quinta-feira, 7 de abril de 2016

Delação premiada da Andrade Gutierrez ataca PT e ignora doações a Aécio

Às vésperas da votação do impeachment, a delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, deu foco às doações da empreiteira às campanhas eleitorais do PT, mas ignorou os valores destinados às campanhas do PSDB, cujo último candidato à presidência, Aécio Neves, contava com a torcida comprovada da cúpula da empresa.

Segundo o delator, que prestou depoimentos à Operação Lava-Jato em fevereiro, após ficar 9 meses preso, a Andrade Gutierrez fez doações legais às campanhas da presidenta Dilma Rousseff e de seus aliados em 2010 e 2014 usando propinas oriundas de contratos superfaturados da Petrobras e do sistema elétrico. A delação premiada ainda não foi homologada pelo STF.
De acordo com reportagem da Folha, cerca de R$10 milhões doados pela empresa às campanhas do PT em 2010, 2012 e 2014 “estão vinculados à participação da empreiteira em contratos de obras públicas”.
Nas últimas eleições, segundo Azevedo, a doação de RS$20 milhões da Andrade Gutierrez à campanha de reeleição de Dilma implicou o favorecimento da companhia em obras como o Complexo Petroquímico do Rio, a usina nuclear de Angra 3 e a hidrelétrica de Belo Monte.
A campanha de Dilma negou qualquer irregularidade e ressaltou que, “aliás, a empresa fez doações legais e voluntárias para a campanha de 2014 em valores inferiores à quantia doada ao candidato adversário [isto é, Aécio Neves]”.
A nota, citada pela Folha, diz ainda que “em nenhum momento, nos diálogos mantidos com o tesoureiro da campanha sobre doações eleitorais, o representante da Andrade Gutierrez mencionou obras ou contratos da referida empresa com o governo federal”.
“Não há citação à campanha dos adversários tucanos de Dilma” na delação de Azevedo, segundo assinala o jornal.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fala à imprensa no Congresso Nacional, sobre o encontro com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
Valter Campanato/ Agência Brasil
Opinião: Eduardo Cunha e Panama Papers – ‘Nada mais surpreende’
Às vésperas de uma votação sobre o pedido de impeachment da presidenta no plenário da Câmara dos Deputados – processo amplamente apoiado pelo PSDB –, o fato de o partido de Aécio Neves não ter sido mencionado na delação de Azevedo pode ser visto como mais uma cartada no jogo midiático para derrubar a petista.
A Andrade Gutierrez foi a maior doadora da campanha de Aécio à presidência da República em 2014. Segundo dados do TSE, a empreiteira fez 322 doações para o tucano, somando mais de R$ 20 milhões — mais do que o valor destinado a Dilma, segundo relata o blog do Rovai, qualificando a delação de Azevedo como "menos crível do que a fábula do Papai Noel". 
Além disso, em outubro do ano passado, a imprensa publicou as mensagens de um grupo de Whatsapp formado entre executivos da alta cúpula da Andrade Gutierrez. A troca de mensagens deixou clara a torcida pela vitória de Aécio, a decepção diante de sua derrota e, acima de tudo, aj hostilidade contra Dilma, alvo de xingamentos no calibre de “sapa”, “cara de satanás”, “vaca velha”, “gorda de capacete” etc.
Créditos: Sputnik

Inflação recua para 0,43% em março

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) ficou em 0,43% em março deste ano, taxa inferior às observadas em fevereiro (0,79%) e em março de 2015 (1,21%). O indicador acumula taxas de 2,78% no ano e de 11,07% em 12 meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A queda do IGP-DI na passagem de fevereiro para março foi resultado de inflações mais moderadas no varejo e no atacado. O Índice de Preços ao 
Produtor Amplo, que mede o atacado, caiu de 0,84% em fevereiro para 0,37% em março.O Índice de Preços ao Consumidor, que mede a variação de preços no varejo, caiu de 0,76% em fevereiro para 0,5% em março deste ano.
O Índice Nacional de Custo da Construção, subíndice do IGP-DI responsável por medir o aumento do custo da construção civil, teve aumento ao passar de 0,54% em fevereiro para 0,64% em março. O IGP-DI de março foi medido com base em preços coletados entre os dias 1º e 31 de março. (Agencia Brasil)

MPF diz que foi induzido a erro no caso de grampo de advogados de Lula

A força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi induzida a um erro que levou ao monitoramento de conversas do escritório de advocacia responsável pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O escritório é chefiado por Roberto Teixeira, que também é investigado na Lava Jato junto com o ex-presidente e seus familiares.

A quebra do sigilo foi solicitada ao juiz federal Sérgio Moro com base em um número fixo de telefone fornecido pela empresa de palestras de Lula à Receita Federal, disponível para consulta no site do órgão.
"Encontra-se plenamente justificada a inclusão do referido terminal como vinculado à empresa LILS Palestras, eis que se tratava do telefone declarado pela própria empresa de forma oficial à Receita Federal. Assim são infundadas e maliciosas as alegações inicialmente veiculadas pela imprensa de que o MPF e a Polícia Federal monitoraram, de forma dissimulada, o telefone do escritório de advocacia de Roberto Teixeira, pessoa esta, diga-se de passagem, que é objeto de investigação avocada pelo STF", diz a força-tarefa em manifestação enviada ao Supremo.

De acordo com o documento dos procuradores, houve "ausência de boa-fé" dos investigados ao indicarem número que não pertencia a LILS Palestras. A força-tarefa também esclareceu que não constam nas investigações as gravações oriundas do número que foi monitorado, porque "eventuais conversas captadas a partir daquele alvo não foram consideradas relevantes para a investigação."

Ontem (6), o juiz Sérgio Moro também prestou informações ao STF. Ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, Moro disse que não determinou o monitoramento dos telefones do escritório. "Faço esses esclarecimentos adicionais diante da informação superveniente do MPF e considerando extravagantes alegações fora dos autos de que teria havido autorização da parte deste Juízo para interceptação de dezenas de advogados através do referido terminal, o que não corresponde ao efetivamente ocorrido, sequer havendo notícia de qualquer diálogo interceptado de fato no referido terminal."

A defesa do ex-presidente Lula declarou, por meio de nota, que o procedimento de monitoramento do escritório foi ilegal e pediu a punição do juiz Sérgio Moro. "A interceptação telefônica de advogados constituídos por pessoa que sofre persecução penal por parte do Estado, é um dos mais graves atentados ao Estado Democrático de Direito. A sua ocorrência torna o procedimento ilegítimo e o macula de forma definitiva. Há, nessa situação, clara violação à garantia constitucional da ampla defesa e, ainda, da inviolabilidade das comunicações telefônicas entre cliente e advogado, assegurada por lei", afirmam os advogados.
Créditos: Agencia Brasil

Anvisa aprova primeiro imunoterápico para câncer de pulmão no Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, o primeiro medicamento imunoterápico para tratar câncer de pulmão no Brasil. O nivolumabe, cujo nome comercial é Opdivo, foi autorizado para tratar câncer de pulmão metastático ou localmente avançado e melanoma metastático.

Em vez de terem como alvo direto o tumor, os medicamentos imunoterápicos potencializam a resposta imunológica do próprio paciente contra o câncer. Uma das vantagens da estratégia é que ela apresenta muito menos efeitos colaterais do que a quimioterapia, por exemplo. Segundo o oncologista Vladmir Cláudio Cordeiro de Lima, do A.C.Camargo Cancer Center, o nivolumabe, da farmacêutica Bristol-Myers Squibb, têm sido testado para vários outros tumores contra os quais demonstra ter potencial. “Ele não ataca o tumor, mas modifica o sistema imunológico, então o mecanismo é igual para todos eles”, explica o médico.

Para câncer de pulmão, a droga será indicada para aqueles que, com câncer metastático ou localmente avançado, já se submeteram ao tratamento quimioterápico e não tiveram boa resposta. Em estudos, a sobrevida dos pacientes que receberam a droga dobrou em relação aos que receberam um quimioterápico. A taxa de resposta também foi maior: de 20% com o nivolumabe, contra 9,9% com o quimioterápico convencional. “A resposta ainda não é alta, mas já é muito melhor do que o que se tem com o tratamento convencional”, diz Lima. (Por Mariana Lenharo/G1).
Créditos: G1

Boicote de moradores faz Shopping retirar anúncio favorável ao impeachment

Shopping Sul_5
A exibição de um anúncio apoiando o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em um painel de led localizado na frente do Shopping Sul, na principal do Bancários, resultou em uma ação de boicote de vários clientes e uma mobilização através das redes sociais.
O anúncio foi filmado por um morador do bairro, e rapidamente circulou pelos grupos de Whatsapp que apoiam a permanência da presidente Dilma. No anúncio que passava no painel, era dado destaque para as frases “Fora PT” e “Impeachment Já!”, tendo como fundo uma caricatura raivosa da petista.
Depois da divulgação do material nas redes sociais, várias pessoas ameaçaram deixar de frequentar e prometeram organizar um protesto na frente ao empreendimento com frase de “Não Vai Ter Golpe!”.
Em alguns ambientes, os comerciantes perceberam a diminuição de clientes, em sua maioria estudantes e professores universitários, principalmente aqueles que costumam frequentar diariamente o shopping como local de socialização.
Após ser informada da insatisfação de clientes, a administração do Shopping Sul entrou em contato com o locatário do espaço que serviu para a instalação do painel, e logo em seguida o anúncio foi retirado.

Em nota, a administração do shopping destacou que o painel é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, mas que “verificando o conteúdo discrepante da natureza” do empreendimento, foi solicitada a sua imediata retirada.
“Por fim, salientamos nossa imparcialidade quanto a assuntos pertinentes à ordem política nacional, e que possam eventualmente gerar discórdia, tendo o Shopping Center Sul, como valores a seriedade e o compromisso perante os seus clientes”.
Créditos: ParaíbaJá

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Comissão Pastoral da Terra divulga nota em defesa da democracia

A Comissão Pastoral da Terra divulgou uma nota pública intitulada "A democracia não pode ser vilipendiada".

Abaixo, a íntegra:

"Neste grave momento de crise generalizada no País, a Comissão Pastoral da Terra vem a público juntar-se a tantas entidades e cidadãos e cidadãs de boa vontade, em defesa da democracia e contra os retrocessos políticos e sociais que se querem impor de forma autoritária ao povo brasileiro. Reafirmando seus valores éticos e pastorais, baseados no Evangelho, a CPT rechaça o processo em curso que, em várias frentes e sob aparatos de contorcida legalidade, visa impedir o mandato da presidenta Dilma Rousseff, desastroso, sim, mas democraticamente outorgado pela maioria dos eleitores brasileiros em 2014.

Tal situação nos deixa profundamente revoltados. A CPT nasceu em plena Ditadura Civil-Militar para apoiar a resistência e a luta por direitos dos camponeses e camponesas trucidados pelo avanço do Capital no campo, por ela incentivado, como uma de suas principais estratégias de poder. Fazemos parte da geração que com duras perdas redemocratizou o País e que por isso não admite retrocessos institucionais. Se o Governo Dilma não é bom, não cumpre o que prometeu em campanha – e temos motivos suficientes para concordar com isso –, deve ser pelo voto da maioria que ele seja removido, em 2018!

A crise política atual – em muito fabricada por disputa espúria do poder do Estado, sob injunções econômicas obscuras – é um duro revés. A partidarização de setores do Judiciário e da Polícia Federal – que macula seus importantes avanços contra a impunidade – o jogo baixo no Congresso conservador como nunca, os vacilos do governo central e a distorção e espetacularização do noticiário pela mídia empresarial hegemônica, têm constituído no conjunto um retrocesso amargo e inaceitável.

Favorecidos pela conjuntura econômica global, os governos de coalizão e pacto social liderados pelo PT lograram avanços sociais inéditos e importantes para os mais pobres: ascensão social, renda mínima, acesso ao consumo, à energia, à moradia, saúde (programa Mais Médicos), ao transporte aéreo, à educação técnica e universitária, à água no Semiárido, à afirmação étnica, etc. Na verdade, os avanços havidos só foram possíveis porque os donos do Capital também ganharam, mais e muito. Mas os governos não atacaram o âmago da desigualdade que se manteve inalterada, ou pior ainda, cresceu. Não deram passos concretos para uma adequada e justa reforma tributária, não propuseram uma reforma urbana para combater a concentração fundiária urbana e uma melhor distribuição do espaço entre seus habitantes. Praticamente paralisaram a reforma agrária deixando milhares de famílias vivendo em acampamentos mais que precários. Pior, colocaram um freio violento no reconhecimento e regularização das terras indígenas e no reconhecimento de territórios quilombolas.  E mais, se furtaram a propor instrumentos para quebrar o monopólio da mídia em mãos de meia dúzia de famílias que determinam o que o povo pode e deve ver e saber.

A crise atual, com o desembarque do governo de quem sempre esteve no governo, como ratos fugindo de um navio a naufragar, deve servir de lição para alianças feitas simplesmente para garantir o poder, sem qualquer compromisso maior com o povo e seus direitos. Mas, se tais alianças não mais se sustentam, não será um golpe civil (como em Honduras e no Paraguai) que vai consertar a situação.

O que subjaz à crise, com fragorosa omissão dos senhores dos discursos hegemônicos, é que para continuar ganhando, o Capital agora quer mudar o governo, a qualquer custo, inclusive da democracia, a qual despreza. Como não consegue pelas eleições, visam o “golpe branco”.

A CPT, buscando ser coerente com sua trajetória democrática de 40 anos, reafirma a imposição incondicional do respeito às regras do jogo democrático, nos gabinetes e nas ruas. Por outro lado, exige do Governo Federal a retomada e o aprofundamento das políticas que atendam aos direitos dos mais pobres do campo e das cidades, com prioridade de fato para as Reformas Agrária e Urbana. Inspirados na Palavra de Deus (Provérbios 31,5), condenamos os que inebriados pelo poder se esquecem do bom senso e das leis, e não são solidários aos direitos dos fracos e dos pobres".

Goiânia, 05 de abril de 2016.
I
A Diretoria e Coordenação Executiva Nacional da Comissão Pastoral da Terra.
Créditos : Rádio Vaticano  

Dilma diz que ninguém governa se não há pacto pela estabilidade política

A presidenta Dilma Rousseff confirmou ontem (5) o que desde a véspera se especulava entre vários partidos: não haverá mudança nos ministérios pelo menos até o dia 18, data prevista para votação do impeachment na Câmara dos Deputados. A mudança de posição do governo, que pretendia acelerar a troca de cargos no Executivo, se deu depois do entendimento, tanto entre ministros da coordenação política e a presidenta como das lideranças partidárias, de que o acerto seria melhor para todos.
Em solenidade realizada na manhã de hoje, Dilma disse que “ninguém vai governar o Brasil se não tiver pacto pela estabilidade política”. E acrescentou que o clima de instabilidade “pode permanecer de forma profunda e extremamente danosa para o país”, num aceno de que, mesmo decidida a realizar nova reforma ministerial depois do impeachment,  as negociações estão em curso.
Assim, caso os partidos se comprometam a reforçar a base de sustentação ao governo, terão de se posicionar oficialmente até a próxima segunda-feira (11) e, ao mesmo tempo, mostrar que cumpriram o prometido, com os votos das bancadas contrários ao impeachment. O Executivo, por sua vez, terá mais tempo para estudar os remanejamentos e não poderá descumprir qualquer compromisso feito para acomodar políticos destas legendas, uma vez que será necessária essa recomposição da base, caso saia bem sucedido na derrubada do processo de impeachment.
Parte dessa estratégia levou em conta, segundo lideranças partidárias, o fato do PMDB não ter conseguido, apesar do comunicado oficial feito oito dias atrás, que seus integrantes desembarcassem do governo. O que é observado, sobretudo, pela permanência de ministros peemedebistas nos cargos.
Ontem, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), da ala oposicionista do partido, disse que era preciso acelerar os pedidos de expulsão dos ministros que não acataram a posição do PMDB porque, a seu ver, eles estariam “desmoralizando a decisão da executiva nacional”. “O Temer precisa fazer alguma coisa quanto a isso”, afirmou, na Câmara.
No PP, as discussões são fortes porque o partido pediu ao Executivo um dos três ministérios considerados mais expressivos em termos de recursos: Saúde, Ciência e Tecnologia e Educação. Diante da possibilidade de a Saúde continuar nas mãos do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que é aliado do líder peemedebista na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), o Planalto tem resistido, mas estuda a possibilidade de entregar para a legenda o comando do Ministério da Educação, hoje com o ex-senador Aloizio Mercadante, um dos ministros mais próximos da presidenta.
Alguns senadores já conversam em reservado que não há outra forma de contemplar a legenda, que tem 61 deputados e apresenta hoje divisão sobre os votos em relação ao impeachment. Mas que, ao mesmo tempo, acena que, se vier a ser beneficiada da forma como pede, com mais espaço e poder na Esplanada dos Ministérios, conseguirá ao menos 50 votos que hoje são dos indecisos.
Créditos: Rede Brasil Atual