quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Moradores de São Paulo e Minas têm novas regras para uso da água

Os moradores de Minas Gerais e de São Paulo, abastecidos pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, terão de seguir novas regras que envolvem a suspensão nas retiradas de água em períodos de escassez. As restrições vão atingir as atividades na indústria, no campo, no caso das irrigações, além do consumo em moradias e estabelecimentos comerciais.
As novas regras definidas pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee) e pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) apresentadas ontem (18) aos usuários paulistas em encontro às 14h, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC). hoje (19), às 10h, na Avenida Barão de Itapura, no bairro de Botafogo, em Extrema (MG), os usuários mineiros conhecerão as normas. Os esclarecimentos serão repassados a representantes da indústria, a produtores rurais e de empresas de captação para o abastecimento nas regiões metropolitanas.
Segundo a ANA, entre as mudanças, estão questões relacionadas ao estado de alerta, que deverá ser decretado quando o volume útil ficar abaixo de 5%, no caso do trecho paulista. Isso corresponde às captações das bacias do Jaguari, Camanducaia e Atibaia e é equivalente ao do Sistema Cantareira (formado pelas represas Jaguari, Jacarei, Cachoeira e Atibainha). Nessa condição, não haverá corte de retirada, mas indicará atenção aos usuários sobre a possibilidade de suspensão temporária, em caso de diminuição mais expressiva.
Se as vazões recuarem abaixo de 4 metros cúbicos por segundo, no Rio Atibaia, por exemplo, será ativado o estado de restrição em que o volume de captação será reduzido em 20% ou com suspensão no período das 18h às 23h para abastecimento. Em relação ao uso industrial, pode haver um corte de 30% na captação ou a suspensão da retirada das 7h às 13h. Para a irrigação, também foi definida uma redução de 30% ou eventual suspensão das 12h às 18h. As restrições serão aplicadas aos usuários que captam abaixo e acima de 10 litros por segundo.
Para o trecho mineiro da Bacia do Rio Jaguari, a ANA e o Igam estabelecem o estado de alerta quando o rio tiver vazões acima de 2,52 metros cúbicos por segundo e menores que 5,04 metros cúbicos por segundo no ponto de monitoramento Pires.
De acordo com nota da ANA, a questão foi debatida com os usuários nos últimos dias 1º e 2 de outubro. Os moradores tiveram prazo para encaminhar sugestões até o último dia 13 de outubro.
Créditos: Rede Brasil Atual

Militares avisam radicais: Brasil é uma Democracia

 Depois das manifestações de grupos radicais no último dia 15, que chegaram a pedir a volta da intervenção militar no Brasil, em protestos que atraíram até ex-guerrilheiros, como o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a jornalista Monica Bergamo decidiu ouvir os chefes das Forças Armadas. Os três, o general Enzo Peri, o brigadeiro Juniti Saito e o almirante Julio Soares de Moura Neto, falaram num ambiente de absoluta normalidade institucional.
"Os militares estão totalmente inseridos na democracia e não vão voltar. Isso eu garanto", disse o almirante Julio Soares de Moura Neto, comandante da Marinha. "Os militares só voltam em seu papel institucional, que é o que têm hoje", afirmou.
Saito, por sua vez, criticou os radicais. "São opiniões de extremistas", afirma, antes de sentenciar. "É algo impossível de acontecer. Só quem poderia tentar fazer isso é o pessoal da ativa. E, como nós não queremos nada nesse sentido, não há a menor chance de essas ideias evoluírem."
Peri também rechaça a pregação golpista. "Nós vivemos há muitos anos em um ambiente de absoluta normalidade."
Na última manifestação, até mesmo alguns de seus "líderes", como o cantor Lobão, desistiram de participar, quando se deram conta de que um dos objetivos era a volta de uma ditadura no País.
Créditos: Portal Brasil 247

População envelhece e não há crescimento demográfico, alerta Ipea

O envelhecimento da população brasileira segue em ritmo acelerado, mas a preocupação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é que esse envelhecimento ocorre conjuntamente com a redução do crescimento populacional. Esse é um dos principais temas abordados no livro lançado hoje (18) pelo Ipea Novo Regime Demográfico: Uma Nova Relação entre População e Desenvolvimento Econômico, que inclui 21 artigos de 25 pesquisadores do órgão, vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
“Por um lado, cresce o segmento idoso, que vai demandar Previdência, outros cuidados, gastos de saúde,  e do outro lado, diminui a população trabalhadora, que é a  que contribui para pagar esses custos. Então, você tem uma balança desequilibrada”, avaliou em entrevista à Agência Brasil,  a técnica de Planejamento e Pesquisa  do Ipea, Ana Amélia Camarano.
A questão está sendo discutida internamente no instituto. Ana Amélia disse que a sociedade vai ter que se ajustar a essa nova realidade, que implica um crescimento econômico superior a  3% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Caso contrário, a consequência será aumento do déficit previdenciário.
“Se a economia não crescer, você não tem como pagar [os gastos com o segmento idoso da população]”. Ana Amélia comentou que, para manter a atual proporção de gastos previdenciários em relação ao PIB, “a economia tem que crescer 3,3% ao ano”, o que vai exigir investimentos e poupança. A pesquisadora observou, porém, que as decisões sobre onde deverão ser feitos os  investimentos serão políticas. “Mas, de qualquer maneira, a economia tem que crescer”, reiterou. Ela explica que o fato da  população não crescer também impacta na economia.
Ana Amélia admitiu que, teoricamente, a solução para esse desequilíbrio na balança demográfica passa pelo incentivo ao nascimento de mais crianças no Brasil. Ela destacou, entretanto, que políticas de natalidade são ineficazes. “A experiência europeia e do Japão vem demonstrando isso”. Ana Amélia diz que o importante é valorizar novamente os filhos e o ato da maternidade, porque, hoje, a  carreira feminina está supervalorizada.
A técnica do Ipea acredita que atualmente essa carreira é incompatível com o aumento da fecundidade. Na análise de Ana Amélia Camarano, é necessário que o governo dê condições para que a mulher possa compatibilizar a carreira e a maternidade.
Créditos: Agencia Brasil

Receita do setor de serviços cresce 6,4% em setembro

A receita nominal do setor de serviços  cresceu 6,4% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2013, divulgou ontem (18) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na Pesquisa Mensal dos Serviços. A alta supera as taxas de julho e de agosto, que foram 4,6% e 4,5%, respectivamente. 

Em 12 meses, o setor de serviços acumula expansão de 7,1% de sua receita nominal, enquanto em 2014, o crescimento é 6,6%. Os serviços prestados às famílias tiveram crescimento de 7,7% da receita. A variação, no entanto, foi menos intensa que a de agosto, quando essa parte dos setor de serviços cresceu 9%. Esses serviços acumulam a maior alta de 2014, 10,1%, e também a maior em 12 meses, 10,2%.

O crescimento mais forte ocorreu em setembro, nos serviços profissionais, administrativos e complementares, com 11,1%. Os serviços de informação e comunicação, por outro lado, tiveram o menor crescimento, 2,7%. Serviços de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio subiram 6,5%, e os outros serviços, 9%.
Créditos: WSCOM

Estudo reduz fumo associando cheiro de cigarro a peixe podre durante o sono

Pesquisa israelense expôs fumantes a associações inconscientes durante o sono e reduziu 'significativamente' o consumo de cigarros.

A associação induzida durante o sono entre o cheiro de cigarro e o de peixes podres pode ajudar a reduzir o fumo, sugere pesquisa realizada por cientistas do departamento de Neurobiologia do Instituto Weizmann, em Israel. A pesquisa, publicada no "Journal of Neuroscience", envolveu o Laboratório do Olfato do instituto, dirigido pelo professor Noam Sobel, e o Laboratório do Sono.
Foram examinadas as reações de 66 voluntários fumantes a uma noite de exposição ao cheiro de cigarros intercalado com odores desagradáveis, de peixes ou ovos podres. Eles diminuíram seu consumo de cigarros em 30%.
De acordo com a diretora da pesquisa, a neurobióloga Anat Arzi, na semana seguinte à experiência os fumantes informaram que o número de cigarros consumidos baixou significativamente. "A pesquisa demonstra que a aprendizagem durante o sono pode influenciar nosso comportamento quando estamos acordados. Utilizamos o fumo porque se trata de um comportamento repetitivo e cotidiano, fácil de medir", disse a pesquisadora à BBC Brasil.
Diferentemente de outros estímulos sensoriais – como luz, som ou toque –, os cheiros, mesmo sendo fortes, não acordam as pessoas, que permanecem em um estado de inconsciência. "O olfato humano pode ser uma via de acesso para a mente adormecida", agregou Arzi.
Inconsciente
No dia seguinte após a experiência, os voluntários não lembravam dos cheiros aos quais foram expostos, por intermédio de uma máscara, durante o sono.
No entanto, a associação inconsciente que se estabeleceu em suas mentes, entre o cigarro e os cheiros desagradáveis, os levou a fumar menos. Para que o condicionamento funcione, as associações devem se estabelecer de forma inconsciente.
Os pesquisadores também expuseram os voluntários à mesma sequência de cheiros enquanto estavam despertos, mas nessas condições não se criou a associação inconsciente e não houve mudanças no comportamento - ou seja, o número consumido de cigarros consumidos não baixou.
De acordo com Arzi, a experiência indica que o condicionamento por intermédio de estímulos de cheiros durante o sono pode se tornar um método eficaz para combater o vício do fumo. No entanto, segundo a cientista, "ainda são necessárias pesquisas mais aprofundadas e específicas, que examinem as reações a longo prazo".
"Do ponto de vista técnico é possivel construir um aparelho móvel que poderia ser utilizado por fumantes em suas casas", acrescentou.
Nesse caso, no futuro os fumantes comprariam um aparelho desse tipo numa farmácia e passariam as noites sendo expostos a cheiros intercalados de cigarros e de ovos ou peixes podres. No dia seguinte fumariam menos. A hipótese é que, dependendo da intensidade e frequência desse tipo de tratamento, poderiam até vir a parar de fumar.
Créditos: WSCOM

Sem-teto e PM entram em confronto durante reintegração de posse

Prédio desocupado na madrugada desta quarta-feira no Centro de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)A reintegração de posse de um edifício no centro da capital paulista gerou confronto entre ocupantes e a Polícia Militar (PM) no início da manhã de hoje (19). O prédio, localizado na Rua Conselheiro Crispiniano, número 317, era ocupado pelo Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS).
Integrantes do movimento reclamam que a chegada da PM foi antecipada. De acordo com Elenice Tatiane Alves, uma das coordenadoras do MSTS, a reintegração ocorreria às 6h, mas os policiais chegaram às 4h. “Tínhamos 150 famílias morando no prédio e não consegui realocar todas elas. Eu estava com mais de 30 famílias sem ter para onde ir. Por isso, tentamos ocupar dois prédios”, disse ela.
A Polícia Militar informou que o grupo tentou ocupar o edifício localizado na mesma rua, Conselheiro Crispiniano, na altura do número 325, mas foi impedido pelos policiais. Segundo a corporação, os integrantes do MSTS atearam fogo ao segundo, terceiro e quarto andares do prédio.
“A polícia jogou bombas de efeito moral, gás lacrimogênio. Eles vieram para cima, empurrando, mandando voltar para o prédio, mesmo tomado de fumaça. Algumas pessoas acabaram se revoltando, quebrando janela, botando fogo”, contou Elenice.
De acordo com a PM, a reintegração de posse ainda está em curso, mas o edifício já foi totalmente esvaziado. A maioria das famílias foi levada para outra ocupação próxima, no Cine Marrocos.Foto: G1
Créditos: Agencia brasil

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Brasil tem 155 mil pessoas em situação de escravidão

Produção ilegal de carvão no Pará, em 2012, com suspeita de trabalho análogo à escravidão (Getty)O Brasil tem 155,3 mil pessoas em situação análoga à escravidão, segundo o relatório Índice de Escravidão Global 2014, da Fundação Walk Free, divulgado ontem (17). Houve significativa queda em relação ao levantamento do ano passado, que apontou  mais de 210 mil pessoas submetidas ao trabalho escravo no país. De acordo com a organização, dos 200.361.925 de brasileiros, 0,078% está nesta condição. 

Pela primeira vez, segundo o levantamento, o número de pessoas resgatadas em situação de trabalho forçado no setor da construção civil (38% dos casos) foi maior que no setor rural do país. De acordo com a Walk Free, o Brasil atraiu bilhões de dólares em investimentos para a execução da Copa do Mundo, o que propiciou o aumento do número de casos em áreas urbanas.


O relatório também destaca que a exploração sexual concentrou um grande número de pessoas em situação de trabalho forçado por causa do grande fluxo de turismo nas cidades-sede do Mundial. A Walk Free ressaltou que Fortaleza concentrou boa parte dos casos de abuso sexual de crianças por turistas. O documento ressalta que ainda há muitas crianças trabalhando como empregadas domésticas. Em 2013, segundo a organização, 258 mil pessoas entre 10 e 17 anos estavam trabalhando como trabalhadoras domésticas no Brasil. Segundo um dos autores do relatório, Kevin Bales, também há preocupação com a participação de crianças no tráfico ilegal de drogas.

De acordo com a Walk Free, outro dado relevante no país é o fato de muitos bolivianos e peruanos serem explorados na indústria têxtil. Mais da metade dos 100 mil imigrantes bolivianos entraram no Brasil de forma irregular e são facilmente manipulados por meio da violência, das ameaças de deportação, e da servidão por dívida, segundo a pesquisa.
A organização ressaltou o progressivo comprometimento do governo e das empresas com a erradicação do trabalho forçado no Brasil. Um das medidas lembradas foi a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, que determina a expropriação de imóveis urbanos e rurais onde seja constatada a exploração de trabalho análogo à escravidão. Outra medida importante é a lista suja do trabalho escravo, elaborada pelo Ministério do Trabalho.

“O Brasil é um dos líderes mundiais no combate à escravidão. A lista suja e os grupos móveis de combate ao trabalho escravo são muito importantes e nenhum outro país tem medidas como essa”, disse Bales. O documento destacou que somente Estados Unidos, Brasil e Austrália estão tomando medidas para eliminar o trabalho escravo na contratação pública e nas cadeias de fornecimento das empresas que atuam em seus países.

O Brasil está em 143º dos 167 países avaliados proporcionalmente em relação à população. A Mauritânia, na Costa Oeste da África, está em 1º lugar no ranking e é apontado como o pior caso. No ano passado, o Brasil estava em 94º entre os 162 países avaliados. Foto: BBC
Créditos: Agencia Brasil