O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) feito este ano registrou o menor índice de abstenção desde 2009: 25,5%. A informação foi divulgada ontem (25) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Na edição do ano passado, o índice foi 28,9%. "Temos conseguido reduzir as abstenções progressivamente", disse Mercadante durante coletiva de imprensa.
O ministro reforçou que os estudantes que conseguiram isenção da taxa de inscrição este ano, mas não justificaram ausência na prova só farão o Enem em 2016 mediante pagamento. Ainda durante a coletiva, Mercadante avaliou a aplicação das provas em 2015 como um trabalho exitoso.
"Tivemos um excelente exame, apesar do tamanho extraordinário que tem o Enem", disse. "Tivemos todas as premissas que asseguram que os candidatos possam fazer a sua prova em condições adequadas”.
Créditos: Agencia Brasil
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
OMS diz que carne processada pode causar câncer
Comer carnes processadas pode causar câncer de intestino em humanos, enquanto a carne vermelha é uma possível causa da doença, disseram especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira, em uma descoberta que pode aumentar os debates sobre os méritos de uma dieta baseada no consumo de carnes.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (Iarc), sediada na França, que faz parte da OMS, colocou carnes processadas, como presunto e salsicha, em sua lista de grupo 1, que inclui tabaco, amianto e fumaça de diesel, que possuem "evidências suficientes" de ligação ao câncer."Para um indivíduo, o risco de desenvolvimento de câncer de intestino por conta do consumo de carne processada continua pequeno, mas o risco aumenta com a quantidade de carne consumida", disse o Kurt Straif, chefe do Programa de Monografias da Iarc, em nota.
Carne vermelha, sob a qual a Iarc inclui carne bovina, de cordeiro e porco, foi classificada como "provável" agente cancerígeno na lista do grupo 2A, que contém glifosato, ingrediente ativo em muitos pesticidas.A classificação mais baixa para carne vermelha refletiu "evidências limitadas" para causa de câncer. A Iarc descobriu ligações principalmente com câncer de intestino, mas também observou associações com câncer de pâncreas e próstata, acrescentou.(Reportagem de Gus Trompiz/Reuters).
Créditos: DCI
Conheça o “tempero” mais usado por brasileiros, que pode matar
Imagine que um amigo convida você para almoçar na casa dele. Na mais saudável das intenções, a proposta é um menu leve. Digamos que uma salada de entrada e batatas recheadas no prato principal. Você possivelmente toparia o convite, não? E se ele dissesse que usaria veneno no tempero?
É isso que acontece na casa de uma pessoa qualquer como eu, você e esse amigo fictício. E também nos restaurantes de esquina, buffets por quilo e praças de alimentação. Pode lavar as folhas, deixar a cenoura no vinagre e esfregar cada pepino com bucha. Se na lavoura eles receberam agrotóxicos, ainda estarão contaminados. Quem diz isso não é o Hypeness, é a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Se todos os defensivos agrícolas utilizados por ano em nosso país fossem divididos pela população, daria um galão de 5,2 litros para cada brasileiro. Vai um aí na janta?
Foi no pós-2a Guerra que o uso de agrotóxicos passou a ser disseminado, com o crescimento exponencial da agricultura industrial. A chamada Revolução Verde levou uma série de inovações ao campo para aumentar a produção agrícola. Entre elas, a substituição da mão-de-obra humana pela mecanizada, o advento de sementes geneticamente modificadas e o uso de adubos químicos e venenos para pragas. O objetivo declarado até poderia ser nobre: combater a fome. Porém, cinquenta anos depois, além dos impactos sociais causados pelo êxodo rural, as consequências para o meio ambiente e para a saúde das pessoas evidenciam que esse modo de produzir pautado apenas na quantidade e não na qualidade está ultrapassado.
No ano passado, a Embrapa deixou disponível na internet um estudo realizado por seus pesquisadores entre os anos de 1992 e 2011. O objetivo do levantamento era traçar um panorama sobre a contaminação ambiental causada pelos agrotóxicos no Brasil. E o cenário é assustador: em todas as regiões do país são encontradas amostras de resíduos tóxicos em concentrações acima do recomendável, seja nas plantações, no solo, nas águas ou nos peixes. Isso porque não foram avaliados os impactos sobre a carne, ovos e leite, que indiretamente também trazem agrotóxicos para a mesa.
Muito se fala sobre como o Brasil disputa a liderança no mercado mundial de soja. O que não se fala tanto é sobre como essa cultura lidera o uso de defensivos agrícolas no país. Um bastante aplicado para limpar terrenos antes do cultivo é o herbicida 2,4-D. Trata-se de um dos componentes do agente laranja, utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. O herbicida é proibido em países como a Suécia, a Noruega, a Dinamarca, em vários estados do Canadá e os Estados Unidos vêm discutindo o seu banimento também. Aqui é liberado. E ele é apenas um.
Em nosso país temos mais de 400 tipos de agrotóxicos registrados. Entre eles, pelo menos 14 venenos proibidos no resto do mundo acabam sendo desovados por aqui e têm permissão para o comércio. Na União Europeia e Estados Unidos, são considerados lixos tóxicos. No Brasil manuseamos, respiramos, bebemos e comemos.
Alguns a gente até proíbe, mas a venda e o uso ilegal correm soltos pelo campo frente a uma fiscalização falha. E, das substâncias permitidas, em inúmeros casos são aplicadas quantidades acima dos limites aceitáveis. Até porque há um mito entre produtores rurais de que, quanto maiores as doses, mais tempo a lavoura fica livre de pragas. Mas parece que esse controle se tornou ele próprio a maior praga. Porque os impactos na saúde pública são evidentes.
A cada 90 minutos, um brasileiro é envenenado em decorrência do uso de agrotóxicos no país. E isso são apenas os casos notificados ao sistema de saúde. É uma epidemia de intoxicações agudas, com direito a dores de cabeça, vômitos, infecção urinária, alergias.
O uso de agrotóxicos é uma prática tão deliberada, inconsequente e sem controle que chegamos ao absurdo de episódios como esse, onde um avião simplesmente despejou sua carga do inseticida engeo pleno em cima de uma escola, hospitalizando funcionários e dezenas de crianças. Aliás, a prática da pulverização aérea foi proibida pela União Europeia lá em 2009, dada sua baixa eficiência e riscos ambientais. Por aqui, apesar da pressão dos movimentos sociais, a discussão sobre proibição da pulverização aérea está nesse nível aqui. (Por Daniel Boa Nova/Hypeness).
Créditos: MST
domingo, 25 de outubro de 2015
PT perdeu 11% dos prefeitos que elegeu em 2012
O PT já perdeu 11% dos prefeitos que elegeu em 2012. Dos 619 petistas vencedores das últimas eleições municipais em todo o país, 69 haviam deixado a legenda até este mês, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. O levantamento foi publicado pela Folha (aqui).
O movimento é mais forte em SP, onde o partido perdeu 20 de 73 prefeitos. No Nordeste, viu a saída do único prefeito de capital que tinha (Luciano Cartaxo, de João Pessoa).
Muitos dos que estão trocando de legenda serão candidatos à reeleição no ano que vem. A movimentação é um indicativo das dificuldades que a sigla deverá enfrentar.
Muitos dos que estão trocando de legenda serão candidatos à reeleição no ano que vem. A movimentação é um indicativo das dificuldades que a sigla deverá enfrentar.
Houve perdas em Estados comandados pela oposição, como Paraná (oito prefeitos) e Goiás (cinco), e mesmo onde os governos são da base da presidente Dilma, casos de Amazonas e Tocantins. As principais baixas foram nas regiões Sul e Sudeste - exceção feita ao Rio Grande do Sul, onde o partido manteve os 71 eleitos em 2012.
O cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia Jorge Almeida vê a saída de prefeitos como resultado de dois fatores: a crise de imagem do PT e a busca pelo respaldo de um aliado no campo estadual. "Nas cidades pequenas, sobretudo, os prefeitos migram para partidos da base do governador em busca de obras e recursos estaduais. A crise do PT potencializou esse movimento", afirma.
A maioria dos prefeitos que deixaram o partido é do grupo de considerados "cristãos-novos" - vários deles filiados durante o período de maior popularidade do ex-presidente Lula. "Muitos foram para o PT sem identidade ideológica e agora estão saindo na primeira crise", diz Almeida.
Neste sábado (24), em São Paulo, o presidente do partido, Rui Falcão, disse que o PT filia mais políticos do que os perde. "Há 30 anos, toda matéria que sai diz que o partido vive a maior crise de sua história", ironizou.
Créditos: Brasil 247
Aos 84 anos, aposentado faz o Enem no Rio de Janeiro
Carlos Alberto Barbosa é um homem de 84 anos, viúvo depois de 53 anos de casamento, pai de três filhas – todas já formadas -, com cinco netos e dois bisnetos. Aposentado da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), ele se misturava hoje timidamente às centenas de jovens que aguardavam com ansiedade, em meio a celulares e tablet, os portões se abrirem no Pavilhão Professor João Lyra Filho para cumprir a primeira etapa do Enem 2015.
O objetivo: uma vaga em uma universidade publica para cursar biologia. “Gosto de estudar e está é a quarta vez que tento o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Mas eu sempre estive na média, por que desistir?”, questionou. Simpático, decidido, Barbosa disse se sentir bem em meio aos jovens.
“Gosto do ambiente, do pessoal mais jovem, mas quero mesmo é cursar a universidade pública sem pagar nada”, disse, para confessar: “Eu já cursei o ensino superior. Cheguei até o oitavo período de administração na Fundação Getulio Vargas, mas tive que abandonar para trabalhar e sustentar os filhos. Agora, eu estudo por conta própria, pelo computador, e o único gasto que tenho é com a professora de redação”.
Mesmo aos 84 anos, seu Barbosa é enfático: “Se não for desta vez tento de novo. Gosto de participar, o Enem pra mim é festa, mas é também um desafio. Me baseio no que aprendi em toda a minha vida". Ciente da idade e do muito que fez ao longo da vida, ele é enfático ao afirmar que não visa o mercado de trabalho.
“Eu gosto é de estudar e não tenho sequer a pretensão de entrar para o mercado de trabalho. Eu quero é aprender, eu fui excedente de Medicina em 1967. Naquele ano, o vestibular era classificatório e o ex-presidente Costa e Silva mandou matricular todos aqueles que obtiveram média 5 e a minha foi 4,98. Alguns dos que ficaram de fora ganharam na Justiça, foram prometidas vagas e até hoje estou esperando reparação”, disse.
“O importante é que tenho saúde e pra mim isto aqui é uma beleza. Eu tenho saúde suficiente para continuar tentando. Ainda ajudo meus filhos e netos. E eu acho que estudar não dói. Não sei se vou ter saúde para aguentar quatro, cinco anos até atingir uma graduação, mas enquanto der eu vou tentando. Eu almocei às 10h, eu mesmo que faço meu almoço, porque não posso ficar várias horas em uma sala sem me alimentar, não é?”, revelou meio matreiro, antes de se despedir da reportagem.
Créditos: Agencia Brasil
O objetivo: uma vaga em uma universidade publica para cursar biologia. “Gosto de estudar e está é a quarta vez que tento o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Mas eu sempre estive na média, por que desistir?”, questionou. Simpático, decidido, Barbosa disse se sentir bem em meio aos jovens.
“Gosto do ambiente, do pessoal mais jovem, mas quero mesmo é cursar a universidade pública sem pagar nada”, disse, para confessar: “Eu já cursei o ensino superior. Cheguei até o oitavo período de administração na Fundação Getulio Vargas, mas tive que abandonar para trabalhar e sustentar os filhos. Agora, eu estudo por conta própria, pelo computador, e o único gasto que tenho é com a professora de redação”.
Mesmo aos 84 anos, seu Barbosa é enfático: “Se não for desta vez tento de novo. Gosto de participar, o Enem pra mim é festa, mas é também um desafio. Me baseio no que aprendi em toda a minha vida". Ciente da idade e do muito que fez ao longo da vida, ele é enfático ao afirmar que não visa o mercado de trabalho.
“Eu gosto é de estudar e não tenho sequer a pretensão de entrar para o mercado de trabalho. Eu quero é aprender, eu fui excedente de Medicina em 1967. Naquele ano, o vestibular era classificatório e o ex-presidente Costa e Silva mandou matricular todos aqueles que obtiveram média 5 e a minha foi 4,98. Alguns dos que ficaram de fora ganharam na Justiça, foram prometidas vagas e até hoje estou esperando reparação”, disse.
“O importante é que tenho saúde e pra mim isto aqui é uma beleza. Eu tenho saúde suficiente para continuar tentando. Ainda ajudo meus filhos e netos. E eu acho que estudar não dói. Não sei se vou ter saúde para aguentar quatro, cinco anos até atingir uma graduação, mas enquanto der eu vou tentando. Eu almocei às 10h, eu mesmo que faço meu almoço, porque não posso ficar várias horas em uma sala sem me alimentar, não é?”, revelou meio matreiro, antes de se despedir da reportagem.
Créditos: Agencia Brasil
Teste ajuda a prever Alzheimer décadas antes de sintomas
Também foi possível notar uma redução das funções cerebrais da área responsável pela memória de orientação espacial O estudo pode dar pistas sobre o porquê de pessoas com demência sentirem dificuldades em se localizar.
"Nossas conclusões podem fornecer novos parâmetros para pesquisas pré-clínicas a respeito do Alzheimer, além de uma explicação neurocognitiva para a desorientação espacial do Alzheimer", diz a reportagem sobre o estudo na revista Science.
"Apesar de não sabermos se esses jovens do estudo realmente terão Alzheimer, caracterizar mudanças cerebrais em um estágio inicial com riscos genéticos é algo importante para ajudar os pesquisadores a entender melhor o porquê de algumas pessoas estarem mais suscetíveis a desenvolver a doença", disse.
Argentina, Guatemala e Haiti votam para presidente neste domingo
Três países das Américas votam para presidente neste domingo (25). Na Argentina e na Guatemala, não há dúvidas sobre quem são os favoritos, mas no Haiti, sobram problemas – e presidenciáveis. Cinquenta e quatro candidatos disputam a presidência do país mais pobre do hemisfério, onde metade da população, de 10,4 milhões, vive com menos de US$ 1 por dia – menos de R$ 4.
Os 32 milhões de eleitores argentinos já sabem que o governista Daniel Scioli será o mais votado dos seis candidatos. Ele é do Partido Justicialista (Peronista), no poder há 14 anos, e é o governador da província de Buenos Aires – a maior e mais rica da Argentina, onde vivem 40% dos eleitores.
Além de liderar as pesquisas de opinião, Scioli obteve 38,4% dos votos nas prévias de agosto – que na Argentina são abertas, simultâneas e obrigatórias. Mas para assegurar a vitória no primeiro turno, Scioli precisa de 45% dos votos ou, no mínimo, 40% dos votos com uma diferença de dez pontos porcentuais em relação ao segundo colocado.
O favorito da oposição nas previas foi Mauricio Macri, do partido conservador PRO, que somou 24,8% das intenções voto. Ele é o atual prefeito da capital, Buenos Aires, e prega uma menor presença do estado na economia, que cresceu muito durante os governos de Nestor Kirchner (2003-2007) e de sua mulher e sucessora Cristina Kirchner, reeleita em 2011, meses após a morte do marido.
Cristina estatizou as empresas de aviação Aerolineas Argentinas e de petróleo Yacimentos Petrolíferos Fiscales (YPF). Ambas haviam sido adquiridas pelos espanhóis na década de 1990, quando a Argentina adotou uma politica neoliberal e privatizou as estatais. Macri promete eliminar os controles cambiais, impostos pelo atual governo para impedir a saída de divisas do país. Mas ele moderou seu discurso e prometeu manter os planos sociais, para atrair os votos do centro, que representam cerca de um terço do eleitorado.
Scioli fez o mesmo, ao tentar marcar uma diferença de estilo em relação a Cristina Kirchner e mostrar-se mais aberto a negociar com os partidos da oposição, os credores da dívida externa e os governos de países com politica econômicas diferentes da Argentina. Muitos dos votos do centro, no entanto, estão com o terceiro colocado, Sergio Massa, que era peronista e aliado dos Kirchner, antes de passar para a oposição. Segundo o analista político Rosendo Fraga, as chances de Scioli ganhar no primeiro ou num eventual segundo turno são grandes porque essa foi a tendência em toda a América do Sul.
“Nas eleições presidenciais do Brasil, da Bolívia, do Equador e do Uruguai, realizadas apos uma década de conjuntura econômica favorável, os candidatos governistas ganharam”, disse, em entrevista à Agencia Brasil “Na Argentina deve acontecer o mesmo. O desafio do próximo governo vai ser administrar a economia, num momento de menor crescimento econômico e queda de preços das commodities”. Além de presidente e vice, os argentinos vão escolher 130 deputados federais, 24 senadores, representantes do Parlamento do Mercosul e 11 governadores.
Já na Guatemala, o resultado do segundo turno das eleições presidenciais é quase certo. O favorito é o comediante Jimmy Morales. Ele foi o mais votado no primeiro turno, realizado pouco depois da renúncia do presidente Otto Perez Molina, que está detido, acusado de corrupção. J
á no Haiti, nada está definido. O vencedor, entre os 54 candidatos à presidência, terão de resolver o básico, como falta de água potável, de eletricidade, saúde e educação – em um país que ainda não se recuperou do terremoto de 2010 e onde, segundo as Nações Unidas, 600 mil pessoas ainda dependem de ajuda internacional para sobreviver.
As autoridades haitianas armaram um forte esquema de segurança para evitar a violência e as acusações de fraude, que levaram ao cancelamento de eleições legislativas em 2011 e 2014.
Créditos: Agencia Brasil
Os 32 milhões de eleitores argentinos já sabem que o governista Daniel Scioli será o mais votado dos seis candidatos. Ele é do Partido Justicialista (Peronista), no poder há 14 anos, e é o governador da província de Buenos Aires – a maior e mais rica da Argentina, onde vivem 40% dos eleitores.
Além de liderar as pesquisas de opinião, Scioli obteve 38,4% dos votos nas prévias de agosto – que na Argentina são abertas, simultâneas e obrigatórias. Mas para assegurar a vitória no primeiro turno, Scioli precisa de 45% dos votos ou, no mínimo, 40% dos votos com uma diferença de dez pontos porcentuais em relação ao segundo colocado.
O favorito da oposição nas previas foi Mauricio Macri, do partido conservador PRO, que somou 24,8% das intenções voto. Ele é o atual prefeito da capital, Buenos Aires, e prega uma menor presença do estado na economia, que cresceu muito durante os governos de Nestor Kirchner (2003-2007) e de sua mulher e sucessora Cristina Kirchner, reeleita em 2011, meses após a morte do marido.
Cristina estatizou as empresas de aviação Aerolineas Argentinas e de petróleo Yacimentos Petrolíferos Fiscales (YPF). Ambas haviam sido adquiridas pelos espanhóis na década de 1990, quando a Argentina adotou uma politica neoliberal e privatizou as estatais. Macri promete eliminar os controles cambiais, impostos pelo atual governo para impedir a saída de divisas do país. Mas ele moderou seu discurso e prometeu manter os planos sociais, para atrair os votos do centro, que representam cerca de um terço do eleitorado.
Scioli fez o mesmo, ao tentar marcar uma diferença de estilo em relação a Cristina Kirchner e mostrar-se mais aberto a negociar com os partidos da oposição, os credores da dívida externa e os governos de países com politica econômicas diferentes da Argentina. Muitos dos votos do centro, no entanto, estão com o terceiro colocado, Sergio Massa, que era peronista e aliado dos Kirchner, antes de passar para a oposição. Segundo o analista político Rosendo Fraga, as chances de Scioli ganhar no primeiro ou num eventual segundo turno são grandes porque essa foi a tendência em toda a América do Sul.
“Nas eleições presidenciais do Brasil, da Bolívia, do Equador e do Uruguai, realizadas apos uma década de conjuntura econômica favorável, os candidatos governistas ganharam”, disse, em entrevista à Agencia Brasil “Na Argentina deve acontecer o mesmo. O desafio do próximo governo vai ser administrar a economia, num momento de menor crescimento econômico e queda de preços das commodities”. Além de presidente e vice, os argentinos vão escolher 130 deputados federais, 24 senadores, representantes do Parlamento do Mercosul e 11 governadores.
Já na Guatemala, o resultado do segundo turno das eleições presidenciais é quase certo. O favorito é o comediante Jimmy Morales. Ele foi o mais votado no primeiro turno, realizado pouco depois da renúncia do presidente Otto Perez Molina, que está detido, acusado de corrupção. J
á no Haiti, nada está definido. O vencedor, entre os 54 candidatos à presidência, terão de resolver o básico, como falta de água potável, de eletricidade, saúde e educação – em um país que ainda não se recuperou do terremoto de 2010 e onde, segundo as Nações Unidas, 600 mil pessoas ainda dependem de ajuda internacional para sobreviver.
As autoridades haitianas armaram um forte esquema de segurança para evitar a violência e as acusações de fraude, que levaram ao cancelamento de eleições legislativas em 2011 e 2014.
Créditos: Agencia Brasil
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