sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

"Brasil é o principal alvo dos EUA", diz jornalista americano

Glenn Greenwald guardian brasil espionagem

Jornalista do The Guardian que obteve documentos de Edward Snowden promete revelar novas denúncias e assegura que o Brasil é o "grande alvo" dos EUA; entenda
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que revelou os documentos secretos obtidos por Edward Snowden, disse que o Brasil é o maior alvo das tentativas de espionagem dos Estados Unidos. “Não tenho dúvida de que o Brasil é o grande alvo dos Estados Unidos”, disse o jornalista, que promete trazer novas denúncias. “Vou publicar todos os documentos até o último documento que deva ser publicado. Estou trabalhando todo dia.”
Greenwald revelou esta semana, em reportagem em conjunto com o programa “Fantástico”, da TV Globo, que o governo americano espionou inclusive os e-mails da presidente Dilma Rousseff e de seus assessores próximos. 
Snowden era técnico da NSA, a agência de segurança americana, e revelou ao jornal britânico “The Guardian”, onde Greenwald é colunista, o escândalo de espionagem norte-americano.
O governo brasileiro já cobrou uma resposta formal e por escrito à Casa Branca. Em nota, o Departamento de Estado americano disse na terça-feira (3) que “responderá pelos canais diplomáticos” aos questionamentos do Brasil. O departamento não comenta publicamente as denúncias, mas afirma que os EUA “sempre deixaram claro que reúnem inteligência estrangeira”. Para o jornalista, o Brasil tem de dar uma resposta “enérgica” e “menos vaga” aos EUA.
Segundo Greenwald, o que motiva os EUA a espionar até mesmo aliados é o desejo por poder. “Todos os governos, na história, que quiseram controlar o mundo, controlar a população, usam a espionagem para fazer isso. Quando você sabe muito sobre o que outros líderes estão pensando, planejando, comunicando, você pode controlá-los muito mais porque você sempre sabe o que eles estão fazendo. O motivo é o poder. Sempre que os Estados Unidos estão fazendo espionagem, o poder deles aumenta muito. Além disso, o sistema brasileiro de telecomunicação, como é um alvo grande, um alvo forte, eles podem coletar dados de comunicações de muitos outros países. Por exemplo, se tem alguém na China que está mandando e-mails para alguém na Rússia, muitas vezes pode atravessar o sistema do Brasil. Na internet funciona assim. Então, para saber tudo o que eles querem fazer, coletam tudo o que for possível. Mas com certeza é para obter vantagens industriais e também por questões de segurança nacional.”
“Não tenho dúvida de que o Brasil é o grande alvo dos Estados Unidos. Talvez tenham outros líderes que eles estão fazendo isso, mas é raro fazer isso com aliados, países amigos, como Brasil e México. Eles têm muito interesse no Brasil por várias razões. Acho que tem outros países, mas o Brasil é um dos principais”, completou.(UOL)

Renan decide instalar CPI do SwissLeaks

 O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificou como ‘relevante’ o caso de evasões do HSBC e prometeu instalar a CPI do SwissLeaks no Senado:
“A partir da leitura, haverá um prazo até a meia-noite para inclusão ou retirada de assinaturas. Se o número necessário permanecer, a CPI será instalada. É um assunto relevante”, disse Renan ao blog de Fernando Rodrigues.
O pedido para abertura da Comissão foi protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) nesta quarta-feira, na Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado. O requerimento contava com 33 assinaturas de senadores, número superior ao mínimo de 27 necessárias.
O banco teria ajudado clientes a esconder bilhões de dólares em ativos. Há mais de 8 mil contas de brasileiros, com movimentações entre 2006 e 2007, equivalentes a R$ 20 bilhões.
“Esse escândalo é de dimensão mundial. De acordo com o [jornal britânico] Financial Times, trata-se do maior caso de evasão fiscal do mundo. É necessário que o Parlamento brasileiro também se manifeste e instaure um procedimento de investigação”, disse Randolfe, justificando a necessidade de uma CPI sobre o caso.
Créditos: Brasil 247

Funcionário da revista 'Veja' invade condomínio onde mora irmão de Lula

A assessoria do Instituto Lula informou no final da tarde desta quinta-feira (26) que a família de Frei Chico, irmão do ex-presidente Lula, registrou um boletim de ocorrência ontem contra o jornalista Ulisses Campbell, da revista Veja Brasília. O jornalista, segundo informa a nota, teria usado nomes falsos e a assediado a família.
O jornalista já teve uma nota de sua autoria desmentida, no último dia 19. A nota descrevia uma ambiente de ostentação em uma festa infantil de um suposto sobrinho do ex-presidente, num buffet de Brasília.
Confira nota divulgada pelo instituto.
Família de Frei Chico registra boletim de ocorrência contra repórter da VejaNo último dia 19 de fevereiro, foi desmentida pelo Instituto Lula nota da coluna do jornalista Ulisses Campbell, da revista Veja Brasília, que mentia sobre uma festa infantil, em Brasília, de um suposto sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desmentido afirma que "Lula não tem nenhum sobrinho com este nome residindo em Brasília" e que a suposta festa nada tinha a ver com ele.

Revelada a inverdade, o jornalista veio do Distrito Federal para o estado de São Paulo, e passou a usar nomes falsos e assediar a família de Frei Chico, irmão do ex-presidente, que reside no estado e não tem relação alguma com a festa em Brasília. A família registrou boletim de ocorrência nesta quarta-feira (25), que relata:

“... no dia 23/02/2015 Ulisses ligou para o pai do declarante, que é irmão do ex-presidente Lula, passando-se por Pedro, da USP, e buscando informações sobre a família e nomes de sobrinhos e netos do ex-presidente Lula e do pai do declarante. Afirma que após algum tempo inquirindo o pai do declarante o interlocutor finalmente se identificou como Ulisses e disse estar em busca de informações sobre a festa de aniversário, sendo informado da inexistência de tal festa.”

E segue:

“Declara que no dia 24/02/2015 a esposa do declarante recebeu uma ligação (...) de um homem que disse chamar-se Pedro, de Brasília, representando o Buffet Aeropark, questionando sobre o endereço onde deveria fazer a entrega dos presentes.”

Destaque-se aqui que a informação foi confrontada junto ao buffet que negou ter um funcionário com o mesmo nome. Na realidade, Ulisses ligou do próprio celular, fingindo ser um funcionário do buffet. Mais adiante, questionado pelo filho de Frei Chico, o colunista teria dito:

“...que necessitava de informações, e se o declarante não as fornecesse ele poderia publicar o que quisesse, tendo Ulisses, inclusive enviado pelo celular, para o declarante, uma fotografia da esposa do declarante em companhia de seu filho, a qual usaria em publicação futura na revista Veja.”

O último ato desesperado e ilegal se deu na última quarta-feira (25).

“... por volta das 10:00, a babá dos filhos do declarante ligou para a esposa do declarante, dizendo que um homem teria entrado no condomínio, se passando por entregador de livros (...), quando a babá percebeu que o referido indivíduo não entregou livro algum e começou a perguntar sobre os horários de chegada dos moradores, após ter anotado nome, RG e CPF dela, a mesma teria trancado a porta e pedido ajuda para a equipe de segurança do condomínio.”

Cabe ressaltar que o repórter fugiu das dependências do condomínio, sendo localizado posteriormente pela Polícia Militar e identificado como Ulisses Campbell, jornalista da Veja.
Créditos: 

CPI da Petrobras elege deputados do PMDB e do PT para presidente e relator

A reunião de instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a prática de atos ilícitos na Petrobras confirmou os nomes dos deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ) na presidência e relatoria do colegiado.
Motta foi eleito com o voto de 22 dos 27 integrantes da comissão. Ele concorreu com o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que apresentou candidatura avulsa e recebeu quatro votos. Um voto foi em branco. No início da reunião,  Valente também apresentou uma questão de ordem questionando a indicação de parlamentares que receberam doações para a campanha de empresas investigadas na Operação Lava Jato integrar a comissão. O partido pediu a saída desses parlamentares da comissão, ao questionar a isenção de quem recebeu os recursos para apurar irregularidades envolvendo a estatal.
A CPI terá prazo de 120 dias para concluir os trabalhos, que podem ser estendidos por mais 60 dias, por decisão do plenário. A finalidade do colegiado é investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito da Petrobras, relacionados a superfaturamento e à gestão temerária na construção de refinarias no Brasil, entre outras denúncias envolvendo a estatal. A comissão foi proposta principalmente por deputados de partidos de oposição para continuar as investigações sobre as denúncias de corrupção na empresa de 2005 a 2015.
Após depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos presos pela Operação Lava Jato, segundo o qual o esquema de corrupção e pagamento de propina começou em 1997, o PT decidiu pedir que também seja investigado o período em que Fernando Henrique Cardoso foi presidente da República (1995-2003).
Créditos: Agencia Brasil

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CNBB e OAB lançam manifesto em apoio à reforma política

Mais de 100 entidades da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, representadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participaram de dois eventos em Brasília, nesta quarta-feira (25), referentes à reforma política.
Durante a manhã, no auditório da CNBB, houve o lançamento do manifesto. O Plenário 2 da Câmara dos Deputados foi o espaço para a reunião entre a Coalizão e parlamentares para debater o Projeto de Lei 6316/13, cujo teor vai de encontro à PEC 325, apoiada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
O fim do financiamento de empresas a campanhas políticas, um dos principais pontos do PL 6316, é admitido na PEC 325. Membro da Comissão Executiva da Coalizão e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da CNBB, Carlos Moura não considera a possibilidade de admitir o poder econômico nas eleições.
“Acredito que em 2015 aprovaremos o fim do financiamento de empresas a eleições”, afirma Carlos.
Segundo o vice-presidente da Comissão Especial da Reforma Política, o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO), o partido tem todo o interesse em dialogar com todas as propostas elaboradas pelos movimentos sociais que busquem o aperfeiçoamento do sistema político eleitoral.
“Mais ainda com essa iniciativa que está sendo chamada de coalizão, organizada pela CNBB e pela OAB”, afirma Rubens.
De acordo com o deputado, a comissão especial da PEC 344 decidiu, em reunião na terça-feira (24), que o debate sobre a reforma política deve ir além da PEC 325. Para Rubens, é imprescindível garantir o espaço para manifestação de todas as representações sociais, principalmente no que diz respeito ao financiamento de campanha.
Segundo Rubens, não é mais possível conviver com a realidade na qual os representantes são escolhidos mais pela estrutura de campanha do que pelos seus projetos, programas e compromissos com a sociedade.
O deputado ressaltou importância de se avançar na questão da representatividade política. Segundo ele, o Brasil precisa ir além do tradicional modelo representativo e exercitar os modelos participativos, como audiências públicas, e o direto, como os plebiscitos e referendos.
“É preciso diminuir a distância entre os representantes e os representados”, afirma Rubens.
Afinado com o posicionamento de Rubens está outro membro da comissão especial da PEC 344, o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Segundo ele, o financiamento público de campanha, com limitação de teto para gastos e a ampliação dos mecanismos de participação popular, como referendos e plebiscitos, é um posicionamento programático do Partido dos Trabalhadores (PT). Para Fontana, o abuso do poder econômico é o centro do problema do sistema político do País.
“Esse talvez seja o ponto de maior convergência entre todas as representatividades interessadas na reforma política. O mais importante é acabar com o dinheiro de empresas financiando eleições”, afirma o deputado.
Fontana ressalta que uma parcela do parlamento quer fazer uma reforma conservadora, enquanto a outra pretende uma reforma progressista. Para o deputado, a correlação de forças que vai se estabelecer no parlamento dependerá, também, da mobilização popular.
“Uma das principais causas da corrupção política eleitoral é o financiamento empresarial de campanhas”, ressalta Fontana.
Para o deputado, a PEC 235 é uma antirreforma política, pois vai no sentido inverso das questões fundamentais do que a sociedade busca e o sistema político necessita. Além de perenizar na Constituição Federal a influência do poder econômico nas eleições, a PEC propõe a instituição do voto facultativo.
“Qualquer experiência no mundo em que se utilizou do sistema do voto facultativo, estudos mostram que quem mais se afastou do direito de voto foram os mais pobres”, afirma o deputado.
Fontana assinalou posicionamento contrário a coligações proporcionais, pois, segundo ele, é grande o risco de um eleitor votar em um determinado candidato por se identificar com seu perfil político, mas acabar elegendo um outro, sem qualquer afinidade. Para o deputado, o partido deve apresentar sua chapa de candidatos e seu programa ao parlamento, com transparência, e ir em busca dos votos da sociedade.
“Se o partido constituir uma bancada é porque teve o respaldo da sociedade”, explica Fontana.
Créditos: Agencia PT

Governo e caminhoneiros chegam a acordo que pode acabar com protestos

Após reunião no Ministério dos Transportes, que durou a tarde e parte da noite dessa quarta-feira (25), governo e caminhoneiros chegaram a um acordo que pode acabar com os protestos nas rodovias federais. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, que participou da reunião, a proposta apresentada pelo governo foi acatada pelos representantes da categoria presentes à mesa de negociação.

Pela proposta, o governo promete sancionar a Lei dos Caminhoneiros sem vetos, prorrogar por 12 meses o pagamento de caminhões por meio do Programa Procaminhoneiro e criar, por meio de negociação entre caminhoneiros e empresários, uma tabela referencial de frete. Nesse item, os representantes dos caminhoneiros pediram que o governo atue na mediação com os empresários.

O presidente da CNTA considerou que o acordo trouxe ganhos históricos para a categoria. Segundo Diumar Bueno, os caminhoneiros tiveram conquistas efetivas na mesa de negociação. “Diante da gravidade em que se encontra o país neste momento, nós pedimos a sensibilidade dos caminhoneiros de liberar as rodovias pelas conquistas que tiveram aqui”, disse Diumar, ressaltando, no entanto, que não poderia garantir o fim dos bloqueios.

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, ressaltou, após a assinatura do acordo, que ele só será cumprido sob a condição do fim dos protestos. “Só vai ser cumprido o que nós combinamos na hora em que forem liberadas as estradas”, ressaltou. “Eu acho que a partir de agora as estradas já estão sendo liberadas”, completou. As manifestações dos caminhoneiros, que terça-feira (24) tiveram reflexo em mais de dez estados, já provocam desabastecimento, especialmente de combustível, em algumas cidades.
Créditos: Agencia Brasil

ONU cobra ampliação de investimentos para garantir abastecimento de água no mundo

água no mundoEm relatório divulgado ontem (24), a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que sejam necessários US$ 44 trilhões, investidos ao longo dos próximos 20 anos, para garantir o abastecimento de água em condições seguras para a população mundial. A partir de um estudo detalhado sobre condições econômicas, sociais, climáticas e de infraestrutura realizado em dez países – Bangladesh, Bolívia, Canadá, Indonésia, Coreiado Sul, Paquistão, Singapura, Uganda, Vietnã e Zâmbia – a entidade concluiu que, em dez anos, 2,9 bilhões de pessoas em 48 países sofrerão com falta de água.
Até 2030, a ONU estima que a necessidade por água vai aumentar 40%, ao mesmo tempo em que 25% das bacias hidrográficas dos principais rios do mundo vão sofrer reduções drásticas de volume durante vários meses dos anos. Segundo as Nações Unidas, 768 milhões de pessoas não têm acesso a água tratada, e 2,5 bilhões vivem em condições sanitárias precárias.
“Sem grandes investimentos no setor de infraestrutura de água, em breve muitas sociedades vão enfrentar desespero e conflitos sobre o recurso natural mais essencial para a vida humana”, diz um trecho do documentoÁgua no Mundo que Queremos (disponível somente em inglês) desenvolvido em conjunto pela Universidade das Nações Unidas e pelo Escritório para o Desenvolvimento Sustentável, ambos da ONU.
Para a entidade, a principal consequência pelo não cumprimento dos objetivos será uma insegurança generalizada que levará a mais tensões e conflitos pelo mundo.
A demanda de investimento anual seria da ordem de US$ 2,2 trilhões, equivalente a cerca de 2,5% da soma das riquezas dos países que compõem a ONU. O valor corresponde a R$ 6,3 trilhões. Todo o Produto Interno Bruto brasileiro – soma das riquezas do país – atingiu R$ 4,8 trilhões, em 2013.
Ao mesmo tempo, o déficit de investimentos em saneamento no mundo cresce cerca de US$ 200 milhões ao ano e é fragilizado pela corrupção, que desvia cerca de 30% que seria aplicado em melhorias como redução de perdas de água, proteção dos mananciais, reúso e tratamento de esgotos.
Para a ONU, a corrupção no setor de saneamento ameaça a estabilidade e a própria existência de alguns países. “A corrupção, em qualquer nível, não é apenas um ato criminoso. No contexto do desenvolvimento sustentável poderia ser visto como um crime contra toda a humanidade”, defende a organização.
Entre as principais recomendações, a ONU pede que o setor da agricultura, que consome cerca de 70% do abastecimento de água do mundo, e o setor de energia (outros 15%) liderem um movimento pela eficiência e sustentabilidade dos recursos utilizados. E que os governos avancem no uso sustentável da água, na utilização de águas residuais, no tratamento de esgotos e na gestão de saneamento, além de punir com mais rigor a corrupção no setor.
Créditos: Rede Brasil Atual