O folato é uma vitamina do complexo B essencial durante a gestação, pois previne diversos efeitos adversos na saúde materno-infantil. No entanto, pesquisa da Faculdade Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP com 82 gestantes, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto (interior de São Paulo), mostra que a ingestão dietética da vitamina não atingiu as necessidades nutricionais estabelecidas para o nutriente. O estudo foi realizado pela nutricionista Lívia Castro Crivellenti, com orientação da professora Daniela Saes Sartorelli, da FMRP.
A pesquisa verificou entre 82 mulheres grávidas a prevalência de inadequação do folato alimentar, assim como a do folato dietético, que corresponde ao folato alimentar adicionado do ácido fólico proveniente dos alimentos fortificados. “No Brasil, segundo regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é obrigatória à fortificação das farinhas de trigo e milho e seus derivados, como pães e biscoitos, com ferro e ácido para a prevenção da anemia”, explica Lívia.O folato pode ser encontrado naturalmente nos alimentos, como vegetais folhosos verde- escuros, feijões, grão de bico, frutas cítricas, fígado entre outros, e na sua forma sintética, denominada ácido fólico, que é utilizada nos suplementos vitamínicos e nos alimentos fortificados. “Esta vitamina exerce papel fundamental nas reações do metabolismo do carbono que estão envolvidas na síntese de DNA e divisão celular”, aponta a nutricionista. “O consumo deficiente de folato na dieta de gestantes pode afetar a saúde das mães e dos bebês, resultando em efeitos indesejáveis, como maior risco de anemia materna, pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer, parto prematuro e alterações cromossômicas”.
Ingestão inadequada
A proporção de gestantes com ingestão inadequada de folato foi estimada pelo método da Necessidade Média Estimada (EAR, sigla em inglês para Estimated Average Requirement), que é uma estimativa da necessidade diária de nutrientes para grupos específicos da população. A recomendação do Institute of Medicine (IOM), órgão ligado à Academia de Ciências dos Estados Unidos, para o consumo do nutriente é de 520 microgramas (µg) por dia DFE (Dietary Folate Equivalents). No Brasil, não há recomendação oficial específica. “A prevalência de inadequação de folato alimentar foi bastante elevada, pois nenhuma gestante atingiu o nível recomendado pelo IOM, ressalta a nutricionista. “O valor máximo de ingestão do folato alimentar foi de 350,5 µg DFE. Quando se considerou o folato alimentar adicionado ao ácido fólico proveniente da fortificação, a inadequação manteve-se elevada (94%).”
A proporção de gestantes com ingestão inadequada de folato foi estimada pelo método da Necessidade Média Estimada (EAR, sigla em inglês para Estimated Average Requirement), que é uma estimativa da necessidade diária de nutrientes para grupos específicos da população. A recomendação do Institute of Medicine (IOM), órgão ligado à Academia de Ciências dos Estados Unidos, para o consumo do nutriente é de 520 microgramas (µg) por dia DFE (Dietary Folate Equivalents). No Brasil, não há recomendação oficial específica. “A prevalência de inadequação de folato alimentar foi bastante elevada, pois nenhuma gestante atingiu o nível recomendado pelo IOM, ressalta a nutricionista. “O valor máximo de ingestão do folato alimentar foi de 350,5 µg DFE. Quando se considerou o folato alimentar adicionado ao ácido fólico proveniente da fortificação, a inadequação manteve-se elevada (94%).”
De acordo com a pesquisa, o alimento que mais contribuiu na ingestão do folato na dieta das gestantes foi o pão francês, o que pode ser reflexo de um consumo elevado deste alimento. “Em seguida, estão o feijão cozido, o biscoito salgado, leite integral, pão de hambúrguer e suco de laranja natural”, conta Lívia. “A fortificação de alimentos com ácido fólico é uma estratégia de saúde pública que favorece o aumento do aporte do micronutriente, mas também é necessário o incentivo ao consumo de alimentos-fonte do folato.”
A nutricionista ressalta que é fundamental avaliar a prevalência de inadequação do consumo dietético de folato durante a gravidez, dado o papel relevante que esta vitamina desempenha na saúde da mãe e do bebê. “Desse modo, será possível fornecer dados para que estudos de base populacional sejam realizados para contribuir com propostas de ações de intervenção nutricional a respeito do folato”, conclui.
A suplementação com ácido fólico é indicada para mulheres em idade reprodutiva, pelo menos 30 dias antes de engravidar e durante os três primeiros meses de gestação, para prevenir defeitos no fechamento do tubo neural (DFTN), que dá origem à medula espinhal e ao encéfalo. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a suplementação recomendada é de 0,4 miligramas (mg) por dia de ácido fólico para mulheres sem histórico de gestações afetadas pelo DFTN e 4 mg por dia se houver histórico prévio de gravidez associada ao DFTN”, afirma Livia.
Foto: Wikimedia Commons
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Créditos:Agencia USP de Notícias