quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

“Clima: a mudança é agora ou nunca mais. Estamos à beira do suicídio”

HERO WEB - Pope Francis General Audience - 2015_12_02 - © Antoine Mekary - ALETEIA DSC8584
O mundo está à beira do suicídio e corre o risco de nele cair se não mudar decisivamente de rota ao enfrentar os problemas ligados às mudanças climáticas, fruto do atual modelo de desenvolvimento. Francisco disse isso dialogando com os jornalistas durante o voo de Bangui para Roma.


O papa também respondeu a algumas perguntas sobre o Vatileaks: “Foi um erro a nomeação de Vallejo Balda e de Chaouqui na comissão Cosea“. Francesco acrescentou um significativo reconhecimento da obra contra a corrupção iniciada por Ratzinger.

Eis a entrevista.

No Quênia, você encontrou as famílias pobres de Kangemi e ouviu as suas histórias de exclusão dos direitos humanos fundamentais, como a falta de acesso à água potável. O que sentiu ouvindo as suas histórias e o que é preciso fazer para pôr fim às injustiças?

Sobre esse problema eu falei várias vezes. Não recordo bem as estatísticas, mas acho que eu li que 80% da riqueza do mundo está nas mãos de 17% da população. Não sei se é verdade. É um sistema econômico que tem no centro o dinheiro, o deus dinheiro. Lembro que uma vez um embaixador não católico, falava francês, e me disse: “Nous son tombeé dans l’idolatrie dell’argent”. O que eu senti em Kangemi? Senti dor, uma grande dor! Ontem [domingo] fui ao hospital pediátrico, o único em Bangui e do país. Na terapia intensiva, eles não têm oxigênio, havia muitas crianças desnutridas. A doutora me disse: a maioria deles vai morrer, porque tem a malária forte e estão desnutridos. A idolatria é quando um homem ou uma mulher perdem a sua carteira de identidade, ou seja, ser filhos de Deus, e preferem buscar um Deus à sua própria medida. Este é o princípio: se a humanidade não mudar, continuarão as misérias, as tragédias, as guerras, as crianças que morrem de fome, a injustiça. O que pensa esse percentual que tem nas mãos 80% da riqueza do mundo? Isso não é comunismo, é verdade. E a verdade não é fácil de ver.

Qual foi o momento mais memorável da visita? Você voltará para a África? E qual será a sua próxima viagem?

Se as coisas forem bem, acho que a próxima viagem será ao México. As datas ainda não estão precisas. Se eu vou voltar para a África? Não sei. Estou idoso, as viagens são pesadas! O momento mais memorável: aquela multidão, aquela alegria, aquela capacidade de festejar, de fazer festa, mesmo tendo o estômago vazio. Para mim, a África foi uma surpresa. Deus sempre nos surpreende, mas a África também nos surpreende. Eu me lembro de tantos momentos, mas sobretudo a multidão… Eles se sentiram “visitados”, têm um senso da acolhida muito grande, e eu vi isso nas três nações. Depois, cada país tem a sua identidade: o Quênia é um pouco mais moderno e desenvolvido. A Uganda tem a identidade dos seus mártires: o povo ugandês, tanto os católicos quanto os anglicanos, venera os mártires. A República Centro-Africana tem vontade de paz, reconciliação, perdão. Eles viviam até quatro anos atrás entre católicos, protestantes, muçulmanos como irmãos. Ontem eu fui aos evangélicos, que trabalham tão bem, e depois eles vieram à missa. Hoje [segunda-feira], eu fui à mesquita, rezei na mesquita, o imã subiu no papamóvel para dar uma pequena volta entre os refugiados. Há um pequeno grupo muito violento, acho que cristão ou que se diz cristão, mas não é o Isis, é outra coisa [os anti-Balaka]. Agora, serão feitas as eleições, eles escolheram um presidente de transição, uma mulher presidente, e buscam a paz: nada de ódio.

Hoje se fala muito do Vatileaks. Sem entrar no mérito do processo, gostaria de lhe perguntar: qual é a importância da imprensa livre e laica para erradicar a corrupção?

A imprensa livre, laica e também confessional deve ser profissional. O importante é que sejam profissionais, e que as notícias não sejam manipuladas. Para mim, é importante, porque a denúncia das injustiças e das corrupções é um belo trabalho. A imprensa profissional deve dizer tudo, mas sem cair nas três pecados mais comuns: a desinformação, ou seja, dizer só a metade da verdade e não a outra; a calúnia, quando a imprensa não profissional suja as pessoas; a difamação, que é dizer coisas que tiram a reputação de uma pessoa. Esses são os três defeitos que atentam contra a profissionalidade da imprensa. Precisamos de profissionalidade. E sobre a corrupção: ver bem os dados e dizer as coisas. “Há corrupção aqui por causa disto, disto e disto.” Depois, um verdadeiro jornalista, se erra, pede desculpas.

O fundamentalismo religioso ameaça o planeta inteiro, vimos isso com os atentados de Paris. Diante desse perigo, você pensa que os líderes religiosos devem intervir mais no campo político?

Se intervir no campo político significa fazer política, não. Sejam padres, pastores, imãs, rabinos. Mas que se faça política indiretamente, pregando os valores, os valores verdadeiros, e um dos maiores valores é a fraternidade entre nós. Somos todos filhos de Deus, temos o mesmo Pai. Eu não gosto da palavra tolerância, devemos fazer convivência, amizade. O fundamentalismo é uma doença que existe em todas as religiões. Nós, católicos, temos alguns – muitos – que acreditam ter a verdade absoluta e vão em frente sujando os outros com a calúnia, a difamação e fazem mal. Digo isso porque é a minha Igreja. O fundamentalismo religioso deve ser combatido. Não é religioso, falta Deus, é idolátrico. Convencer as pessoas que têm essa tendência: eis o que devem fazer os líderes religiosos. O fundamentalismo que acaba em tragédia ou comete crimes é uma coisa ruim, mas acontece em todas as religiões.

Como foi possível a nomeação do Mons. Lucio Anjo Vallejo Balda e de Francesca Chaouqui na comissão Cosea? Você acha que cometeu um erro?

Foi feito um erro. Vallejo entrou por causa do cargo que tinha e que teve até agora: ele era o secretário da Prefeitura para os Assuntos Econômicos. Quando ela entrou? Não tenho certeza, mas acho que não me engano se eu disser que foi ele que a apresentou como uma mulher que conhecia o mundo das relações comerciais. Eles trabalharam e, acabou o trabalho, os membros da Cosea permaneceram em alguns postos no Vaticano. A senhora Chaouqui não permaneceu no Vaticano: alguns dizem que ela se irritou com isso. Os juízes nos dirão a verdade sobre as intenções deles, como eles fizeram. Para mim, não foi uma surpresa, não me tirou o sono, porque mostraram o trabalho que se começou com a comissão dos nove cardeais, o de buscar a corrupção e as coisas que estão erradas. Quero dizer uma coisa, não sobre Vallejo e Chaouqui. Treze dias antes da morte de São João Paulo II, durante a Via Sacra, o então cardeal Ratzingerfalou da sujeira da Igreja. Ele a denunciou por primeiro. Depois, João Paulo II morreu, e Ratzinger, que era decano, na “pro eligendo Pontifice”, falou da mesma coisa. Nós o elegemos por causa dessa sua liberdade de dizer as coisas. É desde aquele tempo que está no ar que há corrupção no Vaticano. Quanto ao processo: eu não li as acusações concretas. Deveria terminar antes do Jubileu, mas acho que não se poderá fazer isso, porque eu gostaria que todos os advogados da defesa tenham tempo para desenvolver o seu trabalho e que haja liberdade de defesa.

Como proceder para que esses fatos não voltem a ocorrer?

Eu agradeço a Deus que não haja mais a Lucrécia Bórgia! Mas devemos continuar com os cardeais e as comissões a obra de limpeza.

A Aids atinge duramente a África, a epidemia continua. Sabemos que a prevenção é a chave e que o preservativo não é o único meio para parar a epidemia, mas é uma parte importante da resposta. Talvez não chegou o tempo de mudar a posição da Igreja para permitir o uso dos preservativos para evitar novas infecções?

A pergunta me parece parcial. Sim, é um dos métodos. A moral da Igreja, sobre esse ponto, se encontra diante de uma perplexidade. Ou o quinto ou o sexto mandamento: defender a vida ou a relação sexual aberta à vida. Mas esse não é o problema. O problema é maior: essa pergunta me faz pensar naquela que fizeram uma vez a Jesus: “Diga-me, Mestre, é lícito curar no sábado?”. É obrigatória curar! A desnutrição, a exploração, o trabalho em escravidão, a falta de água potável, esses são os problemas. Não falamos se se pode usar este curativo para tal ferida. A grande injustiça é uma injustiça social, a grande injustiça é a desnutrição. Eu não gosto de descer para reflexões casuísticas quando as pessoas morrem por falta de água e por fome. Pensemos no tráfico de armas. Quando não houver mais esses problemas, acho que se poderá fazer a pergunta: é lícito curar no sábado? Por que as armas continuam sendo fabricadas? As guerras são o maior motivo de mortalidade. Não pensar sobre se é lícito ou não é lícito curar no sábado. Façam justiça, e, quando todos estiverem curados, quando não houver injustiça neste mundo, podemos falar do sábado.

Qual é a posição do Vaticano sobre a crise que se abriu entre Rússia e Turquia? Você pensou em ir para a Armênia para os 101 anos do massacre dos armênios?

No ano passado, eu prometi aos três patriarcas que iria. A promessa existe. Depois, vêm as guerras: vêm por ambição. Não falo daquelas feitas para se defender justamente de uma injusta agressão. As guerras são uma indústria. Na história, vimos muitas vezes que um país com o orçamento que não vai bem decide fazer uma guerra e, assim, coloca o orçamento no seu lugar. A guerra é um negócio. Os terroristas fabricam armas? Quem lhes dá as armas? Há toda uma rede de interesses, e por trás há o dinheiro ou o poder. Há anos, nós estamos em uma guerra mundial em pedaços, e todas as vezes os pedaços são cada vez menos pedaços e são cada vez maiores. Não sei o que o Vaticano pensa. O que eu penso? Que as guerras são um pecado, destroem a humanidade, são a causa da exploração, tráfico de pessoas. Devem ser paradas. Para as Nações Unidas, por duas vezes, eu disse essa palavra, tanto em Nova York quanto no Quênia: que o trabalho de vocês não seja um nominalismo declamatório. Aqui na África, eu vi como trabalham os Capacetes Azuis, mas isso não é suficiente. As guerras não são de Deus. Deus é o Deus da paz, criou o mundo todo bonito. Depois, lemos na Bíblia que o irmão mata outro irmão: a primeira guerra mundial. E eu digo isso com muita dor.

Inicia nesta segunda-feira, em Paris, a COP-21, a conferência sobre as mudanças climáticas. Nós esperamos que possa ser o início da solução. Você está certo de que serão dados alguns passos?

Eu não estou certo, mas posso lhe dizer: agora ou nunca mais. Acho que a primeira conferência foi realizada em Kyoto… fez-se pouco. A cada ano, os problemas são cada vez mais graves. Falando em uma reunião de universitários sobre que mundo nós queremos deixar aos nossos filhos, um jovem disse: mas você tem certeza de que haverá filhos desta geração? Estamos no limite de um suicídio, para dizer uma palavra forte, e tenho certeza de que quase a totalidade daqueles que estão em Paris têm essa consciência e querem fazer alguma coisa. No outro dia, eu li que na Groenlândia as geleiras perderam bilhões de toneladas. No Pacífico, há um país que está comprando outro país para se mudar, porque, dentro de 20 anos, não vai mais existir [por causa da elevação do nível do mar]… Eu tenho confiança nessas pessoas, tenho confiança de que se fará alguma coisa. Espero que seja assim e rezo por isso.

Você fez muitos gestos de amizade e respeito para com os islâmicos. O que o Islã e os ensinamentos de Maomé dizem ao mundo de hoje?

Pode-se dialogar, eles têm tantos valores, e esses valores são construtivos. Eu também tenho a experiência de amizade com um islâmico, um dirigente mundial. Podemos falar. Você tem os seus valores, e eu, os meus, você reza, e eu rezo. Tantos valores: a oração, o jejum. Não pode apagar uma religião, porque há alguns ou muitos grupos fundamentalistas em um certo momento da história. É verdade, as guerras entre religiões sempre existiram. Também nós devemos pedir perdão: Catarina de Médici, que não era uma santa, e aquela Guerra dos Trinta Anos, a noite de São Bartolomeu… Devemos pedir perdão também nós. Mas eles têm valores, pode-se dialogar. Hoje, eu estive na mesquita, o imã quis vir comigo. No papamóvel estavam o papa e o imã. Quantas guerras nós, cristãos, fizemos? O saque de Roma não foi feito pelos muçulmanos.

Sabemos que você visitará o México. Pretende ir também para a Colômbia ou Peru?

As viagens, na minha idade, não fazem bem, deixam rastros. Eu vou para o México e, em primeiro lugar, vou visitar a Senhora, a Mãe da América [Nossa Senhora de Guadalupe]. Se não fosse por Ela, eu não iria para a Cidade do México pelo critério da viagem: visitar três ou quatro cidades que nunca foram visitadas pelos papas. Depois, vou para Chiapas, depois para Morelia e, quase certamente, no caminho de volta para Roma, haverá um dia para Ciudad Juarez. Sobre os outros países latino-americanos: em 2017, fui convidado para ir a Aparecida, a outra padroeira da América de língua portuguesa, e de lá se pode visitar algum outro país. Mas não sei, não há planos.

Essa foi a sua primeira visita, e todos estavam preocupados com a segurança. O que você diz ao mundo que pensa que a África é apenas vítimas de guerras e destruição?

A África é vítima, a África sempre foi explorada por outras potências. Os escravos da África eram vendidos na América. Há potências que buscam apenas tomar as grandes riquezas da África, talvez o continente mais rico, mas não pensam em ajudar os países a crescer, não pensam em fazer com que todos possam trabalhar. A África é mártir da exploração. Aqueles que dizem que da África vêm todas as calamidades e todas as guerras não conhecem bem o dano que certas formas de desenvolvimento fazem à humanidade. E, por isso, eu amo a África, porque foi vítima de outras potências.

No fim, depois de agradecer novamente aos jornalistas pelo seu trabalho realizado durante a viagem, o pontífice fez a seguinte conclusão sobre a entrevista recém-terminada: “Eu respondo aquilo que eu sei, e o que não sei eu não digo, não invento”.
(Tradução do IHU)

Ministro do STF suspende andamento do impeachment


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federa) Luiz Edson Fachin suspendeu ontem (8) o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
Isso vale até o julgamento pelo plenário do STF no próximo dia 16 que vai avaliar ações de governistas que questionam o início do pedido de afastamento da presidente Dilma, na Casa. 

Em sua decisão, Fachin proibiu que seja instalada a comissão especial que irá analisar o processo e suspendeu todos os prazos.
O ministro, no entanto, não anulou os atos praticados até agora, como a eleição realizada na tarde desta terça que elegeu maioria oposicionista para o colegiado. 

As decisões tomadas pela Câmara serão avaliadas pelo Supremo.
Fachin analisou uma ação apresentada pelo PC do B pedindo que a votação da comissão fosse aberta e que que os nomes fossem indicados por partidos e não blocos formados pelas legendas –além de que o processo na Câmara ficasse paralisado até que Dilma apresente sua defesa. 

"Com o objetivo de evitar a prática de atos que eventualmente poderão ser invalidados pelo Supremo Tribunal Federal, obstar aumento de instabilidade jurídica com profusão de medidas judiciais posteriores e pontuais [...] determinando a suspensão da formação e a não instalação da Comissão Especial, bem como dos eventuais prazos, inclusive aqueles, em tese, em curso, preservando-se, ao menos até a decisão do Supremo Tribunal Federal prevista para 16/12/2015, todos os atos até este momento praticados".
Na decisão, o ministro ressalta ainda que a votação secreta não tem previsão na Constituição e nem no regimento interno da Câmara, portanto, o pedido do PCdoB seria plausível.

Fachin destaca que sua liminar (decisão provisória) se justifica pela importância do caso. "Diante da magnitude do procedimento em curso, da plausibilidade para o fim de reclamar legítima atuação da Corte Constitucional e da difícil restituição ao estado anterior do caso, prossigam afazeres que, arrostados pelos questionamentos, venham a ser adequados constitucionalidade em moldes diversos".

Na próxima quarta, o Supremo também vai discutir uma outra ação do PCdoB, chamada de ADPF (Arguição de descumprimento de preceito fundamental), que é usada para questionar leis editadas antes da Constituição de 1988. O partido pede uma avaliação do tribunal sobre lacunas da Lei 1.079, de 1950, que define os crimes de responsabilidade do presidente da República e sua forma de julgamento.
Créditos: Folha de S. Paulo

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Mundo caminha para 'catástrofe climática'

O mundo caminha para uma “catástrofe climática”, alertou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ao abrir a semana ministerial da cúpula sobre o clima que visa a estabelecer, até sexta-feira (11), um acordo mundial contra o aquecimento global.
“O mundo espera mais de vocês do que meias-medidas”, disse Ban Ki-moon aos delegados, apelando aos países que aceitem, a cada cinco anos, uma avaliação do seu envolvimento antes da entrada em vigor do futuro acordo. “As decisões que tomarem aqui em Paris serão sentidas durante séculos”, destacou. Segundo o secretário-geral da ONU, “o objetivo atual é o mínimo” e deve-se ter “a ambição de ir além”.
“É preciso assim que o acordo preveja ciclos de cinco anos, antes de 2020, para que os Estados voltem a analisar os seus compromissos e os reforcem em função dos dados científicos disponíveis”, defendeu. O acordo deve “deixar claro ao setor privado que a transformação que nos dotará de uma economia mundial com baixas emissões (de gases de efeito estufa) é inevitável, benéfica e já está em curso”, adiantou.
“Os países desenvolvidos devem aceitar desempenhar um papel vital e os países em desenvolvimento devem assumir uma parte crescente de responsabilidade, de acordo com as suas capacidades”, afirmou. “Fora das salas, onde nos reunimos em todo o mundo, exige-se um acordo universal e forte. Temos a obrigação de ouvir essas vozes”, acrescentou Ban Ki-moon.
A Conferência do Clima de Paris (COP21) aprovou no sábado (5) um projeto de acordo para combater as alterações climáticas. O acordo deve ser concluído esta semana pelos ministros dos cerca de 200 países, para ser assinado em 11 de dezembro.
Créditos: Rede Brasil Atual

Dilma pede suspensão do recesso paarlamentar

Após se reunir, no Palácio do Planalto, com juristas contrários ao impeachment, a presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira (7) que o Congresso Nacional seja convocado em janeiro para acelerar a decisão do processo aberto na Câmara dos Deputados.
“Acho importante que todas as coisas se deem o mais rápido possível, dentro de um clima de resieto à legalidade e ao contraditório. Mas o mais rápido possível. Acredito que em uma situação de crise como essa, política e econômica, pela qual o País passa, seria importante que o CongressoNacional fosse convocado”, comentou, em entrevista à imprensa. A presidenta acrescentou que o País não pode ficar em “compasso de espera” até fevereiro do próximo ano.
“Não só prefiro que não haja recesso, como acho que não deve haver recesso. Porque nós vivemos um momento em que nós não podemos nos dar o direito de parar o País até o dia 2 de fevereiro. O Congresso pode voltar a funcionar logo no início de janeiro (…) retomar a atividade congressual e julgar todas essas coisas pendentes”, completou. Em entrevista a jornalistas, Dilma destacou a necessidade do cumprimento da democracia no País. Princípio, que segundo ela, foi conquistado de forma “bastante disputada e com grandes sacrifícios das pessoas”.
“Temos, de fato, uma democracia pujante. Temos instituições sólidas e a vantagem de sermos capazes de conviver democraticamente. Daí a importância da preservação da legalidade. Só dentro da legalidade democrática, do estado democrático de direito, respeitando as regras, nós de fato, unificaremos o País. O país precisa de unidade, mas essa unidade depende do respeito aos princípios da legalidade. Qualquer ruptura de legalidade não contribuirá para o País crescer e para a estabilidade”, enfatizou.
A presidenta afirmou que confia e sempre confiou no vice-presidente, Michel Temer, e disse que ele sempre foi “extremamente correto” com ela. “Não tenho porque desconfiar dele um milímetro”, asseverou. Sobre o comportamento que espera do vice a partir de agora, a presidenta afirmou: “o mesmo que ele tem tido até hoje”. “Não espero nada de diferente, não. Ele tem sempre tido um comportamento bastante correto”. Fonte: Blog do Planalto.
Créditos: Nossa Política

"Golpe parlamentar" diz jurista sobre Ipeachment

‘Golpe parlamentar’, diz jurista sobre pedido de impeachment
Os juristas que se reuniram nesta segunda-feira (7) com a presidenta Dilma Rousseff para apresentar pareceres e um manifesto contrário ao processo de impeachment afirmam que não há fundamento jurídico para que o processo seja levado adiante. De acordo com os juristas, uma das “impropriedades graves” no pedido é o fato de os parlamentares ainda não terem julgado as contas presidenciais.
Para o professor Luiz Moreira Gomes Júnior, conselheiro nacional do Ministério Público, “está muito claro para a comunidade jurídica brasileira” que não há embasamento constitucional no pedido. Moreira disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acatou o pedido para abertura do processo, não tem “credibilidade”, nem “idoneidade” para se apresentar como protagonista do processo.
Para Moreira, a situação pode ser caracterizada como “golpe parlamentar”. “A sociedade precisa entender, os cidadãos entenderão que o mandato de uma presidenta como Dilma não pode ser contestado por alguém que responde por várias ações no Supremo Tribunal Federal”, disse Moreira, que é doutor em direito. Ao conceder entrevista a jornalistas após o encontro com Dilma, o jurista fez também referência ao fato de o processo ter sido deflagrado após o PT anunciar que votaria contra Cunha no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
“Estamos a discutir um capricho de uma autoridade da República, que por ter sido contrariado pelo partido da presidenta, resolveu receber representação [sobre o pedido de impeachment] e colocar todas as instituições da República e da sociedade civil submetidas a seu capricho”, afirmou.
Em documento, os especialistas em direito declaram apoio à continuidade do governo até 2018, condenam “rupturas autoritárias” e afirmam que não há “qualquer fundamento jurídico” para impeachment. Segundo cópia do manifesto distribuída pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, mais de 70 juristas já assinaram o texto.
De acordo com a advogada e doutora em ciência política Rosa Cardoso, o processo do impeachment envolve a prática de um crime. Rosa Cardoso entende que não foi possível encontrar justa causa nem tipicidade de crime no processo em análise. “Um fato só pode ser atribuído a alguém se houver justa causa do ponto de vista criminal. Isso é materialidade criminosa, e materialidade criminosa não é ter feito qualquer coisa. Materialidade criminosa é alguma coisa que se considere crime”, afirmou.
Para o subprocurador-geral da República aposentado, Juarez Tavares, dentre os crimes de responsabilidade, estão “infrações graves que atentem contra a Constituição Federal. “Não se incluem entre os crimes infrações menores, nem irregularidades administrativas que possam ocorrer durante mandato presidencial”, disse.
Durante a entrevista concedida a jornalistas, alguns dos responsáveis pelos pareceres afirmaram que fazem a defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff “independentemente de coloração partidária” e que não estavam falando em nome de governo, e sim como estudiosos da matéria.
Ao se manifestar, o professor Francisco Queiroz Cavalcanti, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, ateve-se ao mérito dos argumentos utilizados pelos autores do pedido. Segundo Cavalcanti, não cabe responsabilização por “pequenos atrasos” do Tesouro Nacional no financiamento de bancos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
Cavalcanti sustenta que o país passa por um quadro econômico “absolutamente desfavorável” e que “medidas de fomento” tiveram de ser feitas. “De que a presidenta de apropriou? Nada. O que ela fez? Do que ela tinha conhecimento? O que se está tentando é imputar responsabilidade. Seria melhor atrasar um pouco pagamentos da Caixa do que deixar tantas pessoas sem recurso”, disse, referindo-se ao pagamento do Programa Bolsa Família.
Já para o doutor em direito Marcelo Labanca, como não houve nenhum ato pessoal direto da presidenta, não se pode gerar o chamado crime de responsabilidade. Labanca ressaltou que o que se deve analisar neste caso é se houve intenção de fraudar, e não somente “qualquer ato ilícito”. “O crime exige fraude, intenção da desonestidade. Não foi encontrado qualquer ato que levasse a presidenta a perder o seu mandato. O direito está sendo manipulado com finalidade política”, afirmou. Fonte: Agência Brasil
Créditos: Nossa Política

Milagres que a ciência conseguiu explicar

Um milagre é um acontecimento sobrenatural, ou seja, acima do natural: ele contraria as leis da natureza e a ciência não consegue explicá-lo, por mais que os cientistas analisem, reanalisem e debatam. Há relatos de milagres em praticamente todas as religiões, e, ao longo do tempo, a ciência desmentiu muitos deles. Outros, porém, continuam inexplicáveis e assombrosos, como estes dez, listados pelo site Live Science. Particularmente chamativo é o fato de que, dos dez milagres listados, todos os dez são milagres cristãos – e seis deles envolvem Nossa Senhora!

Destacamos cinco dos milagres listados pelo Live Science:

1 – O milagre do sol, em Fátima

Em 13 de outubro de 1917, 70 mil pessoas, incluindo jornalistas, testemunharam o milagre que tinha sido anunciado pelas três crianças a quem Nossa Senhora tinha aparecido. Ao meio-dia, depois de uma forte chuva que parou de repente, as nuvens se abriram diante dos olhos de todos e o sol surgiu no céu como um disco luminoso opaco, que girava em espiral e emitia luzes coloridas. O fenômeno durou cerca de 10 minutos e está na lista oficial de milagres reconhecidos pelo Vaticano. Os céticos tentam atribuir o evento ao fenômeno atmosférico do parélio, mas sem provas e sem explicar como foi que as crianças o “previram”.

2 – O sangue de São Januário

São Januário ou “San Gennaro”, em italiano, é o padroeiro de Nápoles. Ele foi martirizado no século IV e um pouco do seu sangue foi guardado em um relicário. Devendo estar completamente seco depois de 1.700 anos, o que acontece é que, todo ano, em 19 setembro, o sangue se liquefaz diante de milhares de fiéis. A liquefação começou a acontecer depois do terremoto de 1980, que matou mais de 2.500 pessoas em Nápoles. Os cientistas têm muitas teorias sobre o caso, mas até hoje não conseguiram explicar o fenômeno.

3 – O corpo incorrupto de Santa Bernadete de Lourdes
milagre sta bernardete

O corpo de Santa Bernadete de Lourdes, que faleceu em 1879, continua em exposição na Capela de Santa Bernadete, na França, perfeitamente incorrupto. A primeira exumação foi feita em 1909 e os médicos que a realizaram ficaram surpresos ao constatar que o corpo não só não exalava qualquer odor, como também estava em perfeito estado de conservação. A pele se mostrava macia e com consistência quase normal ao ser cortada, o que é inexplicável pelas leis da natureza. O corpo foi reavaliado em outras duas ocasiões, com as mesmas constatações de incorruptibilidade milagrosa.

4 – A imagem da Virgem de Guadalupe
milagre guadalupe

A imagem de Nossa Senhora de Guadalupe surgiu em 1531, quando o índio Juan Diego disse ter visto a Virgem Maria num campo próximo da Cidade do México. Como prova, ele apresentou seu manto, um tecido feito de fibra de cacto e de qualidade bem pobre, no qual a imagem de Maria teria sido “impressa” depois da aparição. O material foi analisado em diversas ocasiões por cientistas, que nunca conseguiram determinar como a imagem surgiu sobre o tecido. Mais impressionante ainda: não é uma imagem pintada ou estampada “no” tecido: ela “flutua” ligeiramente “acima” do tecido! Igualmente sem explicação é a perfeita preservação do manto e da imagem mesmo depois de 500 anos. O ícone está exposto na Basílica de Guadalupe, no México.

5 – O Santo Sudário

Provavelmente a relíquia mais famosa da História, o Sudário de Turim não é considerado um milagre propriamente dito, mas nenhuma explicação conseguiu até hoje comprovar o que ele é e como a imagem impressa nele foi gerada. Trata-se do tecido que teria envolvido o corpo de Jesus no sepulcro. A imagem impressa no sudário seria, portanto, a do seu corpo. Exaustivamente analisado e estudado por uma volumosa quantidade de cientistas, o sudário parece apresentar o mesmo fenômeno do manto com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe: a impressão do suposto corpo de Jesus não é direta sobre o tecido, mas “flutua” ligeiramente acima dele.

As tentativas de reproduzir a impressão nunca deram certo e até hoje não se explica de que forma a imagem foi gerada sobre o sudário; o que parece mais provável é que ela tenha sido impressa mediante a irradiação de uma luz poderosa, originada do próprio corpo que ficou impresso. Para os fiéis, trata-se de uma “prova” da ressurreição de Cristo. A datação da relíquia também é controversa: alguns exames situam a sua origem na Idade Média, mas pesquisas posteriores indicam que o tecido foi produzido entre 280 a.C. e 220 d.C., podendo, portanto, ser da época de Cristo. Os estudos continuam.
Créditos: Aleteia

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Só 1 dos 27 governadores defende o impeachment

Diante da ameaça de golpe do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra a presidente Dilma Rousseff na quarta-feira (2), a maioria dos governadores manifestou apoio ao governo.

Segundo levantamento realizado pela ‘Folha’, entre os 27 governadores, ao menos 15 são contrários à abertura do processo, nove preferem não se manifestar de modo incisivo e apenas um é favorável ao afastamento da presidente: Pedro Taques (PSDB), do Mato Grosso. Outros dois (de RO e RR) não responderam à sondagem.

O maior apoio a Dilma vem do nordeste: oito dos nove chefes do Executivo da região assinaram uma carta na quinta (3) em repúdio à abertura do processo.
"Vamos criar uma mobilização que abranja lideranças políticas e também entidades da sociedade para proteger o que construímos", afirmou o maranhense Flávio Dino (PC do B).

Até os tucanos tem tratado do assunto com cautela. Beto Richa (PSDB), do Paraná, disse que, hoje, "ninguém é a favor ou tem o prazer de defender o afastamento" de Dilma. "Até porque somos democráticos e respeitamos os resultados das urnas".
Créditos: Portal Brasil 247