quinta-feira, 3 de março de 2016

Delcídio nega delação e diz desconhecer documentos da Isto É

A suposta delação de Delcídio está entrando numa zona perigosa a partir do desmentido do suposto autor.
O que a revista Isto É tem em mãos não é um documento com qualquer tipo de timbre ou que remeta a algo oficial, mas uma minuta. Que poderia ser escrita por Delcídio, por um dos seus advogados, por um policial federal aposentado ou por mim, a partir de uma delação real.
A Revista Isto É também não apresenta na sua reportagem a assinatura de Delcídio ou de qualquer um de seus representantes e fala de 400 páginas. Se houvessem 400 páginas, certamente haveria muitos outros elementos para compor a matéria.
Segue a nota de Delcídio, negando “à partida” o conteúdo da reportagem. Se a revista confia na autenticidade do documento que tem, ela tem a obrigação de apresentá-los para que possam ser checados por outros veículos.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em respeito ao povo brasileiro e ao interesse público, o Senado Delcídio Amaral e a sua defesa vêm se manifestar sobre a matéria publicada na Revista IstoÉ na data de hoje. À partida, nem o Senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco.
Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto. Esclarecemos que em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestarmos sobre fidedignidade dos fatos relatados.
Por fim, o Senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República.
SENADOR DELCÍDIO AMARAL
ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO.
Créditos: Revista Forum

Descoberto vírus Zika na saliva de mosquito comum

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco identificou a presença do vírus zika na saliva do mosquito Culex, mais conhecido como pernilongo ou muriçoca. Segundo Constância Ayres, pesquisadora que conduziu os estudos em laboratório, os resultados são preliminares, mas “há uma grande possibilidade” de que a transmissão do zika possa ocorrer pelo Culex. “Todo arbovírus, como o zika, é transmitido dessa forma”, afirmou.
Os Culex foram infectados em laboratório com sangue de coelho contaminados a partir de dezembro. Ainda não é possível afirmar, no entanto, que, em campo aberto, o comportamento dos mosquitos seja igual aos do laboratório. A coleta em campo já está sendo realizada, mas pode demorar até seis meses para ser concluída. “Se tivermos sorte, podemos concluir antes, em um mês”, afirma Constância, que participou na quarta-feira do "Workshop A, B, C, D do Zika Vírus", que ocorre no Recife, reunindo cerca de 40 especialistas do Brasil e exterior.
Segundo a pesquisadora, a suspeita de que o Aedes aegypti poderia não ser vetor exclusivo de disseminação do zika partiu do fato de que o vírus se espalhou com muita rapidez. Em países como Cabo Verde, há o relato de quatro mil casos em apenas um mês. Além disso, houve uma epidemia de zika na Micronésia, onde a presença do Aedes aegypti é “muito rara”.
A presença do Culex em ambientes urbanos é 20 vezes superior a do Aedes aegypti no Brasil. Diferentemente do Aedes, o Culex tem hábito de alimentação noturno. Foto: EPA.
Créditos: Valor Econômico

Pesquisadores desenvolvem sistema para destruir tumores

Pesquisadores da Universidade de Saragoça e de Pompeu Fabra (Barcelona) desenvolveram e patentearam um gerador de impulsos de alta tensão para destruir tumores. Em nota, a Universidade de Saragoça informou que com o sistema poderão ser destruídos tumores sólidos de modo mais rápido, menos tóxico e invasivo do que por meio da quimioterapia ou da radioterapia.

As células do tumor morrem por não serem capazes de reparar os danos que os elevados campos elétricos provocam na sua parede celular. A eletroporação irreversível tem benefícios para o doente e pode ser aplicada em conjunto com outras terapias para alcançar maior eficácia e melhorar o tempo de recuperação. A nova tecnologia de aplicação biomédica foi divulgada no último número da revista científica IEEE Journal of Emerging and Selected Topics in Power Electronics.
Créditos: Agencia Brasil

Maioria do STF aceita abertura de ação penal contra Eduardo Cunha

Brasília - STF realiza sessão para julgar denúncia apresentada pela PGR contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro (José Cruz/Agência Brasil)
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela abertura de ação penal contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida. Seguindo o voto do relator, ministro Teori Zavascki, os demais minsitros entenderam que há indícios de que Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras.

Até o momento, seis dos 11 ministros da Corte aceitaram a denúncia contra Cunha e Solange. Os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio, Cármen Lúcia e Rosa Weber acompanharam voto do relator, ministro Teori Zavascki.
A sessão do STF foi suspensa e será retomada amanhã (2), com os votos dos demais ministros que compõem a Corte. Faltam os votos de Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Se o resultado for mantido, Cunha e Solange passarão à condição de réus no processo.

O relator votou pelo recebimento parcial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, por entender que há indícios de que o presidente da Câmara pressionou um dos delatores da Lava Jato para receber propina. “A análise dos autos mostra que há indícios robustos para receber parcialmente a denúncia, cuja narrativa dá conta de que o deputado federal Eduardo Cunha, procurado por Fernando Soares, aderiu ao recebimento, para si e concorrendo para o recebimento por parte de Fernando Soares, de vantagem indevida, oriunda da propina destinada a diretor de empresa estatal de economia mista, em função do cargo, por negócio ilícito com ela celebrado”, disse Zavascki. 

Segundo denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries, em 2006 e 2007. O negócio teria sido feito sem licitação e com a intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. O caso foi descoberto a partir do acordo de delação premiada firmado por Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal e um dos delatores do esquema de desvios na Petrobrás. Ele também teria participado do negócio e recebido US$ 40,3 milhões da Samsung Heavy Industries para efetivar a contratação.
Créditos: Agencia Brasil

Aquecimento global pode provocar 500 mil mortes até 2050

O aquecimento global pode provocar 500 mil mortes adicionais no mundo até 2050 devido às alterações na alimentação e no peso das populações, impulsionadas pela queda da produção agrícola, diz estudo  divulgado hoje (3) na revista The Lancet. O trabalho é o primeiro a avaliar o impacto das alterações climáticas na dieta e no peso das populações e a estimar o número de mortos até 2050 em 155 países.

Até agora, os “vários estudos centraram-se na segurança alimentar, mas poucos estudaram os efeitos na saúde e produção agrícola”, disse Marco Springmann, da Universidade de Oxford (Reino Unido), que coordenou o estudo. O aquecimento global provoca principalmente fenômenos climáticos extremos, como chuvas ou secas, com impacto devastador na produção agrícola.

Se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, as alterações climáticas podem reduzir em “cerca de um terço” a quantidade de comida disponível em 2050, alertam os pesquisadores.
Em nível individual, será em média uma redução de 3,2% na quantidade de alimentos disponíveis, de 4% no consumo de frutas e vegetais e de 0,7% da carne vermelha em relação a 2010, prevê o estudo.

“As mudanças podem ser responsáveis por cerca de 529 mil mortes adicionais em 2050”, acrescenta.
Em um cenário sem alterações climáticas, o aumento do volume de alimentos e do consumo poderia evitar 1,9 milhão de mortes. “O estudo mostra que mesmo uma queda modesta na quantidade de comida disponível por pessoa pode levar a mudanças no conteúdo energético e na composição dos alimentos e as alterações vão ter consequências na saúde”, disse Springmann. Os países mais afetados, segundo o estudo, são os de baixo rendimento, incluindo a Região Oeste do Pacífico e o Sudeste Asiático.
Créditos: Agencia Brasil

quarta-feira, 2 de março de 2016

Governo executa mais de R$ 251 bilhões do PAC em 2015

O governo federal, em parceria com Estados, municípios e o setor privado, aplicou R$ 251,7 bilhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2015. O montante equivale a 24,2% do valor total que deverá ser investido entre 2015 e 2018, estimado em R$ 1,04 trilhão. Os números integram o segundo balanço do PAC referente ao período 2015-2018, publicado, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). 

Desde 2007, o programa mantém-se como importante mecanismo de aplicação de recursos na infraestrutura do País. Em 2015, as obras entregues à população contaram com recursos da ordem de R$ 159,7 bilhões, o que representa 23,8% do previsto para o período 2015-2018 (R$ 672 bilhões). O investimento foi distribuído nas áreas social e urbana (R$ 91,2 bilhões) e nos setores de energia (R$ 63,6 bilhões) e de logística (R$ 4,9 bilhões). "Esse resultado demonstra que uma expressiva parte do compromisso firmado foi cumprida com sucesso", comemorou o secretário do PAC, Maurício Muniz. 

Do total de valores executados em 2015 pelo PAC, R$ 99,9 bilhões correspondem a valores de financiamento ao setor público, financiamento habitacional de imóveis novos e do programa Minha Casa Minha Vida; R$ 55,8 bilhões das empresas estatais; R$ 47,3 bilhões do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social; R$ 45,4 bilhões do setor privado; e R$ 3,3 bilhões de contrapartidas de Estados e municípios.
Créditos: Portal Brasil

Mulher cega recupera a visão após tratamento com células-tronco

olho
Ela possuía deficiência visual total há mais de 5 anos. Após passar por uma cirurgia pela qual células-tronco extraídas de sua medula óssea foram injetadas na retina de seu olho direito e no nervo óptico do olho esquerdo, ela Vanna Belton, de,Baltimore-EUA, recuperou parcialmente sua visão.
Embora a recuperação de Belton seja notável, o tratamento causou muita discussão. O médico que realizou o procedimento com células-tronco, o oftalmologista Jeffrey N. Weiss, pulou muitas etapas para realizar o tratamento em outras 227 pessoas. Mesmo ele não pode explicar porque a prática funciona, além de estar ignorando os passos básicos de teste clínico – como testar em animais ou em grupos controlados. 
 A justificativa de Weiss é que esses testes demoram muito, e ele descobriu como burlar o sistema e começar a testar seu novo tratamento dentro de seus próprios termos. Tudo o que ele tinha a fazer era registrar seus testes em humanos nos Institutos Nacionais de Saúde, que geralmente pedem a aprovação da Food and Drug Administration dos EUA (FDA) antes de quaisquer medicamentos – novos ou estabelecidos – poderem ser testados em humanos.
O problema é que as células-tronco não são classificadas como uma droga – elas são extraídas do corpo do paciente, passando por muito pouco processamento. Assim, Weiss foi capaz de contornar a aprovação da FDA para registrar seus ensaios, com a aprovação da Sociedade Internacional de Medicina Celular, um grupo independente que apoia a terapia celular, com sede em Nevada.
 Assim, sem estar ligado a uma universidade ou instituto de pesquisa, Weiss, cobra cerca de 20 mil dólares por paciente para realizar o seu tratamento com células-tronco e não oferece nenhuma promessa de cura. Mas ele garante que 60% de seus 278 pacientes – que ficaram cegos por conta de doenças como degeneração macular e glaucoma – recuperaram alguma visão após o procedimento, segundo estudo de caso publicado na revista Neural Regeneration Research.
 Vanna Belton perdeu a visão em questão de semanas, em 2009, devido a um grave caso de neurite óptica – uma inflamação de um nervo óptico que causa visão progressivamente borrada, pois o nervo já não pode se comunicar com o cérebro. Até recentemente, sombras escuras eram a única coisa que ela podia ver, e usava uma bengala – além de vários dispositivos tecnológicos – para se locomover. Depois de passar pelo procedimento cirúrgico de 4,5 horas de Weiss, ela gradualmente recuperou um pouco de sua visão. Agora ela pode ler menus, placas de rua e locomover-se sem a bengala. Além disso, viu o rosto do seu parceiro pela primeira vez em cinco anos.
 Porém, o procedimento não é uma cura, e Belton ainda é considerada legalmente cega. Apesar de algumas pessoas pagarem o alto valor desavisadas se poderão enxergar um pouco novamente, o maior problema é que ninguém pode explicar como o tratamento realmente funciona. Por exemplo, como explicar o fato de que Vanna recuperou a visão em ambos os olhos, apesar de as células-tronco terem sido injetadas na retina de seu olho direito e no nervo óptico do olho esquerdo? Isso significa que não importa onde as células-tronco sejam injetadas no olho? Se esse for o caso, como é que o tratamento funciona?
Weiss diz que ele – ou alguém – vai descobrir isso eventualmente, mas pesquisas anteriores apontam para duas possibilidades: as células-tronco injetadas reanimam as células-tronco com defeito no olho, ou as substituem. “Nós não soubemos como a penicilina trabalha por muitos anos, mas ela salvou muitas vidas nesse meio tempo. É uma arrogância pensar que algo não pode ser aplicado até que se entenda como e o porquê. É mais importante que o paciente enxergue, não que eu descubra algo”, disse Weiss em entrevista ao Baltimore Sun.
Atualmente existe uma série de estudos clínicos em curso nos EUA, sobre o potencial dos tratamentos com células-tronco. No final do ano passado, houve a primeira pessoa no Reino Unido a receber tratamento com células-tronco para cegueira (os resultados ainda não foram anunciados), por isso, provavelmente, o tratamento ainda será muito falado. O que outros pesquisadores da área estão realmente esperando é um relatório adequado dos 278 pacientes de Weiss, sendo revisado por pares e vasculhando pistas que expliquem o mecanismo que está restaurando a visão de alguns, mas não de outros.
Outra desvantagem de buscar resultados antes de compreender plenamente a Ciência é que não está claro se o tratamento adicional irá prejudicar ou impedir o progresso de Vanna e outros pacientes. A mulher está agendada para receber mais injeções celulares, mas foi avisada de que, embora ela possa enxergar ainda mais, ela também pode perder a visão parcialmente restaurada. “Estou feliz por ser uma cobaia”, concluiu ela.
Baltimore Sun ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ].
Créditos: Jornal Ciência