terça-feira, 2 de dezembro de 2014

20% das pessoas com HIV não sabem que têm o vírus

Dados divulgados ontem (1º) pelo Ministério da Saúde mostram que 734 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Do total, 589 mil foram diagnosticadas e 145 mil ainda não sabem que têm o vírus – cerca de 20%. A incidência é maior no público masculino que no feminino, com 26,9 e 14,1 casos em 100 mil habitantes, respectivamente.
Entre os jovens que têm entre 15 e 24 anos a incidência tem aumentado, passando de 9,6 casos por 100 mil habitantes em 2004, para 12,7 casos por 100 mil habitantes em 2013. Ao todo, 4.414 novos casos foram detectados em jovens em 2013, enquanto em 2004 foram 3.453.
Com o intuito de levar mais informações para o público jovem, o Ministério da Saúde lançou uma nova campanha com foco na prevenção, na necessidade de se fazer o teste para diagnóstico e no tratamento da doença. Usando a gíria #partiuteste, a campanha também vai ter material específico para a população jovem de gays e travestis. “Camisinha, teste e tratamento é a estratégia central que estamos trabalhando, e [a campanha] vai trabalhar o tempo inteiro com a prevenção combinada de uso do preservativo, testagem e tratamento”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Ao todo, 0,4% da população brasileira tem HIV/Aids. Entre gays e homens que fazem sexo com homens maiores de 18 anos, esse índice sobe para 10,5%. Na população que usa crack, 5% têm o vírus.
Em entrevista à Agência Brasil, a diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, disse que, para combater de forma eficiente a aids no Brasil e no mundo, é preciso ter estratégias que tenham os jovens como público-alvo.
Créditos: Agencia Brasil

OMS corrige balanço de mortos pelo ebola para 6 mil pessoas

OMS corrige balanço de mortos pelo ebola para 6 mil pessoasA Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira (1º) que o último balanço de mortes provocadas pelo ebola é de cerca de 6 mil e não de 7 mil como foi divulgado no sábado (29). "Houve um erro quanto ao número de mortos na Libéria que é de 3.145" e não 4.181 mortos, como foi indicado no sábado por erro, explicou a OMS.

No dia 28 de novembro, havia 2.155 casos de ebola na Guiné-Conacri, com 1.312 mortos; 7.635 casos na Libéria, com 3.145 mortos; e 7.109 em Serra Leoa, com 1.530 vítimas mortais. Em coletiva de imprensa ontem em Genebra, a OMS afirmou que conseguiu alcançar um primeiro na Libéria e na Guiné-Conacri, com 70% dos casos de infectados a serem isolados e tratados e 70% dos mortos da doença enterrados de forma segura. 
Em Serra Leoa, isso está sendo alcançado em várias regiões, mas há ainda dificuldades na Região Oeste do país, onde a epidemia continua propagando-se, disse a organização, que espera que o objetivo seja alcançado "dentro de semanas" no país.
Créditos: EBC

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 74,9 anos

A expectativa de vida do brasileiro 
subiu para 74,9 anos, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2013, a expectativa era 74,6 anos. A Tábua Completa da Mortalidade do IBGE foi publicada na edição de hoje (1º) do Diário Oficial da União.

A tabela mostra a expectativa de vida para todas as idades até os 80 anos. Uma criança de dez anos de idade, por exemplo, tem a expectativa de viver até os 76,3 anos. Um jovem de 18 anos deve viver, em média, até os 76,6 anos.
Uma pessoa de 40 anos tem a expectativa de vida de 78,5 anos. Aqueles que têm 80 anos ou mais têm expectativa média de viver mais 9,2 anos. 
Créditos: Agencia Brasil

Como e porque a esquerda tomou a América Latina


 Neste domingo, mais uma vez, algo que já se tornou comum, na América Latina, há mais de uma década. Uma eleição presidencial vencida por um político de esquerda. O palco, o pequeno Uruguai. O personagem, o médico Tabaré Vázquez. 
Com sua vitória de Tabaré Vázquez, a política uruguaia completará quinze anos de transformações sociais, iniciadas pelo próprio Tabaré, quando assumiu o poder pela primeira vez, em 2005. Cinco anos depois, passou a faixa presidencial ao ex-guerrilheiro José Pepe Mujica, que conseguiu atrair holofotes do mundo inteiro para o Uruguai com seu estilo franciscano – ele vive na zona rural, usa um Fusca antigo e doa para a caridade 90% de seu salário – e com a implantação de reformas nos costumes, como a legalização da maconha e do aborto.
Agindo de maneira totalmente fora das padrões, Mujica se tornou o político mais admirado do mundo pela sisuda publicação britânica The Economist, a bíblia dos neoliberais. E agora ele, um ex-guerrilheiro tupamaro que passou 14 anos de sua vida preso numa solitária, devolverá a faixa a Tabaré Vázquez.
Ruína neoliberal
A ascensão de governos de esquerda na América Latina é consequência direta do colapso das economias do continente após as políticas neoliberais implantadas na década de 90. O Brasil, como se sabe, recorreu três vezes ao Fundo Monetário Internacional. A Argentina, que havia implantado à força a política que igualava o peso ao dólar, viveu agudas crises políticas e econômicas – na mais grave, o ex-presidente Fernando de la Rúa se viu forçado a fugir da Casa Rosada de helicóptero.
Nos anos 90, vendas de ativos de públicos, na era das privatizações, não foram suficientes para estancar o endividamento interno e externo dos países latino-americanos, nem para gerar bem-estar social.
Com o desemprego nas alturas, as transformações começaram pela Venezuela, onde um militar, Hugo Chávez, liderou uma bem-sucedida revolução. Depois, favorecido pela alta dos preços internacionais do petróleo, conseguiu implantar políticas sociais que garantiram à Venezuela o mais longo ciclo da esquerda no continente – iniciada com Chávez, em 1999, a chamada Revolução Bolivariana perdura até hoje com Nicolás Maduro, ainda que enfrente dificuldades crescentes.
O modelo lulista
No entanto, o fenômeno que permitiu a expansão da esquerda na América Latina foi a vitória emblemática de Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil, em 2002. Primeiro trabalhador a presidir a maior democracia do continente, Lula soube encontrar um modelo de distribuição de renda em que todos ganharam. 
Surfando no ciclo de alta das commodities, implantou políticas macroeconômicas sensatas, expandiu o mercado de capitais, o que permitiu que o Brasil gerasse uma nova safra de bilionários, e ainda assim liderou um dos maiores processos de distribuição de renda na história. Nada menos que 40 milhões de pessoas deixaram a miséria e se incorporaram à classe média.
Não por acaso, Lula terminou seu segundo mandato com 70% de aprovação popular e passou a faixa presidencial à ex-guerrilheira Dilma Rousseff, reeleita para mais quatro anos em outubro deste ano. Com Lula e Dilma, o Brasil se prepara para um ciclo de 16 anos de um governo popular, que poderão ser 20 caso Lula decida ser candidato em 2018.
Chavismo ou lulismo
O sucesso da esquerda na América Latina com dois grandes faróis, Chávez e Lula, abriu duas vertentes, logo classificadas por historiadores como "carnívora" ou "herbívora". No primeiro time, jogariam lideranças políticas mais alinhadas com o chavismo, e menos apegadas a contratos e aos ritos democráticos. O exemplo mais clássico, o de Evo Morales, o primeiro líder indígena a governar a Bolívia.
Entre os "herbívoros", destacam-se os políticos que seguem a cartilha lulista, como Ollanta Humala, no Peru, e mesmo Michelle Bachelet, no Chile. São governos pró-mercado, mas com intensos canais de diálogo com a sociedade e políticas de inclusão social.
No meio do caminho, nem tão carnívoro e nem tão herbívoro, o melhor exemplo é o do equatoriano Rafael Correa, um economista com formação nos Estados Unidos, mas que se comporta como o "enfant terrible" do continente. Foi ele, por exemplo, quem concedeu a asilo diplomático a Julian Assange, fundador do Wikileaks, e um dos maiores inimigos dos Estados Unidos.
Assim como ele, o também ex-guerrilheiro Daniel Ortega, da Nicarágua, implanta políticas sociais, sem romper com o mercado. Seu modelo é Lula.
Os limites da esquerda
Independente das vertentes e das políticas abraçadas pela esquerda latino-americana, muitos já se questionam sobre a longevidade dos governos populares.
No Brasil, Dilma foi reeleita, mas enfrentou uma eleição dificílima. Em outros países, crises econômicas e políticas fustigam governos de esquerda.
Os dois países que representam, hoje, os maiores riscos são justamente a Venezuela e Argentina. O primeiro, atingido diretamente pela queda nos preços do petróleo, já enfrenta crises de abastecimento e terá dificuldades para manter uma política de distribuição de renda. Na Argentina, a alta inflação, que se soma à baixa credibilidade internacional do País, dificulta a atração de investimentos.
Crises localizadas, no entanto, não representam o desejo de uma restauração neoliberal. Na Venezuela, o político Henrique Capriles, principal opositor de Maduro, tem dito que seu modelo, num eventual governo, será o de Lula – assim como também prometem os principais opositores argentinos.
Neste ambiente de profundas transformações, em que, segundo a Comissão Econômica para a América Latina, milhões de pessoas deixaram a pobreza e a média de crescimento foi próxima a 2014, o ano decisivo será o de 2018, quando Lula, principal liderança da região, poderá tentar voltar ao poder, abrindo as portas para um ciclo de 20 anos no Brasil.
Créditos: Brasil 247

Brasil recebe prêmio por combater a fome

O Brasil e mais 12 países foram premiados ontem pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pelo progressos obtidos na luta contra a fome, incluindo a redução da proporção de subnutridos e do número absoluto de pessoas com inanição. A premiação foi entregue na sede da entidade, em Roma. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, recebeu a premiação em nome do Brasil.
Também tiveram reconhecimento pela FAO nos esforços no combate à fome, Camarões, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Irã, Kiribati, Malásia, Mauritânia, Ilhas Maurício, México, Filipinas e Uruguai.
O diretor-geral da organização, o brasileiro José Graziano, elogiou as iniciativas que levaram as 13 nações aos progressos no combate à inanição. Mas lembrou que ainda há muito a fazer para erradicar o problema: “Vocês confirmaram que acabar com a fome e a desnutrição no nosso tempo é um desafio, mas também mostraram que é viável”, acrescentou. Segundo Graziano, apesar dos avanços, 805 milhões de pessoas no mundo ainda sofrem de desnutrição crônica.
Créditos: O Povo

Jovens com HIV relatam avanços na qualidade de vida e destacam prevenção

aidsAo 24 anos, Patrícia Vieira* já superou mais obstáculos do que muitas pessoas com o dobro de sua idade. Diagnosticada como soropositiva aos 2 anos, perdeu a mãe e o pai para a aids ainda pequena. Aos 8 anos, chegou a tomar 24 comprimidos antirretrovirais por dia na tentativa de conter a doença. Hoje, a recepcionista coleciona vitórias: “Consegui terminar o ensino médio, me casei, tive uma filha que, assim como meu marido, não é soropositiva e estou me formando em administração este ano”.
Patrícia nunca soube ao certo como o HIV chegou até sua família. O pai descobriu ser soropositivo em 1992 e morreu 30 dias após o diagnóstico. A mãe foi diagnosticada logo em seguida e morreu quatro anos depois. Criada pelos avós paternos, ela lembra que o retrato de quem vive com HIV hoje é bem diferente do de antigamente. Nos anos 90, a avó precisava manipular os comprimidos para que virassem xarope, mas o procedimento era caro.
“À medida que o tratamento antirretroviral foi melhorando, foi ficando mais fácil. Naquela época, minha avó esperava que nós duas, eu e minha irmã, fôssemos as próximas a morrer. Passamos a viver um ano de cada vez e chegamos até aqui”, contou.

Apesar de ter uma vida normal, Patrícia não pode abrir mão dos remédios. Para outros jovens, ela recomenda que busquem informação de qualidade e procurem se prevenir por meio do uso da camisinha. Ela também alerta para a importância do teste rápido para detecção do HIV, uma vez que a doença não escolhe suas vítimas.
Eduardo Santos*, 24 anos, não acreditava que pudesse estar entre os novos casos de infecção por HIV no país. Em 2012, entretanto, recebeu o diagnóstico. “A gente sempre pensa que pode confiar no parceiro, que nunca vai pegar. Fiz o exame por acaso, porque tinha passado muito mal e o médico me pediu que fizesse. Não suspeitava de jeito nenhum. A primeira sensação que tive foi de medo. Achei que ia morrer”, lembra.
O jovem garante que fazia check-ups todos os anos e que praticava sexo seguro. “Mas, quando você está namorando, a camisinha vai começando a ficar de lado. Na década de 80, existia aquele medo da morte pela aids. As pessoas se preocupavam mais. Hoje em dia, não. As pessoas estão mais descuidadas. Agora sei que não dá pra abrir mão da camisinha.”
Dois anos após o diagnóstico, Eduardo ainda não voltou a namorar. A família do rapaz também não sabe que ele é soropositivo. “Querendo ou não, você conta pra um que conta pra outro e todos acabam sabendo. É uma questão delicada. E eu, por ser homossexual, acham que foi promiscuidade, que transo com todo mundo. E eu só transei com uma pessoa que tinha o vírus”.
Apesar da pouca idade, o estudante Bruno Rodrigues*, 20 anos, também tem muita história pra contar. Diagnosticado como soropositivo aos 5 anos, perdeu o contato com o pai pouco depois que a mãe descobriu ter sido infectada por ele. “Não tem como falar sobre isso para uma criança. Até os 12 anos, eu só sabia que a aids matava”, lembra. “Aos 16 anos, tive uma namorada e terminei o relacionamento por causa do HIV. Não contei a ela. Afinal, ela não ia querer namorar uma pessoa assim”.
Outro baque foi o alistamento para o Exército, barrado em razão do diagnóstico de soropositivo. “Um sargento me chamou e me disse que não podia. Fiquei chateado porque era um dos meus sonhos. Chorei muito. Tinha só 18 anos”. Com a ajuda de um psicólogo, as ideias foram clareando. Hoje, Bruno namora, sai com os amigos e vai se formar em farmácia no ano que vem.
“A impressão que tenho é que a maioria dos jovens não tem boca, não vai atrás dos seus direitos”, disse. “Outro problema é que, como a doença perdeu um pouco o foco, ocorreu um relaxamento. E não é só entre jovens que não têm HIV. Entre os que têm também. Conheço muita gente que diz que fez sexo sem camisinha e não contou pra pessoa. Não podemos baixar a guarda”, completou.

A orientação de Bruno é que os jovens com diagnóstico recente procurem organizações não governamentais em seus estados e municípios, como a Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV no Brasil. “Sei que o HIV fecha muitas portas, mas as portas que se fecham é a gente mesmo que acaba trancando e dá pra abrir de novo”, concluiu.
A diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, reforçou a importância da prevenção à aids entre os jovens por meio de campanhas que aprofundem o tema e que trabalhem a discriminação. “As pessoas estão cada vez menos confortáveis em conversar sobre a sua sexualidade e isso pode gerar grande consequências”.*Os nomes dos personagens são fictícios.
Créditos: Agencia Brasil

Sistema Cantareira continua em queda e registra 8,7%

Sistema CantareiraA capacidade dos reservatórios do Sistema Cantareira segue em queda e chegou a 8,7%, segundo medição divulgada hoje (1º) pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. A queda do nível do Cantareira ocorre mesmo com as chuvas que atingiram a região das cabeceiras do manancial. No mês passado, a pluviometria acumulada foi 135 milímetros, volume um pouco menor que a média histórica para o mês, de 161,2 milímetros. A média de chuvas esperada para dezembro chega a 220,9 milímetros.

Os outros mananciais que abastecem São Paulo também não elevaram a capacidade. O Alto Tietê, por exemplo, passou de 5,7% para 5,6% de ontem para hoje. Nesse manancial, choveu abaixo do esperado durante o mês passado. A pluviometria acumulada foi 108,02 milímetros, enquanto a média para novembro é 117,1 milímetros. A chuva esperada para dezembro é 192,8 milímetros. 
O Sistema Guarapiranga foi outro a apresentar queda, reduzindo de 33,7% ontem para 33,4% hoje. No acumulado de mês, choveu 109,3 milímetros, volume inferior à média histórica de 124 milímetros. A precipitação esperada para dezembro é 175,2 milímetros.

Já o Sistema Alto Cotia manteve-se em 29,9% entre ontem e hoje. A média histórica de chuvas para novembro é 127,2 milímetros. As chuvas que atingiram a região, por sua vez, foram 106,2 milímetros. Para dezembro, o volume esperado é 172,2 milímetros.
Créditos: Agencia Brasil