segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Colírio pode combater miopia, mostra estudo

 O uso de equipamentos com telas cada vez menores nos escritórios, escolas e laser fez a miopia, dificuldade de enxergar à distância, crescer no mundo todo, inclusive no Brasil, principalmente entre crianças.
 De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, hoje 1 em cada 2 crianças chegam ao consultório com os sintomas da CVS (Síndrome da Visão no Computador) – visão embaçada, olho seco, dor de cabeça, nas costas e pescoço. É quase o dobro dos 30% que apresentavam estes sintomas que têm uma estreita relação com a miopia durante a infância. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo médico em 2008 com 360 crianças que diariamente usavam o computador por, no mínimo, seis horas.
Na época, comenta, poucas crianças usavam o smartphone que acabava de entrar no mercado nacional. Ainda assim, a porcentagem de crianças míopes foi de 21% contra 12% no país. ”Significa que a miopia pode ter causa genética ou ser causada por nossos hábitos”, afirma. Segundo Queiroz Neto, a progressão da miopia geralmente é mais intensa na infância. Acima de 6 graus, destaca, é uma das principais causas de deficiência visual e cegueira porque aumenta o risco de glaucoma e rompimento da retina. Por ser um engano acreditar que a miopia é genética e intratável, pesquisadores de diversos países estão buscando uma medicação que controle a evolução em crianças. Por enquanto todos os estudos estão sendo feitos com drogas off-label, ou seja, que não foram desenvolvidos para miopia, mas estão sendo testadas no combate ao problema, principalmente nos países asiáticos onde a prevalência chega a 80%.

O médico diz que as 3 principais drogas utilizadas em pesquisas clínicas para controlar miopia são: atropina, pirenzepina e 7-metilxantina. Embora o FDA, agência americana similar à Anvisa não aprove nenhuma das 3 drogas para tratar miopia, o colírio de atropina, indicado para dilatar a pupila e paralisar os músculos ciliares durante exame oftalmológico, continua sendo usado no controle da miopia nos países asiáticos. Isso porque, depois de várias pesquisas frustradas pelos efeitos colaterais de fotofobia, ardência nos olhos e comprometimento da visão de perto, uma pesquisa realizada em Singapura diminuiu a progressão da miopia em 50%, além de tornar os efeitos colaterais mais brandos. Queiroz Neto conta que o segredo do estudo foi reduzir a concentração de 1% para 0,01% de atropina. A pesquisa foi conduzida durante 5 anos por Donald Tan com 800 crianças no National Eye Centre. Apesar de positivo, o resultado não é conclusivo. Isso porque, dois estudos anteriores apontaram efeito rebote, ou seja, aumento da miopia após cessar a medicação com 1% de concentração de atropina.
Créditos: WSCOM

Falta de chuvas pressiona fundo que financia redução das tarifas de energia

Os R$ 9 bilhões reservados no Orçamento Geral da União para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2014 podem ser insuficientes para cobrir as despesas do fundo, que financia a redução da conta de luz. Segundo especialistas, a falta de chuvas, que aumenta o preço da energia de curto prazo, e o novo modelo do setor elétrico, que privilegia o subsídio às tarifas, pressionam as contas da CDE.
Até 2012, os imprevistos no setor elétrico eram bancados pelos próprios consumidores, que pagavam três encargos embutidos na conta de luz que financiavam o acionamento de termelétricas e a compra de energia no curto prazo pelas distribuidoras. Com o novo modelo do setor elétrico, dois encargos foram extintos. Apenas a CDE foi preservada, com a necessidade de ser complementada com recursos do Tesouro Nacional.
No ano passado, o Tesouro aportou R$ 7,9 bilhões na CDE por meio da emissão de títulos públicos, além de uma quantia não divulgada de antecipação de recebíveis (direito de receber) da usina de Itaipu. Neste ano, o governo mudou o procedimento e passará a fazer os aportes com recursos do próprio Orçamento. No entanto, o governo pode se ver obrigado a editar créditos extraordinários caso a verba para a CDE seja insuficiente.
O especialista em infraestrutura e projetos de investimento da Fundação Getulio Vargas (FGV) Rogério Sobreira elogia a iniciativa do governo de usar recursos orçamentários para socorrer a CDE. “Isso traz mais transparência para as contas públicas e para o setor elétrico do que fazer operações indiretas com títulos públicos. Dentro do
espaço fiscal disponível, o governo quer criar um efeito positivo, mesmo que temporário”, disse.
O problema, segundo o professor, consiste em tornar permanente uma ajuda que deveria ser eventual. “O grande risco é as ações deixarem de ser pontuais e se tornarem constantes. Caso o setor elétrico precise de aportes do governo o tempo todo, o ideal seria ir direto nas causas, não nos efeitos”, acrescentou.
O presidente do Instituto Acende Brasil (centro de estudos voltado ao desenvolvimento de ações e projetos para aumentar o grau de transparência e sustentabilidade do setor elétrico brasileiro), Claudio Sales, não acredita que as ações do governo sejam apenas temporárias. Para ele, a possibilidade de que os repasses do governo para a CDE não diminuam nos próximos anos é grande. “O grande problema é que o novo modelo do setor elétrico deixou de ser sustentável. As tarifas deixaram de cobrir os custos, e as empresas atualmente só conseguem pagar as contas se o governo subsidiar”, disse.
De acordo com Sales, a não realização, em 2012, do leilão de compra de energia para o ano seguinte deixou as distribuidoras com uma carência de 6 mil megawatts de energia. Para suprir a oferta necessária, as companhias têm de comprar energia nos leilões de curto prazo, cujos preços são voláteis e disparam em tempos de escassez de chuva. “No último leilão, o preço do megawatt-hora ficou em torno de R$ 400. No próximo, deverá chegar a R$ 800”, explicou.
Com as empresas cada vez mais pressionadas por custos elevados, Sales acredita ser bem provável que o governo precise transferir mais recursos à CDE que o planejado. “Sem a CDE, as empresas não conseguem nem fechar a conta porque as tarifas estão artificialmente baixas”, disse. Para os próximos anos, ele sugere que o governo eleve o teto dos preços dos leilões de médio e de longo prazo para atrair interessados em vender a energia e reduzir a dependência em relação aos subsídios ao setor elétrico.
Foto: Géssica Alencar
Da Agencia brasil

Sobe para 35 o número de ônibus incendiados em SP

Quatro homens atearam fogo , na madrugada de ontem (2),  em um ônibus da Viação Mobil Brasil, na Avenida Senador Vitorino Freire, em Cidade Ademar, zona sul da capital paulista, destruindo completamente o veículo. Foi 35º ataque desde o começo do ano e o segundo seguido no mesmo bairro. A exemplo da ação de ontem, ninguém foi preso e não houve feridos.
De acordo com a Polícia Militar, o local escolhido pelos criminosos foi o ponto final da linha que serve aos moradores de Cidade Ademar e Jardim Mirim. Já era 0h01, quando o motorista e o cobrador foram surpreendidos pela chegada de quatro homens, em duas motocicletas, e receberam ordens para que descessem. Logo em seguida, o veículo foi tomado pelas chamas.
O corpo de bombeiros chegou a ser acionado, mas quando chegaram não havia mais o que salvar. A ocorrência foi registrada no  98º Distrito Policial.
Foto: CNT
Créditos:Agência Brasil

domingo, 2 de fevereiro de 2014

História de amor cruza fronteiras na Síria

Amo uma garota do regime, diz opositor ao governo sírio.
 A capital da Síria, Damasco, é uma cidade dividida, com algumas partes sob o controle das forças do governo e outras áreas dominadas pelos rebeldes. Mas o que acontece quando o amor cruza estas fronteiras?
Um trabalhador que conheci na capital era como a maioria dos jovens sírios de hoje - endurecido, sarcástico e aparentando mais idade do que tem.
Nos encontramos em uma rua movimentada no centro de Damasco - dos cafés era possível ouvir o barulho do bombardeio atingindo os subúrbios controlados pelos rebeldes.
Ele é de uma das cidades sob ataque e sua família ainda está presa lá. E ele me explicou, sem muita emoção, quão difícil é enviar suprimentos pelos pontos de controle que circundam o local.
Enquanto conversávamos, ele olhava constantemente para as pessoas ao nosso redor sob seus cílios grossos.
Estávamos em uma área controlada pelo governo, cheia de consumidores bem vestidos e guardas de trânsito.
Não estávamos fazendo nada de errado, mas a vida sob a vigilância do temível serviço de inteligência militar sírio - o Mukhabarat - deixa sua marca nas pessoas. Ele me pediu para não usar seu nome real - eu o chamarei de Abu Anas.
Em determinado momento, ele começou a procurar uma foto em seu telefone para me mostrar. Quando pessoas das áreas da oposição mostram o telefone delas a você, é preciso se preparar para ver imagens chocantes de pessoas feridas em bombardeios aéreos do governo.
Mas Abu Anas tinha algo diferente para mostrar - uma jovem de olhos apaixonados em uma camiseta brilhante e calças jeans justas.
'Amo uma garota do regime'
Acontece que este filho dos subúrbios rebeldes tinha se apaixonado. Infelizmente para ele, era pela filha de um alto oficial da inteligência.
"Estou péssimo", suspirou ele, parecendo de repente mais próximo de sua idade real. "Eu odeio o regime, mas amo uma filha do regime."
Ele a conheceu por acaso antes do início do levante popular contra o governo de Bashar Al-Assad, e fala com ela ao telefone quase todos os dias desde então, em meio aos protestos e às bombas.
Como muitas pessoas em sua cidade natal, Abu Anas apoiou as manifestações quando elas começaram, mas isso não o impediu de continuar procurando a filha do oficial do Mukhabarat.
"Eu fiz uma distinção clara entre meu relacionamento com ela e meu relacionamento com o governo", explicou.
Nenhum dos seus amigos em redutos rebeldes locais sabe sobre sua namorada - se souberem, podem suspeitar que ele seja um informante.
O pai da jovem ficou furioso quando descobriu o namoro, mas ainda não sabe que o trabalhador que roubou o coração de sua filha tem laços com a rebelião.
"Eu mantenho em segredo o lado que apoio", ele diz, gabando-se da sua própria audácia de navegar entre os dois mundos.
Não são apenas os amantes proibidos que levam vidas duplas na Damasco de hoje. Uma rede de pontos de controle separa o centro da cidade - quase completamente preservado - dos subúrbios rebeldes bombardeados.
Mas isso não significa que todos de um lado apoiam o governo e do outro, a oposição. À medida em que a guerra continua, muitos se convencem de que vale a pena ser flexível.
Informantes
As áreas sob o controle rebelde estão cheias de informantes pagos, que passam informação para o governo. Na fronteira sul da cidade, um combatente leal ao regime me disse que o governo sabia os nome de todos os que pegaram em armas do outro lado.
"Eles sabem exatamente quem está e quem não está envolvido - temos informantes na comunidade deles como eles têm na nossa", afirmou.
Abu Anas me disse que os soldados e milicianos de olhar preocupado que ficam nos pontos de controle do governo também podem ser subornados. No entanto, eles impõem um cerco muito duro em alguns lugare, que causa fome aguda nos moradores.
Em outros, segundo o jovem, eles ficaram ricos aceitando dinheiro de contrabandistas.
"Alguns oficiais só tinham dinheiro para a comida. Agora eles têm carros, estão se casando, estão progredindo na vida", diz Abu Anas.
Um tom de inveja está na sua voz enquanto ele fala. Neste momento, ele está mais interessado em seguir com a vida do que com a revolução - diz sentir-se completamente desiludido com ela.
Ele saiu dos subúrbios antes que o cerco piorasse e está tentando ganhar a vida no centro da cidade.
Ele também tentou esquecer a garota, porque não conseguia ver como eles poderiam se casar algum dia. Mas quando tentou romper a relação, ele descobriu que não conseguia.
Um caso de amor proibido entre duas pessoas de lados opostos no confronto não dá esperança para a Síria - o conflito aqui parece pior do que nunca. Mas para Abu Anas, isso parece oferecer alguma esperança, em uma vida que se tornou dura e sombria.
"Não é todo dia que você encontra alguém que o adora tanto. É uma história maravilhosa, mas é cheia de conflito", diz ele. 
Créditos: WSCOMBBC Brasil

Lula: Sírio-Libanês informa que condição saúde dele é excelente, após exames

Lula.jpgBoletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês no início da tarde de ontem (1°) informa que o estado de saúde do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva é bom. Lula passou a manhã no hospital, para uma série de exames de rotina. Segundo o comunicado do Sírio-Libanês, “os exames mostram que o paciente encontra-se em excelente condição de saúde e sem qualquer evidência de neoplasia (tumor).”
A nota diz ainda que foram feitos exames clínicos, laboratoriais e de imagem, entre outros. Lula chegou ao hospital às 7h e deixou o local por volta das 13h. As equipes que atenderam o ex-presidente são coordenadas pelos médicos Roberto Kalill Filho e Artur Katiz.
De acordo com a assessoria de Lula, o checkup faz parte da rotina de pacientes submetidos ao tratamento contra o câncer. O ex-presidente foi diagnosticado com câncer na faringe em 2011, e, após fazer tratamento contra a doença, conseguiu a cura. O último exame de rotina havia sido feito em agosto do ano passado.
Foto: Rede Brasil Atual

Fim do mundo tem nova data

Os cientistas calcularam quando vão morrer todos os seres vivos na Terra No futuro, o planeta, devido à subida da temperatura no Sol, ficará tão quente que o homem ou perecerá, ou terá de ir para outro canto do Universo. Os cientistas calcularam quando é que a temperatura na Terra atingirá níveis críticos.
Os habitantes da Terra que se preocupam com o futuro do planeta podem não se preocupar. Durante os próximos 1.500 milhões de anos, a Terra irá existir e continuará a ser habitável. Semelhante conclusão foi tirada por cientistas do estado americano do Colorado. Graças a um modelo por eles criado, que permite simular os processos que ocorrem na Terra, foi possível esclarecer o seguinte: se a temperatura no planeta aumentar, em média, 1% em cada 110 milhões de anos, será atingido o ponto crítico de 40 graus centígrados na Terra precisamente dentro de 1.500 milhões de anos.
Essa temperatura irá fazer com que a água se evapore. A única coisa que poderá salvar a humanidade será a mudança para outros planetas mais favoráveis à vida. O futurólogo Serguey Moskalov não exclui esse cenário de desenvolvimento da vida na Terra, mas recorda que ele está longe de ser o único:
"Aqui há muitas possibilidades. Pode acontecer que faça muito calor e a água realmente se evapore. E visto que o homem é formado de água, se no planeta não tiver quantidade suficiente de água para manter a humanidade, esta começará a diminuir numericamente. Outro cenário é o resfriamento do Sol. Passará a fazer frio, tudo ficará coberto de gelo. Teoricamente, poderemos passar para Marte."
Os cientistas já chegaram a conclusões semelhantes e o prognóstico do prazo da vida no nosso planeta não ultrapassava os 650 milhões de anos. Mas este número também não é muito exato, assinalam os especialistas. Ao modelar isso teve-se em conta apenas os processos naturais, sem a influência do fator das mudanças globais do clima tendo como fundo o aquecimento global. É precisamente ele que provoca a mudança de correntes oceânicas. A Corrente do Golfo muda a sua direção e, segundo os cientistas, poderá mudar completamente de direção e deixar de chegar à Europa. Isso provocará mudanças da temperatura do Oceano mundial, mesmo que em décimas de grau. Mas isso influirá na evaporação e nas condições de existência dos territórios ribeirinhos.
O geógrafo Arkadi Tishkov apela a não se entrar em pânico e a não fazer de fenómenos naturais da natureza guiões de filmes apocalípticos. Pois tudo o que acontece no planeta é cíclico e o que acontece hoje já aconteceu alguns séculos antes:
"Situações análogas às atuais: gases de estufa e temperaturas médias do ar, repetiram-se muitas vezes na história da Terra. Na Europa se observou um período glaciar curto. Por exemplo, nos séculos XVI e XVII, quando os canais gelaram na Holanda, frios terríveis nas regiões Noroeste e Central da Rússia destruíram a agricultura. Para que tal situação se repita são necessárias mudanças radicais do clima. Elas podem, por exemplo, surgir devido a uma forte erupção de um vulcão. Mas isso são tudo possibilidades hipotéticas. Não se deve esperar quaisquer fenómenos apocalípticos, catastróficos num futuro próximo na Terra."
E por muito estranho que pareça, hoje vivemos num período glaciar. Isso significa que a temperatura no planeta e as dimensões dos cones glaciares nos polos, que nós consideramos normais, desviaram-se, na prática, da norma. Hoje, na Terra domina a chamada glaciação do Quaternário, que começou há mais de dois milhões e meio de anos atrás. De 100 em 100 mil anos, o calor aumenta, mas, depois, vem o resfriamento.
O atual período glaciar terminará quando os cones de gelo nos polos começarem rapidamente a derreter. Por enquanto não se observa essa rapidez, mas já tem lugar o aquecimento significativo no Ártico. Isso conduz ao aparecimento de novos tipos de plantas e animais no Norte e, ao contrário, ao desaparecimento de tipos ártico, considera Mikhail Stichov, representante do Fundo da Natureza Selvagem WWR na Rússia:
"Realmente o tempo aquece. A cobertura glaciar, característica dos mares árticos, diminui. Todas essas consequências glaciares atingem conhecidos e importantes tipos árticos de animais: focas, ursos brancos. Tudo isso preocupa. O estado das feras deteriora-se, começam a aparecer doenças, desce a natalidade. Com a diminuição da cobertura glaciar, o aquecimento do ar e da água, começam a aparecer tipos mais meridionais. Aumenta a diversidade biológica do Ártico. Por enquanto não existem ameaças diretas, mas tudo acontecer de mau aos tipos árticos."
Depois de somar toda a experiência do passado, os cientistas afirmam que os habitantes da Terra, nas próximas décadas, irão viver num clima instável. E neste período irão ter lugar invernos anormalmente frios e meses de verão quentes como em África em lugares onde antes não se observava tal coisa. Irão aparecer novos tipos de plantas, mudarão os tipos de animais e desenvolver-se-ão organismos antes desconhecidos.
No que respeita ao aquecimento crítico, tendo em conta o caráter cíclico dos fenômenos climatéricos e a inconstância das temperaturas, isso não ameaça o nosso planeta nos próximos milénios.
Créditos: Voz da Russia

MPF cobra R$ 6 mi de ex-senador e servidores acusados de serem fantasmas

 A Procuradoria da República no Distrito Federal entrou com 14 ações de improbidade para cobrar R$ 6 milhões do ex-senador Efraim Morais (DEM-PB) e de 50 ex-funcionários acusados de serem fantasmas no Senado. Para os procuradores responsáveis pelos processos, apesar de nomeados para trabalhar na Primeira Secretaria da Casa, eles nunca exerceram de fato suas funções. A maioria, acredita o Ministério Público, foi usada como cabo eleitoral na Paraíba.
As ações serão julgadas pela 6ª Vara Federal do DF. De acordo com o Ministério Público, a investigação começou em 2009. Durante a apuração, para os procuradores, ficou comprovado que a maioria dos servidores nomeados por Efraim fazia atividades típicas de cabo eleitoral, como acompanhar o ex-senador em visitas à região, organizar sua agenda, marcar reuniões com lideranças locais e anotar reivindicações da população. Muitos admitiram, ainda, terem sido contratados por força de contatos políticos e amizade.
Em uma das peças, os procuradores afirmam que o resultado das investigações é “estarrecedor”. “Essa descrição revela que o ex-senador Efraim Morais efetivamente valeu-se do quadro de cargos à disposição da Primeira Secretaria do Senado Federal para desviar recursos públicos em favor de parentes, apadrinhados políticos e cabos eleitorais, mediante nomeações para cargos em comissão de forma irregular e sem a devida contraprestação pelos proventos recebidos”, dizem os procuradores.
As peças são assinadas pelos procuradores da República Márcia Brandão Zollinger, Paulo Roberto Galvão de Carvalho, Luciana Loureiro Oliveira e Igor Nery Figueiredo. Segundo o MPF, todos os envolvidos tiveram a movimentação financeira analisada, mas não foi comprovada a divisão de recursos entre eles, nem mesmo a apropriação de parte dos vencimentos pelo ex-senador.
A passagem de Efraim Filho pela Primeira Secretaria do Senado foi marcada por denúncias de irregularidades. Por determinação da Justiça, ele teve R$ 750 mil em bens bloqueados, acusado de ter causado danos ao patrimônio ao deslocar, para o seu gabinete, funcionários de um programa de inclusão digital do Legislativo, o Interlegis. O caso foi revelado em 2008 pelo Congresso em Foco. A decisão que atinge o ex-parlamentar foi proferida outubro pela juíza federal substituta Maria Lina Silva do Carmo, da 20ª Vara Federal.POR MARIO COELHO.
créditos: GGN