segunda-feira, 13 de abril de 2015

Unicef alerta que 800 mil crianças já deixaram a Nigéria por conta do Boko Haram

Crianças nigerianas.O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou que, aproximadamente, 800 mil crianças fugiram da Nigéria em virtude dos conflitos entre o Exército do país, grupo milicianos e os terroristas do Boko Haram.O organismo coletou dados na Nigéria, no Níger, em Chade e em Camarões e estima que no último ano o número de crianças nigerianas que deixaram o país por causa dos conflitos duplicou. A Unicef, porém, destaca que estar longe de casa não é o único drama destas crianças. O fundo diz ter provas de que muitas são recrutadas pelo Boko Haram e outro grande número é obrigado a se casar.Foto:  AP Photo/ Domingo AlambaCréditos: Sputnik Brasil

domingo, 12 de abril de 2015

Movimento "Fora Dilma" fracassa em SP e tem público reduzido na Paulista

Manifestantes fazem ato contra a corrupção e contra o governo na Avenida Paulista (Marcelo Camargo/Agência Brasil)A Avenida Paulista, região central da capital, está com o tráfego interrompido nos dois sentidos para receber as milhares de pessoas que protestam contra o governo federal. Muitos participantes tem o rosto pintado de verde e amarelo ou carregam a bandeira do Brasil.
Em reunião com a PM, os grupos que convocaram o protesto definiram lugares fixos para os carros de som. Antes, o Movimento Brasil Livre, um dos organizadores da manifestação, chegou a acionar a Justiça para que os grupos que defendem a intervenção militar mantivessem distância do carro de som do movimento. Com o acordo, cada grupo ficou com um espaço definido e o Brasil Livre desistiu da demanda judicial.
Além dos discursos pedindo a saída da presidenta Dilma Rousseff, foram montadas tendas para coleta de assinaturas para embasar um pedido de impeachment da presidenta. As estações de metrô que atendem a Avenida Paulista funcionam normalmente. Na última manifestação, algumas tiveram de ser fechadas devido ao fluxo excessivo de pessoas. 

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi aclamado por um pequeno grupo de manifestantes. Aos gritos de "Viva Bolsonaro", ele tem sido requisitado para fotos e selfies. "As pessoas que estão aqui sabem o que querem. É por um Brasil independente e democrático", disse o deputado. Bolsonaro é conhecido por polêmicas e a defesa de temas considerados conservadores.
Além dos discursos pedindo a saída da presidenta Dilma Rousseff, foram montadas tendas para coleta de assinaturas para embasar um pedido de impeachment da presidenta. As estações de metrô que atendem a Avenida Paulista funcionam normalmente. Na última manifestação, algumas tiveram de ser fechadas devido ao fluxo excessivo de pessoas.Da redação do Portal Metrópole.
Créditos: Portal Metrópole

É preciso ampliar as conquistas socias, diz Dilma a chefes de estado

Em discurso proferido em reunião da 7ª Cúpula das Américas, a presidenta Dilma Rousseff enalteceu a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, neste sábado (11), pediu o fim do embargo econômico, que dura mais de meio século e enfatizou a necessidade de se garantir ambiente para a preservação das conquistas sociais das populações das Américas.
“Essas conquistas sociais são uma demonstração do vigor democrático e da capacidade de mobilização de nossas sociedades. É preciso preservar e ampliar essas conquista”, completou.
Para a presidenta Dilma, esta Cúpula inaugura uma nova era nas relações hemisféricas em que os países poderão conviver com diferentes visões de mundo, sem receitas rígidas ou imposições.
“Estamos seguros que outros passos serão dados, como o fim do anacrônico embargo que vitima o povo cubano que enfraquece o sistema interamericano. A partir disso, continuaremos construindo as linhas que pautarão nosso futuro”, disse.
“É nossa responsabilidade fazer deste século um período de paz e de desenvolvimento para todos”, completou.
Desigualdades - Dilma Rousseff pediu para que os países não fechem os olhos para as desigualdades que ainda afetam, em diferentes graus, todos os países do hemisfério.
“Desde a Cúpula de Miami, em 1994, nossos avanços econômicos, sociais e políticos foram notáveis. Em meu país, erradicamos a fome, objetivo que parecia inatingível”, lembrou.
“Essas conquistas sociais são uma demonstração do vigor democrático e da capacidade de mobilização de nossas sociedades. É preciso preservar e ampliar essas conquista”, completou.
A concentração de renda e de riqueza, lembrou, ainda ameaça a coesão social e o desenvolvimento das economias. Esse fenômeno não passa despercebido por uma sociedade mais esclarecida e exigente.
“Essa disparidade é ainda maior quando analisada sob os prismas de gênero e raça, em especial no acesso à educação, à renda e ao poder. Combater a desigualdade em todas as suas manifestações é o maior desafio das Américas e do mundo no século XXI”, explicou.
A presidenta Dilma ressaltou a necessidade de crescimento econômico contínuo para assegurar a sustentabilidade da inclusão social. Para isso, segundo ela, é necessário estimular uma verdadeira cultura e prática da integração.
“A integração comercial e de cadeias produtivas é um dos mecanismos capazes de assegurar que em todos os momentos e, em especial diante de problemas ou crises, possamos sustentar o desenvolvimento”, ressaltou.
Fim dos conflitos -Dilma elogiou o esforço e a coragem dos colombianos e do presidente Juan Manuel Santos, em tentar pôr fim à violência que, por décadas, assola o país. Para ela, a paz negociada é, hoje, um precedente para a região e para o mundo.
“Esperamos comemorar, em breve, o fim do mais longo conflito interno nas Américas. O bom momento das relações hemisféricas já não admite medidas unilaterais e políticas de isolamento, em geral contraproducentes e ineficazes”, disse.
Diante da necessidade de que os países tenham uma relação amistosa a presidenta reforçou que por isso o Brasil rechaça a adoção de sanções contra a Venezuela. “O atual quadro nesse país irmão pede moderação e aproximação de posições de todas as partes”, acrescentou.
A presidenta falou ainda sobre assegurar o direito à segurança para o povo das Américas, tendo atenção para as diferentes causas e consequências da violência. Para ela, “os grupos vulneráveis como as mulheres, os jovens, especialmente os negros e as pessoas discriminadas por sua orientação sexual e identidade de gênero” devem receber atenção especial em relação a violência. Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias. Foto: UOL
Créditos: Agencia PT

Oposição não consegue criar CPI para investigar investimentos do BNDES

Congresso NacionalA oposição ao governo no Senado ainda não conseguiu criar as CPIs para examinar investimentos do BNDES e dos fundos de pensão de empresas públicas federais. Ao longo da semana os senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Ana Amélia (PP-RS) coletaram assinaturas suficientes para formalizar as comissões, mas alguns senadores retiraram o apoio na última hora e inviabilizaram os requerimentos.
A CPI do BNDES, articulada por Caiado, chegou a ter 28 assinaturas – uma a mais do que o número exigido pelo regimento – mas seis delas foram canceladas por seus autores antes de a criação da comissão ser confirmada pela Mesa. O líder do DEM se disse “surpreendido” e declarou ver no ato a participação do governo federal.
Créditos: Portal Correio

CPI do HSBC convoca envolvidos no caso Alstom para depor sobre contas secretas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC programou para a próxima quinta-feira (16) audiência na qual vai ouvir o ex-diretor do Metrô paulistano Paulo Celso Mano Moreira da Silva e o doleiro Henry Hoyer. O ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Ademir Venâncio de Araújo também foi convocado para prestar depoimentos, mas em data ainda a ser marcada. O Ministério Público apura denúncias de cartel e pagamento de propinas em contratos das duas empresas – num caso que tem sido chamado de "trensalão paulista" – e os senadores descobriram que, além do doleiro, os ex-dirigentes são correntistas de contas secretas do HSBC na Suíça.
A CPI investiga a situação destas contas e as ramificações brasileiras do caso, que está relacionado a um esquema internacional de crimes ligados a lavagem de dinheiro e evasão de receitas em vários países, por meio do HSBC na Suíça.
Os dois ex-diretores são citados em denúncias de envolvimento no caso do Metrô, mas não há, até agora, incriminação formal contra eles. O que suscitou a aprovação do requerimento por parte dos senadores foi o fato de ter sido descoberto que ambos estão na lista dos brasileiros que têm conta na referida instituição financeira, fora do país.
Assim que soube da convocação pela CPI ao seu ex-diretor, o Metrô informou que Paulo Celso Mano Moreira da Silva foi afastado da companhia "com prejuízo de seus vencimentos" e abriu sindicância para que sejam apuradas as informações de que ele mantinha conta irregular no HSBC. Moreira da Silva foi diretor de Operações entre 1995 e 1999, e desde 2011 ocupa cargo de assistente técnico.

Casos famosos

Caberá aos integrantes da CPI, juntamente com órgãos do governo que estejam investigando a situação dessas contas – como Ministério da Justiça, Secretaria da Receita Federal e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – descobrir se as que pertencem a Paulo Silva e a Ademir Araújo estão regulares e devidamente cadastradas e, principalmente, se o valor lá depositado é compatível com os rendimentos deles.
De acordo com o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), a CPI já tem a certeza de que muitos esquemas de corrupção vão ser descobertos a partir da apuração dos destinatários das contas secretas. O caso do Metrô paulistano, mais conhecido como caso Alstom (em referência à companhia francesa que é ré num escândalo mundial de pagamento de propinas, no qual a CPTM também é citada) é um deles.
Para o senador, o depoimento dos ex-diretores pode ampliar o leque das apurações. Já que o doleiro Hoyer será ouvido por ser considerado sucessor de Alberto Youssef – preso na Operação Lava Jato.

Ponta de iceberg

Segundo Randolfe, os integrantes da CPI estão convencidos de que os dados do HSBC são apenas o que chamou de “ponta de um iceberg” de contas secretas de brasileiros "também existentes em Luxemburgo, Liechtenstein, Ilhas Virgens e outros paraísos". O parlamentar destacou que ao final das apurações a comissão deve sugerir ao governo brasileiro a adoção de alíquotas maiores para quem desejar transferir recursos para estes países, como forma de coibir esse tipo de evasão de divisas e de sonegação fiscal.
Conforme as apurações já em curso aos quais a CPI teve acesso, pelo menos 23 pessoas envolvidas em cerca de dez casos de suspeita de desvio público ou fraude em instituições brasileiras figuram entre os correntistas do HSBC. Desta relação, aparecem nomes ligados à Operação Lava Jato, caso Alstom e à chamada Máfia da Previdência – escândalo de fraudes envolvendo a Previdência Social que teve como principal responsável a ex-servidora Jorgina de Freitas, que foi condenada em 1992, devolveu recursos aos cofres públicos e já cumpriu sentença.
Em relação à Operação Lava Jato, o nome que mais chama a atenção é do doleiro Henry Hoyer de Carvalho, um dos depoentes da próxima quinta-feira. Do caso Alstom, são correntistas, Paulo Silva e Ademir Araújo. Na chamada Máfia da Previdência, as investigações descobriram que Ilson Escóssia da Veiga, Nestor José do Nascimento e Tainá de Souza Coelho, envolvidos nesse escândalo, também estão entre os correntistas. “Neste último caso, é de se apurar, caso seja constatada a ilegalidade destas contas, um repatriamento destes recursos”, enfatizou Randolfe.

HSBC no Brasil

Os senadores também aprovaram requerimento para que o presidente do HSBC no Brasil, Guilherme Brandão, seja um dos próximos a comparecer à CPI, para que possa explicar denúncias de que a instituição financeira teria utilizado de subterfúgios para captar clientes do Brasil no exterior, oferecendo vantagens. A princípio, uma parte dos integrantes da comissão sugeriram que Brandão fosse “convocado” e não “convidado” – uma vez que, na convocação, ele é obrigado a comparecer.
Os senadores Blairo Maggi (PR-MT) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) trabalharam para que Brandão não comparecesse à CPI, com o argumento de que o banco não tinha nada a ver com as contas secretas e um convite desses, por parte do Senado Federal, poderia fragilizar a imagem do HSBC no mercado financeiro.
A maior parte dos parlamentares, no entanto, rebateu os dois senadores e ressaltou que era preciso o depoimento do dirigente para esclarecer a real culpa da representação do banco no país e ajudar a esclarecer o esquema. No final, ficou acordado que Brandão seria chamado, mas na forma de um convite e não uma convocação.

Governo francês

Outro ponto de grande expectativa é o envio de informações sobre tudo o que foi apurado em relação ao caso por parte do governo francês. Os senadores estiveram na última quarta-feira (8) com o embaixador da França, Dennis Pietton, que disse que as autoridades daquele país já receberam o pedido da CPI e está providenciando o envio de informações. Sendo assim, com o apoio ao Brasil, vai a 20 o número de países com quem a França tem compartilhado informações para chegar ao maior esclarecimento do caso, de proporções mundiais.
O escândalo envolve perto de 100 mil contas secretas existentes no HSBC da Suíça, que possuíam um montante totalizado em quase US$ 200 bilhões – de correntistas de vários países, sobretudo França, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Inglaterra e Bélgica. Destas contas, cerca de 6.400 pertencem a aproximadamente 8 mil brasileiros (muitas são contas conjuntas). A expectativa é de que nessas contas esteja depositado um total de RS$ 20 bilhões.
Ao depor na última semana na CPI, o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel afirmou que a Suíça é o mais antigo paraíso fiscal do mundo e que existe, atualmente, uma conivência de setores financeiros norte-americanos, ingleses e de outros países industrializados com os paraísos fiscais.
De acordo com Maciel, tais paraísos só existem devido à "falta de responsabilidade social e moral desses setores”. O ex-secretário sugeriu que o prazo de prescrição para a investigação de crimes tributários se dê a partir do momento em que a Receite tome conhecimento do fato, para que não haja atraso nestas apurações.
Créditos: Rede Brasil Atual

Empreiteiras doaram montantes iguais entre os partidos

O depoimento do secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, à CPI da Petrobrás, no dia 9, serviu para desmontar de uma vez por todas a tese criada para tentar criminalizar as doações legais recebidas pelo partido.
Apesar do espetáculo montado pela oposição com apoio da mídia tradicional, que incluiu ataques pessoais ao petista e outros malabarismos feitos por deputados oportunistas tucanos e democratas, o secretário apresentou dados que comprovam a legalidade das doações que o PT e e outros partidos, como PMDB, PSDB e PSB, só para citar alguns, receberam de empresas que estão sob investigação na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
“Como já reiteramos em diversas oportunidades, todas as doações feitas ao PT estão estritamente dentro da lei e são contabilizadas e declaradas à Justiça Eleitoral e receberam a aprovação do TSE”, afirmou o secretário de Finanças aos parlamentares.
De acordo com os dados levados por Vaccari à CPI, o dinheiro doado de forma legal e contabilizada pelas empresas investigadas na operação bancaram 40% das doações  do PT, PSDB e  PMDB, por exemplo.
O dinheiro investido pelas empreiteiras durante os anos de 2007 e 2013 equivale a R$ 557 milhões. Entre 2010 e 2013, o PSDB recebeu 36% do dinheiro doado; e o PT 35%. Ou seja, o PSDB recebeu mais recursos do que os destinados ao PT
Só em 2010, ano de eleição, o PMDB recebeu 24% das doações, o PT, 23%, e o PSDB, 20%.
Vaccari explicou, ainda, como são feitas as doações ao partido, quem pode doar e mostrou que essas transações ocorrem via transação bancárias. Nelas, são  emitidos recibos ao doador e cópias desses documentos são registradas na contabilidade do PT para prestação de contas ao TSE.
“Todas as nossas contas foram aprovadas pelo Tribunal. Todas as doações são feitas via transação bancária, são emitidos recibos ao doador com cópia para a contabilidade do PT, para comprovarmos o lançamento de receita, e prestamos contas”, ressaltou.
Argumentos - Os dados levados por Vaccari à comissão desmontaram as delações premiadas feitas com o objetivo de confundir as investigações sobre irregularidades na Petrobras e deixou sem argumentos membros da oposição, que optaram por ataques pessoais ao petista, como fizeram os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Ônix Lorenzoni (DEM-RS), ao constatar que não tinham argumentos para rebater os números apresentados pelo petista.
No mesmo dia, advogados do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, enviaram à Justiça petição na qual apresentaram nova versão em relação às denúncias apresentadas inicialmente pelo investigado. Desta vez, Costa negou haver negociações com propinas e garantiu que os repasses de recursos foram feitos dentro da margem de lucro das empresas que negociaram com a Petrobras.
“As afirmações feitas nas delações premiadas sobre minha pessoa não são verdadeiras”,  afirmou Vaccari repetidas vezes,
“Sou inocente”, enfatizou.
A defesa do secretário de Finanças e das doações legais recebidas pelo PT ganhou reforços. A deputada Maria do Rosário (PT) denunciou durante a sessão que existe  uma rede de proteção para  tesoureiros de outros partidos, como para o investigado Fernando Soares, o Fernando Baiano, que tem relações com o PMDB. O líder do PT na Casa, Sibá Machado (AC), também chamou a atenção dos parlamentares e da mídia para esse fato.
“Somos tratados de forma diferente, os demais partidos foram sequer apreciados. O PT não teme. Estamos apresentando os fatos e nossas versões. E vocês? Por que estão blindando os demais partidos?”, indagou a parlamentar.
Créditos: Agencia PT

Papa classifica de “genocídio” o massacre de arménios em 1915

Na missa deste domingo na basílica de São Pedro, o Papa Francisco classificou como "genocídio" o massacre de que foram alvo 1,5 milhões de arménios, há cem anos, pelo Império Otomano. O sermão do Papa arrisca pôr em causa o diálogo cordial com a Turquia que, depois das declarações do responsável da Igreja Católica decidiu convocar o embaixador do Vaticano.
Assinalando o centenário do início do massacre, em finais de Abril de 1915 (e que se estendeu até 1923), o chefe da Igreja Católica afirmou que a morte de tantos arménios foi o “primeiro genocídio do século XX”. Francisco limitou-se a citar as palavras de um documento assinado em 2001 pelo então Papa João Paulo II, mas a verdade é que o termo pesado ecoou sob as abóbodas da Basílica de São Pedro.

O Papa recordou o “massacre inútil” de há um século e defendeu ser “necessário e até um dever” honrar a memória das vítimas. E avisou que ter “falhas de memória” em relação a episódios como este faz com que o mal continue a “infectar as feridas”. “Esconder ou negar o mal é como deixar que uma ferida continue a sangrar sem tratar dela!”, vincou.

Os responsáveis muçulmanos turcos admitem a morte de muitos arménios cristãos durante os conflitos religiosos que começaram em 1915, mas negam que tenham sido mortos centenas de milhares e que possa ser usado o termo “genocídio”.Também os EUA e outros países aliados da Turquia têm fugido de usar o termo para evitar esfriar as relações com Ancara, parceira estratégica importante à porta do Médio Oriente. Logo em Maio de 1915, França, Rússia e Grã-Bretanha assinaram uma declaração conjunta contra o massacre, considerando um “novo crime contra a humanidade e a civilização”, e defendendo que o então governo turco deveria ser punido.

Entretanto, no sábado, o Papa Francisco publicou a bula Misericordiae Vultus com a qual oficializou o Ano Santo extraordinário, que tem início a 8 de Dezembro e será dedicado à Misericórdia. O pontífice fez a apresentação da bula no átrio da Basílica de São Pedro, na qual entregou uma cópia do documento aos membros da Cúria Romana e aos prelados representantes das dioceses de todo o mundo.
Em seguida, o regente da Casa Pontifícia, o arcebispo Leonardo Sapienza, protonotário apostólico, procedeu à leitura de alguns trechos do texto, convocando oficialmente o "Jubileu da Misericórdia".

Neste documento, composto por 25 pontos, o Papa explica as razões que o levaram a convocar o Jubileu, que terá lugar entre 8 de Dezembro deste ano e 20 de Novembro de 2016, sob o mote "Misericordioso como o Pai". O texto divide-se em três partes: na primeira, Francisco aborda o conceito de "misericórdia"; na segunda, propõe práticas para viver o Jubileu; e, na última, faz uma série de chamamentos contra situações como a pobreza e a corrupção.

Francisco afirmou que a misericórdia não é uma "palavra abstracta", mas é "a principal viga que sustenta a vida da Igreja" e uma "condição" para a salvação das pessoas. Esta é, segundo o Pontífice, uma "fonte de alegria, de serenidade e de paz" e também um "direito fundamental que habita no coração de cada Homem quando olha com olhos sinceros o irmão que está no caminho da vida".

O Jubileu começa com a abertura da Porta Santa, no Vaticano, como um sinal de indulgência, pretendendo o Papa, com a escolha da data do início jubilar, comemorar o cinquentenário da conclusão do Concílio Vaticano II (1962-1965). Um evento ecuménico, disse, que deitou abaixo "os muros que durante muito tempo encerraram a Igreja como cidadela privilegiada", e destacou a necessidade de falar de Deus aos homens "de forma mais compreensível", noticia a agência Efe.

Uma das peculiaridades deste Ano Santo, como se lê na bula, é que não terá lugar apenas em Roma, mas em todas as dioceses do mundo e, portanto, o Papa concedeu a possibilidade de abrir a "Porta Santa" em todas as igrejas e santuários do mundo. Francisco salientou ainda a importância de perdoar, porque "é imperativo de que os cristãos não podem prescindir". Considera o líder católico uma questão de particular importância, "as obras espirituais e corporais de misericórdia".

Quanto às práticas de viver plenamente o Jubileu, o Papa recomenda a realização de uma peregrinação, "estímulo para a conversão", não julgar ou condenar, mas antes perdoar, ou ficar atento a situações precárias no mundo.
Créditos: Publico