terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Mais de 90% concluem ensino médio sem aprendizado adequado

 No Brasil, mais de 90% dos estudantes terminaram o ensino médio em 2013 sem o aprendizado adequado em matemática, segundo o movimento Todos pela Educação. Tomando por base avaliações do Ministério da Educação, o movimento concluiu que apenas 9,3% desses estudantes aprenderam o conteúdo considerado adequado para o período. O índice é menor que o anterior, registrado em 2011, quando 10,3% aprenderam o considerado adequado pelo movimento.

Além de matemática, o aprendizado em português também apresentou queda, na avaliação feita no terceiro ano do ensino médio, de 2011 para 2013. O percentual de alunos com apredizado adequado passou de 29,2% para 27,2%. "É o terceiro ano consecutivo em que cai o aprendizado em matemática e agora caiu também em português. É um grito de socorro. O ensino médio está piorando no Brasil", avalia a diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
O Brasil não tem, oficialmente, metas claras do que deve ser aprendido em cada nível de ensino. O movimento Todos pela Educação estabelece metas para que em 2022, ano do bicentenário da independência do país, seja garantido a todas as crianças e jovens o direito à educação de qualidade. O movimento estabelece também metas intermediárias de aprendizado.

Priscila ressalta que o aprendizado considerado adequado não corresponde a um nível avançado de domínio da disciplina, mas apenas do básico. "Em matemática, são 90% não aprendendo esse básico. Pode parecer exagero, mas de certa forma não é. Estamos negando um futuro digno para eles, que não conseguem ter acesso ao básico da matemática, não conseguem avaliar um contrato de aluguel ou projetar o que pagam de juros em uma prestação. É o básico para viver a vida".
Os dados mostram que no ensino fundamental o quinto ano foi a única etapa que apresentou melhora. Passou de 40% de alunos com aprendizado adequado em português, em 2011, para 45,1% na última avaliação, e de 36,3% em matemática, para 39,5%. No nono ano, o percentual de alunos com aprendizado adequado em 2013 foi 28,7% em português, acima do verificado em 2011 (27%). Em matemática, o indicador apresentou queda, de 16,9% para 16,4%.
Pelos critérios do movimento, nacionalmente o país não cumpriu nenhuma das metas intermediárias, nem mesmo no quinto ano.  No nono ano e no ensino médio, o Brasil não cumpriu nenhuma das metas nem mesmo em nível estadual.
Os números são baseados no resultado da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação Básica (Saeb), aplicados em 2013. Na opinião de Priscilla, os dados mostram que nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, o modelo de ensino adotado pelo país mostra resultados e merece mais investimento, mesmo que a meta não tenha sido cumprida. Isso não ocorre com os modelos adotados nos anos finais, do sexto ao nono ano, e no ensino médio. "É como nadar e morrer na praia. De que adianta melhorar o fundamental 1 e chegar ao fundamental 2 e médio e o aluno não aprender?", pergunta. 
Uma das diferenças, segundo ela, é que até o quinto ano, o ensino é mais focado e não há tantas disciplinas quanto até o nono ano e o ensino médio. Ela defende uma reforma de métodos de ensino, que inclua as novas tecnologias, a internet, e também uma revisão do currículo, do que é ensinado em sala de aula. "O currículo é inchado, disperso, tem a ganância de fazer com que o aluno aprenda tudo, enquanto, na verdade, ele não aprende nada".
A Prova Brasil é um dos componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerado um importante indicador de qualidade do ensino. O índice vai até dez e é calculado de dois em dois anos. O Ideb de 2013 foi divulgado pelo governo no início do mês. A meta estimada de 4,9 para anos iniciais foi a única cumprida pelo país, que obteve índice de 5,2. O Saeb é feito por amostragem nas redes de ensino e tem foco na gestão dos sistemas.
Créditos: Agencia Brasil

'Quero que os culpados sejam punidos', afirma Dilma sobre corrupção na Petrobras

dilma.jpg Em entrevista coletiva a vários jornais da América Latina, no domingo (21), a presidenta Dilma Rousseff deu indicações de como pretender manter e ampliar as relações do Brasil com os demais países do continente, além de responder a perguntas sobre as denúncias de corrupção entre empresas e funcionários da Petrobras, alvos de investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "O país não vive crise de corrupção. A corrupção sempre existiu no Brasil e agora passamos por um momento inédito de combate à impunidade", afirmou. Na entrevista ela voltou a frisar a necessidade de uma reforma política que proíba a doação de empresas a campanhas eleitorais, como forma de coibir a ação dos agentes corruptores.
Dilma falou aos jornalistas durante passagem pelo Chile, onde recebeu o prêmio de personalidade latino-americana de 2014, pelo chamado Grupo de Diários América. Além de combate à corrupção, a presidenta falou também sobre democracia, Mercosul, integração regional entre blocos e aproximação com o México.
Participaram da entrevista os jornais El Tiempo (Colômbia), El Comercio (Equador), El Universal (México), El Comercio (Peru), El País (Uruguai), El Nacional (Venezuela) e O Globo (Brasil).
O grupo de editores elegeu em segundo lugar como a personagem da América Latina em 2014 o presidente uruguaio José Mujica, além de Evo Morales, presidente da Bolívia, e o grupo de estudantes mexicanos desaparecidos após uma manifestação, Os 43 de Iguala, .
Créditos: Rede Brasil Atual

Alstom terá de pagar multa de US$ 772 milhões

A multinacional francesa Alstom foi condenada nos Estados Unidos a pagar uma multa de US$ 772 milhões em um caso em que foi acusada de pagar suborno a funcionários de governos para ganhar negócios em diversos países. O valor se refere à maior multa já aplicada pelo país a uma empresa por violação de leis estrangeiras contra suborno.
A punição encerra acusações relacionadas a um "esquema amplo envolvendo dezenas de milhões de dólares em subornos ao redor do mundo, informou a agência Reuters.
No Brasil, a empresa foi investigada pela Polícia Federal e acusada pelo Ministério Público de participar de esquema de cartel e pagamento de propina para ser beneficiada em contratos com estatais de trens e metrô em São Paulo.

Coreia do Norte reage a acusações de ciberterrorismo e faz ameaças aos EUA

AFP

A Coreia do Norte ameaçou ataques contra os Estados Unidos, no que pode ser interpretado como uma escalada na guerra de palavras iniciada após um ataque cibernético à Sony Pictures.
Em comunicado duro, a Coreia do Norte ameaçou ataques contra Casa Branca, o Pentágono e "todo o território dos Estados Unidos", mas sem especificar qual seria a natureza de tais ataques. O regime de Pyongyang nega a acusação formal dos Estados Unidos de que seja responsável por um grande ataque virtual à Sony em retaliação ao lançamento do filme A Entrevista, sobre um assassinato fictício de seu líder, Kim Jong-un.

"O Exército e o povo da Coreia do Norte estão totalmente prontos para entrar em confronto com os Estados Unidos em todos os espaços de guerra, incluindo guerra cibernética", disse um longo comunicado divulgado pela agência de notícias oficial coreana, que chamou o país americano de "fossa do terrorismo". O documento acusou o presidente americano, Barack Obama, de "criar de maneira imprudente o boato" de que a Coreia do Norte estava por trás do ataque à Sony.
O comunicado também disse que a Coreia "estima a ação justa" tomada pelos hackers da Sony, embora "não tenha conhecimento de onde eles são".

O ataque à Sony resultou no vazamento de filmes inéditos e o roteiro do próximo filme de James Bond. E-mails privados entre produtores e personalidades de Hollywood também foram divulgados. Após o ataque, a Sony cancelou o lançamento do filme A Entrevista, previsto para o Natal. A decisão foi tomada após ameaças feitas pelos hackers aos cinemas que colocariam a comédia em cartaz.
A Coreia do Norte negou estar por trás dos ataques e se ofereceu para realizar uma investigação conjunta com os Estados Unidos. Mas os americanos recusaram a oferta, e Obama disse considerar colocar a Coreia do Norte de volta em sua lista de patrocinadores do terrorismo, o que enfureceu ainda mais Pyongyang.

A Coreia do Norte integrou a lista americana por duas décadas até que a Casa Branca retirou o país, em 2008, como parte das negociações - agora paradas - sobre o programa nuclear de Pyongyang. Em entrevista à CNN, no domingo, Obama prometeu responder "proporcionalmente" ao ataque virtual.
Créditos: BBC Brasil

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Dilma banca Graça e o pré-sal e ações da Petrobras disparam

O mercado financeiro reagiu com otimismo à entrevista da presidente Dilma Rousseff a jornalistas, na manhã desta segunda-feira 22, em café da manhã, em Brasília. Ao afirmar que não vê motivos concretos para demitir a presidente da Petrobras, Graça Foster, e reafirmar que acha correta a estratégia da estatal para a exploração do pré-sal no atual modelo de partilha, Dilma disse exatamente o que pensa – e o mercado gostou. Com alta de 4,98%, a ação PN da Petrobras foi a quinta mais valorizada do pregão, voltando a ser cotada acima dos R$ 10, a R$ 10,32.
Outro fator que colaborou para a recuperação das ações foi um movimento de compra detectado como sendo de George Soros, o investidor que é considerado o mais especialista em mercados emergentes do planeta. Quando outros investidores perceberam que Soros passou a compador, muitos entenderam que o piso acabara de ser encontrado e que, portanto, a tendência seria a de subida da Petrobras.
A insistência da Rede Globo em replicar, em todos os seus telejornais, a entrevista com a ex-gerente Venina Veloso não fez o efeito pretendido. Ao contrário do empenho da oposição, o mercado entendeu hoje que a Petrobras tem condições de superar o escândalo de corrupção e encontrar dias melhores.
Créditos: Brasil 247

Papa diz que Cúria sofre de 'Alzheimer espiritual'

Papa critica 'patologia do poder' e ‘Alzheimer espiritual’ no  VaticanoNesta segunda-feira (22), o papa Francisco criticou a Cúria, dizendo que algumas pessoas têm vidas duplas hipócritas, desejam o poder a qualquer custo e sofrem de "Alzheimer espiritual", ou seja, esquecem que deveriam ser homens de Deus. O papa aproveitou o tradicional encontro para lembrar o Natal com os membros da Cúria romana, que administram o governo da Igreja, para advertir sobre os males que devem evitar.
Em seu discurso anual aos cardeais e bispos, o papa afirmou que, "como qualquer corpo humano", a Cúria sofre de "infidelidades ao Evangelho" e de "doenças que precisa aprender a curar".
O papa listou 15 doenças, usando expressões fortes como, além de "alzheimer espiritual", "terrorismo de fofocas", "esquizofrenia existencial", "exibicionismo mundano", "narcisismo falso" e "rivalidades e vanglória". "A cura é o fruto da tomada de consciência da doença", concluiu o papa, pedindo que os bispos e cardeais se permitam que o Espírito Santo inspire suas ações, invés de confiar apenas em suas capacidades intelectuais. "A Cúria deve sempre melhorar e crescer na comunhão, santidade e conhecimento para cumprir a sua missão", disse.
"A doença da esquizofrenia existencial", está presente nos que vivem "uma vida dupla fruto da hipocrisia típica do medíocre" e afeta aqueles que "abandonaram o serviço pastoral só para fazer os assuntos burocráticos", explicou. Francisco disse que a "fofoca pode acabar com a reputação de colegas a sangue frio". Além disso, citou "a doença da indiferença com os demais", pois o religioso "deve ser uma pessoa amável, serena, entusiasta e alegre".
Outro dos males é o da "rivalidade e a vanglória", que surge "quando a aparência e a cor dos vestidos e as insígnias de honra se transformam no objetivo primário da vida".
A doença de "acumular bens materiais" e a de pertencer "a círculos fechados" também foram citadas.Foto: Ricardo Antimiani/EPA.
Créditos: Correio do Estado

Brasil tem maior sistema público de transplantes do mundo

Entre 2001 e 2013, a quantidade de transplantes mais que dobrou na rede públicaPaís se tornou detentor do maior sistema público de transplantes de órgãos do planeta. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2001 e 2013, a quantidade deste tipo de procedimento mais que dobrou na rede pública, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo dados da pasta, foram realizados 10,9 mil transplantes no Brasil, em 2001. Em 2013, foram 23,4 mil cirurgias. Os transplantes mais realizados no País são os de rim, córnea, medula óssea e fígado.
Somente em 2013, foram 5,2 mil transplantes de rim, 13,7 mil de córnea, 2,1 mil de medula óssea e 1,7 mil de fígado.
O aumento dos transplantes é reflexo, também, do crescimento de doadores efetivos no Brasil. O total de doadores de órgãos passou de 1,8 mil, em 2010, para 2,5 mil, em 2013.
Além disso, a lista de espera para o transplante de córnea foi zerada em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. No Distrito Federal e no Mato Grosso, a lista de espera está com poucos nomes e, em breve, deverá ser zerada.
Para o transplantado José Amora da Silva, de 68 anos, ainda é preciso conscientizar a população brasileira sobre a importância da doação de órgãos. Ele fez o transplante de rim, em novembro de 2011, após seis meses de espera.
Apesar de estar feliz por ter recebido um novo órgão rapidamente, José diz ter uma queixa após o transplante. “Eu queria muito agradecer à família do meu doador, mas eu não sei quem é”, lamenta Silva.
Com o intuito de realizar a conscientização dos brasileiros, o Ministério da Saúde tem feito campanhas constantes sobre a importância de avisar a família sobre o desejo de ser doador.
Para ser doador, não é necessário deixar nada por escrito, apenas alertar a família. Para reforçar a campanha, o Ministério da Saúde lançou, em setembro, um aplicativo no Facebook, onde é possível ao cidadão se declarar doador.
Com as declarações na rede social, o Sistema Nacional de Transplantes criará um banco informal de doadores. Em 2012, o Facebook apoiou a campanha do Ministério da Saúde e, com isso, mais de 530 mil pessoas se declararam doadoras de órgãos.
Créditos: Agencia PT