terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ministra vê racismo em protesto contra médicos cubanos


A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou ontem (2) que a reação contra os médicos cubanos que chegaram ao Brasil na semana passada, para participar do Programa
Mais Médicos, evidencia que ainda existe racismo e que ainda se questiona o lugar que os negros ocupam na sociedade.
"Não tem como, no Brasil, pessoas brancas se dirigirem a pessoas negras chamando-as de escravas e isso não conotar racismo. Ainda mais quando se questiona o papel social dos negros, que não poderiam ocupar lugar social", disse a ministra, durante debate sobre  direitos das minorias no programa Brasilianas.org, da TV Brasil.
Para Luiza Bairros, a sociedade brasileira ainda resiste a medidas que buscam combater as desigualdades. Por isso, disse ela, é preciso trabalhar para mudar essa característica cultural. "As manifestações de racismo correm soltas, de um modo que não víamos há muitos anos. Ao mesmo tempo, o desafio de lidar com essas manifestações requer uma mudança de mentalidade, um processo de reeducação para que a inclusão de determinados segmentos seja vista como um benefício para toda a sociedade", acrescentou a ministra.
O programa também abordou os direitos de mulheres, das pessoas com deficiência e dos homossexuais. Nalu Faria, integrante da Marcha Mundial de Mulheres, destacou que muita coisa ainda precisa ser feita para que os direitos das mulheres sejam assegurados. Ela exemplificou com o direito ao aborto e a pouca representatividade das mulheres no Parlamento e em postos de poder e com o problema da dupla jornada de trabalho. "A maioria das mulheres ainda é responsável pelo trabalho doméstico, o que significa que a sociedade não vê nisso um problema." Para ela, isso se reflete inclusive na pouca representação no Parlamento, onde se debatem projetos que, como o Estatuto do Nascituro, "tolhem um direito básico que é o direito ao corpo".
A ex-secretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência Izabel Maior lembrou, no debate, que a garantia de direitos também passa pela educação. Izabel defendeu um modelo inclusivo de educação e criticou a invisibilidade em que as minorias vivem em espaços sociais como a escola. "Há alguns anos, o Estado não se envolvia na questão da educação inclusiva e o modelo de educação segregadora, em que as pessoas com deficiência ficavam em estabelecimentos diferenciados, não levou a uma verdadeira inclusão. A educação inclusiva deve ser um princípio básico para mudar a sociedade",  afirmou.    
Para Gunter Zibel, militante de um movimento em defesa de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneros, os partidos políticos precisam encampar mais o debate sobre a inclusão. Zibel acredita que, cada vez mais, aparecerão políticos que defenderão as bandeiras dos movimentos de direitos humanos. "É direito de todas as pessoas viver em uma sociedade inclusiva, em uma sociedade respeitosa."

Agência Brasil

Observatório sírio diz que conflito já fez mais de 110 mil mortos





Pelo menos 110.371 pessoas foram mortas na Síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar Al Assad, em março de 2011, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Um balanço anterior, feito pela mesma organização não governamental em 26 de junho, apontava 100.191 mortos. A Organização das Nações Unidas tem indicado que já morreram no conflito mais de 100 mil pessoas.

Esse novo balanço mostra que morreram 40.146 civis, 21.850 combatentes rebeldes e 45.478 membros das forças governamentais, incluindo as milícias que apoiam o regime. Entre os civis, estão 3.905 mulheres e 5.833 menores de 16 anos.
O número relativo aos rebeldes abrange 15.992 civis que pegaram em armas, 3.730 combatentes estrangeiros (a maioria jihadistas) e 2.128 desertores. Nas milícias que apoiam o regime houve 17.824 baixas e o movimento xiita libanês Hezbollah, que combate ao lado das tropas de Assad, sofreu 171 mortes no conflito.
Segundo o OSDH, há ainda 2.726 corpos que não foram identificados e não se sabe do paradeiro de 9 mil detidos e de 3.500 soldados capturados pelos rebeldes.
A organização, que se baseia em uma rede de ativistas e em fontes médicas por todo o país, registou as mortes até  31 de agosto de 2013.
Créditos: Rede brasil Atual

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Brasil manifesta indignação e cobra explicações formais dos EUA sobre espionagem de Dilma e autoridades


O governo do Brasil reiterou hoje (2) a indignação às autoridades dos Estados Unidos em meio às denúncias de espionagem de agências norte-americanas sobre dados da presidenta Dilma Rousseff e assessores, conforme divulgado ontem (1º) no programa Fantástico, da TV Globo. Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luiz Alberto Figueiredo Machado (Relações Exteriores) reiteraram ser inadmissível aceitar qualquer tipo de violação, mas evitaram mencionar futuras providências que deverão ser tomadas contra os Estados Unidos.
Cardozo e Figueiredo cobraram dos Estados Unidos explicações, por escrito e formais, sobre as denúncias. “A violação da soberania não pode acontecer sob nenhum pretexto", disse Cardozo, lembrando que a indignação foi exposta aos norte-americanos. “Nós confrontamos com aquilo que foi revelado.”
Em seguida, o ministro da Justiça reiterou que “a violação da soberania não pode acontecer sob nenhum pretexto”. Segundo ele, a situação se agrava quando a violação ocorre “sob o ponto de vista político e empresarial”. “Isso fica, sem sombra de dúvidas, piorada”.
Na semana passada, Cardozo esteve em Washington, nos Estados Unidos, para reuniões com o vice-presidente Joe Badin, a assessora para Assuntos de Contraterrorismo, Lisa Monaco, e o chefe de Departamento de Justiça, Eric Holder. O ministro disse que apresentou como sugestão a adoção de protocolo de entendimento entre Estados Unidos e Brasil para a investigação em caso de suspeitas de terrorismo ou atos ilícitos.
Cardozo disse que a proposta se baseia na fixação de regras que a interceptação de dados só pode ser feita em território nacional, com ordem judicial e sob presunção de inocência. “Diante de indícios, se existirem práticas, o governo norte-americano poderia solicitar dentro do protocolo um acesso a essas informações”, disse. “Nós dissemos que não nos furtaríamos ao diálogo, desde que a questão não se colocasse de forma meramente retórica.”
Figueiredo acrescentou que a violação da privacidade e dados pessoais, sejam de autoridades, como a presidenta da República, e dos cidadãos em geral é “incompatível” com a parceria existente atualmente entre Brasil e Estados Unidos. “É uma violação inconcebível e inaceitável da soberania brasileira”, ressaltou.
Pela manhã, Dilma convocou ministros para duas reuniões de emergência no Palácio do Planalto para discutir as denúncias de espionagem. As reuniões ocorreram em duas etapas: a primeira, que começou por volta das 10h, teve a presença dos ministros Cardozo, José Elito (Gabinete de Segurança Institucional), e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
A segunda reunião, ocorreu logo depois, com Cardozo e os ministros Paulo Bernardo (Comunicações), Celso Amorim (Defesa) e Luiz Alberto Figueiredo Machado (Relações Exteriores). Antes das reuniões, Figueiredo convocou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para prestar esclarecimentos formais ao governo brasileiro e cobrou explicações por escrito das autoridades norte-americanas.
Créditos: Agência Brasil

Governo convoca reunião de emergência sobre espionagem dos EUA a Dilma

: "Estamos em situação de emergência", diz secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho; presidente Dilma Rousseff convoca ministros das Relações Exteriores, Defesa, Comunicações, Casa Civil e Comunicação Social para definir reação brasileira à espionagem praticada por governo dos Estados Unidos; na manhã desta segunda-feira 2, chanceler Luiz Alberto Figueiredo convocou embaixador americano Thomas Shannon para cobrar explicações; ministro da Justiça estará com a presidente às 15h00; resposta brasileira a arapongagem americana sobre e-mails presidenciais promete ser dura; viagem oficial aos EUA, em 23 de outubro, só será confirmada mediante explicações "satisfatórias" do governo Obama.


 As relações entre Brasil e Estados Unidos estão abaladas pela denúncia de que os e-mails da presidente Dilma Rousseff foram espionados pelo governo dos Estados Unidos. Para articular uma reação que promete ser dura, Dilma convocou na manhã desta segunda-feira 2, em seu gabinete no Palácio do Planalto, uma reunião de emergência. Foram chamados os ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, da Defesa, Celso Amorim, das Comunicações, Paulo Bernardo, do Gabinete Civil, Gleise Hoffmann, da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. "Estamos em situação de emergência", disse Carvalho, antes da reunião.
Antes mesmo desse encontro, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo chamou oficialmente ao Palácio do Itamaraty o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, para cobrar as primeiras explicações. Shannon saiu do encontro sem falar com a imprensa. À tarde, a presidente estará com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, para discutir o mesmo assunto.
Além de uma previsível nota dura contra a atitude americana, denunciada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, a partir de revelações do jornalista Glenn Greenwald, que teve acesso aos documentos levantados pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, exilado na Rússia, a atitude do governo brasileiro poderá será, até mesmo, a de cancelar a viagem oficial da presidente Dilma a Washington, marcada para 23 de outubro. Está prevista em homenagem a ela um jantar de gala na Casa Branca, mas desde já o cardápio se mostrar indigesto para o Brasil. O governo brasileiro já decidiu recorrer à ONU para pedir uma discussão sobre violação à privacidade de autoridades e cidadãos brasileiros.
Documentos classificados como ultrassecretos, que fazem parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, obtidos pelo Fantástico, mostram a presidente Dilma Rousseff, e o que seriam seus principais assessores, como alvo direto de espionagem da NSA. Um código indica isso.
O jornalista Glenn Greenwald, coautor da reportagem, foi quem recebeu os papéis das mãos de Snowden. Glenn afirmou que recebeu o documento na primeira semana de junho, quando esteve com Snowden em Hong Kong. "Ele me deu esses documentos com todos os outros documentos no pacote original."

Cinco novos prefeitos foram eleitos no fim de semana

TSE divulga resultado de eleições em cinco municípios

Eleitores de cinco municípios – Goiatuba (GO), Santana de Cataguases (MG), Soledade (PB), Augusto Pestana (RS) e Taipas do Tocantins – elegeram nesse domingo (1º) prefeitos e vice-prefeitos.
Os eleitores tiveram que voltar às urnas porque as eleições de outubro do ano passado foram anuladas pela Justiça Eleitoral. O registro dos candidatos a prefeito que obtiveram mais de 50% dos votos válidos foi negado. Assim, a Justiça Eleitoral anulou os votos recebidos por esses candidatos, que ficaram impedidos de ser diplomados e empossados.
Em Goiatuba, o eleito foi Fernando Vasconcelos (PMDB), com 76,69% da preferência, totalizando 7.523 votos. A eleição foi convocada porque a Justiça Eleitoral determinou o afastamento do prefeito Ronaldo Cândido e seu vice, eleitos em 2012, por compra de votos.
Luiz Mathias (DEM) foi escolhido prefeito de Santana de Cataguases, na Zona da Mata de Minas Gerais, com 1.496 votos (49,41%). A prefeita eleita da cidade em 2012, Maria Jucélia Baesso Procaci, e o vice-prefeito, José Eduardo de Lima, foram cassados pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. Como Maria Jucélia obteve mais de 50% dos votos, foi determinada a realização de nova eleição.
O candidato Flávio Aureliano Neto (PTN) foi o preferido de 4.306 eleitores de Soledade, vencendo com 52% dos votos. O pleito foi convocado pela Justiça Eleitoral em razão da cassação do diploma de José Bento Leite do Nascimento e sua vice, eleitos em outubro passado, por conduta vedada a agente público.
Em  Augusto Pestana, o candidato Dr. Bohrer (DEM) foi eleito com 2.890 votos (53,08%). A eleição na cidade, de 6.100 eleitores, ocorreu porque o prefeito que ganhou em outubro, Darci Sallet, e seu vice, Nelson Wille, tiveram os mandatos cassados por captação ilícita de sufrágio. Para a Justiça Eleitoral, ficou configurada a compra de votos pelos candidatos, com distribuição de ranchos e carne aos eleitores, entre outras irregularidades.
Em Taipas do Tocantins, a 350 quilômetros de Palmas, Joaquim Carlos Azevedo (PSD) obteve 731 votos, sendo eleito com 50,24% dos votos válidos. O prefeito eleito em 2012, Orlando Proência, teve seu diploma cassado por abuso de poder político.
*Com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Edição: Graça Adjuto
Créditos: Agencia Brasil

Síria: Rebeldes é que usaram armas químicas diz inspetora da ONU

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Essa notícia deveria estar na primeira página dos jornais, mas o arco midiático em apoio aos lobbies da guerra restringiu severamente sua disseminação. Uma das inspetoras da ONU encarregada de checar o uso de armas químicas na Síria declarou, em maio deste ano, que todos os indícios apontavam para a responsabilidade dos rebeldes. Os rebeldes é que estariam usando armas químicas, e jogando a culpa no governo.
A declaração de Carla Del Ponte circulou em alguns veículos europeus (como a BBC) e em todos os sites árabes, mas foi abafada pela hegemônica mídia pró-americana. Autoridades russas, nervosas com a possibilidade dos EUA iniciarem mais uma guerra insana, voltaram a citar o testemunho de Ponte no intuito de amainar o frenesi guerreiro dos falcões americanos.
Apesar da declaração de Ponte não se referir aos ataques mais recentes, a informação colhida por ela reforça a teoria de que são os rebeldes é que usam gás sarin para chocar a opinião pública mundial e jogá-la contra o presidente sírio.
Segundo o New York Times, Obama deu um passo atrás, e afirmou que deixará a decisão de atacar a Síria nas mãos do Congresso. Mas é difícil acreditar que o Congresso resistirá a pressão dos bilionários lobbies da guerra e da grande mídia americana. O New York Times, como sempre, apoia a guerra; daqui a alguns, possivelmente, fará uma mea culpa.
Por: Miguel do Rosário
Créditos:Tijolaço

Síria pede intervenção da ONU para uma solução pacífica a conflitos na região


O governo sírio pediu hoje (2) a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar mais ataques na Síria. O delegado permanente da Síria nas Nações Unidas, Bashar Al Jaafari, enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, oficializando o apelo para que a organização se esforce e alcance uma solução pacífica para a crise. No texto, Al Jaafari reforçou que o governo sírio não usou armas químicas, como acusaram autoridades de oposição e alguns países ocidentais e lembrou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve impedir “todo o uso da força”.
O regime do presidente Bashar Al Assad é acusado pela oposição e por alguns países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, de usar gás tóxico em um ataque ocorrido há dez dias, nos arredores de Damasco, provocando a morte de centenas de pessoas. O regime sírio nega as acusações, mas os Estados Unidos defendem intervenção militar na Síria
Inspetores da ONU estavam até sábado (31) na Síria para recolher vestígios de um eventual uso de armas químicas. A comitiva visitou os arredores de Damasco, capital do país. Ontem (1º), o porta-voz da organização, Martin Nesirky, disse que ainda não é possível definir um calendário para as análises do material recolhido e afirmou que os peritos não vão tirar conclusões sobre o uso de armas químicas na Síria antes da conclusão dessas análises laboratoriais.
Representantes do governo sírio disseram que qualquer ação militar americana contra o país seria equivalente a um apoio dos Estados Unidos à "Al Qaeda e seus grupos afiliados". O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, assegurou que os Estados Unidos receberam e analisaram amostras que provam o uso de gás sarinno ataque de 21 de agosto, próximo de Damasco, que foi também atribuído ao regime Al Assad.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, disse nesta segunda-feira que é favorável a uma intervenção na Síria, com o apoio da ONU. Al Arabi afastou qualquer divisão entre os países árabes sobre a solução para o conflito.  Os chefes da diplomacia árabes não fizeram qualquer alusão à intervenção militar, defendida pelos Estados Unidos, mas pediram à ONU e à comunidade internacional que assumam a responsabilidade e tomem medidas contra os autores do ataque do dia 21 de agosto nos arredores de Damasco.
*Com a Agência Lusa e a BBC Brasil
Edição: Talita Cavalcante
Créditos:  Agência Brasil