto de conclusão de curso e da vontade de dois alunos em aplicar a tecnologia no cotidiano dos cidadãos. “Pensamos no lado social da ciência da computação. A pessoa, com a cadeira, não dependerá de alguém para empurrar. É um tipo de controle [pela força do pensamento] que não existe em escala comercial em nenhum lugar do mundo”, diz Cintra. 
No Espaço de Robótica e Inovação também estão sendo expostas tecnologias como o robô capaz de apoiar o resgate de vítimas de incêndio, o mouse controlado por movimentos faciais e as lâmpadas que acendem ou apagam por meio do celular. Todas as inovações foram construídas a partir de tecnologias baseadas emsoftwares e hardwares livres.
Neste ano, o tema do evento é Portabilidade, Colaboração e Integração. A proposta do Consegi é reunir governo, academia e sociedade para trocar experiências e apresentar tecnologias que facilitem o acesso a serviços públicos e a melhorar o cotidiano das pessoas.
O congresso é promovido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e vai oferecer mais de 190 palestras, debates e oficinas gratuitas. O congresso tem transmissão ao vivo pelo site do Consegi.
Créditos: Agência Brasil

Balança comercial do agronegócio tem superávit de US$ 7,79 bilhões em julho


A balança comercial do agronegócio teve superávit de US$ 7,79 bilhões em julho e saldo positivo US$ 49 bilhões nos sete primeiros meses de 2013. As informações foram divulgadas ontem (13) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O complexo soja (grão, farelo e óleo) foi destaque nas vendas externas. No mês passado, o complexo respondeu por 42,5% dos US$ 9,3 bilhões exportados. No período de janeiro a julho, foi responsável por 36% de US$ 58,8 bilhões vendidos.
Atrás da soja, estão as carnes, o complexo sucroalcoleiro, os produtos florestais e os cereais puxaram tanto as vendas externas mensais quanto no acumulado de janeiro a julho. As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 3,6% com relação a julho do ano passado e 9,5% na comparação com os sete primeiros meses de 2012. Os números referentes à agricultura estão na contramão da balança comercial geral, que registrou o pior resultado da série histórica para meses de julho.
O primeiro destino principal das exportações agrícolas em 2013 foi a Ásia, que adquiriu 42,8% dos produtos brasileiros de janeiro até o mês passado. Em segundo lugar ficou a União Europeia, que respondeu por 21,9% das compras. Os terceiros foram os países do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), que compraram 8,5% do que foi vendido pelo Brasil. O Nafta é formado por Estados Unidos, Canadá e México.
Créditos:  Agência Brasil

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Egito: Ação contra manifestantes nas ruas do Cairo deixa mortos e feridos


Ao menos 40 pessoas teriam sido mortas na manhã desta quarta-feira, após as forças de segurança do Egito terem agido para remover dois acampamentos de apoiadores do presidente deposto Mohammed Morsi nas ruas do Cairo.
A Irmandade Muçulmana, grupo político ao qual Morsi é filiado, afirma porém que o número de mortes é muito maior e poderia chegar a centenas.
Rajadas de metralhadora foram ouvidas, e escavadeiras avançaram sobre as áreas dos acampamentos.
As forças de segurança também dispararam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Segundo as autoridades egípcias, a praça Nahda, no oeste do Cairo, já foi totalmente esvaziada.
O Ministério do Interior confirmou que as operações de retirada nas ruas do entorno estavam em andamento.

"Medidas necessárias"

Segundo a TV local, ativistas pró-Morsi foram perseguidos após fugirem para um zoológico próximo e para o campus da Universidade do Cairo.
Testemunhas disseram ter visto ao menos 15 corpos no chão, mas a Irmandade Muçulmana descreveu a intervenção das forças de segurança como um massacre e afirmou que mais de cem pessoas teriam sido mortas.
Ao menos dois membros das forças de segurança estariam entre a vítimas fatais, e nove ficaram feridos, segundo as autoridades egípcias.
Apoiadores de Morsi vinham ocupando a praça Nahda e o local em frente à mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste da cidade, desde a deposição do presidente, em 3 de julho. Eles pedem volta dele ao cargo.
Antes do início da operação, o Ministério do Interior afirmou em um comunicado que as forças de segurança estavam tomando as "medidas necessárias" contra os acampamentos.
O comunicado disse que uma saída segura seria providenciada para os manifestantes e que eles não seriam perseguidos, "exceto aqueles procurados pela Justiça".
O ministério disse ainda que não pretendia "derramar nenhum sangue egípcio".

Mortos e feridos

A TV ligada à Irmandade Muçulmana pediu às pessoas que enviassem carros para os locais dos acampamentos para levar os feridos aos hospitais.
Escavadeiras foram usadas para derrubar muros levantados pelos manifestantes fora da mesquita Rabaa al-Adawiya, segundo o correspondente da BBC James Reynolds.
Mais de 250 pessoas já foram mortas em confrontos com as forças de segurança desde a deposição de Morsi, no dia 3 de julho.
Em entrevista à BBC na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, disse que os acampamentos não poderiam ficar nas ruas por tempo indeterminado e prometeu diálogo.
"Se as forças policiais tomarem suas medidas, farão isso de acordo com a lei, com mandado judicial e de acordo com as normas básicas pelas quais essas coisas são feitas”.

Nenhum sinal de Morsi

Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito depois de a saída de Hosni Mubarak, que governou o país por três décadas, foi deposto pelo exército após protestos em massa contra seu governo.
Desde 3 de julho, ele está detido em local secreto, sem que qualquer foto ou declaração dele tenha sido divulgada.
A eleição presidencial do ano passado ocorreu após os fortes protestos populares que haviam ajudado a derrubar, no começo de 2011, o regime de Mubarak.
Créditos: BBC Brasil

Brasileiro inventor de 'luz engarrafada' tem ideia espalhada pelo mundo

Alfredo Moser | Foto/Montagem: BBC

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Alfredo Moser | Foto: BBCEm 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve o seu próprio momento de 'eureka' quando encontrou a solução para iluminar a própria casa num dia de corte de energia. Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro. Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas utilizando a 'luz engarrafada'.
Mas afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol numa garrafa de dois litros cheia d'água.
Foto: BBC"Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor", explica Moser.
Moser protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d'água.
"Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota", diz o inventor. Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
"Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts", afirma Moser.

Apagões

A inspiração para a "lâmpada de Moser" veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. "O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas", relembra.
Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.
O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e assim provocar fogo.
A ideia ficou na mente de Moser que então começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida.
Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.
"Eu nunca fiz desenho algum da ideia".
"Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo", ressalta Moser.

Pelo mundo

O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro.
Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.
"Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?", comemora Moser.
Carmelinda, a esposa de Moser por 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas de madeira de qualidade.
Mas parece que ela não é a única que admira o marido inventor.
Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.

Moser afirma que a lâmpada funciona melhor se a boca for coberta por fita preta
A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.
Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido "quantidades enormes de garrafas".
"Nós enchemos as garrafas com barro para criamos as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazermos as janelas", conta.
"Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: 'Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados'", relembra Diaz.
Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganharem uma pequena renda.
Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.
As luzes 'engarrafadas' também chegaram a outros 15 países, dentre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.
Diaz disse que atualmente pode-se encontrar as lâmadas de Moser e comunidades vivendo em ilhas remotas. "Eles afirmam que eles viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da idéia".
Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, utilizando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas.
Diaz estima que pelo menos um milhão de pessoas irão se beneficiar da ideia até o começo do próximo ano.
"Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre", enfatiza o representante do MyShelter.
"Ganhando ou não o prêmio Nobel, nós queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admiram o que ele está fazendo".
Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto?
"Eu nunca imaginei isso, não", diz Moser emocionado.
"Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso".
Gibby Zobel
De Uberaba para o serviço mundial da BBC
Créditos: BBC Brasil

Consumo habitual de café pode prevenir doenças


Análises realizadas nos últimos cinco anos com 150 consumidores de café pelos pesquisadores da Unidade de Pesquisa Café e Coração, do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), revelaram maior atividade antioxidante no organismo e melhor desempenho em exercícios físicos. Segundo um dos cientistas envolvidos na realização da pesquisa, o médico Bruno Mahler Mioto, os resultados mostram que o consumo habitual de café em doses moderadas pode trazer efeitos benéficos para a saúde e contribuir para a prevenção de doenças.
Mioto aponta que o estudo procura esclarecer dúvidas a respeito dos efeitos do consumo de café na saúde humana. “Já se sabe que a ingestão de altas doses de cafeína pode desempenhar efeitos deletérios na pressão arterial e na frequência cardíaca”, diz. “Entretanto, esse efeito foi obtido em testes nos quais se utilizou cápsulas de cafeína pura, em que cada unidade equivalia a seis xícaras grandes de café”, conta. “Quando se analisa o consumo habitual de café, os resultados obtidos são geralmente neutros ou positivos”, afirma.
Os participantes do estudo inicialmente ficaram 21 dias sem ingerir café. Em seguida, tomaram café continuamente, 450 mililitros (ml) por dia, em dois períodos de 28 dias, sendo que em cada um deles variava a intensidade da torra do café (média ou escura). Em cada fase foram realizados exames de holter, colesterol, pressão arterial, testes de esteira e de reatividade vascular, entre outros. “As análises do plasma sanguíneo revelaram maior atividade antioxidante nos consumidores de café, seja com o café de torra média ou com o de torra escura”, destaca Mioto.
De acordo com o médico, o café pode ser uma das principais fontes de antixoxidantes na dieta, se consumido de forma razoável. “A literatura médica também registra que o café tem efeito protetor contra diabetes”, conta. Nos testes de esteira, os consumidores de café tiveram melhor performance atlética e maior tempo de exercício. “Este resultado foi verificado também nos pacientes coronáriopatas, que não apresentaram nenhum evento cardíaco adverso, como angina ou arritmias”, acrescenta Mioto.
Prevenção de doenças
Outro benefício para a saúde associado ao café verificado na pesquisa é que a bebida não tem efeito negativo sobre a reatividade vascular, função endotelial associada à vasodilatação e a formação de radicais-livres. “Outros estudos demonstram que o café melhora a memória e atenção e, quando consumido na merenda escolar, pode melhorar o desempenho dos alunos”, relata o médico. “Um estudo com 300 mil pacientes realizado nos Estados Unidos revelou que o café está associado a diminuição de mortalidade total, por doenças cardiovasculares ou mesmo devido à causas externas”.
De acordo com Mioto, a pesquisa do InCor tem demonstrado que o consumo habitual da bebida está associado à prevenção de doenças. “Uma pessoa que toma café habitualmente geralmente adquire tolerância à cafeína, impedindo que aconteçam efeitos adversos como palpitações e arritmia cardíaca, que podem ocorrer em consumidores esporádicos”, destaca.
Todos os cafés testados levaram a um aumento discreto dos níveis de colesterol. “Numa próxima etapa do estudo, serão verificadas quais as subfrações aumentaram, e se são benéficas ou prejudiciais à sáude”, diz o médico. O café com torra escura não teve impacto na pressão arterial, enquanto o de torra média causou discreto aumento, provavelmente sem nenhuma relevância clínica. “Imagina-se que a torra mais escura elimine substâncias (que não a cafeína) que influenciem na pressão arterial, visto que o consumo de café descafeinado também pode determinar discreta elevação da pressão”.
As pesquisas são realizadas na unidade de pesquisa Café e Coração, do InCor. Os estudos têm a colaboração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). “Já foram analisados 150 pacientes, a meta é chegar a 300”, afirma Mioto. “Os participantes recebem cafeteira, filtros, medidores e garrafas térmicas, além de café com certificação de qualidade da Abic, de modo que não consumissem outros cafés durante o período de estudo”. Os testes também deverão ser feitos com café do tipo expresso e com café descafeinado.
Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Federação dos Metroviários diz que encaminhou ao Cade novas denúncias de formação de cartel em São Paulo


Uma nova denúncia de formação de cartel em contratos envolvendo o Metrô de São Paulo foi encaminhada segunda-feira (12) ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pela Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro). A informação é da própria federação. Procurado pela Agência Brasil, o Cade confirmou ter recebido representantes da Fenametro, mas disse não ter recebido nenhuma documentação a respeito da denúncia.
Segundo a federação, há três novos indícios de formação de cartel em contratos envolvendo o Metrô de São Paulo. No entanto, pelo que apurou a Agência Brasil e pelo que informa a própria federação, pelo menos um dos indícios não é novo.
Um deles se refere à reforma de 98 trens do Metrô. Um pedido de investigação sobre o caso foi encaminhado ao Ministério Público na época pelo então deputado estadual Simão Pedro (PT) e ainda é objeto de investigação pelo órgão.
Segundo o documento, foi aberta uma concorrência em 2009 para a reforma de 98 trens do Metrô. De acordo com a Fenametro, a reforma dos 98 trens custou R$ 1,75 bilhão. “Ao optar pela 'modernização', em vez da aquisição de novos trens, seria natural supor que o Metrô teria uma economia considerável. Porém, não foi o que se verificou. Na prática, a licitação para a reforma dos trens chegou a um custo final de 86% do valor de um trem novo, causando prejuízos milionários ao Erário”, diz a federação, por meio de nota publicada em em sua página na internet. De acordo com a federação, a reforma dos trens foi dividida entre várias empresas que são hoje investigadas pelo Cade por formação de cartel.
Outro indício de irregularidade apontado pela Fenametro se refere à implantação de um novo sistema de sinalização e controle, chamado de CBTC (Communication Based Train Control). O sistema permite diminuir o intervalo de circulação dos trens nas estações. A federação diz que a implantação do sistema foi dividida entre várias empresas, algumas também citadas no esquema de formação de cartel investigado pelo Cade e argumenta que, até hoje, o sistema não foi implantado nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô.
“O contrato firmado em 2008 dizia que, em 2011, o novo sistema estaria operando nas três linhas do Metrô. Entretanto, nos testes feitos na Linha 2 foram detectados problemas sérios de segurança aos usuários e metroviários. Ou seja, estamos em 2013 e o governo de estado não dá qualquer explicação à população sobre o fracasso desta modernização”, disse a federação.
O terceiro indício de irregularidade, apontou a federação, diz respeito à implantação de porta de plataforma nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô, semelhante à que existe na Linha 4-Amarela do Metrô. “As portas de plataformas seriam instaladas nas estações do Metrô para abertura e fechamento, simultaneamente, com as portas dos trens. O objetivo do sistema é evitar a queda de usuários e de objetos na via permanente, porque as portas de plataforma não abrem enquanto o trem não estiver corretamente alinhado na plataforma”, explicou a federação.
De acordo com a federação, o projeto original previa o fornecimento e a implantação de 48 portas de plataforma para 18 estações distribuídas entre as três linhas mais antigas do Metrô pelo valor total de R$ 72.545.095,96. “É importante registrar que o processo de implantação se iniciou pela Estação Vila Matilde, mas até a presente data não funciona. Em outras palavras, 'as portas automáticas' ficam permanentemente abertas”, disse a Fenametro.
Denúncias de irregularidades em contratos envolvendo o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) estão sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo e também pelo Cade. No Ministério Público há 45 investigações em curso, que começaram a ser reavaliadas após divulgação de que o Cade está apurando se as empresas que participaram das concorrências do Metrô e da CPTM formaram um cartel para elevar o valor dos contratos. Todas as investigações estão sob sigilo e o Ministério Público não informa detalhes sobre elas.
A investigação do Cade teve início a partir de um acordo de leniência com a Siemens, que permite que um participante do cartel denuncie a prática à autoridade antitruste e coopere com as investigações em troca de imunidade administrativa e criminal.
À Agência Brasil, o Cade disse que as alegações apresentadas pela Fenametro durante o encontro entre ambos, em princípio, “não se configuram matéria de competência do Cade, autarquia responsável por apurar e punir condutas anticompetitivas adotadas por empresas ou seus administradores”.
Procurado pela Agência Brasil, o Metrô disse que, nos contratos que foram firmados à época pela companhia, a modernização de um trem representou 60% do preço total de um trem novo. “E o padrão de desempenho de um trem reformado é o mesmo de uma nova composição, com sistema de tração mais econômico, ar-condicionado, câmeras de vigilância, sensores para detecção de fumaça, sistema de comunicação eletrônico aos usuários, entre outros, além de permitir vida útil de mais 30 anos”, informou a companhia.
Para o Metrô, “é absurda a informação de que há indício de combinação entre empresas" na instalação do CBTC. "A Alstom foi a vencedora da licitação por apresentar o menor preço para implantar o sistema nas linhas 1, 2 e 3 do Metrô. O contrato foi assinado em 2008”, disse. Segundo o Metrô, a Alstom foi multada em R$ 77 milhões pelos atrasos na instalação do CBTC. O CBTC, segundo a companhia, foi implantado na Linha 2-Verde e funciona no trecho entre as estações Vila Prudente e Sacomã. “As instalações nas linhas 1 e 3 estão em fase de execução final”, informou.
Sobre as portas de plataformas da Linha 3-Vermelha, o Metrô disse que, conforme foi noticiado diversas vezes pela imprensa, “uma das empresas integrantes do consórcio contratado para instalar as portas de plataforma apresentou dificuldades financeiras. Isso acarretou em atraso no cumprimento do contrato. O Metrô multou a empresa em 10% do valor do contrato, não havendo qualquer prejuízo para a companhia”.
Em entrevista coletiva concedida na tarde de hoje (13) no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse que vai processar civilmente a empresa Siemens, acusada de formação de cartel em contratos firmados com o estado entre os anos de 1999 e 2009. De acordo com o Executivo paulista, a empresa será processada por ter lesado os cofres públicos. Segundo o governador, outras empresas poderão ser processadas. Ele explicou que a Siemens será processada agora porque já assumiu, em um acordo de leniência com o Cade, que praticou cartel em licitações de metrô e trens no estado.
Créditos:Agência Brasil