sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Petrobrás valia U$ 15,4 bilhões em 2003. Hoje vale R$ 214 bilhões

A Petrobrás teve em 2013 um dos melhores anos de sua história. A produção aumentou consideravelmente (em média 3% ao mês) e Libra foi concessionada por quase 1 trilhão de reais.
No entanto a imprensa mostra o oposto. As manchetes, há anos, são:
"Petrobrás perde valor de mercado"
"Petrobrás é a empresa com maior perda de valor de mercado no Brasil"
No Facebook, páginas financiadas pela oposição compartilham mais desinformação: dizem que a culpa é do PT e que a Petrobrás está falida. 

Pura mentira.Neste link, de um dos blogs oficiais da Petrobrás, você encontra o valor de mercado da empresa em 2002: U$ 15,4 bilhões.
Você pode confirmar a informação nesta matéria da Folha de SP.
No final do 2002, a Petrobras tinha um valor de mercado de US$ 15,4 bilhões
No dia 30 de dezembro a Globo noticiou por meio de seu portal, o G1: Petrobras é a empresa com maior queda de valor de mercado em 2013.
Note para a informação: O valor de mercado atual da companhia é R$ 214,69 bilhões.
Em nenhum momento a Globo faz uma comparação entre os 15 bilhões de antes e os 214 de agora. A mesma notícia foi dada na Exame, Veja, Época, Folha e Estado.

O fato é que a companhia ganhou bilhões em investimento no governo Lula e em 2007 anunciou o Pré-sal. Seu valor de mercado, que já era quatro vezes maior do que em 2002, disparou.
Em 2008 a empresa perdeu esse valor extra, recuperou parte em 2009 mas voltou a perder valor de mercado com a crise mundial.

No entanto, a produção de petróleo aumentou e o lucro líquido da companhia cresceu 29% de janeiro a setembro de 2013 com relação ao mesmo período de 2012.
A imprensa golpista não se cansa de mentir. Mas a gente está aqui para desmascarar. Fonte: Plantão Brasil.
Créditos: Plantão Brasil

Debate: Aécio insiste em corrupção; Dilma lembra aeroporto, nepotismo e lei seca

debate sbt.jpg Com temas repetidos, o segundo debate entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) foi marcado pela subida de tom nas acusações pessoais e pela escolha da corrupção como assunto central. De um lado o tucano acusou a presidenta de “conivente” com malfeitos e de “incompetente” na administração pública durante o encontro de onteem (16) no SBT. De outro, a candidata à reeleição levantou nova pegadinha ao falar sobre o respeito à Lei Seca, o que irritou o adversário, e elencou casos de corrupção envolvendo tucanos.
Aécio buscou tom mais agressivo logo na pergunta inicial, ao falar sobre denúncias de corrupção na Petrobras, insinuando que a petista trabalhou para acobertar casos de desvios. “Ou a senhora foi conivente, ou a senhora foi incompetente para cuidar da maior empresa brasileira.”
Dilma voltou a abordar diferenças entre PT e PSDB no que se refere ao campo moral, avaliando que nas administrações dela e de Luiz Inácio Lula da Silva houve uma mudança de comportamento, com liberdade para os órgãos de investigação e de processamento das denúncias. “Quero dizer para o senhor: tenho um compromisso diferente. O meu compromisso é investigar e punir. Aqueles governos que não investigam, não acham”, afirmou, acrescentando que os escândalos envolvendo tucanos não têm presos porque o trabalho de apuração foi engavetado.
Em outro momento em que se tratou do caso da Petrobras, Dilma falou a Aécio sobre a denúncia de que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra intermediou o pagamento de propinas a parlamentares tucanos para que esvaziassem uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). “É muito fácil o senhor ficar fazendo denúncias. Quando a gente verifica que o PSDB recebeu propina para esvaziar uma CPI, o que importa? Importa investigar.”
Em uma de suas perguntas, Dilma levantou a questão do nepotismo, acusando Aécio de nomear irmãs, tios e primos durante seu governo em Minas Gerais, de 2003 a 2010. O tucano procurou comparar o caso ao uso de informações pessoais de Lula por Fernando Collor nas eleições de 1989, e ouviu da petista que se trata de uma questão bem diferente por envolver o uso da máquina pública em proveito individual de parentes.
Aécio afirmou que sua irmã, Andréa, era voluntária no governo mineiro, e deixou de responder aos demais casos. “Seu irmão, candidata, foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel em 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar. Essa é a grande verdade. Não queria trazer esse tema aqui”, rebateu.
Em mensagem postada no Twitter, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, informou que Igor Rousseff foi assessor especial. “É advogado e trabalhou com seriedade e honradez." Já Dilma afirmou a Aécio que a legislação sobre nepotismo proíbe o emprego de parentes em uma mesma esfera de governo, o que não é seu caso. “A sua irmã e o meu irmão têm de ser regidos pela mesma lei”, afirmou. “Todo mundo sabe que ela era responsável pela destinação das verbas em todas as questões relativas à propaganda. Quanto vocês colocaram nas rádios e no jornal que vocês possuem?”
A exemplo do que ocorreu no primeiro debate, quando levantou o tema da violência contra a mulher, Dilma elencou uma questão pessoal delicada de seu adversário ao falar sobre a importância da Lei Seca, sancionada por ela em 2012 para endurecer a punição a motoristas flagrados dirigindo bêbados ou drogados. “Queria saber o que o senhor acha, e como o senhor vê essa questão da Lei Seca. E se todo cidadão que for acionado, que for solicitado, deve se dispor a fazer exame de álcool e droga”, disse, sem mencionar a recusa de Aécio a ser submetido a teste quando parado em uma blitz no Rio de Janeiro.
“A senhora traz nesse debate, talvez pelo desespero, e tenta deturpar um tema que tem que ser colocado com absoluta clareza. Eu tive um episódio sim, e reconheci, candidata, eu tenho uma capacidade que a senhora não tem. Eu tive um episódio que parei numa Lei Seca porque minha carteira estava vencida e ali naquele momento inadvertidamente não fiz o exame e me desculpei disso”, rebateu o tucano.
Na resposta, Dilma desconheceu novamente a questão pessoal do adversário. “Acho muito importante a Lei Seca para o Brasil. Acho que o senhor está tentando diminuí-la. Sabe por quê? No Brasil, todos os dias, todas as semanas tem gente morrendo quando o motorista dirige embriagado ou drogado.”
No segmento das alfinetadas pessoais, Dilma levantou ainda o estilo de vida de Aécio ao ser questionada sobre a insistência em abordar questões relativas ao governo do PSDB em Minas Gerais. O tucano acusou a petista de desconhecer o estado e de se preocupar excessivamente com os resultados da gestão do PSDB, insinuando que ela teria preferência por disputar o governo mineiro ao Planalto. “Não coloque Minas Gerais como sendo o senhor”, afirmou a petista. “O senhor não é Minas Gerais. Eu nasci em Minas, aliás antes do senhor. Se é por isso, nasci antes do senhor. Saí de Minas não foi para passear no Rio, candidato, foi por causa da ditadura.”
Em tema que surgiu ao longo de todos os debates, do primeiro e do segundo turnos, Dilma e Aécio trocaram farpas a respeito da construção do aeroporto de Cláudio, na região metropolitana de Belo Horizonte, erguido em terras de um tio do tucano usando dinheiro do governo estadual. “É muito triste ver uma presidente da República mentindo. O aeroporto de Cláudio foi construído numa área desapropriada pelo estado”, afirmou o candidato do PSDB.
“No caso do aeroporto de Cláudio o senhor deve, sim, explicação. Deve explicação porque construiu um aeroporto dentro de sua propriedade”, rebateu a petista. “Uma das coisas mais importantes do país é que não podemos mais tolerar o uso de bens públicos para beneficiar A, B ou C privadamente. Essa é uma questão que nenhum candidato à presidência da República pode se furtar a responder.”
Economia

Tema relevante no primeiro encontro, e historicamente centro de divergências entre PT e PSDB em todas as disputas presidenciais desde 1995, a economia não foi protagonista desta vez. A principal questão se deu em torno do combate à inflação, com a acusação do tucano de que o atual governo perdeu o controle sobre os preços dos itens básicos de consumo. “Agora há pouco a senhora disse que a inflação não é um problema do governo, é problema sazonal, e eu acho que não é, por isso, comigo, tolerância zero com a inflação”, disse.
Já a petista afirmou que há uma ideia de manipular o sentimento da população para criar uma sensação negativa nesta seara. “Existe uma tentativa de criar um clima de quanto pior, melhor. Essa tentativa vocês fizeram na Copa, dizendo que não ia ter Copa, que não tinha condições. Ficou claro que o Brasil fora de campo estava muito bem preparado”, disse, atribuindo a elevação de preços a um problema provocado pela seca que afeta parte do país nos últimos meses.
A petista criticou ainda a proposta da equipe econômica de Aécio de levar a inflação para uma taxa de 3% ao ano – nos últimos anos o IPCA, que é a medição oficial, tem ficado próximo do teto estabelecido pelo Banco Central, de 6,5%. “Não vou combater inflação com os métodos do senhor, que é desempregar, arrochar e desinvestir”, disse. “Para ter inflação de 3% vamos ter uma taxa de desemprego de 15%. Ele está se queixando de uma taxa de desemprego de 5%.”
O próximo encontro entre Dilma e Aécio será domingo, na Record. Depois disso, eles têm mais um debate, o último antes da votação do dia 26, organizado pela Globo.
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Países devem investir em inovação para a agricultura familiar, alerta FAO

Agricultura familiarAs propriedades familiares são parte importante na luta para garantir a segurança alimentar mundial e o desenvolvimento rural sustentável. Para isso, porém, é preciso investir em inovação a fim de melhorar a produção e as práticas de gestão com o objetivo de mudar a realidade de muitos desses agricultores. Esses dois aspectos foram os pontos analisados no relatório O Estado Mundial da Agricultura e da Alimentação, 2014: Inovação na Agricultura Familiar, produzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e publicado hoje (16), no Dia Mundial da Alimentação.
“A agricultura familiar é, de longe, a forma dominante de agricultura no mundo. Estima-se que ocupe cerca de 70% a 80% das terras agrícolas e produza mais do que 80% dos alimentos no mundo em termos de valor”, ressalta o estudo.
Mas, apesar da importância dessas estruturas, diversos agricultores familiares vivem em situação de pobreza e de insegurança alimentar, segundo a FAO. Para modificar esse cenário, a entidade recomenda o investimento na inovação, por meio de novas ideias, tecnologias e processos.
Para que essa inovação seja eficiente, a FAO alerta que é preciso levar em consideração as diferenças existentes entre as propriedades e a realidade das famílias em cada um dos países. O documento também destaca que os esforços públicos devem garantir investimentos em pesquisa, principalmente de temas voltados à variedade de cultivo, além de serviços de orientação e capacitação de agricultores, com estruturas de mercado que sejam cada vez mais inclusivas.
“Os agricultores familiares devem ter o conhecimento e os incentivos econômicos e políticos necessários para prestar serviços ambientais básicos, como a proteção de bacias hidrográficas, conservação e manutenção da biodiversidade de carbono, entre outros”, cita o relatório.
Outro destaque é o incentivo à criação de organizações de produtores e cooperativas com base na comunidade. Segundo a FAO, essas organizações comunitárias são importantes para a superação de obstáculos, incentivo à inovação e para que a agricultura familiar se fortaleça alcançando novos mercados e gerando renda.
Segundo o documento, para que a inovação seja possível, é preciso haver condições macroeconômicas estáveis, regimento jurídico e regras transparentes, ferramentas para a gestão de riscos e infraestrutura de mercado.
Créditos: Agencia Brasil

Aécio defende redução da maioridade penal, mas se diz 'amigo' da criança

Apesar de defender a redução da maioridade penal, o candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) assinou ontem (15), em São Paulo, o Termo de Compromisso do Projeto Presidente Amigo da Criança da Fundação Abrinq – Save the Children. A presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, assinou o mesmo documento no domingo (12), Dia da Criança. Segundo a Abrinq, o compromisso não significa que o candidato é “amigo da criança”. Somente ao final de sua gestão é que o futuro eleito ou eleita terá ou não esse título.
Aécio vem há meses defendendo a diminuição da maioridade penal para 16 anos. Esse foi um dos pontos colocados por Marina Silva para apoiá-lo em que ele não cedeu. O candidato à vice-presidência em sua chapa, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), é autor de uma das propostas nesse sentido no Congresso Nacional.
A Abrinq e uma rede composta por 16 organizações faz o monitoramento da implementação ou não das políticas públicas, o cumprimento da legislação ou eventuais retrocessos legais quanto a direitos. “Após a eleição, nosso trabalho se pauta na garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes. É necessário fazer uma interlocução com o eleito para que ele conheça os documentos e exigências, e vá implementando essas políticas de acordo com as metas.”
O compromisso é baseado no documento "O Mundo para as crianças", das Nações Unidas, e tem metas com quatro eixos: acesso à educação de qualidade, promoção da saúde, investimento para a criança e adolescente (principalmente educação) e proteção contra maus-tratos, exploração e violência.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seus dois mandatos, de 2003 a 2010, e Dilma, a partir de 2011, não foram eleitos “presidente amigo da criança” porque a atual metodologia, de só considerar “amigo da criança” o gestor que tiver cumprido as metas ao final do mandato, foi adotada a partir do atual governo, ainda não encerrado.
Segundo Denise Cesário, gerente executiva de Produtos e Projetos da Fundação Abrinq, os relatórios do projeto relativos aos três governos petistas “apontam avanços” na implementação de políticas públicas. “Nas três gestões a gente percebe o esforço do governo no sentido do avanço de políticas públicas tentando alcançar as recomendações internacionais e trabalhar no sentido das garantias de direito.”
A taxa de mortalidade infantil caiu de 26,3 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas em 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para 13,5 em 2011, primeiro ano do governo de Dilma Rousseff. Uma queda de 49%.
De acordo com Denise, o processo “foi bastante exitoso no primeiro governo Lula”. No segundo mandato do ex-presidente e na gestão de Dilma houve dificuldades na interlocução e entrega dos relatórios. “O governo Dilma implementou muitas políticas, mas apresenta alguns desafios a superar”, diz. Entre eles, sobrevivência infantil e materna, maior agilidade no acesso às creches e mais investimentos.
Créditos: Rede Brasil Atual

Genoma da mosca dá pistas para cura de doenças

Mosca comum (Thinkstock)

Cientistas sequenciaram o genoma completo da mosca comum e afirmam que as descobertas podem ajudar a descobrir novos tratamentos para doenças que afligem os humanos.
A mosca pode carregar cerca de cem doenças, incluindo problemas que levam à cegueira. Ao comparar o DNA da mosca comum com o da mosca de frutas, a equipe da Universidade de Cornell (EUA) detalhou os genes que fazem esses insetos imunes aos patógenos (organismos causadores de doenças, como bactérias, vírus e fungo) a que estão expostos.

Os cientistas também descobriram o código genético que ajuda a mosca a dissolver dejetos, como fezes. "Informações a respeito desses genes podem nos ajudar a processar dejetos humanos e a melhorar o meio ambiente", disseram o cientista Jeff Scott e seus colegas ao periódico Genome Biology.

Moscas comuns são "perfeitas" para a transmissão de doenças. Elas têm contato regular com carcaças, com lixo e com outros objetos sujos que contêm bactérias, vírus e parasitas. E elas gostam dos mesmos alimentos que nós e, como são muito eficientes em escapar das nossas tentativas de matá-las, têm sempre oportunidades de pousar tanto na nossa comida como em nosso corpo.

Acredita-se que elas carreguem tantos patógenos porque se alimentam de substâncias líquidas ou semilíquidas - muitas vezes fezes. Como estão constantemente se alimentando, elas necessitam eliminar seus próprios dejetos (e os patógenos que carregam) sempre que pousam por mais de alguns segundos. Mas, ao contrário do que acontece com humanos, esse estilo de vida pouco higiênico não faz mal à saúde das moscas.

Scott e sua equipe ficaram interessados em tentar descobrir o porquê disso - e como utilizar essa habilidade em benefício da raça humana.
Eles sequenciaram os genomas de seis moscas fêmeas comuns e os compararam com o da mosca da fruta, a Drosophila melanogaster, para identificar que partes do DNA são exclusivos da mosca comum e poderiam ser estudados mais a fundo. A equipe descobriu que a mosca comum tinha muito mais genes imunes do que a drosófila. E esses genes eram também bem mais diversificados - possivelmente para oferecer ao inseto proteção contra os diversos patógenos que ele carrega.
Créditos: BBC Brasil


Com Dilma, economia mira emprego e renda. Para Aécio, mercado é protagonista

Em 2003, o primeiro ano do governo Lula (2003-2010) foi marcado por uma mudança na relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil fez um acordo preventivo de US$ 18,8 bilhões com o órgão, mas esses recursos não foram sacados pelo processo de recuperação e crescimento da economia, com a melhoria dos indicadores econômicos no ano seguinte, que proporcionaram altos superávits na balança comercial e na conta corrente e queda da dívida pública, além da inflação ser mantida sob controle.
Foi ainda no primeiro mandato de Lula que o país quitou a dívida contraída no segundo governo de FHC e não foi preciso renovar o acordo com o FMI. Antecipadamente, o Brasil pagou o último empréstimo, que venceria em 2006 e 2007, economizando US$ 900 milhões de juros. Desde então, o Brasil não precisou enviar o ministro da Fazenda para solicitar novos empréstimos à instituição. No início do segundo ano do governo Lula, a economia nacional resgatou US$ 20 bilhões em títulos da dívida externa, incluindo papéis emitidos quando saiu da moratória, em 1990.
Lula ainda estava na metade do segundo mandato presidencial quando veio a crise financeira internacional de 2008, a mais grave desde a Grande Depressão dos anos 30 do século 20. No entanto, o petista não apostou na fórmula ortodoxa do governo do antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ou seja, recusou-se a recorrer ao FMI para pedir empréstimo, que resultaria em medidas de austeridade socioeconômicas, como as adotadas por quase todas as nações do Atlântico Norte atingidas pelas turbulências, sinônimo de arrocho salarial, desemprego, redução de direitos trabalhistas, aumento de impostos e juros altos.
Apostando em políticas heterodoxas, o governo federal conseguiu superar os graves reflexos da crise mundial, que se agravaria em 2009. Em vez de aumentar os impostos, o presidente empenhou-se em estimular o consumo interno, aplicando uma significativa desoneração, e estimulando o crédito interno. O governo federal também ampliou gastos, reduziu o superávit primário, enquanto que o Banco Central baixou a taxa de juros Selic.
Além disso, diferentemente de FHC, o governo Lula utilizou ativamente os bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil, Caixa), que ampliaram o crédito, baratearam as taxas de juros e derrubaram os spreads bancários, enquanto que as instituições financeiras privadas reduziram o crédito e elevaram as taxas de juros para os empréstimos. Uma postura distinta do antecessor, que privatizou diversos bancos estaduais, como o Banerj e o Banespa, e relegou a um papel secundário o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal durante as crises que abalaram o país.
Se no final da era tucana, as duas instituições tiveram modestos R$ 2 bilhões e R$ 1,1 bilhão de reais, respectivamente, no último ano do governo Lula elas fecharam com lucro recorde de R$ 11,703 bilhões e R$ 3,8 bilhões. O BNDES saiu de R$ 550 milhões, em 2002, para R$ 9,9 bilhões, em 2010. O valor de mercado da Petrobras passou de R$ 15,5 bilhões no último FHC para R$ 380 bilhões no oitavo ano do governo lulista.
A inflação média por ano na era Lula foi de 5,76%, enquanto que o crescimento econômico era de 4,5% em média ao ano. A dívida líquida do setor público caiu de 60% do PIB, em 2002, para 40%, em 2010. A taxa de desemprego chegou a 6,7%. A taxa Selic fechou em 10,75% na última reunião do Banco Central, em dezembro daquele ano, e as reservas internacionais estavam em US$ 288,575 bilhões. Já as exportações atingiram US$ 201,9 bilhões. Ainda no ano da saída, o salário mínimo havia atingido R$ 510.
A economia melhorava significativamente, tanto pelo aumento das exportações como pelo consumo interno, mas, também, pela primeira vez em na história, mudaria a relação com o FMI. No ano de 2010, o país assinou um acordo com o Fundo para a compra de US$ 10 bilhões de títulos emitidos pela instituição.
Durante o governo de Dilma Rousseff, a presidenta seguiu o caminho de enfrentar a crise econômica internacional sem comprometer a criação de empregos e a distribuição de renda. O prestígio diante do FMI se manteve, a ponto de o Brasil participar ativamente da escolha do novo diretor-gerente do FMI, apoiando a candidata francesa Christine Lagarde.
O final do mandato de Dilma deve ter a inflação na casa dos 6,5% (e média de 6,1755 nos quatro anos), metade do último ano de FHC e dentro da meta do governo. A taxa de desemprego mantém-se estabilizada na casa dos 5%, bem como a taxa Selic, em 11% (na medição de setembro e uma média de 9,8% a.a. durante os quatro anos de governo). O salário mínimo está fixado em R$ 740. O país tem à disposição US$ 376,16 bilhões (quando Lula assumiu eram 37,6 bilhões, um décimo das reservas atuais) em reservas internacionais. O endividamento do setor público caiu um pouco em relação ao governo Lula, atualmente em 35,9%.
Nos últimos 12 anos, mais de 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema e o país criou mais de 20 milhões de novos empregos, 11 milhões com carteira assinada – quase metade só nos últimos três anos e meio. O Brasil ainda saiu do Mapa da Fome das Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Risco neoliberal

A candidatura de Aécio Neves, do PSDB, não esconde as diferenças de visão de Estado dentro da economia com o modelo Lula/Dilma. No programa de governo tucano está implícita a ideia do mercado como protagonista do sistema econômico. “O cenário internacional vive hoje momento de transição para uma nova ordem cujos contornos ainda não estão nítidos. Embora a crise financeira de 2008 tenha levantado sérios questionamentos sobre os excessos do mercado na intermediação, o seu papel como alocador de recursos continuará fundamental e tende a crescer mesmo em países com forte presença do Estado, como a China e outros asiáticos”, diz o documento.
“O equilíbrio delicado entre as forças de mercado e o papel do Estado é influenciado pelo cenário internacional, mas, em última instância, deve ser determinado pelas particularidades históricas e institucionais de cada sociedade”, prossegue o programa.
Um dos gurus econômicos de Aécio é justamente o ex-presidente do Banco Central no segundo mandato de FHC, Armínio Fraga, crítico ferrenho da política econômica de Lula/Dilma que, em sua gestão no BC, deixou o Brasil com inflação quase três vezes acima da meta (12,5%), dívida líquida quase duas vezes maior que a atual (em proporção do PIB), taxa Selic em 25% ao ano e reservas cambiais equivalentes a 10% do patamar de 2014.
Ex-executivo do escritório do megaespeculador George Soros, em Nova Iorque, o economista foi escolhido por Aécio como coordenador econômico da campanha e já teve garantido o nome para assumir a pasta da Fazenda, caso o tucano seja eleito no próximo dia 26. Com visão ultraliberal, Fraga avalia que a atual meta de inflação é “muito alta”, pregando a redução gradativa da meta atual (4,5% ao ano).
“O que queremos fazer é atingir a meta e baixá-la um pouco, porque 4,5% parece um pouco alto demais para qualquer padrão: padrões globais, acadêmicos, históricos”, declarou Fraga, durante coletiva no Council of The Americas, em Nova Iorque, em setembro passado.
Economistas críticos da proposta do coordenador de campanha de Aécio temem que se repita o receituário neoliberal adotado nos anos FHC e que, para reduzir a meta inflacionária, o caminho seja elevar os juros, cuja consequência direta é a recessão econômica. Com isso, estariam afetadas, ao mesmo tempo, a ampliação da renda dos trabalhadores e a criação de empregos, dois dos pilares da inclusão social e redução da desigualdade dos últimos 12 anos.
Outra consequência de uma alta dos juros defendida pelo virtual ministro da Fazenda de Aécio que agravaria o quadro recessivo seria o crescimento acelerado da dívida pública, pois a medida exigiria a ampliação do superávit primário, com efeito de limitar os gastos sociais, como ocorreu nos oito anos de governo FHC.
Em um áudio divulgado pela internet, Armínio Fraga antecipa que, se for designado como ministro da Fazenda na gestão de Aécio Neves, os bancos públicos (BNDES, Banco do Brasil e Caixa) terão papel reduzido.
“Bancos públicos têm o seu papel, mas sinto falta é de mais critério. Entendo um banco público fazendo programa emergencial, acho que isso é perfeito. Não entendo gastar dinheiro com Petrobras, grandes empresas privadas, com acesso ao mercado”, afirmou o economista em debate na Globo News, no último dia 9.

Histórico

A garantia da estabilidade financeira internacional dentro de uma nova ordem econômica capitalista foi a principal razão para a criação do Fundo Monetário Internacional (FMI), em dezembro de 1945. A decisão de fundar a nova instituição multilateral partiu do então presidente estadunidense Franklin D. Roosevelt, que organizou um ano antes a chamada Conferência de Bretton Woods, que reuniu representantes de todas as 44 nações aliadas (rivais dos países do Eixo), incluindo o Brasil (que levou uma delegação de sete integrantes chefiada pelo então ministro da Fazenda, Artur de Souza Costa), para discutir as diretrizes da reconstrução do capitalismo no pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Foi na cúpula que se estabeleceram as novas regras financeiras e comerciais do sistema internacional, cujo objetivo era evitar crises como as registradas após a Primeira Guerra (1914-1918), em especial a Grande Depressão da década de 1930. Para os EUA, o FMI seria a instituição global encarregada de gerir um novo sistema monetário sob a hegemonia do dólar, baseado no padrão “divisas-ouro” (como nova referência internacional, a moeda estadunidense ficaria atrelada ao ouro), e também seria capaz de frustrar mudanças cambiais abruptas nos países, provocadas por desvalorizações, que, por sua vez, afetariam nações vizinhas. Simultaneamente à atribuição regulatória, o Fundo poderia cumprir uma função creditícia, ou seja, de ajudar pontualmente governos com dificuldades de honrar compromissos financeiros, e consultiva, supervisionando a evolução monetária de cada país-membro.
Durante a década de 1970, o FMI ficou relegado a um papel secundário, depois que os EUA desvalorizaram o dólar, desestabilizando o sistema monetário construído em Bretton Woods, e do choque do petróleo de 1973 e 1979. A crise se agravou quando o Federal Reserve (Fed, o banco central estadunidense) decidiu elevar as taxas de juros, o que causou o aumento das dívidas públicas de diversos países do terceiro mundo.
Na década de 1980, a América Latina vivenciou uma crise da dívida sem precedentes, que levou à moratória várias de nações, como o Brasil. Foi aí que o FMI encontrou um novo campo de atuação, convertendo-se em um órgão que ditaria as linhas gerais para países atingidos por determinada crise que desejavam recorrer aos empréstimos do Fundo ou do Banco Mundial. Para que cumprissem com o serviço da dívida, os países teriam de se submeter a uma receita ortodoxa liberal: redução do papel do Estado na economia, cortes na despesa pública corrente e de investimento (exceto em pagamentos da dívida) nos setores sociais, contenção salarial, das tarifas dos serviços básicos da abastecimento (como da água e da energia), eliminação de subsídios, desregulamentação do mercado de trabalho, abertura comercial, desvalorização cambial, entre outros.
Embora trouxesse críticas de setores progressistas dentro das sociedades civis em diversos países, que não aceitavam o baixo crescimento econômico, o arrocho salarial, o desemprego e demais medidas de desregulamentação do estado, esse papel do FMI como gestor de crises intensificou-se na década de 1990, com as crises financeiras internacionais no México, em 1994, no Sudeste Asiático, em 1997, na Rússia, em 1998, e até mesmo no Brasil, em 1999.

De JK a Collor

A história entre Brasil e o FMI teve início em 1958, quando o governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1960) negociou o primeiro empréstimo formal com a instituição da história brasileira, de cerca de 200 milhões de dólares. Uma missão do Fundo chegou a visitar o Rio de Janeiro, então capital federal, e condicionou a liberação de recursos ao atendimento de um pacote de exigências, entre os quais controle inflacionário, uma taxa única de câmbio, fim de incentivos à agricultura e arrocho salarial. Aconselhado por intelectuais desenvolvimentistas, como o economista Celso Furtado, que alertavam que as medidas ameaçariam o Plano de Metas do governo JK, o presidente rompeu temporariamente com o FMI.
Durante o governo de Jânio Quadros (1961), por toda a ditadura civil-militar (1964-1985), governo José Sarney (1985-1990) e governo Fernando Collor/Itamar Franco (1990-1994), o Brasil realizou diversos empréstimos junto ao FMI em momentos de turbulência, como nas crises do petróleo (na década de 1970) e da dívida externa latino-americana (na década de 1980). Nesse último, a grave situação econômica aliada à ortodoxia do receituário do FMI fizeram aquele período ser conhecido como a “década perdida” para o Brasil, que viveu um cenário de estagnação econômica, instabilidade inflacionária e pobreza. O ápice da crise veio com a moratória pedida durante o governo Sarney.
No final da década de 1980, a renegociação do passivo da dívida externa dos países da América Latina sob as condições liberalizantes do FMI proporcionou certa estabilidade e algum nível de crescimento econômico a determinados países latino-americanos, como a Argentina, o Brasil e o México.

De volta ao FMI

O governo Itamar Franco, por meio do então ministro da Fazenda e depois presidente Fernando Henrique Cardoso, conseguiu implementar um plano de estabilização da moeda, que criou o real. O êxito inicial impulsionou a eleição de FHC à presidência da República, em 1994, pelo PSDB.
A prioridade do primeiro mandato do tucano foi manter o controle da inflação, lançando mão de medidas neoliberais em voga naquele período, entre elas a manutenção de taxas de juros altos – que desestimulavam tanto os investimentos do Estado quanto o consumo interno, além de elevar a dívida pública, e a privatização de empresas estatais, como a Vale do Rio Doce e o Sistema Telebrás. Para piorar, o câmbio artificialmente fixo levou as reservas internacionais brasileiras (ativos que o país possui no exterior) a uma queda drástica.
Esse modelo econômico levaria o país à estagnação interna e à vulnerabilidade internacional, que foi agravada pela crise dos Tigres Asiáticos de 1997. Era questão de tempo que o FMI viesse salvar o país de mergulhar em um colapso econômico, mas FHC só recorreu ao organismo após o resultado das eleições presidenciais de 1998, que reelegeram o tucano em primeiro turno. Assim, pouco mais de um mês após o resultado favorável nas urnas, o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, foi a Washington, capital dos EUA, fechar o primeiro de três acordos com o FMI pelos próximos quatro anos.
Em novembro, o Fundo aprovou um socorro emergencial de US$ 41,5 bilhões, dos quais cerca de US$ 18 bilhões eram recursos da própria instituição, enquanto o restante era oriundo do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e ainda bancos centrais de Estados Unidos, Canadá, Japão e alguns países da União Europeia. Do montante do FMI, o Brasil sacou perto de US$ 13 bilhões.
Em setembro de 2001, o governo FHC prorrogou o acordo, temeroso dos efeitos dos atentados de 11 de setembro aos Estados Unidos e da crise econômica na vizinha Argentina. A nova linha de crédito foi de US$ US$ 15,7 bilhões, sendo US$ 4,7 bilhões sacados naquele mesmo mês.
Com a cotação do dólar em alta e diante da queda das reservas internacionais do país, Pedro Malan, titular do Ministério da Fazenda de FHC, renegociou novamente o acordo com o FMI em 2012, desta vez para sacar os US$ 10 bilhões do valor ofertado em setembro do ano anterior. Além de ter de quitar toda a dívida contraída em quatro anos, o Estado brasileiro teve de pagar quase US$ 1,5 bilhão em juros somente para o Fundo. Aquele empréstimo foi o último ao qual o Brasil recorreu junto à instituição multilateral.
Os empréstimos que "salvaram" os brasileiros da falência econômica tiveram grandes impactos no país, que teve de cumprir rigidamente as metas de ajuste fiscal estabelecidas pelo FMI, que não se restringiram apenas ao controle inflacionário e a meta dos superávits comerciais. Para cada nova remessa liberada pelo Fundo, o Brasil se submeteu a visitas trimestrais da missão técnica do organismo internacional, que monitorava a taxa de juros e administrava o nível de reservas cambiais. Sem cerimônia, relatórios e avaliações do órgão sugeriam a diminuição dos salários, a contenção de investimentos e mais privatizações do patrimônio público – de bancos à universidades –, além das recomendações ortodoxas para se limitar investimentos sociais.
Ao Brasil do segundo mandato de FHC ficou inviável qualquer crescimento econômico e investimentos em políticas sociais. A economia brasileira, que vinha de um desempenho pífio na década de 1980, voltava a apresentar indicadores abaixo da média internacional. Os ajustes impostos pelo FMI atingiram principalmente as classes mais baixas, com arrocho fiscal para reduzir o déficit comercial e elevadas taxas de juros (para manter o fluxo de investimentos externos). Uma das consequências foi o aumento da desigualdade social no período, sendo os 20% mais ricos concentravam 63,8% da riqueza nacional no início da década de 2000.
O governo FHC terminou marcado pela estagnação e pelo enfraquecimento da estrutura produtiva. O crescimento econômico ficou em 2,6%, em 2002 (e 2,3% em média por ano na era FHC), índice inferior à inflação, que fechou com 12,5% (e 9,20% em média por ano na era FHC ). A dívida líquida do setor público estava em 60% do PIB. A taxa de desemprego, no último ano do governo FHC, atingiu os dois dígitos, de 12,6%. A taxa Selic, que teve pico de 45%, em 1999, fechou em torno de 25% na última reunião da gestão de Armínio Fraga, então presidente do Banco Central, enquanto que as reservas internacionais estavam em apenas US$ 37,8 bilhões. O salário mínimo estava em R$ 200. As exportações somaram US$ 60,3 bilhões.
Este foi o cenário que Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor das eleições presidenciais de 2002, pelo PT, herdaria de FHC.
Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dilma acusa Aécio de nepotismo e revela escândalos do PSDB; Tucano a chama de leviana

Pela primeira vez em todos os debates existentes até agora no âmbito da eleição presidencial, nenhum como desta terça-feira fez esquentar o clima entre os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves quando o tucano chamou a petista de leviana e esta, em outros blocos, rebateu o tom e acusou o candidato de nepotismo e o PSDB de diversos escândalos que, segundo ela, não puniu. Ela ainda denunciou Aécio de ter construído um aeroporto numa fazenda de um tio.

Dilma Rousseff ao ser abordada pelos escândalos da Petrobras disse que no seu governo mandava apurar e quem estivesse envolvido ia para a cadeia, diferentemente dos tempos do PSDB no qual diversos escândalos – ela citou o Mensalão do PSDB, Trensalão, Sivan, compra de votos para reeleição, etc e todos os envolvidos estavam soltos.

A candidata acusou o tucano de ser aético por usar dinheiro público com a construção de um aeroporto de um tio em Minas, de esconder pagamentos do Governo a rádios da propriedade da família e de adotar o Nepotismo quando governador. Aécio chamou a candidata de leviana e disse que ela fazia um governo falido sem competência para gerir os destinos do Brasil. 
Coincidência ou não, depois das acusações de Escandalos do PSDB ele não tratou mais da Petrobras.
Créditos: WSCOM