domingo, 13 de outubro de 2013

Polícia apura mentiras contra filho de Lula

Edição/247 Fotos:  Reprodução, Shutterstock e Folhapress:

Intensificação de boatos ofensivos a Fábio Luis Lula da Silva provoca abertura de inquérito policial para investigar origem de calúnias; em cinco blogs e um site, filho do ex-presidente é apontado como sendo dono de um jatinho de US$ 50 milhões, uma grande fazenda no interior do País e acionista controlador do frigorífico JBS; difamação ocorre há anos; "Meu cliente tem sido alvo de bullying na internet e vítima de conduta criminosa", disse advogado Cristiano Zanin Martins ao 247; "Esse jogo de má fé está com os dias contados"; ordens para os primeiros depoimentos dos suspeitos pela origem da boataria já foram expedidas por delegada Maria Victoria Lobo, em São Paulo.
Certamente como nenhum outro cidadão brasileiro, Fábio Luís Lula da Silva tem sido vítima, nos últimos anos, de frequentes boatos na internet. O filho do ex-presidente Lula já foi apontado como sócio do frigorífico JBS, o maior do País, dono de um jatinho com valor estimado em US$ 50 milhões, o que faria do aparelho o mais caro do Brasil, e proprietário de uma grande fazenda na região Centro-Oeste, descrita, também, como uma das maiores joias do agronegócio nacional.
Com a aproximação das eleições presidenciais de 2014, os boatos contra Lulinha cresceram em intensidade. Pelo menos cinco blogs e um site tornaram-se especialistas em divulgar notícias falsas sobre aquisições, que teriam sido feitas por ele, de bens de alto valor.
O próprio ex-presidente Lula chegou a declarar publicamente que telefonara para a direção da JBS para que a empresa negasse, oficialmente, a participação de seu filho no bloco acionário da companhia. Agora, é Lulinha quem quer saber quem está assacando contra a sua honra.
A partir de informações colhidas por seus advogados, Lulinha conseguiu que um inquérito policial fosse aberto na 78ª Delegacia de São Paulo, no bairro do Jardim Paulista. Ali, a delegada Victoria Lobo Guimarães já expediu ordens formais para que os responsáveis pelos blogs e site que veiculam os boatos contra ele compareçam para prestar informações e esclarecimentos.
"Meu cliente está cansado de ser vítima desse bulliyng eletrônico, feito com a manifesta intenção de atacar a sua honra", disse ao 247 o advogado Cristiano Zanin Martins, da banca Teixeira, Martins e Advogados. "Um do efeitos colaterais dessa boataria é, claramente, prejudicar também os demais membros de sua família".
Os boatos contra Lulinha chegaram a tal ponto que, atualmente, em grandes cidades como São Paulo já se pode escutar de motoristas de táxi a garantia de que o filho do ex-presidente tornou-se um dos homens mais ricos do País.
A prestigiada revista Forbes, dois meses atrás, publicou notícia em que registra que nem ele nem sei pai são bilionários. O esclarecimento se fez necessário para responder a uma dúvida de uma leitora, que escrevera para a redação motivada pelo que lia na internet sobre Lulinha.
Em 247, o colunista Davis Sena Filho publicou artigo, em agosto, ironizando a situação criada contra Lulinha pela onda de boatos. Para mostrar o patrimônio atribuído ao filho do ex-presidente, ele publicou uma série de fotos de bens caríssimos, como uma limousine, um transatlântico e até mesmo um ônibus espacial, além de um manto real e um hambúrguer gigante (aqui), para mostrar o padrão dos exageros.
Abaixo, nota do Escritório Teixeira, Martins e Advogados sobre a abertura do inquérito policial:
Polícia abre inquérito para apurar calúnia e difamação contra Fábio Lula
A delegada Victoria Lobo Guimarães, titular do 78º Distrito Policial da Cidade de São Paulo, instaurou inquérito policial para apurar a ocorrência de crimes contra a honra de Fábio Luis Lula da Silva. A delegada Victoria recebeu no dia 2 de outubro de 2013 representação dos advogados de Fábio Lula, pedindo a investigação de seis publicações na internet com conteúdo mentiroso e ofensivo. Fábio não é e jamais foi dono de qualquer fazenda ou de aeronave.
Os seis responsáveis pelas publicações já tiveram suas intimações expedidas pela delegacia e deverão ser ouvidos nos próximos dias.
"Estas publicações absurdas que têm surgido na internet, pretendendo vincular o nome do Fábio à compra de bens de elevado valor, caracterizam conduta criminosa e serão sempre levadas ao conhecimento das autoridades para as providências legais cabíveis", afirma Cristiano Zanin Martins, um dos advogados que assina a representação.
Teixeira, Martins & Advogados
A seguir, nota publicada no site Infomoney sobre notícia da revista Forbes em relação aos boatos sobre Lulinha e seu pai:
27/08/13 - 18h06 - Karla Santana Mamona
Lula não é bilionário, diz Forbes
A afirmação se deve após questionamento de leitores sobre a fortuna do ex-presidente
SÃO PAULO - A revista norte-americana Forbes publicou uma reportagem declarando que não existem indícios que Luiz Inácio Lula da Silva seja bilionário. A afirmação se deve após o questionamento de uma leitora sobre a fortuna do ex-presidente.
De acordo com a Forbes, apesar dos rumores sobre a riqueza da família de Lula, nada foi comprovado. "No Brasil, há um consenso geral de que a corrupção é generalizada e que há muito dinheiro envolvido na política."
A revista lembra que após deixar o cargo de presidente, Lula recebeu cerca de US$ 100 mil da LG para discursar por 50 minutos. Além disso, ele deu palestras na Microsoft, Tetra Pak e Odebrecht. Os valores não foram citados.
A reportagem diz também que o filho do ex-presidente, Fábio Luis Lula da Silva, conhecido como Lulinha, também está longe de se tornar um bilionário. E lembrou que Lula negou publicamente que o filho seja proprietário de um jato de US$ 50 milhões e que seja um dos donos da JBS. "Antes que seu pai fosse eleito presidente do Brasil, Lulinha trabalhou como estagiário em um jardim zoológico."
A empresa de Lulinha também é citada. Segundo a reportagem, a Gamecorp, recebeu US$ 2,3 milhões da Telemar em 2005, logo após Lula ser eleito. Atualmente, as perdas da empresa já somam mais de US$ 4 milhões.
Créditos: Portal Brasil 247

Documentos ligam desaparecimentos no Brasil e na Argentina durante a ditadura




O desaparecimento de dois estrangeiros e de um brasileiro no Rio de Janeiro, durante o a ditadura no Brasil (1964-85), pode estar ligado ao sumiço de dois brasileiros na Argentina ocorrido poucos meses depois.
Documentos mostrando essa ligação foram descobertos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pela historiadora Janaina de Almeida Teles. O material foi apresentado na sexta-feira (11) em uma audiência pública conjunta com a Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, na Assembleia Legislativa paulista.

Em 21 de novembro de 1973, o francês Jean Henri Raya, que morava na Argentina, o brasileiro Caiupy Alves de Castro e o argentino Antonio Luciano Pregoni desapareceram no Rio de Janeiro.

Caiupy era um bancário aposentado e militante comunista que foi preso por um órgão de segurança do Rio de Janeiro na noite do dia 21 de novembro. Jean Henri nasceu na França, mas passou grande parte de sua vida na Argentina. Ele saiu de Buenos Aires com destino ao Brasil, de ônibus, no dia 14 de novembro de 1973, e ficou hospedado em um hotel em Copacabana. Seu paradeiro é desconhecido.

Em abril de 1974, a mulher de Jean Henri, Mabel Bernis, recebeu uma informação de que Henri fora sequestrado pelos órgãos de segurança no Rio de Janeiro, em razão dos frequentes contatos com exilados brasileiros em Buenos Aires. O argentino Antonio Luciano Pregoni fazia parte do Tupamaros, uma organização de guerrilha urbana do Uruguai. Ele teria chegado ao Brasil no mesmo ônibus em que veio Jean Henri.

As apurações da CNV, conduzidas pelo grupo de trabalho Operação Condor, coordenado por Rosa Cardoso, apontaram que os três desaparecimentos ocorridos, acredita-se, no mesmo dia, no Rio de Janeiro, podem estar ligados ao sumiço de Joaquim Pires Cerveira e João Batista Rita, sequestrados em Buenos Aires em dezembro do mesmo ano e vistos pela última vez em janeiro de 1974 no Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) da Rua Barão de Mesquita, na Tijuca.

O principal documento data de 14 de março de 1974 e foi encontrado pela comissão no Arquivo Nacional. No documento, consta que um agente do Centro de Informações do Exterior (Ciex), do Ministério das Relações Exteriores, chamado Alberto Conrado Avegno (que usava o codinome Altair) relata novidades recebidas de um outro informante.

“Esse documento, ou melhor, esse conjunto de documentos encontrados no Arquivo Nacional, confirma o que já tinha chegado ao conhecimento de grupos de direitos humanos do Brasil sobre uma ligação entre o desaparecimento de dois brasileiros sequestrados em Buenos Aires, em dezembro de 1973, e o desaparecimento de três argentinos ocorrido no Rio de Janeiro cerca de dez dias antes”, disse André Saboia Martins, secretário-executivo da CNV.

O documento aponta que a argentina Alicia Eguren, poeta, escritora e militante da esquerda peronista, era o elo de ligação entre Joaquim Pires Cerveira, um militar brasileiro cassado em 1964, banido do Brasil em 1970 e exilado na Argentina desde agosto de 1973, e um grupo de jovens militantes de esquerda, entre eles Jean Raya e Antonio Luciano Pregoni. O documento informa ainda que Raya (cujo nome está erroneamente grafado como Juan Rays) viajou ao Brasil em novembro de 1973 para uma ação em conjunto com o grupo de Cerveira. “O major Cerveira era um militante antigo no Brasil e que estava banido porque tinha sido libertado em troca do embaixador alemão em 1970. O Brasil baniu essas 40 pessoas, que foram libertadas [em troca do embaixador], e ele [Cerveira] ficou no exterior, articulando novos grupos políticos, para tentar voltar ao Brasil e derrubar a ditadura”, disse a historiadora Janaina Teles.

Janaina explicou que o grupo de militantes, que saiu da Argentina, veio ao Brasil para tentar organizar um novo agrupamento político, inspirado na guerrilha cubana. “Eles vieram aqui para tentar fazer alguma ação, para sequestrar algum empresário ou figura importante, para conseguir um resgate em dinheiro e, com isso, voltar à Argentina e auxiliar na organização de um novo grupo político”, declarou.

“Aparece muito claro nesses documentos que eles tinham contato já há alguns anos e, pelo menos alguns meses antes desse desaparecimento, os documentos demonstram que esses brasileiros e esses argentinos vinham sendo vigiados pelos órgãos de segurança do Brasil e da Argentina”, completou o secretário executivo da CNV.

Segundo Saboia, esses documentos abrem “caminhos para o esclarecimento de um conjunto grande de casos”. Além disso, destacou, é possível estabelecer de forma mais precisa como ocorreu a aliança entre os órgãos de repressão dos países da América do Sul, tal como a Operação Condor, e o que foi “essa coordenação repressiva internacional”.

De acordo com Carlos Lafforgue, secretário-executivo do Arquivo Nacional da Memória da Argentina e ex-militante, a ditadura nos países da América do Sul foi responsável pelo desaparecimento de 700 pessoas, ou seja, 700 casos “cruzados” de militantes políticos que desapareceram fora de seus países de origem. “Estamos investigando [cada um desses desaparecimentos cruzados]. E é assim que, a cada vez, conseguimos aprofundar um pouco mais. Mas existem alguns casos que nunca poderão ser investigados porque ‘sumiram’, quer dizer, os assassinos da Argentina, quando viram que era muito trabalhoso cavar e fazer valas, começaram a jogar gente no mar. E para nós foi algo terrível porque aí se perde toda a possibilidade [de se encontrar o corpo]”, disse.

Saboia informou que o grupo de trabalho Operação Condor, da CNV, tem trabalhado atualmente em 17 casos de desaparecidos políticos brasileiros ocorridos na Bolívia, no Chile e na Argentina e oito casos de estrangeiros desaparecidos no Brasil (sendo sete de argentinos e de um francês). “Mas é possível que existam mais casos”, ressaltou.

Para Janaina Teles, os documentos demonstram que a atuação do Brasil foi efetiva nessa relação de cooperação repressiva entre os países. “Nesse caso, por exemplo, a cooperação incluiu o Brasil, Uruguai, Chile e a Argentina. Essa cooperação era mais estreita e complexa do que a historiografia tem dito ultimamente”, disse.

Segundo Rosa Cardoso, a Operação Condor tem muita coisa a ser desvendada. “Isso é realmente um quebra-cabeça. Esse caso, por exemplo, expõe isso claramente. É um caso anterior ao golpe militar na Argentina, quando a Operação Condor não estava ainda legitimada ou criada legalmente. Mas a operação repressiva já existia. A reconstituição [desse caso] é uma tarefa muito complexa porque não se trata só de contar uma história, mas de fazer um inquérito, que ainda não é criminal, mas esperamos que isso se suceda depois da reinterpretação da Lei de Anistia”, declarou. Segundo ela, esse caso pode vir a ser investigado criminalmente pelo Ministério Público.

Para Mabel Raya, viúva de Jean Henri, que vive atualmente em Buenos Aires, a investigação brasileira sobre o caso, em conjunto com a Argentina, é um caminho para punir os responsáveis pelos crimes. “Não há desaparecidos, mas gente que foi assassinada. E é necessário se fazer justiça. Isso é que é importante para nós. Temos que aceitar que eles não vão aparecer, que foram assassinados e que há um culpado. Este é o começo na busca pela verdade e dos culpados”, disse.
Créditos: Rede Brasil Atual

sábado, 12 de outubro de 2013

Pernambuco: Estudantes usam pau de arara para ir à escola


Estudantes são obrigados a se locomover em cima de carrocerias de carros velhos.
 O esforço de estudantes do interior do Nordeste para ter acesso à educação anda ao lado do perigo. Sem alternativas, alunos são obrigados a se locomover em cima de carrocerias de carros velhos e inapropriados para chegar à escola.
Apesar de o transporte de pessoas no compartimento de cargas de veículos ser proibido por lei, prefeituras infringem a lei e contratam caminhões e caminhonetes para levar os alunos para as escolas. Na última terça-feira (8), o UOL flagrou o transporte de alunos da zona rural do município de Panelas em cima de caminhonetes indo para escolas. Foram quatro veículos fotografados trafegando pela BR-104 transportando alunos para as escolas municipais Joaquim Nabuco, Osvaldo Cruz e Pio XII.
Apesar do perigo, os estudantes dizem que não deixam de estudar para que a família não perca o pagamento do programa federal Bolsa Família, que é pago baseado na frequência escolar do aluno.
A dona de casa Giuvânia Helena da Silva, 25, tem dois filhos frequentando a Escola Municipal Osvaldo Cruz. Ela conta que os filhos, de 9 e 10 anos, esperam cerca de meia hora às margens da BR-104 a caminhonete D-20, de placa MUW-5168, para irem à escola.
"Fico com medo de acontecer algum acidente, mas a gente não tem outra opção para eles irem à escola. Falei com a direção da escola no início do ano e eles disseram que era a única forma de transporte que tinham para oferecer", disse Giuvânia.
Carlos José, 10, diz não se importar em usar o "camburão", como ele chama o veículo. "Minha mãe reclama demais que a gente tem de ter cuidado, mas quando subo no camburão eu nem ligo e vou para escola 'tirando onda' com os meninos. Já pensei em deixar de estudar porque ficar nesse sol quente dá dor de cabeça, mas é até divertido ir brincando em pé no carro", contou.
Sua irmã, Cícera Carla, diz já ter visto ônibus passando pela BR-104 com estudantes, mas de outra cidade. "A gente que é menina vai para a parte do fundo porque é menos perigoso de cair, mas eu queria mesmo era ir de ônibus. É o meu sonho chegar na escola sem poeira e ainda não correr risco de se acidentar", disse a garota de 9 anos.
A agricultora Raimunda Maria da Silva, 53, também afirmou que fica preocupada com o transporte dos dois filhos, mas prefere que eles se arrisquem a que "fiquem sem estudo". "A gente tem de se esforçar para ser alguém na vida. Quando eles sobem no carro começo a rezar até a hora deles voltarem para casa e assim vamos entregando na mão de deus."
Sivoneide Helena da Silva, 26, disse que recomenda para os filhos se comportarem e irem sentados na carroceria da caminhonete que os leva até a Escola Municipal Osvaldo Cruz. "Gostaria muito que eles fossem de ônibus, mas o transporte que é usado aqui na região são essas caminhonetes. Pelo menos o motorista diz que dirige devagar".
O UOL acompanhou parte do trajeto feito pela caminhonete F-1000, de placa AZO-2152, na BR-104 e em estradas vicinais para levar os alunos da zona rural de Panelas para a Escola Municipal Pio XII.
Num dos pontos de parada para pegar outros estudantes, a reportagem conversou com o motorista do veículo, que se recusou a dizer o nome, e justificou que o "ônibus quebrou e a prefeitura o contratou temporariamente para o serviço".
"Deixe meu trabalho e vá fazer matéria dessa seca aqui na região, mas tome cuidado para não levar um tiro porque aqui é perigoso", disse o motorista, tentando intimidar a reportagem.
De acordo com o do Código de Trânsito Brasileiro, o artigo 230, inciso II, regimenta que a infração é gravíssima e o condutor do veículo levará sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), além de ser multado e ter o veículo retido.
O UOL entrou em contato com a prefeitura de Panelas, nessa quinta (10) e sexta-feira (11), mas a secretaria de Educação do município não respondeu à reportagem até a publicação da matéria.
Acidentes
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), não existe uma estimativa do número de acidentes com caminhões pau de arara nas estradas brasileiras, porém a ocorrência de sinistros é comum no Nordeste.
Uma criança de 9 anos caiu de uma caminhonete D-20 no dia 19 de setembro deste ano enquanto era transportado para a escola, no município de Várzea Grande (a 547 km de Teresina).
O menino estava sentado na carroceria do veículo com mais 20 crianças, não conseguiu se segurar na carroceria e caiu da caminhonete. Ele sofreu traumatismo craniano e teve de ser operado.
A prefeitura de Várzea Grande justificou que o transporte de estudantes em cima de carrocerias de veículos ocorre quando os ônibus que prestam serviço ao município quebram e não existe outro transporte disponível.
Um outro acidente envolvendo transporte irregular de alunos ocorreu no município de Apodi (a 335 km de Natal) em julho deste ano. Uma criança de 7 anos foi atropelada por um caminhão pau de arara, que transportava estudantes, enquanto esperava o mesmo transporte escolar na zona rural de Apodi. O menino teve fratura no fêmur e na região da bacia.
Na época, seis carros faziam o transporte de alunos em cima das carrocerias. Em contato com a prefeitura de Apodi, o UOL foi informado, nesta quinta-feira (10), que depois do acidente o transporte de estudantes é feito por ônibus escolares.
Caminho da Escola
O FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) informou que destinou R$ 1,26 bilhão a municípios e Estados do Nordeste do Programa Caminho da Escola, entre janeiro de 2011 e agosto de 2013, para aquisição de 6.371 ônibus escolares.
Segundo o FNDE, são repassados recursos federais a municípios e Estados para serem usados na manutenção do transporte escolar ou terceirização do serviço. "Os entes beneficiados com os recursos precisam prestar contas sobre o uso desses recursos." Ainda de acordo com o FNDE, caso seja comprovado o uso indevido dos recursos, os valores terão de ser devolvidos e as contas podem ser julgadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) com a abertura de uma tomada de contas especial.

Créditos: WSCOM/Uol

Dilma bate Aécio e Campos no primeiro turno diz Datafolha

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A presidenta Dilma Rousseff venceria as eleições no primeiro turno caso os adversários fossem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Pesquisa Datafolha divulgada hoje (12) mostra que a petista alcança 42% das intenções de voto, contra 21% do mineiro e 15% do pernambucano. Brancos, nulos ou nenhum somam 16%. Outros 7% não sabem em quem votar. O instituto avalia que o potencial eleitoral de Marina Silva foi dividido de forma praticamente igual entre os três postulantes.
Segundo o Datafolha, nas outras combinações possíveis Dilma seguiria à frente, mas não encerraria a disputa na primeira rodada. O cenário mais complicado, na atual conjuntura, para a presidenta é o que tem Marina Silva pelo PSB e José Serra pelo PSDB. Nesta simulação, que repetiria o quadro de 2010, ela fica com 37%, frente a 28% da ex-ministra do Meio Ambiente e 20% do tucano.
Quando Serra dá lugar a Aécio, Dilma sobe a 39%, Marina fica com 29% e o senador tem 17%. 10% dizem votar branco ou nulo e 5% não sabem responder. No último cenário testado pelo Datafolha, a presidenta tem 40%, contra 25% de Serra e 15% de Campos.
Na simulação espontânea, em que os nomes dos candidatos não são apresentados ao entrevistado, Dilma tem 17%, frente a 6% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 4% de Aécio e 4% de Marina.
No segundo turno, Dilma bateria qualquer adversário. Contra Marina, ela faz 47% a 41%. Contra Aécio, 54% a 31%. Ela mantém 54% quando o oponente é Campos, que tem 28%, e cai a 51% ao enfrentar Serra, que marca 33%.
O grau de conhecimento do governador de Pernambuco é o mais baixo entre os cinco candidatos possíveis no próximo ano. Apenas 57% sabem quem é Eduardo Campos, mas a maioria entre eles, 32%, só “ouviu falar” dele. Aécio é desconhecido de 22% do eleitorado, e 35% só ouviu falar no político mineiro. 88% dos entrevistados dizem conhecer Marina Silva, mas apenas 23% afirmam saber “muito bem” quem ela é. Já Serra é conhecido por 97%, e 40% indicam saber muito bem de quem se trata. Dilma é conhecida por 99%, e 56% afirmam saber muito bem quem ela é.
Quanto à taxa de rejeição, Serra mantém a tradição de liderar nessa pesquisa, a exemplo de pleitos anteriores, na prefeitura de São Paulo, na Presidência da República e no governo estadual. 36% dizem que não votariam nele de jeito nenhum, contra 27% de Dilma, 25% de Campos, 24% de Aécio e 17% de Marina.
O Datafolha fez 2.517 entrevistas em 154 municípios, com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.
Créditos: Rede Brasil Atual

Dez prefeitos figuraram no cadastro do Bolsa Família

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Levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome realizado em fevereiro deste ano apontou que 10 prefeitos, 41 vice-prefeitos e 2.221 vereadores eleitos em 2012 integravam o cadastro de beneficiários do programa Bolsa Família.
Segundo a ministra Tereza Campello, os valores pagos indevidamente a todos os 2.168 políticos foram cancelados entre fevereiro e maio. Ao ser publicada, esta reportagem reproduziu informação da assessoria do ministério, segundo a qual todos os bloqueios ocorreram em fevereiro.
“Os recursos foram teoricamente recebidos de fevereiro a maio. A partir daí foi bloqueado. Foi o tempo que a gente levou para fazer o levantamento no sistema e para fazer a identificação das situações, até para não cometer nenhum tipo de injustiça, porque tem muita gente que tem o nome parecido”, disse a ministra.
A identificação dos detentores de cargos eletivos que integravam o programa, informou a assessoria do ministério, foi realizada com o cruzamento de dados da folha de pagamentos do Bolsa Família com a base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministério assinou, em 2009, um convênio para acessar os dados da corte eleitoral.
Ainda de acordo com o Desenvolvimento Social, a verificação ocorreu em fevereiro para tentar identificar se havia prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos no ano passado integrando o cadastro da iniciativa de transferência de renda. O ministério apurou que 3,34% dos políticos eleitos nas últimas eleições municipais recebiam dinheiro do Bolsa Família.
 O decreto federal que regulamentou o Bolsa Família, de 2004, determina o desligamento imediato do programa dos políticos eleitos para cargos remunerados, de todas as esferas da administração pública. Apesar de admitir ter depositado parte do dinheiro entre janeiro e maio, o ministério não informou se algum dos prefeitos e vereadores chegou a sacar o benefício depois de já ter assumido o cargo.
A pasta informou que os bloqueios das contas suspeitas ocorreram à medida que as irregularidades foram sendo identificadas. Com isso, é possível que políticos eleitos tenham sacado o dinheiro depositado na Caixa Econômica Federal mesmo após as posses no Executivo e no Legislativo.
Transferência de renda
Segundo as regras do Bolsa Família, têm direito a solicitar o benefício as famílias sem filhos menores de idade com renda per capita de até R$ 70. No caso das famílias que possuam crianças e adolescentes, o teto de renda per capita sobe para R$ 140.
Conforme a assessoria do Desenvolvimento Social, o primeiro cruzamento de dados da área técnica do ministério havia identificado 2.272 pessoas suspeitas de estarem em situação irregular.
Na sequência, o governo federal enviou um questionário aos municípios nos quais os beneficiários estavam cadastrados para aprofundar a investigação. Cada prefeitura teve de enviar ao ministério detalhes sobre a situação dos políticos sob suspeita.
Após obter as respostas, a pasta do Desenvolvimento Social concluiu que 2.168 beneficiários realmente haviam sido eleitos na eleição municipal. Outras 104 pessoas que foram eleitas, mas não foram empossadas, tiveram suas contas desbloqueadas e voltaram a receber a bolsa do governo.
Atualmente, informou o Ministério do Desenvolvimento Social, 13,8 milhões de famílias – quase 50 milhões de pessoas em todo o país – recebem a bolsa federal. O valor médio do benefício é de R$ 152, segundo dados do governo. Por ano, a União desembolsa R$ 24 bilhões para manter o programa de transferência de renda, equivalente a 0,46% da economia brasileira. G1
Créditos: Focando a Notícia

Síria: ONU autoriza missão para destruição de armas químicas

Conselho Segurança da ONU autoriza missão para destruição de armas químicas

 O Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou ontem (11) uma missão conjunta da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) e da ONU para supervisionar a destruição do arsenal químico da Síria.
Os 15 membros do conselho aprovaram uma carta na qual se pede formalmente à Opaq (que venceu hoje o Prêmio Nobel da Paz) a criação de uma missão conjunta, proposta pelo secretário-geral, Ban Ki-moon, e que será composta por uma centena de especialistas.
A verificação e destruição do arsenal químico do regime de Bashar Al Assad será feita por meio de uma operação em três fases, que começou há alguns dias e que se espera estar concluída antes de 30 de junho de 2014.
Na quinta-feira o Conselho de Segurança tinha apoiado a iniciativa e concordado que o aval da ONU seria dado por carta e não por meio de uma resolução, para poupar tempo.
No final de setembro o Conselho de Segurança tinha aprovado uma resolução exigindo a eliminação do arsenal químico sírio até o meio do próximo ano.
Créditos: Agencia Brasil

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Mundo terá guerras sangrentas pela água

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De fonte da vida a água se está transformando numa ameaça à existência de países inteiros. A população da Terra está aumentando e consome cada vez mais recursos naturais. O primeiro obstáculo que as pessoas poderão enfrentar nos próximos tempos é uma falta de água global. Já neste momento a água potável é mais cara que o petróleo. Com o tempo, a sede poderá vir a ser a razão de uma nova repartição do planeta.
A Terra vive um aquecimento climático. Podemos discutir as causas da subida da coluna dos termômetros, mas não deixamos de estar perante o fato de a temperatura média anual do planeta estar aumentando. Segundo as previsões de um grupo de peritos internacionais, dentro de 100 anos a temperatura irá aumentar 1,5 a 4 graus Celsius. Contudo, bastam dois graus para os glaciares começarem a fundir. Para uma série de países, como por exemplo na Ásia Central, isso será equivalente a uma calamidade, eles irão enfrentar a seca, diz o dirigente do Programa Clima e Energia do WWF Alexei Kokorin:
“Um glaciar é um acumulador da água sob a forma de neve que caiu durante o inverno, libertando-a gradualmente. Se existe um glaciar, o seu rio terá um caudal de água mais ou menos estável durante todo o período de verão. Se o glaciar não existe, temos as cheias da primavera durante o degelo nas montanhas e depois a água desaparece. Isso é prevenido pela existência de estruturas de engenharia hidráulica, mas elas custam muito dinheiro. Como se sabe, nesses países essas infraestruturas já são bastante antigas e não cumprem a sua função.”
As tentativas para construir novas barragens se tornam em motivo de disputas internacionais. O Uzbequistão, nomeadamente, ameaça abertamente o Tajiquistão com uma guerra se Dushanbe construir uma hidrelétrica no rio Vakhsh e limitar o caudal de água a jusante.
A África vive uma situação semelhante. A bacia do rio Nilo é partilhada por uma dezena de países e cada um deles tem atribuída uma quota de utilização dos recursos hídricos, mas desde o tempo colonial que a maior parte da água é usada pelo Egito. Até hoje o Cairo sempre recusou quaisquer tentativas para rever os antigos acordos e aumentar as quotas dos outros países. Mas hoje esse país está fragilizado pela sua crise interna e a Etiópia decidiu aproveitar o momento. O Nilo Azul, que é o principal contribuinte para o caudal do grande rio, tem origem em território etíope e Adis Abeba começou a construir aí uma barragem. Os etíopes afirmam que a possibilidade de irrigar o solo com as águas do Nilo poderá tornar desnecessária a ajuda alimentar externa a esse país.
A população do Egito está indignada, comenta o perito do Centro de Estudos Econômicos e Políticos do Cairo Ahmed al-Najjar:
“A Etiópia tenta alcançar uma solução para o problema de forma unilateral, o que é sempre suscetível de provocar problemas graves. Adis Abeba tenta rever com o seu próprio critério a nossa quota histórica das águas do Nilo e que foi atribuída ao Egito ainda em tempos imemoriais, apesar de durante milênios esses metros cúbicos terem mantido a vida no delta, irrigado as culturas e sido o suporte para a própria existência de vida humana em terras egípcias.”
Os egípcios estão dispostos a defender com armas na mão os seus direitos sobre a água. “Se o Nilo ficar reduzido nem que seja numa gota, será necessário o nosso sangue”, diz uma canção local.
Contudo, mesmo as regiões do globo que parecem não ter problemas com os recursos hídricos não estão protegidas de uma agressão “aquática”. A população da Terra aumenta e já consome mais recursos naturais que os que podem ser repostos pelo planeta. Segundo dados da ONU, a esse ritmo o petróleo chegará para os próximos 50 anos, o gás fóssil para 60, mas já em 10 anos quase metade da população do planeta irá sentir uma falta grave de água doce.
Nessa altura a guerra será inevitável, primeiro a guerra informativa e depois será conforme as circunstâncias. A Rússia, com as suas reservas de água doce e o seu extraordinário lago Baikal, será o primeiro candidato a um ataque, pensa o politólogo professor Oleg Matveichev da Escola Superior de Economia:
“A guerra informativa irá representar uma tal lavagem ao cérebro a toda a comunidade internacional em como os recursos são um patrimônio comum para obrigar a Rússia a permitir a todos um acesso ilimitado ao lago Baikal e à nossa água doce em geral. Partindo do princípio que todos respiramos o mesmo ar, portanto a água também deve ser comum. Mais tarde se poderá dizer o mesmo do petróleo e da plataforma continental do Ártico. Isso já está em marcha. Há intervenções de juristas suíços e franceses que dizem que do ponto de vista jurídico todos os recursos naturais do planeta Terra pertencem a todas as pessoas. Então não se percebe, porque andamos nós a morrer aos milhões na defesa desses recursos, assim como da soberania, em todas as guerras.”
Só um consumo racional dos recursos poderá evitar uma guerra para reparti-los. Podemos começar pela higiene oral. Em média, uma lavagem de dentes demora um minuto e meio. Durante esse tempo a água que corre da torneira poderia encher um balde. Ou seja, por ano cada torneira deixa passar sem qualquer utilidade pelo menos 3.650 litros de água. Se lavar os dentes com recurso a um copo, cada procedimento só consome 200 mililitros. Por ano isso representa 73 litros. Um uso econômico mais as tecnologias modernas são capazes de evitar uma catástrofe ambiental e que a água se transforme de fonte de vida numa causa para mortes.