terça-feira, 14 de abril de 2015

Dilma condena redução da maioridade penal e pede punição de aliciadores

A presidenta Dilma Rousseff manifestou-se ontem (13), pelas redes sociais, contra a redução da maioridade penal. A admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no fim de março, e uma comissão especial foi instalada para analisar o texto. “Não podemos permitir a redução da maioridade penal. Lugar de meninos e meninas é na escola. Chega de impunidade para aqueles que aliciam crianças e adolescentes para o crime”, escreveu Dilma em seus perfis nas redes sociais Twitter e Facebook.

A presidenta disse que a redução da maioridade seria “um grande retrocesso” para o país e que não resolveria os problemas de jovens em conflito com a lei. Dilma defende que a punição nesses casos obedeça a medidas já previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da delinquência juvenil. Isso não significa dizer que eu seja favorável à impunidade. Menores que tenham cometido algum tipo de delito precisam se submeter a medidas socioeducativas, que, nos casos mais graves, já impõem privação da liberdade. Para isso, o país tem uma legislação avançada: o Estatuto da Criança e do Adolescente, que sempre pode ser aperfeiçoado”, avaliou.

Nos posts, Dilma disse que orientou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a iniciar uma “ampla discussão” para aprimoramento do ECA. “É uma grande oportunidade para ouvirmos em audiências públicas as vozes do nosso país durante a realização deste debate”. A presidenta também defendeu mudanças na legislação para endurecer a punição para adultos que aliciam jovens para o crime organizado.
Créditos: Agencia Brasil

OMC prevê que comércio mundial aumente apenas 3,3% em 2015 e 4% em 2016

O comércio mundial deverá aumentar 3,3% em 2015 e 4% em 2016, diz relatório divulgado hoje (14) pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Com esses números, a OMC revê para baixo as estimativas anteriores para 2015, que apontavam para acréscimos de 5% e, posteriormente, de 4,3%. Em 2014, as trocas comerciais mundiais aumentaram apenas 2,8%, fazendo com que a média dos últimos três anos seja 2,4%.
Créditos: Agencia Brasil

Busca por crédito cresceu 16,7% em março e acumula 5,9% no 1º trimestre do ano

Após dois meses em queda, a demanda do consumidor por crédito voltou a subir em março, com alta de 16,7% na comparação com fevereiro, e de 14,9% em relação a março do ano passado. Com isso, a busca do consumidor por crédito acumula alta de 5,9% no primeiro trimestre de 2015. Na avaliação dos economistas da Serasa Experian, responsável pela pesquisa, o resultado reflete um maior número de dias úteis em março deste ano, em relação a 2014. O feriado do carnaval caiu em fevereiro, enquanto em 2014 os dias de folga ocorreram em março. Foram, portanto, 22 dias úteis em março de 2015 contra 18 do mês anterior. No mesmo período do ano passado, foram 19 dias.

Ao se fazer o ajuste por dias úteis, verifica-se um recuo de 5% em março na comparação com o mês anterior e queda de 0,8% em relação a março do ano passado. Para a Serasa Experian, esses dados mostram “o momento conjuntural adverso à ampliação do endividamento dos consumidores [inflação alta, taxas de juros em ascensão e perspectivas de elevação do nível de desemprego no país].

Considerando as faixas de renda, houve aumento da procura por crédito em todas elas em relação a fevereiro. Para quem ganha até R$ 1 mil por mês, a alta foi 16,8%. Os consumidores com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil mensais e os que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, tiveram elevação de 15,6% e 15,3%, respectivamente. Nas faixas de renda mensal mais alta, houve alta de 14,8%, para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês e de 14,7% para os que ganham mais de R$ 10 mil.

Todas as regiões do país registraram elevações no indicador em relação a fevereiro. As maiores altas ocorreram no Nordeste (18%) e no Sul (17,3%). Em seguida, aparecem as regiões Sudeste (15,7%) e Norte (14,5%). O menor avanço mensal foi no Centro-Oeste (13,1%). Na comparação com o primeiro trimestre de 2014, também houve aumento da demanda em todas a regiões: 17,9% no Centro-Oeste, 12% no Norte, 6,9% no Nordeste, 4,8% no Sul e 3,2% no Sudeste.
Créditos: Agencia Brasil

Cachorros conseguem detectar câncer de próstata com 90% de precisão

CACHORRO MDICOUma pesquisa publicada no Journal of Urology sugere que cachorros bem treinados podem diagnosticar câncer a partir de amostras de urina com notável precisão.Os pesquisadores treinaram dois pastores alemães fêmeas para detectar substâncias químicas ligadas ao câncer de próstata. Depois, o adestramento foi posto à prova: elas farejaram amostras de urina de 900 homens. Destes, 360 tinham câncer de próstata e 540 não.
Uma das cadelas acertou 98,7% dos casos. Já a outra acertou 97.6%.Agora, os autores da pesquisa trabalham para aprimorar a técnica para um possível uso prático no futuro, de acordo com o Guardian. Hoje, o consenso para diagnóstico de câncer de próstata é a combinação de toque retal e exame de PSA, seguidos de confirmação por biópsia.
Embora fazer o exame de PSA anualmente permita detectar a doença muito antes de ela começar a se manifestar, a precisão do exame evoluiu pouco desde sua introdução.Cerca de 70% dos pacientes com PSA elevado que são submetidos a biópsia não têm câncer. Além disso, 20% dos pacientes de câncer de próstata têm níveis normais de PSA, revela o site Harvard Prostate Knowledge.
Créditos; Brasil Post

segunda-feira, 13 de abril de 2015

EUA tentaram derrubar Dilma temendo fortalecimento dos BRICS

Líderes dos BRICS na sexta reunião de cúpula, realizada em Fortaleza nos dias 15 e 16 de julho de 2014O fortalecimento de institutos alternativos ao Sistema Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional era previsível; o Banco de Desenvolvimento dos BRICS e o Banco Asiático de investimentos em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês) não podiam aguentar por muito tempo a falta de vontade por parte de Washington de rever o status quo na economia mundial, acha o historiador norte-americano William Engdahl. 
Na cúpula dos BRICS em Fortaleza, nota o especialista, os líderes dos cinco países criticaram duramente a política do Fundo Monetário Internacional (FMI), nomeadamente o fato de frear o programa de reformas acordado ainda em 2010. A ausência de mudanças põe em questão a legitimidade, reduz a confiança em relação ao FMI e prejudica sua eficácia. Os líderes dos BRICS propuseram dobrar a reserva monetária do FMI em troca de aumento das quotas da China, Índia, Rússia, Brasil e outros países. 
A China e uma série de outros países não podiam se resignar a tal situação e decidiram criar uma nova arquitetura financeira global, com o AIIB no centro da nova estrutura, afirma Engdahl. A resposta de Washington, nomeadamente a recusa de cooperar com o banco e o apelo aos aliados ocidentais para ignorarem o novo instituto financeiro, mostra a incapacidade das elites norte-americanas de avaliar a situação de maneira adequada. Washington literalmente “deu um tiro em ambos as pés” quando escolheu o caminho de oposição dura à iniciativa de Pequim porque a maioria dos seus aliados resolveu juntar-se ao banco, que se opõe aos institutos obsoletos do Sistema Bretton Woods.
Em todo o caso, opina ele, são precisamente o Banco Asiático de investimentos em Infraestrutura e o Banco de Desenvolvimento dos BRICS que mais ameaçam o controle de Washington sobre os fluxos financeiros através do sistema do dólar e os institutos financeiros criados ainda em meados do século passado. Foto: Sputnik/ Michael Klimentyev
Créditos: Sputnik Brasil

Papa diz que caminho da Igreja é "o da franqueza"

O papa Francisco disse hoje (13) que "o caminho da Igreja é o da franqueza". "Não se pode calar aquilo que se viu e ouviu", acrescentou o pontífice. Em homilia, na missa matinal, na Casa de Santa Marta, o papa declarou que Igreja Católica tem de "dizer as coisas com liberdade". A homilia ocorre um dia depois de Francisco ter lembrado "o atroz extermínio" do povo armênio, episódio que cumpre o primeiro centenário, e que o papa considerou "o primeiro genocídio do século 20".

Segundo a agência France-Presse, o papa João Paulo II usou o termo “genocídio” num documento assinado em 2000 com o patriarca armênio, mas esta é a primeira vez que um papa fala publicamente do assunto. Milhares de armênios foram deportados e massacrados pelo império otomano durante a 1ª Guerra Mundial, fatos reconhecidos como genocídio por mais de 20 países, mas nunca pela Turquia. "A mensagem da Igreja é a mensagem do caminho da franqueza, do caminho do valor cristão", disse hoje o papa.

Doze dias antes do centenário do "martírio armênio", as palavras do papa Francisco sobre a tragédia de 1915 e 1917 desencadearam protestos das autoridades da Turquia, com medidas diplomáticas, como a chamada para consultas do embaixador turco no Vaticano. Segundo a Armênia, 1,5 milhão de pessoas foram perseguidas e mortas. Para a Turquia, o número de armênios mortos não supera os 500 mil.
Créditos: Agencia Brasil

Câmara deve ter semana tensa para prosseguir votação da terceirização

A presença de representantes de todos os setores durante votações consideradas polêmicas sempre foi comum no Congresso Nacional, mas o que a Câmara dos Deputados viveu na semana que passou – e que tende a se repetir esta semana – reflete uma situação desproporcional no acompanhamento da sessão que votou o texto base do Projeto de Lei (PL) 4.330, que legaliza atividades de terceirização, e na aguardada continuidade da apreciação da matéria, amanhã (14).
Do lado de dentro, presidentes de entidades empresariais, representantes do patronato e um grupo de pessoas que se diziam assessores parlamentares das confederações nacionais da Indústria (CNI), da Agricultura (CNA) e do Comércio (CNC) ficaram o dia inteiro acompanhando a votação e em contatos com os deputados. Do lado de fora, manifestantes e filiados das centrais sindicais foram proibidos de entrar, após um confronto da polícia legislativa com um dos grupos – que proibiu de forma agressiva a aproximação de um carro de som do espelho d'água do Congresso.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), não é razoável que no momento em que se decide uma matéria "que diz respeito à vida destes trabalhadores", conforme destacou, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tome uma medida "tão arbitrária" (de impedir a entrada das pessoas às galerias da Casa).
Por isso, os deputados que estão contrários ao PL e querem mobilizar os manifestantes interessados em retornar ao Congresso para a continuação da votação do PL já deram início a novos pedidos para evitar que a decisão de Cunha se repita. Já deixaram claro que estão preparados, inclusive, para insistir em alguma outra decisão de ordem judicial.
Isso porque Cunha justificou-se destacando que ao proibir a entrada dos manifestantes, preocupou-se com a “integridade física” dos parlamentares, diante do clima de animosidade que foi instalado depois do confronto entre policias e trabalhadores. E diante de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Melo, que considerou inconstitucional a proibição de se ocupar as galerias, o presidente da Casa declarou que iria avaliar a liminar com sua equipe, podendo, no início da semana, apresentar um recurso, no sentido de manter a restrição ao acesso.
A preocupação dos deputados que criticaram o gesto do presidente da Casa diz respeito ao desconforto e decepção estampado por muitos trabalhadores, que saíram de outros estados para acompanhar a votação, como foi o caso do motorista Paulo Henrique Fernandes, do sindicato dos motoristas do Pará. “Viemos de ônibus de Belém para acompanhar os deputados e pedir que votem contra o PL. Fizemos esse esforço porque sabemos que o texto vai mudar muita coisa para nós e é preciso contribuir, fazendo a nossa parte e nos mobilizando”, disse ele, na última quarta-feira.

'Sei bem como é'

Segundo o motorista, ele hoje está contratado numa empresa com carteira assinada, mas trabalhou durante oito anos como garçom, num emprego terceirizado. “Só eu sei como é difícil ser encaminhado para vários órgãos públicos pela empresa contratante e se sentir invisível em relação ao restante dos funcionários do local, em termos de direitos. Se tiver que regulamentar a terceirização, que é importante, que seja de uma maneira bem feita”, acrescentou.
Como estava em frente ao Congresso por volta das 9h, Paulo Henrique nem fez muita questão de entrar para as galerias depois que, no meio da tarde, a polícia legislativa entrou em confronto com os manifestantes e fechou as entradas. Considerou que, para a estratégia montada pelo seu sindicato, era mais importante que o grupo ao qual fazia parte ficasse do lado de fora, mesmo, conversando e orientando os que chegavam.
Mas muita gente demonstrou frustração. “Isso é um absurdo. A gente se organiza para vir até aqui e trazer os colegas e é expulso de uma casa que nos representa. Esse povo está aí dentro porque foi eleito por nós”, queixou-se a professora Eliane Pinheiro, do Distrito Federal, referindo-se aos deputados e senadores.

‘Assessoria parlamentar’

O outro lado – formado pelas ações dos que defendem o projeto, no entanto, foi observado de forma tranquila por assessores de vários locais. “Estamos o dia inteiro aqui e nos preparando para vir amanhã, ajudar os deputados”, afirmou, sem entrar em muitos detalhes, a estudante de Direito Alexandra Carla Soares, que disse ter sido contratada pela CNA.
Ela e um grupo de moças distribuiu, horas antes da sessão de votação, um folheto mostrando “os motivos pelos quais o PL é importante e a necessidade de dar segurança jurídica às empresas em relação à terceirização”. Curiosamente, Alessandra não quis divulgar o material que estava distribuindo para a repórter. “É só para deputados", desculpou-se.
Está aberta, portanto, nova temporada de embates entre o Legislativo e o Judiciário. E, também, entre os deputados que são contra e os que defendem o PL. Tudo para discutir um tema que já está sendo chamado, nos corredores desta "Era Cunha" – referência que tem sido feita à legislatura do atual presidente – de “ironia das ironias”: o acesso justamente dos cidadãos responsáveis por colocar no Congresso nacional aqueles que lá estão.
"Estão sendo criadas duas novas bancadas partidárias,  nos últimos dias: a dos contrários e dos favoráveis à terceirização na atividade-fim. E nessa disputa, muitas regras regimentais têm sido lembradas, quebradas e ate questionadas", disse um analista legislativo, ao comentar o tom ácido dos discursos dos últimos dias.
Créditos: Rede Brasil Atual