terça-feira, 10 de novembro de 2015

Grande medo da oposição é que eu volte, diz Lula

Em entrevista para uma rádio da Colômbia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (9) que o grande medo da oposição brasileira atualmente é com a possibilidade de ele voltar à Presidência da República em 2018. Apesar de já ter falado que pode ser candidato, Lula evitou confirmar esta declaração durante a entrevista.
Ele destacou que estará "muito feliz apoiando um companheiro". "Agora o grande medo deles é a possibilidade de Lula voltar em 2018. Uma coisa que eu acho loucura, porque ainda faltam três anos", afirmou.
Na avaliação dele, a oposição está inconformada com a derrota nas eleições de 2014 e, por isso, tem feito tudo para obstruir qualquer possibilidade de a presidente Dilma Rousseff governar com "tranquilidade" e de o PT conquistar a Presidência da República pela quinta vez consecutiva.
Sobre ser candidato, Lula falou em cautela e pediu para esperar porque "ainda faltam três anos". "Te digo de coração: irei contra qualquer candidatura que signifique um retrocesso nas conquistas sociais do povo brasileiro. Estarei no campo de batalha de novo para manter as conquistas", completou ele.
O ex-presidente reconheceu que a corrupção interfere na economia, mas é apenas um "ingrediente" da conjuntura atual. "Não é a coisa que pode atrapalhar a economia", disse. Ele defendeu ainda que a presidente Dilma, assim como outros presidentes, deve deixar a apuração dos escândalos com a polícia e a Justiça e se concentrar em cuidar da economia brasileira.
Ele ainda avaliou que as dificuldades enfrentadas pelo Brasil são "conjunturais" e previu que, embora esteja durando mais que o governo esperava, a crise deve acabar em breve. Para ele, já está "consagrado" que o Brasil terá PIB negativo neste ano. "E necessitamos trabalhar muito para evitar um PIB negativo em 2016". (Infomoney)
Créditos: Brasil 247

Exames periódicos ainda são principal forma de combater câncer de próstata

Todos os anos, mais de 60 mil novos casos de câncer de próstata surgem no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desse total, cerca de 10% é diagnosticado em estágio avançado, o que prejudica a eficácia do tratamento e diminui as chances de cura do paciente.
O tratamento do câncer de próstata está em discussão em todo o mundo no momento. A Sociedade Brasileira de Urologia e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica vem buscando, nos últimos anos, unificar as diretrizes de tratamento, como forma de orientar os médicos no melhor caminho a ser seguido, em benefício dos pacientes, principalmente daqueles em estágio avançado da doença.

O urologista Antônio Reginaldo explica que nos últimos 10 anos diversos avanços aconteceram no tratamento do câncer de próstata, que são cada vez menos violentos e agressivos aos pacientes. “Antigamente todos os casos eram operados ou tratados com radioterapia. Hoje, quando o tumor é de baixo grau, não há necessidade de cirurgia, apenas um acompanhamento. Só operamos o paciente que possui um tumor agressivo e em estágio avançado”, pontua.

A cirurgia, no caso em que o câncer de próstata é avançado, também vem sendo aperfeiçoada nos últimos anos, com auxílio de meios tecnológicos. “A técnica cirúrgica se aperfeiçoou muito nos últimos anos. Em alguns estados brasileiros já existem robôs que auxiliam os profissionais durante o procedimento. Esses avanços aumentam as chances de sucesso, nos casos em que há necessidade de cirurgia”, comenta.

Quando não há mais possibilidade de radioterapia ou quimioterapia, o câncer de próstata também pode ser tratado através de medicamentos, disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O tratamento com medicamentos acontece apenas na fase avançada da doença. Existem os medicamentos injetáveis e os tratamentos orais. O SUS fornece de maneira gratuita esses medicamentos, o paciente precisa apenas comprovar o diagnóstico”, explica.

Apesar dos avanços no tratamento, o urologista Antônio Reginaldo alerta que o diagnóstico precoce ainda é a principal forma de amenizar os danos causados pelo câncer de próstata. “Impotência sexual e incontinência urinária são algumas das possíveis sequelas que o paciente pode ter após a cirurgia para retirada do tumor. Esse é o grande medo, que, muitas vezes, acaba afastando os homens dos exames. É importante lembrar que o diagnóstico precoce é a principal saída para evitar essas complicações”, alerta o urologista, que também ressalta a importância dos exames periódicos.
Por: Natanael Souza - Jornal O DIA
Créditos: O Dia

Parque eólico na Bahia receberá R$ 494 milhões em recursos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a concessão de colaboração financeira no valor de R$ 494,2 milhões para a implantação de seis parques eólicos do Complexo Morrinhos Energias Renováveis S.A., localizados no município de Campo Formoso (BA). Com capacidade instalada de 180 MW, o projeto inclui o sistema de transmissão da energia gerada e a realização de investimentos sociais na região. 

O apoio do Banco ao projeto se dará por meio de uma operação mista: 70% dos recursos, equivalentes a R$ 346,7 milhões, mais R$ 2,45 milhões para investimentos sociais virão diretamente do BNDES; os 30% restantes, no valor de R$ 147,5 milhões, serão repassados pelos bancos Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco e Santander. 

Na fase de construção das centrais eólicas serão gerados 1,8 mil empregos diretos e 3 mil indiretos. Após a conclusão do projeto, este número será de 30 postos de trabalho diretos e 50 indiretos. 
A operação aprovada levou em conta a decisão do empreendedor de emitir debêntures na holding Complexo Morrinhos, que controla os parques. E o BNDES, por meio da Área de Mercado de Capitais, avalia a possibilidade de participar dessa emissão.  

O Complexo Eólico Morrinhos, no Norte da Bahia, fica a 450 km de Salvador, próximo à cidade de Campo Formoso. Ali serão instaladas as seis centrais geradoras previstas no projeto – Andorinha Energias Renováveis S.A., Campo Formoso I Energias Renováveis S.A., Campo Formoso II Energias Renováveis S.A., Morrinhos Energias Renováveis S.A., Sertão Energias Renováveis S.A. e Ventos dos Guarás I Energias Renováveis S.A. – com o devido Sistema de Transmissão associado e os respectivos investimentos sociais.  Fonte: BNDES.
Créditos: Portal Brasil

Energia elétrica acumula alta de 49,03%

A energia elétrica acumula alta de 49,03% no ano, até o mês de outubro, e é apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - que mede a inflação oficial do país através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - como a principal pressão no custo de vida dos brasileiros em 2015.
“Ninguém vai tirar esse status dela [de vilã da inflação em 2015]”, afirmou a coordenadora de Índice de Preços do órgão, Eulina Nunes dos Santos.
De acordo com a especialista, o aumento de 16% na tarifa de energia elétrica no Rio de Janeiro, que acontecerá a partir deste sábado (7), vai impactar ainda a inflação oficial do país em novembro.
“É relevante sim [o reajuste para o resultado do IPCA de novembro], principalmente por conta do peso que tem o Rio de Janeiro [na pesquisa], da magnitude do reajuste, que é 16%, e do peso da energia no Rio”, afirmou a coordenadora.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta quarta-feira (5), durante Reunião Pública Extraordinária de Diretoria, reajuste tarifário da concessionária Light Serviços de Eletricidade S/A, e os novos valores serão aplicados para 3,7 milhões de unidades consumidoras, localizadas em 31 municípios do Rio de Janeiro.
“Quando se trata dos administrados e do que se espera ainda por vir [no ano de 2015], poucos itens, porque os ônibus praticamente todos os estados já aumentaram, a energia também deu seu quinhão, sendo o principal item de pressão no custo de vida do brasileiro nesse ano, para novembro, alguns itens monitorados ainda vão aumentar. O mais importante deles, pelo peso que tem na vida da gente, é a energia elétrica, tendo em vista o reajuste que vai acontecer a partir de amanhã no Rio de Janeiro”, concluiu.
A coordenadora apontou ainda que, em São Paulo, houve reajuste de 15,5% em uma das concessionárias de energia elétrica, a partir do dia 23 de outubro. No entanto, de acordo com ela, “essa que aumentou não é a mais importante”. “No Rio são duas concessionárias, e essa que vai reajustar é a mais forte [pois abastece um número maior de residências]”.
Além da conta de luz, outros reajustes também podem impactar o IPCA de novembro, como a aumento de 14,58% do ônibus urbano em Fortaleza, a partir do dia 7 de novembro, a alta de 9,63% no táxi da Goiânia, que ocorreu em 12 de outubro, e a telefonia de celular, onde uma operadora aumentou 18,18% a partir da segunda quinzena de outubro.
O aumento de 8% na tarifa de alguns bancos, que ocorreu também a partir da segunda quinzena do mês dez, e o reajuste de 9,68% do ônibus urbano em Belo Horizonte, a partir do dia 25 de outubro, também serão considerados.
Em outubro, os brasileiros tiveram de gastar ainda mais para morar, comer e se locomover. O aumento desses custos acabou impactando a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 0,54% em setembro para 0,82% no mês seguinte, atingindo a maior alta para o período desde 2002.
Os recordes negativos também são vistos em outras bases de comparação. No ano, o IPCA acumula alta de 8,52%, a maior para o período de janeiro a outubro desde 1996, quando ficou em 8,70%. Em 12 meses, o indicador foi para 9,93% e é o mais elevado, considerando o período, desde 2003, quando chegou a 11,02%.(G1).
Créditos: WSCOM

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Bird estima que alterações climáticas poderão levar milhões para a pobreza

Mais 100 milhões de pessoas estarão vivendo na pobreza extrema até 2030 se não for tomada qualquer ação para limitar o impacto do aquecimento global, indicou ontem (8) um novo relatório do Banco Mundial (Bird).

"Sem desenvolvimento 'climático inteligente', as alterações climáticas podem empurrar mais de 100 milhões de pessoas para níveis de pobreza extrema em 2030", de acordo com o documento, publicado a menos de um mês da conferência de Paris sobre o clima COP21.

O impacto será particularmente forte no Continente Africano, onde as alterações climáticas podem levar a um aumento dos preços dos alimentos na ordem dos 12% em 2030.

Este será "um golpe muito duro para uma região onde o consumo alimentar dos agregados familiares mais pobres representa mais de 60% das despesas", diz o Bird.

Na Índia, a destruição de culturas agrícolas e a proliferação mais rápida das doenças resultantes da desregulação climática poderá deixar 45 milhões de pessoas na pobreza extrema, a viver com menos de 1,90 dólares (1,80 euros) por dia.

Saúde

Um aquecimento planetário de entre 2 graus a 3 graus centígrados, relativamente à era pré-industrial - superior ao objetivo de mais 2 graus centígrados da comunidade internacional - poderá aumentar em 5% o número de habitantes expostos ao paludismo (malária), ou seja, um aumento de 150 milhões de pessoas, de acordo com o relatório do Bird.

A incidência de doenças diarreicas ameaça subir 10% nos próximos 15 anos, dia ainda o documento do banco, que pede um desenvolvimento "consciente do clima, rápido e solidário".

"A longo prazo, apenas uma ação internacional imediata e apoiada, com vista a reduzir as emissões mundiais de gases com efeito de estufa, permitirá proteger milhões de pessoas da pobreza", afirma a instituição.

O Banco Mundial pede aos países ricos ajuda no financiamento nas nações do Sul de medidas atenuantes do impacto do aquecimento climático.

A conferência de Paris (COP21), que começa no dia 30 de novembro, tem como objetivo conseguir um acordo internacional que limite as emissões de gases com efeito de estufa.
Créditos: Agência Brasil

O Judiciário brasileiro é o mais caro do mundo, consome 1,2% do PIB

Em 2014, o sistema consumiu 68,4 bilhões de reais em verbas públicas, o equivalente a 1,2% das riquezas produzidas pelo País no período. A conta inclui as repartições federais, estaduais, trabalhistas, eleitorais e militares. E não leva em conta o Supremo Tribunal Federal e seus 577 milhões de reais de orçamento. Trata-se do Judiciário mais caro do mundo, ou ao menos do Ocidente. E não se farta. Quer mais dinheiro, não para acabar com a ineficiência e a morosidade dos tribunais, mas para engordar contracheques desde sempre generosos.
O recorde de gastos está detalhado na pesquisa “Abrindo a caixa-preta: três décadas de reformas do sistema judicial do Brasil”, uma parceria entre Luciano da Ros, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Matthew Taylor, da Universidade Americana, de Washington. O trabalho completo só ficará pronto em 2016, mas Ros publicou uma prévia. Em “O custo da Justiça no Brasil: uma análise exploratória”, há uma comparação das despesas entre países. O gasto é de 0,32% do PIB na Alemanha, de 0,28% em Portugal, de 0,19% na Itália, de 0,14% na Inglaterra e de 0,12% na Espanha. Nos Estados Unidos, 0,14%. Na América do Sul, a Venezuela consome 0,34%, o Chile, 0,22%, a Colômbia, 0,21%, e a Argentina, 0,13%.
A folha de pessoal é a principal causa do altíssimo custo. No Judiciário, há gente e mordomias demais. O pagamento de 434.932 funcionários, entre juízes e servidores, mordeu 89,5% das despesas totais em 2014. O salário médio alcança 10,8 mil mensais. Apesar disso, a fatia de 1,2% no PIB é a mais baixa em seis anos, motivo, segundo Ros, de estar em curso uma ofensiva por mais recursos.
Servidores de tribunais cercam o Congresso há semanas em uma pressão pela derrubada do veto presidencial à lei que reajustava o holerite da turma entre 53% e 78%. Se a lei vigorar, o Judiciário ficará 5 bilhões de reais mais caro a partir de 2016. O custo dobrará de 2018 em diante. No mesmo Legislativo, avança um projeto do STF, datado de agosto, que reajusta em 16% o salário dos 11 ministros da Corte. As excelências passariam a receber 39.293 reais mensais. Detalhe: o salário dos ministros, hoje em 33.763 reais, foi corrigido há menos de um ano.
Aumentar os vencimentos do STF tem potencial para provocar um efeito dominó. Desde 2003, o salário dos ministros da corte é referência para a remuneração máxima no setor público. Na prática, a teoria é outra. A começar pelo próprio guardião das leis. Inúmeros são os subterfúgios usados para proporcionar à magistratura vencimentos acima do teto. Dados disponíveis na internet mostram gente ilustre a estourar o limite. O juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, recebeu 82.370 reais em setembro. O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, José Ricardo dos Santos Costa, 41.262 reais. O da associação dos juízes federais, Antonio César Boechenek, 34.787 reais.
O pagamento acima do teto resulta dos chamados “penduricalhos”. Auxílios, indenizações, gratificações e uma penca de adicionais não definidas como “salário” e adotados do Oiapoque ao Chuí. No Rio Grande do Sul, paga-se um “auxílio-táxi” de 123,80 reais. Goiás instituiu em 2013 um “auxílio-livro” de 3,2 mil anuais. No Rio de Janeiro, há desde setembro um “auxílio-educação” de 953 reais por filho de juiz. Em 2011, o Conselho Nacional de Justiça, cuja missão é vigiar o Judiciário, criou um “auxílio- alimentação” e uma licença remunerada para cursos no exterior, entre outros.
Tudo serve de pretexto. No início do mês, o STF aprovou uma “diária” de 5,4 mil mensais a ser paga a 17 juízes que trabalham como auxiliares dos ministros. Justificativa: os magistrados precisam deixar seus lares para trabalhar. Durante a aprovação, o ministro Luiz Fux, com uma verve sindicalista, disse que “a magistratura é uma atividade espinhosa que merece valorização em relação a todas as outras categorias”. 
Créditos: Carta Capital

SP fecha escolas e reforma presídios

ABCD Maior –  Enquanto o ABC paulista perde seis escolas estaduais e outras 30 não terão aulas noturnas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), investe na reforma dos Centros de Detenção Provisória (CDPs) regionais. As unidades prisionais de Santo André, São Bernardo e Mauá, com superlotação que ultrapassa três vezes o limite da população carcerária, receberam investimento para reparos estruturais, sem qualquer previsão de ampliação. Nas últimas manifestações de rua contra a reorganização escolar, a população levantou o bordão “fecha escolas, ergue prisões”, como forma de criticar as políticas públicas do estado.
Especialistas em segurança e educação ouvidos pela reportagem argumentam que, ao abandonar a educação formal, o estado contribui para o aumento da população prisional. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, no ABC, a unidade de São Bernardo é a que possui a maior superlotação. Com capacidade para 844 pessoas, atualmente 2.401 estão instaladas no CDP, que fica no Bairro Cooperativa. Em Santo André, o CDP na Vila Palmares comporta 534 prisioneiros, porém, a unidade abriga 1.874. O terceiro centro de detenção, em Mauá, tem quase 1.500 pessoas, sendo que a capacidade é de 624.
A tendência é que a situação não se altere. “Historicamente, nossas prisões são depósitos de gente. Quando o jovem não tem acesso à boa educação, à cultura e ao lazer, perde formação e oportunidades de se inserir no mercado de trabalho”, analisou a professora da Universidade Federal do ABC (UFABC) Alessandra Teixeira, doutora em Sociologia e pesquisadora do Observatório de Segurança Pública da Unesp. Segundo ela, o adolescente prejudicado pela precariedade da educação pública acaba absorvido pela criminalidade. “O jovem vira mão de obra para o crime organizado, e o primeiro contato que ele terá com a carceragem será o CDP”, salientou.
Para Alessandra, construir ou fechar prédios não pode ser indicador de política pública. “As verbas para a segurança e educação são diferentes. Mas, ao fechar escolas, o governo contribui para um ciclo que gera a mão de obra para o crime organizado. Assim que o jovem ingressar na cadeia, os grupos criminosos vão captar essa pessoa, que poderia ter uma possibilidade de evitar essa situação se tivesse acesso a uma boa formação escolar”, reforçou a professora. “O jovem sem acesso à educação e a população prisional são o mesmo público”, reforçou.

Água de chuva

O governo estadual, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária, informou que “o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Santo André está em reforma para a ampliação da captação de água da chuva e armazenamento em reservatório de 5 mil litros, confecção e instalação de um novo portão de entrada da unidade, reforma de cela destinada a pessoas com necessidades especiais, setores de subportaria e portaria passando por adaptação para melhor acessibilidade e instalação de mictórios e lavatórios nas torres de vigilância. Os custos somados tem valor estimado de R$ 39.442”.
Já o CDP de Mauá “está em obras para a alteração dos portões de acesso aos pavilhões habitacionais, com custo estimado em R$ 5.100,00”. No caso de São Bernardo, os valores e detalhamentos da No caso de São Bernardo, os valores e detalhamentos da obra não foram informados.
O coordenador do curso de Pedagogia da Fundação Santo André, Sebastião Porto, também é um dos críticos das medidas adotadas pelo governo Alckmin. A reorganização escolar, conforme o docente, foi feita sem transparência e participação da população e especialistas em educação. “Claro que sempre precisamos reorganizar e melhorar nossas escolas. Mas isso tem de ser feito ouvindo pais, alunos, professores e especialistas na questão. Isso não acontece no governo de São Paulo”, argumentou o professor, que já foi funcionário da Secretaria da Educação estadual.
Porto também acredita que o processo de precarização da educação de base pode contribuir com o aumento da criminalidade. “Concordo com os movimentos de rua. Esse link existe, é evidente”, salientou. O professor chama atenção também para a falta de compromisso do estado com os professores da rede básica. “Ao fechar escolas e salas de aula, o governo do estado deixa de lado o professor, o profissional que participou de uma atribuição de aulas para trabalhar mais próximo de casa e agora se vê obrigado a se deslocar para mais longe”, explicou.
“A ampliação do acesso à escola pública é um acontecimento recente no nosso país. Por outro lado, temos uma das maiores populações carcerárias, e esses fatos estão ligados”, sustentou. “Essa ligação é quase óbvia. Temos uma educação deficitária que não consegue trabalhar uma série de valores e princípios. Isso tem um reflexo na população carcerária.”
Créditos: Rede Brasil Atual