Três programas de governo têm garantido o ingresso de estudantes em cursos de graduação públicos e privados no País. Seja gratuitamente, por meio de bolsas ou ainda na modalidade de financiamento, foram criadas mais de 904 mil vagas de acesso à universidade somente em 2015, graças a ProUni, Fies e Sisu. Apesar desses programas representarem uma chance no Ensino Superior, cada um tem regras específicas e focos diferentes.
Mas, na prática, os três funcionam como "políticas sociais" na área de educação. "Alguns dizem por aí que o governo está parado, que o governo deixou de fazer política social, deixou abandonados os programas sociais. É mentira", afirmou a presidenta Dilma Rousseff na quarta-feira (14) durante congresso em São Bernardo (SP). "Por que é mentira? Porque nesse ano de 2015 nós estamos criando quase 1 milhão de novas vagas para os jovens deste País, principalmente os jovens que vêm de família de menor renda, a ter acesso à universidade".
O Programa Universidade para Todos, o ProUni, é o que mais ofereceu chances aos estudantes brasileiros neste ano. Em 2015, o programa – que é dividido em seleções semestrais – ofereceu 329.117 bolsas. Mas, desde 2004, já contemplou 1,7 milhão de estudantes. O sistema do governo federal concede bolsas parciais e integrais a estudantes com renda familiar per capita máxima de três salários mínimos. Segundo o MEC, atualmente, 1.126 instituições privadas de ensino superior têm convênio com o programa. Como contrapartida, as instituições ganham isenção em alguns impostos e tributos.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Educação
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
STF abre inquérito para investigar contas de Cunha na Suíça
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou pedido de abertura de investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A abertura de inquérito foi requerida ontem (15) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O pedido de investigação foi baseado em informações sobre contas na Suíça atribuídas a Cunha. A mulher do presidente, Claudia Cruz, e sua filha, Danielle Cunha, também são citadas na ação. Na semana passada, o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil documentos que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas a Cunha. De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, os valores, que não foram divulgados, podem ser fruto do recebimento de propina em um contrato da Petrobras na compra de um campo de petróleo em Benin, na África, avaliado em mais de US$ 34 milhões.
Com a abertura de inquérito, Eduardo Cunha passa a ser alvo de dois processos no Supremo, originados a partir das investigações da Operação Lava Jato. Em agosto, Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu U$S 5 milhões por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
O procurador também pediu que Cunha pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. Janot acusa Cunha de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Créditos: Agencia Brasil
O pedido de investigação foi baseado em informações sobre contas na Suíça atribuídas a Cunha. A mulher do presidente, Claudia Cruz, e sua filha, Danielle Cunha, também são citadas na ação. Na semana passada, o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil documentos que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas a Cunha. De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, os valores, que não foram divulgados, podem ser fruto do recebimento de propina em um contrato da Petrobras na compra de um campo de petróleo em Benin, na África, avaliado em mais de US$ 34 milhões.
Com a abertura de inquérito, Eduardo Cunha passa a ser alvo de dois processos no Supremo, originados a partir das investigações da Operação Lava Jato. Em agosto, Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu U$S 5 milhões por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
O procurador também pediu que Cunha pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. Janot acusa Cunha de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Créditos: Agencia Brasil
Prefeitura de São Paulo lança edital de concessão do novo modelo de transporte
A Prefeitura de São Paulo publicou na quinta-feira (15), no site da Secretaria Municipal de Transportes, três editais sobre a licitação de concessão do novo modelo de transporte público sobre pneus da cidade de São Paulo. Os editais, que ficaram disponíveis para consulta pública por mais de um mês, estão divididos nos serviços Estrutural, Local de Articulação e Local de Distribuição.
Segundo a Prefeitura, entre as principais diferenças em relação a modelo atual, licitado em 2003, estão a redução da taxa de retorno das empresas contratadas, passando de 15% para 9,97% de teto, e o aumento da qualidade do serviço. O contrato do novo modelo terá duração de 20 anos, prorrogável por igual período, no valor de R$ 7 bilhões anuais – cerca de R$ 140 milhões em todo o período.
De acordo com o prefeito Fernando Haddad, a redução da taxa de retorno das empresas ajudará na implementação de melhorias nos ônibus, como a instalação de sinal de internet sem fio e ar-condicionado nos coletivos: “Estamos investindo em ar condicionado e wi-fi. Isso tem um custo, mas não precisa onerar o sistema. Esses benefícios podem sair do lucro da empresa, da taxa de retorno do empresário. Ao invés de sair do bolso do usuário, sai do empresário”.
Atualmente, os operadores recebem por passageiro transportado. O novo contrato vai considerar uma fórmula composta pelo custo do serviço, ponderado pela demanda e pela qualidade apresentada: 50% da remuneração será definida pela quantidade de usuários atendidos, 25% pelo cumprimento das viagens e 10% pela disponibilização da frota. Os 15% restantes se referem ao custo fixo do investimento do operador com veículos e equipamentos.
O novo modelo prevê o aumento de 17% da oferta de viagens aos usuários e crescimento de 14% de assentos disponíveis nos coletivos, com a adoção de veículos maiores. O atual sistema oferece, durante as 24 horas, cerca de 186,3 mil viagens e o sistema projetado pela Secretaria Municipal de Transportes terá mais de 217,8 mil viagens diárias.(Agencia Brasil). Foto: UOL.
Créditos: Jornal do Brasil
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Notas do Enem podem ser usadas em universidades de Portugual
Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão utitlizar suas notas para disputar vagas no Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), em Portugal. O IPP assinou um acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), organizador do exame, para aproveitar os resultados como forma de ingresso de estudantes brasileiros em seus cursos.
O IPP fica na cidade de Portalegre, na região de Alentejo, sul do país. Está a duas horas da capital, Lisboa, e a quatro de Madri, na Espanha. É a sexta instituição de ensino portuguesa a utilizar o resultados do Enem para ingresso no ensino superior. O processo seletivo do IPP ocorre em junho de cada ano e a instituição pode receber cerca de 100 estudantes brasileiros.
O IPP tem escolas de educação, tecnologias e gestão, saúde e agrária. Entre os cursos, estão enfermagem, veterinária e tecnologia de produção de biocombustíveis, além de cursos em áreas pouco exploradas no Brasil, como equinicultura, que forma técnicos na criação e manejo de equinos.
A inscrição no processo seletivo custa 20 euros. Os estudantes internacionais selecionados pagam por ano cerca de mil euros. Aqueles que desejarem se hospedar no campus podem alugar instalações cujo valor mensal varia de 73 a 110 euros e dispõem de descontos em alimentação.
Desde 2014, o Inep tem acordo firmado com as universidades portuguesas de Coimbra e Algarve, Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) e o Instituto Politécnico do Porto.Para aproveitamento dos resultados do exame para ingresso em suas graduações. Neste ano, o Enem será nos dias 24 e 25 de outubro e cerca de 7,7 milhões de pessoas deverão fazer as provas.
A nota do Enem é usada para selecionar estudantes para vagas públicas e privadas de ensino superior e ensino técnico pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e pelo Sistema de Seleção da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), respectivamente. Além de ser exigência para financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e para o programa de intercâmbio acadêmico Ciência sem Fronteiras. O Enem pode ser usado ainda como certificação do ensino médio. Para ajudar os estudantes a se prepararem para a prova, o Portal EBC disponibiliza gratuitamente o aplicativo Questões Enem.
Créditos: Agencia Brasil
O IPP fica na cidade de Portalegre, na região de Alentejo, sul do país. Está a duas horas da capital, Lisboa, e a quatro de Madri, na Espanha. É a sexta instituição de ensino portuguesa a utilizar o resultados do Enem para ingresso no ensino superior. O processo seletivo do IPP ocorre em junho de cada ano e a instituição pode receber cerca de 100 estudantes brasileiros.
O IPP tem escolas de educação, tecnologias e gestão, saúde e agrária. Entre os cursos, estão enfermagem, veterinária e tecnologia de produção de biocombustíveis, além de cursos em áreas pouco exploradas no Brasil, como equinicultura, que forma técnicos na criação e manejo de equinos.
A inscrição no processo seletivo custa 20 euros. Os estudantes internacionais selecionados pagam por ano cerca de mil euros. Aqueles que desejarem se hospedar no campus podem alugar instalações cujo valor mensal varia de 73 a 110 euros e dispõem de descontos em alimentação.
Desde 2014, o Inep tem acordo firmado com as universidades portuguesas de Coimbra e Algarve, Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) e o Instituto Politécnico do Porto.Para aproveitamento dos resultados do exame para ingresso em suas graduações. Neste ano, o Enem será nos dias 24 e 25 de outubro e cerca de 7,7 milhões de pessoas deverão fazer as provas.
A nota do Enem é usada para selecionar estudantes para vagas públicas e privadas de ensino superior e ensino técnico pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e pelo Sistema de Seleção da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), respectivamente. Além de ser exigência para financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e para o programa de intercâmbio acadêmico Ciência sem Fronteiras. O Enem pode ser usado ainda como certificação do ensino médio. Para ajudar os estudantes a se prepararem para a prova, o Portal EBC disponibiliza gratuitamente o aplicativo Questões Enem.
Créditos: Agencia Brasil
Dilma defende uso de tributos para financiar Minha Casa, Minha Vida
A presidenta Dilma Rousseff participou ontem (14), em São Carlos (SP), da entrega de 806 casas do Minha Casa, Minha Vida e defendeu o uso do dinheiro arrecadado com tributos para o financiamento de moradias populares do programa.
“O governo recorreu ao dinheiro que a gente arrecada dos tributos para fazer o quê? Para garantir que famílias tivessem acesso à casa própria, porque, antes, vocês não tinham como pagar a casa própria, porque os recursos não eram destinados a fazer e a cumprir o sonho de ter um lar”, afirmou, em discurso após a entrega de chaves para uma das famílias beneficiadas.
Dilma disse que, antes do Minha Casa, Minha Vida – criado em 2009 –, o Brasil tinha apenas programas habitacionais “bastante pequenos, restritos”, que não atendiam à demanda.
“Quando lançamos o Minha Casa, Minha Vida, não faltou gente dizendo que não ia dar certo. No Brasil, tem horas que algumas poucas pessoas olham para os programas que fazem bem para o povo e dizem: 'não vai dar certo, porque não vai dar certo'. Hoje, estamos mostrando que deu certo e que vai continuar dando certo.”
Segundo a presidenta, o programa chegou à marca de 4 milhões de moradias entregues ou contratadas e terá continuidade com a fase 3, apesar das dificuldades econômicas do país.
“Estamos passando por um período de dificuldades. Esse período faz com que a gente tenha de fazer esforços, de tomar medidas, apertar um pouco o cinto, mas uma coisa garanto: não vamos deixar de garantir o Minha Casa, Minha Vida. Além disso, estamos tomando todas as medidas para recuperarmos o crescimento econômico do país, gere mais empregos, garanta renda”, acrescentou.
Além das casas do Conjunto Habitacional Planalto Verde, em São Carlos, Dilma participou, por meio de videoconferência, da entregas simultâneas de moradias em Leme e Itanhaém, também em São Paulo, em João Monlevade (MG) e em Campo Formoso (BA), num total de 3.422 unidades.
De acordo com o Ministério das Cidades, os empreendimentos receberam mais de R$ 370 milhões em investimentos e beneficiarão mais de 13 mil pessoas.
Durante o discurso, Dilma agradeceu a contribuição dos movimentos sociais de moradia na construção do Minha Casa, Minha Vida e pediu que as entidades continuem “dando sugestões e reclamando” para aprimorar o programa. “Vocês deram uma demonstração muito importante. Mostraram que era possível construir casas de qualidade.”
Créditos: Rede Brasil Atual
Pendrive 'assassino' frita computador em apenas alguns segundos
Você chega à sua mesa no trabalho e se depara com um pendrive sobre o teclado. Liga seu computador, espeta o aparelho no USB para ver o que há dentro dele, e de repente seu PC não funciona mais. Você pode ter sido vítima de uma das pegadinhas mais cruéis que a tecnologia pode oferecer: o USB Killer.
O dispositivo foi revelado ao mundo em março deste ano pelo pesquisador russo conhecido como “Dark Purple”, e agora ganhou uma nova versão ainda mais mortal. Segundo seu criador, O USB Killer 2.0 é capaz de fritar praticamente qualquer dispositivo com uma interface USB.
O aparelho se disfarça como um pendrive, mas ele não tem o menor intuito de guardar arquivos. Sua única função é armazenar energia para descarregá-la de volta no computador (ou outro dispositivo com porta USB), potencialmente queimando a máquina. A nova versão usa o dobro da tensão do que a anterior para fazer seu estrago.
Ao conectar o aparelho na porta USB do computador, um conversor DC/DC invertido carrega os capacitores a -110 volts (agora a -220 volts). Ao chegar nessa medida, o conversor é desligado, ao mesmo tempo que é aberto um transistor que descarrega a tensão na porta USB. Quando a carga fica baixa, o conversor volta a funcionar, até que o estrago esteja completo.
A explicação acima pode parecer muito técnica, mas o resumo da obra é simples. Em termos leigos, o aparelhinho acumula carga do computador e descarrega de volta no computador com o intuito de queimar tudo que for possível. Ao devolver a tensão para a fonte de energia, o USB Killer é capaz de queimar o processador e a placa-mãe do computador. No entanto, é improvável que o HD seja afetado, o que significa que o processo não é o mais indicado para quem tem a intenção de eliminar informações de um computador. (Via Mashable ).
Créditos: Olhar Digital
USP diz que substância não cura câncer
Pressionada por mais de 700 liminares em favor de pacientes com câncer que fazem uso da fosfoetanolamina, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) emitiu nesta quarta uma dura carta para essas pessoas que acreditam ser a substância a cura para a doença. A USP afirma que o produto “não é remédio” e tem sido alvo de “exploradores oportunistas”
Filas de doentes solicitando a fosfoetanolamina – também conhecida como fosfoamina – se formaram no campus de São Carlos nos últimos dias, após a Justiça revogar proibição do fornecimento. A substância vinha sendo fabricada na instituição por ordem judicial até que as liminares foram suspensas (veja infográfico). Os estudos com o pretenso medicamento começaram há 20 anos com o professor de química Gilberto Chierice, que se aposentou pela USP.
“Não há registro e autorização de uso dessa substância pela Anvisa e, portanto, ela não pode ser classificada como medicamento, tanto que não tem bula”, diz o texto.
Na carta, a universidade afirma ainda que “é compreensível a angústia de pacientes e familiares acometidos de doença grave. Nessas situações, não é incomum o recurso a fórmulas mágicas, poções milagrosas ou abordagens inertes”, diz o comunicado.
“Não raro essas condutas podem ser deletérias, levando o interessado a abandonar tratamentos que, de fato, podem ser efetivos ou trazer algum alívio. Nessas condições, pacientes e seus familiares aflitos se convertem em alvo fácil de exploradores oportunistas”, afirma a universidade, na carta.
A instituição também afirma que não é uma indústria química e não tem capacidade produtiva em larga escala como vem sendo demandada. A reitoria sugere que a Justiça busque a indústria química caso queira obrigar uma distribuição da fosfoetanolamina em grande escala.
Nas últimas vezes em que foi procurada pela reportagem, a Anvisa informou apenas que não consta em seus arquivos pedidos de registro da substância.
Além de recorrer das decisões judiciais recentes, a reitoria da USP diz que “está verificando o possível envolvimento de docentes ou funcionários na difusão desse tipo de informação incorreta”, diz o comunicado.
No encerramento do comunicado, a USP diz que não descarta que “estudos clínicos suplementares possam ser desenvolvidos no âmbito desta universidade”, encerra o comunicado.
Procurado para comentar a acusação de oportunismo, o professor Gilberto Chierice não foi localizado por estar em viagem. Em entrevista concedida a O TEMPO no dia 2 de setembro, o professor Chierice disse que há cerca de 1.150 pesquisas realizadas no mundo inteiro com a fosfoetanolamina sintética, e as suas próprias pesquisas indicariam que a substância pode, realmente, curar o câncer.
“Começamos essa pesquisa na década de 1990 e já publicamos vários trabalhos em revistas científicas internacionais. Continuamos desenvolvendo esses estudos junto com o Instituto Butantan, que tem as células cancerosas”, comenta o professor.
A questão judicial envolvendo a fosfoetanolamina chegou a Brasília, onde um grupo de pesquisadores iniciou neste mês um trabalho de mobilização dos parlamentares. Segundo o senador Ivo Cassol (PP-RO), a legislação permite que a agência autorize a introdução da substância no mercado de medicamentos com base no “uso compassivo” para ajudar a tratar doentes que não têm outras opções, nem tempo para aguardar pelo final dos ensaios clínicos e pelo processo de autorização. Segundo o senador, uma audiência pública deverá ser realizada ainda neste mês sobre o assunto.
O pesquisador Gilberto Chierice, professor aposentado da USP que coordenou as pesquisas sobre o uso da fosfoetanolamina, diz que os ensaios clínicos não avançaram por falta de interesse dos laboratórios. “A discussão é saber até que ponto o governo federal está disposto a investir para disponibilizar a fosfoetanolamina para as pessoas que sofrem de câncer”.
Enquanto a questão burocrática parece longe de um desenrolar, doentes, parentes e amigos de pessoas com câncer usam, além da Justiça, as redes sociais para uma campanha pela liberação da fosfoetanolamina sintética a todos os pacientes.
Filas de doentes solicitando a fosfoetanolamina – também conhecida como fosfoamina – se formaram no campus de São Carlos nos últimos dias, após a Justiça revogar proibição do fornecimento. A substância vinha sendo fabricada na instituição por ordem judicial até que as liminares foram suspensas (veja infográfico). Os estudos com o pretenso medicamento começaram há 20 anos com o professor de química Gilberto Chierice, que se aposentou pela USP.
“Não há registro e autorização de uso dessa substância pela Anvisa e, portanto, ela não pode ser classificada como medicamento, tanto que não tem bula”, diz o texto.
Na carta, a universidade afirma ainda que “é compreensível a angústia de pacientes e familiares acometidos de doença grave. Nessas situações, não é incomum o recurso a fórmulas mágicas, poções milagrosas ou abordagens inertes”, diz o comunicado.
“Não raro essas condutas podem ser deletérias, levando o interessado a abandonar tratamentos que, de fato, podem ser efetivos ou trazer algum alívio. Nessas condições, pacientes e seus familiares aflitos se convertem em alvo fácil de exploradores oportunistas”, afirma a universidade, na carta.
A instituição também afirma que não é uma indústria química e não tem capacidade produtiva em larga escala como vem sendo demandada. A reitoria sugere que a Justiça busque a indústria química caso queira obrigar uma distribuição da fosfoetanolamina em grande escala.
Nas últimas vezes em que foi procurada pela reportagem, a Anvisa informou apenas que não consta em seus arquivos pedidos de registro da substância.
Além de recorrer das decisões judiciais recentes, a reitoria da USP diz que “está verificando o possível envolvimento de docentes ou funcionários na difusão desse tipo de informação incorreta”, diz o comunicado.
No encerramento do comunicado, a USP diz que não descarta que “estudos clínicos suplementares possam ser desenvolvidos no âmbito desta universidade”, encerra o comunicado.
Procurado para comentar a acusação de oportunismo, o professor Gilberto Chierice não foi localizado por estar em viagem. Em entrevista concedida a O TEMPO no dia 2 de setembro, o professor Chierice disse que há cerca de 1.150 pesquisas realizadas no mundo inteiro com a fosfoetanolamina sintética, e as suas próprias pesquisas indicariam que a substância pode, realmente, curar o câncer.
“Começamos essa pesquisa na década de 1990 e já publicamos vários trabalhos em revistas científicas internacionais. Continuamos desenvolvendo esses estudos junto com o Instituto Butantan, que tem as células cancerosas”, comenta o professor.
A questão judicial envolvendo a fosfoetanolamina chegou a Brasília, onde um grupo de pesquisadores iniciou neste mês um trabalho de mobilização dos parlamentares. Segundo o senador Ivo Cassol (PP-RO), a legislação permite que a agência autorize a introdução da substância no mercado de medicamentos com base no “uso compassivo” para ajudar a tratar doentes que não têm outras opções, nem tempo para aguardar pelo final dos ensaios clínicos e pelo processo de autorização. Segundo o senador, uma audiência pública deverá ser realizada ainda neste mês sobre o assunto.
O pesquisador Gilberto Chierice, professor aposentado da USP que coordenou as pesquisas sobre o uso da fosfoetanolamina, diz que os ensaios clínicos não avançaram por falta de interesse dos laboratórios. “A discussão é saber até que ponto o governo federal está disposto a investir para disponibilizar a fosfoetanolamina para as pessoas que sofrem de câncer”.
Enquanto a questão burocrática parece longe de um desenrolar, doentes, parentes e amigos de pessoas com câncer usam, além da Justiça, as redes sociais para uma campanha pela liberação da fosfoetanolamina sintética a todos os pacientes.
‘Fosfoamina sumiu com os tumores’
“Em dezembro de 2014, fiz uma tomografia que acusou um câncer no fígado. Como eu sou cardíaco, o médico resolveu me dar alta do hospital, porque a minha única opção era fazer a quimioterapia e ir para casa. Meu filho soube de um homem que fazia a fosfoamina. Resolvi não fazer a quimioterapia e tomar a ‘fosfo’. Depois de 25 dias, quando refiz o exame, veio a esperança: os marcadores do câncer tinham diminuído para a metade.
No início deste ano, o Carlos (Kennedy Witthoeft, que fabricava e distribuía o remédio por conta própria) foi preso, e eu tive que entrar com uma liminar para continuar o tratamento. Venci e consegui o medicamento para tomar até o final do ano. Hoje, dois dos três tumores que eu tinha sumiram, e o terceiro diminuiu muito. Em janeiro, vou refazer os exames. Quem sabe eu não vou poder parar de tomar a ‘fosfo’?”
“Em dezembro de 2014, fiz uma tomografia que acusou um câncer no fígado. Como eu sou cardíaco, o médico resolveu me dar alta do hospital, porque a minha única opção era fazer a quimioterapia e ir para casa. Meu filho soube de um homem que fazia a fosfoamina. Resolvi não fazer a quimioterapia e tomar a ‘fosfo’. Depois de 25 dias, quando refiz o exame, veio a esperança: os marcadores do câncer tinham diminuído para a metade.
No início deste ano, o Carlos (Kennedy Witthoeft, que fabricava e distribuía o remédio por conta própria) foi preso, e eu tive que entrar com uma liminar para continuar o tratamento. Venci e consegui o medicamento para tomar até o final do ano. Hoje, dois dos três tumores que eu tinha sumiram, e o terceiro diminuiu muito. Em janeiro, vou refazer os exames. Quem sabe eu não vou poder parar de tomar a ‘fosfo’?”
Créditos: O Tempo
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