O PT está apostando todas as fichas nesta reta final de campanha no estado de São Paulo. Com intensas atividades do partido e suas principais lideranças no maior colégio eleitoral do país, a intenção é, senão garantir a eleição da presidenta Dilma Rousseff no primeiro turno, pelo menos levá-la ao segundo em situação relativamente confortável, provavelmente contra Marina Silva (PSB) ou mesmo Aécio Neves (PSDB).
Entre comícios, caminhadas e atos políticos, a agenda de campanha em São Paulo teve ontem (30) participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, na região oeste da Grande São Paulo, passando por Osasco, Itapevi, Carapicuíba e Barueri. Pela manhã, Padilha esteve com Dilma em Santos (litoral paulista).
Na companhia de Padilha e Dilma, Lula participou, ontem, de ato no Campo Limpo (região sul da capital), com a presença de 20 mil pessoas. Com o candidato ao Palácio dos Bandeirantes, também foi a Franco da Rocha.
Nesta quarta-feira (1°) Lula participa de duas agendas com Padilha na capital. Pela manhã, na Capela do Socorro, e no fim da tarde, na Cidade Tiradentes, tradicionais redutos do partido.
A força-tarefa do PT no estado inclui a presença do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que na terça-feira assinou documento autorizando o funcionamento de um curso de medicina em Rio Claro (região de Campinas).
Ontem, Chioro esteve em Araçatuba e Bauru com a mesma finalidade. O governo federal já autorizou a instalação de 14 faculdades no estado de São Paulo. Também ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reuniu com empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na sede da entidade, e anunciou medidas para incentivar a indústria, especificamente as exportadoras. Mantega destacou a necessidade de conceder crédito fiscal às empresas para aumentar a competitividade internacional no momento de crise internacional.
Segundo o deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, líder do partido na Câmara dos Deputados, apostar em São Paulo na reta final é justificável. “São Paulo é um dos estados em que a Dilma perde. Como é o maior colégio eleitoral do país, 1% de votos em SP equivale a muitos por cento em outros estados”, explica o parlamentar.
O maior colégio eleitoral do país tem 32 milhões de eleitores. O percentual de 1% em São Paulo, 320 mil, equivale a 2,1% dos eleitores de Minas Gerais (15.248.681 votantes), 2,6% do Rio de Janeiro (12.141.145), 3,1% da Bahia (10.185.417), 4% do Paraná (7.865.950), 5% de Pernambuco (6.356.307), para citar alguns exemplos. Segundo a última pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no início da noite de hoje, Dilma teria 40% das intenções de voto, seguida por Marina Silva, do PSB (25%), e o tucano Aécio Neves (20%).
“A Dilma e o Lula estão corretos em fazer um ‘investimento’ grande em São Paulo”, avalia Vicentinho. Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e da CUT, ele diz notar um ambiente já favorável às candidaturas petistas. “Ontem (29) passei o dia inteiro nas ruas, em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e nas fábricas. O clima hoje está muito melhor do que dois meses atrás. O povo está ficando cada vez mais consciente da consistência do programa da Dilma se comparado com o da Marina e no retrocesso do PSDB”, avalia.
No dia 5 de setembro, em reunião do partido na capital paulista, o ex-presidente Lula já anunciava que a intenção era conseguir ampliar a votação em São Paulo. “É uma questão de honra nossa, enquanto partido político, fazer a Dilma ganhar da Marina aqui em São Paulo”, afirmou ele na ocasião. No mesmo encontro, a ex-prefeita paulistana Marta Suplicy afirmou que o estado de São Paulo “é o coração da eleição”.
Em pesquisa Datafolha divulgada um dia antes do encontro de 5 de setembro, a petista tinha 23% das intenções de voto no estado contra 42% de Marina Silva e 18% de Aécio Neves (PSDB). De acordo com os números do mesmo instituto divulgados três semanas depois, a diferença, então de 19 pontos percentuais entre as candidatas do PT e do PSB caiu para apenas cinco. O estudo do Datafolha do dia 26 indicou Marina com 32%, Dilma com 27% e Aécio Neves com 22% no estado de São Paulo.