terça-feira, 15 de outubro de 2013

Metrô-SP: Testemunha revela propina em cartel



Pela primeira vez, ex-executivo da Siemens aponta, em depoimento, que houve corrupção no caso envolvendo o setor metroferroviário.

Um ex-executivo da Siemens afirmou em depoimento ao Ministério Público que houve pagamento de propina para beneficiar a empresa alemã e outras suspeitas de formação de cartel em licitações do sistema metroferroviário paulista.
Até então, havia só a admissão de um esquema de cartel para obter contratos durante os anos de 1998 e 2008, sem a participação de agentes públicos dos governos tucanos que se sucederam no comando do Estado.
O depoimento foi prestado na quinta-feira passada por um dos seis executivos que subscrevem o acordo firmado em maio com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na qual a Siemens admitiu o cartel.
A testemunha citou dados que podem mudar o cenário da apuração, inicialmente restrita aos acertos prévios entre as multinacionais. Segundo um dos integrantes da força-tarefa montada pelos Ministérios Públicos Estaduai e Federal, o depoimento "indicou coisas importantes".
O conteúdo das declarações está em análise pelas autoridades. As informações obtidas começaram a ser cruzadas com um inquérito policial que contém dados de quebra de sigilo bancário de suspeitos.
Os promotores têm ressaltado que não pretendem conduzir a investigação exclusivamente direcionada para a composição de empresas e preços ajustados à margem da Lei de Licitações. Eles suspeitam que o cartel não teria obtido contratos vantajosos sem pagamento de propinas. Por isso, insistem junto a testemunhas para que revelem pistas sobre a corrupção. O depoimento da semana passada animou os investigadores.
Revelação. O acordo de leniência, firmado em 22 de maio, prevê a revelação de detalhes do cartel. Seis ex-executivos da Siemens se dispuseram a contar o que sabem: Daniel Mischa Leibold, Everton Rheinheimer, Jan-Malte Hans Jochen Orthmann, Nelson Branco Marchetti, Newton José Leme Duarte e Peter Andreas Gölitz. A própria Siemens no Brasil e a matriz na Alemanha subscrevem o acordo de leniência com o Cade.
No âmbito do Ministério Público foram instaurados 45 inquéritos, relativos a contratos da Siemens e outras 18 empresas que integrariam o cartel.
A Polícia Federal também abriu inquérito criminal, mas estava encontrando dificuldades para obter informações porque os lenientes queriam restringir a colaboração à ação do cartel - nos termos do acordo firmado com o Cade. A pedido da PF, a Justiça Federal autorizou o questionamento dos lenientes sobre c orrupção. A Justiça decidiu pela inexistência de sigilo para fins de apuração de crimes. Na prática, os lenientes são obrigados a falar o que sabem, não podem alegar sigilo.

Créditos: MSN/ ESTADÃO


Dilma: País desenvolvido não se mede pelo PIB, mas pela qualidade de vida




 A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (15) que desenvolvimento de um país não se deve medir apenas pela variação anual de seu PIB, mas principalmente pela qualidade de vida e pelo bem-estar da população. Ela fez a comparação em Vitória da Conquista, na Bahia, onde entregou 1.740 unidades unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Em seu discurso, a presidenta voltou a lembrar temas como o Mais Médicos, a distribuição dos royalties do petróleo para financiar a educação e a saúde, o baixo desemprego e os programas de inclusão social e distribuição de renda, como o Bolsa Família. E reforçou que seu governo trata com importância apenas relativa índices de crescimento econômico, como a expansão do PIB (que em 2012 foi de 0,9%)
“Precisamos de educação de qualidade para darmos o salto para um país desenvolvido, não de um país em que o PIB cresce – em que se meça a qualidade de vida pela quantidade de produtos. País desenvolvido você mede pela qualidade de vida, pela sensação de conforto que a população tem, pelo acesso à casa própria, emprego, a qualidade da saúde. Quando tivermos esses índices, seremos nação desenvolvida.”
Para a presidenta, “é óbvio que precisa que economia e PIB cresçam, mas no Brasil tivemos experiências passadas em que o PIB crescia e a renda ficava concentrada na mão de poucos. Queremos distribuição, por isso Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos. E vamos nos empenhar por ter a melhor educação possível para os jovens e crianças”.

Dignidade

Ao entregar as unidades de mais quatro conjuntos do Minha Casa, Minha Vida, Dilma repetiu a importância de se governar para todos. “Um país como o nosso tem de entender que podemos e devemos governar para todos, mas temos de olhar primeiro para aqueles que mais precisam, e perceber que não tinham onde morar. Agora essas pessoas podem dizer 'tenho um endereço'. Isso é muito forte”, disse.
A presidenta aproveitou a cerimônia para anunciar que uma nova fase do programa deverá ser preparada, mas não adiantou dados sobre a ampliação. “Vamos dobrar a dose”, resumiu. Segundo ela, o Minha Casa, Minha Vida já contratou 2,9 milhões de unidades e deve chegar ao fim de 2014 com 2,75 milhões entregues.
Os moradores das unidades recebidas hoje pagarão prestações que variam de R$ 25 a R$ 80 mensais, por dez anos. Ao fim deste prazo receberão as escrituras definitivas dos imóveis, que tiveram custo médio de R$ 61 mil, segundo representante da Caixa Econômica Federal, presente ao evento. O banco é o principal financiador do Minha Casa, Minha Vida.
“Se alguém perguntar para onde vai o dinheiro dos impostos, vai para pagar a casa de vocês. É o povo brasileiro que assegura isso, com dignidade e cidadania. Vocês é que pagam a casa de outra forma. Se a pessoa ganha até R$ 1.600 e o apartamento custa 60 mil, o governo federal vai e coloca o dinheiro para permitir que possa pagar só com uma pequena parte da sua renda”, explicou. Pelo programa, cada família beneficiária compromete no máximo 5% de sua renda mensal com o valor das prestações.
“Tem a regra da dignidade. Ninguém pode chegar e dizer: 'olha, vocês ganharam a casa, então me façam tal favor, porque eu ajudei'. Casa é um direito que vocês obtêm na relação com a Caixa Econômica, como qualquer outra de crédito, não tem intermediário", completou Dilma.
Dilma e o governador da Bahia Jaques Wagner (PT) orientaram os presentes a se organizar para manter e melhorar os conjuntos habitacionais. “Montem associações de moradores e busquem sempre o melhor para o bairro de vocês”, disse Wagner.
Créditos: Rede Brasil Atual

Campina Grande-PB vai ganhar fábrica de ônibus e outras 13 empresas


Em solenidade realizada segunda-feira (14) na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), o prefeito Romero Rodrigues, ao lado do governador Ricardo Coutinho, empresários e parlamentares, assinou protocolos de intenções para a instalação, ampliação e relocação de 14 empresas em Campina Grande, que deverão gerar cerca de 1.664 empregos, além de investir mais de R$ 89 milhões na economia da região. 
Entre as empresas contempladas com os benefícios fiscais, está a Indústria Brasileira de Veículos Automotores (Ibrava), primeira indústria automotiva a instalar-se na Paraíba. A empresa tem sua sede no Rio Grande do Sul e fabrica ônibus e micro-ônibus. Para a construção desta nova unidade na Paraíba, a Ibrava fará um investimento de R$ 50 milhões na planta da fábrica e a estimativa é de que sejam produzidos três mil veículos a cada ano, gerando cerca de mil empregos diretos e indiretos. 
Além da Ibrava, os benefícios foram concedidos para diversos segmentos de atuação econômica: transporte e logística, calçados e acessórios de couro, têxtil, beneficiamento de vidro, distribuição de alimentos, materiais plásticos e estruturas metálicas.
O presidente da Fiep, Francisco Buega Gadelha, disse que o dia era de alegria para Campina Grande e a Paraíba pela chegada de novas empresas. Ele acrescentou que o Estado vive um dos melhores momentos, desde a posse de Ricardo Coutinho. “Nos últimos três anos, nós crescemos em ritmo chinês a um taxa de 10% em Campina Grande no setor industrial. Nós crescemos em todo o Estado: 12% no crescimento industrial, 12% no número de empregados e 18% na massa salarial”, ressaltou o dirigente empresarial.
Para ele, o crescimento se dá graças à estruturação que o Estado está tendo de forma consistente. “São empresas que surgem a cada dia. Ontem foi uma empresa de avião, hoje uma empresa de ônibus e amanhã pode ser de motocicleta. Tudo que for para a mobilidade urbana nós estamos dispostos a receber com carinho, apreço e tenho certeza com a solidariedade e o apoio de todo o Governo do Estado para que a gente produza cada vez mais e melhor”, enfatizou.
Fotos: Portal correio/Ibrava
Créditos: Paraíba Total

Dia do Professor: Principal preocupação é preparar adolescente para reinserção social


Policiais na porta da sala de aula, portões trancados e muros altos. Esse é cenário das aulas de português do professor Alan Araújo da Silva aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Unidade de Internação de Planaltina. O professor Alan é um dos 5.036 educadores que dão aulas a pessoas privadas de liberdade em todo o país, conforme determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
O professor Alan se interessou pelo trabalho com adolescentes em situação de risco ao lecionar em escolas da periferia. Em 2009, recebeu o convite para ensinar português na unidade de internação. As diferenças foram logo sentidas e o professor percebeu que teria que fazer adaptações pedagógicas para adequar os conteúdos à realidade dos internos.
“Lá fora você está preocupado em formar o cidadão para o mercado de trabalho, para ele ingressar na universidade. Aqui isso vai ser a longo prazo, a curto e médio prazo você está preparando esse cidadão para ele se reinserir na sociedade, não reincidir em ato infracional”, conta.
Com muitos alunos com histórico de abandono escolar, o professor busca alternativas para despertar o interesse dos jovens. Usa, por exemplo, letras de funk e clipes para analisar o português. “A posição de professor dentro da sala de aula aqui é diferente de lá porque os assuntos, a metodologia têm que estar adequados à realidade daqueles alunos, à linguagem deles”, disse. Os temas sociais são frequentes. “Na sala de aula é preciso desconstruir a intolerância, trabalhamos questões como a homofobia, a violência contra a mulher, doenças sexualmente transmissíveis”, explica.
O envolvimento com os dramas e questionamentos dos alunos é inevitável, segundo ele. E não é raro encontrar na unidade de internação alunos para quem o professor deu aula em escolas regulares.
Na unidade de internação a atenção à segurança é maior e é preciso estar preparado para eventualidades, conta o professor. Segundo ele, nas escolas regulares é menos frequente a evolução de pequenos conflitos para atos de violência. “Aqui há meninos com problemas de relacionamentos, conflitos uns com os outros. A segurança faz essa triagem antes de distribuí-los na sala de aula”, explica. “Aqui todo dia é algo novo, você não sabe o que está acontecendo dentro do módulo onde eles vivem, os conflitos que são gerados lá”, acrescenta.
À medida que aumenta a escolaridade dos alunos, cresce neles também o interesse pelo estudo, o que, segundo o professor, indica a importância do ensino para os jovens que cumprem medidas socioeducativas. A rotatividade dos estudantes que saem ao terminar de cumprir a medida socioeducativa, ou por problemas na unidade, no entanto, é um ponto que causa frustração.
“Você está fazendo um trabalho e vê que vai colher frutos e muitas vezes ele [o adolescente] é transferido, aí desconstrói todo o trabalho feito. Às vezes se está no meio do processo e ele consegue liberação e vai para rua e, lá fora, sem o acompanhamento correto, deixa a escola de novo. Você nunca pode fazer planos a longo prazo”, relata.
Segundo o educador, uma das dificuldades no trabalho é que ações simples de serem postas em prática em outras escolas demoram a fazer parte da realidade das unidades de internação devido à burocracia que é maior. Outro ponto é a dificuldade de acesso aos pais dos internos.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referentes a 2012, há 5.036 professores que atuam em prisões e unidades de internação nas redes municipal, estadual e privadas de todo o país. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano passado, 75% das pessoas privadas de liberdade se inscreveram para obter a certificação do ensino médio.
Créditos: Agencia Brasil

Saturno e Júpiter podem ter chuva de diamante

Diamantes (AFP)

Diamantes - tão grandes que poderiam ser usados por estrelas de Hollywood – podem estar caindo do céu em Saturno e em Júpiter.
Essa é a conclusão de dois cientistas americanos, que apresentaram sua pesquisa no encontro anual da divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Americana de Astronomia, que aconteceu em Denver, nos Estados Unidos.
Novos dados indicam que o carbono em sua forma cristalizada é abundante na atmosfera desses planetas, segundo Kevin Baines, da Universidade de Winsconsin-Madison e do Laboratório de Propulsão da Nasa. A co-autora da pesquisa é Mona Delitsky, do instituto California Speciality Engineering.
A tese de Baines e Mona afirma que poderosos raios transformam o metano em partículas de carbono. À medida que vai caindo, esse carbono entra em choque com a pressão atmosférica desses planetas, e se transformam primeiro em pedaços de grafite e, em seguida, em diamantes.
Dependendo das condições, esses "granizos" de diamante podem inclusive derreter.
"O importante é que mil toneladas de diamantes são produzidos por ano em Saturno. E as pessoas me perguntam: 'como você pode ter certaza se não tem como ir para lá?' Bem, tudo é uma questão química. E acreditamos que estamos bastante certos"Os maiores diamantes provavelmente seriam de um centímetro de diâmetro, de acordo Baines. "Seria um diamante grande o suficiente pra colocar em um anel", disse, acrescentando que seria algo que a atriz Elizabeth Taylor ficaria "orgulhosa em usar".
Os cientistas analisaram as últimas temperaturas e pré-condições de pressão no interior dos planetas, além de novos dados sobre como o carbono se comporta em diferentes condições.
A descoberta dos cientistas americanos ainda precisam ser avaliadas por outros acadêmicos, mas especialistas consultados pela BBC disseram que a possibilidade de uma chuva de diamantes "não pode ser desconsiderada".
"Parece válida a ideia de que há uma profunda variação dentro das atmosferas de Júpiter e ainda mais de Saturno, nas quais o carbono poderia se estabilizar como diamante", disse o professor Raymond Jeanloz, um dos responsáveis pela descoberta de que havia diamantes em Urânio e Netuno.
Créditos: BBC Brasil

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Campos gastou R$ 4 milhões do governo de PE com jatinhos para rodar o país

Em agosto de 2012, por exemplo, o Estado desembolsou R$ 103,3 mil para que Campos se deslocasse ao Rio e a São Paulo para receber uma medalha.
Entre janeiro de 2012 e julho deste ano, ogoverno de Pernambuco gastou ao menos R$ 4 milhões no aluguel de jatinhos executivos para que o governador do Estado Eduardo Campos (PSB) e sua comitiva rodassem o Brasil e fossem a outros países. "Todas as viagens que fiz foram a serviço. Se em alguma viagem eu vou a serviço e, por acaso, tem uma agenda partidária ou política, eu faço questão que essa viagem não seja custeada pelo Estado", disse o pré-candidato à Presidência em 2014 em julho, quando foi pressionado pela oposição a divulgar os gastos com suas viagens.
Alguns dos deslocamentos foram feitos tanto para cumprimento de agenda oficial quanto para tratar de assuntos relativos ao partido. Segundo notas fiscais das viagens obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo, o valor leva em consideração apenas o gasto com aviões alugados para viagens de Campos para fora de Pernambuco.
 Desde o início de seu primeiro mandato, em 2007, Brasília é o principal destino das viagens (122 vezes), seguido por São Paulo (46) e Rio (39). De 13 destinos visitados por Campos desde o ano passado, apenas três deles não têm voos comerciais diretos partindo do Recife: Comandatuba (BA), São José do Rio Preto (SP) e Vitória (ES). O Estado gastou R$ 2,4 milhões com os jatinhos ao longo do período analisado em voos de Campos para reuniões de governo e encontros com Dilma. Voos fretados para reuniões com empresários consumiram R$ 899 mil e, para palestras, recebimento de medalha e solenidades, o custo foi de R$ 843,6 mil.
Os gastos também incluem viagens ao exterior. Foram R$ 289 mil no aluguel de avião para participar de uma palestra sobre segurança pública na Colômbia e outros R$ 166 mil para apresentar as "potencialidades" de Pernambuco num encontro em Buenos Aires. Em março de 2012, Pernambuco gastou R$ 69 mil para que o governador fosse a Brasília, onde, segundo sua agenda oficial, participou da abertura do Seminário Nacional dos Pré-Candidatos a Prefeito do PSB no País.

Créditos: WSCOM Online/Terra

Seca no Nordeste deixa açudes em situação crítica

Seca no semiárido deixa açudes em situação crítica no Nordeste

  A seca que afeta o Semiárido nordestino desde 2011 deixou metade dos 504 reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) com menos de 30% da capacidade de armazenamento de água. “Esta é a pior seca nos últimos 30 anos. Se não tivermos um período de chuvas de janeiro a maio em 2014, para recuperar os reservatórios, a situação ficará gravíssima”, disse o superintendente de Regulação da ANA, Rodrigo Flecha Ferreira Alves.
Para garantir o abastecimento para as pessoas, a ANA restringe o uso da água para atividades produtivas como a irrigação e a piscicultura. A agência acompanha a situação 45 açudes e seis rios de domínio federal no Semiárido. Do total, em 16 açudes e três rios são obedecidas as regras da ANA, abrangendo 91 municípios e cerca de 1,9 milhão de pessoas.
A restrição de uso mais recente foi determinada na segunda-feira (7) para o Rio Piranhas-Açu, que corta a Paraíba e o Rio Grande do Norte, e para os açudes de Coremas e Mãe D’Água, ambos na Paraíba, que estão com 34% e 33% da capacidade de armazenamento de água, respectivamente.
Desde a semana passada, nas cidades de Coremas, Pombal, Cajazeirinhas, Paulista e São Bento, na Paraíba, e Jardim Piranhas e Jucurutu, no Rio Grande do Norte, a água só pode ser retirada do rio e dos açudes para qualquer atividade produtiva três vezes por semana das 2h às 11h. A recomendação da ANA é que não seja feita irrigação entre as 11h e as 17h, pois, nesse período, muita água é perdida por evaporação. A agência também alerta para que nenhum novo tipo de cultura seja iniciado neste momento devido à possibilidade de não haver água suficiente.
“A prioridade de uso dos açudes é para abastecimento humano e consumo animal. É muito importante que os agricultores implementem tecnologias de uso eficiente da água. Não se pode ter no semiárido irrigação por inundação”, disse o superintendente. Segundo ele, a ANA monitora constantemente o nível da água para acompanhar o cumprimento das medidas.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil reconhece que 1.484 municípios nordestinos e do norte de Minas Gerais estão em situação de emergência por causa da estiagem, afetando 10,67 milhões de pessoas. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o governo federal investe mais de R$ 16 bilhões para reduzir os efeitos da seca e amenizar as perdas econômicas, por meio de ações emergenciais, obras estruturantes e linhas especiais de crédito.
Segundo o ministério, desde janeiro de 2012, o governo destinou R$ 916 milhões para a Operação Carro-Pipa. Sob a coordenação do Exército, foram contratados 5.809 carros-pipa para levar água a mais de 3,8 milhões de pessoas em 815 municípios. Ainda de acordo com a pasta, o Programa Água para Todos entregou 370 mil cisternas e a meta é construir mais 750 mil até 2014. Além disso, o programa prevê a implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água para comunidades rurais de baixa renda.
O ministério informou que o Bolsa Estiagem é pago a mais de 1,1 mil pessoas em 1.378 municípios, com a transferência de mais de R$ 1 bilhão. O pagamento de R$ 80 é destinado a agricultores de baixa renda que vivem em cidades atingidas pela seca.
O meteorologista Mozar de Araújo Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia, explicou que a seca iniciada em 2011 ocorre por causa do Dipolo Positivo do Atlântico, fenômeno oceânico que interfere no clima do semiárido ao deslocar a formação de nuvens para o norte da Linha do Equador, aumentando a precipitação no Oceano Atlântico. Assim, as chuvas têm sido bem abaixo da média no Nordeste há três anos. Segundo ele, ainda é cedo para dizer se a região nordestina terá mais chuvas em 2014.
Créditos: Agência Brasil