quarta-feira, 27 de abril de 2016

Brasil teve aumento de 80% de concluintes do Ensino Superior em 12 anos

Em 12 anos, o Brasil teve crescimento de 80% no número de concluintes do Ensino Superior. Enquanto em 2002, apenas 466,2 mil alunos completaram as atividades de graduação em universidades públicas e privadas, mais de 837,3 mil alunos puderam colocar a conclusão do Ensino Superior no currículo em 2014. Os dados são do Ministério da Educação (MEC).

Para se ter uma ideia, entre 1995 e 2002, o País teve um total de 2,4 milhões de concluintes do Ensino Superior. Já com os programas de acesso à educação superior, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o número saltou para 9,2 milhões de graduados entre 2003 e 2014.

Com mais alunos se formando e mais investimentos no ensino superior, aumentou também o número de mestres, mestres profissionais e doutores no País. Entre 2002 e 2014, o número de titulados por ano mais que dobrou: foram 31,3 mil em 2002 e 66,9 mil no ano de 2014. 

Mais do que quantidade, os investimentos em especialização também levaram a formação e a consolidação da educação de mestres e doutores para Estados que antes não tinham estrutura. Em 2002, os Estados de Tocantins, Amapá e Roraima não contavam com curso de especialização. Nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 11 dos 19 Estados tinham até 1.296 alunos de pós-graduação. Em 2014, apenas quatro Estados do Norte continuam com números abaixo desse índice, devido à baixa densidade populacional. Foto: LiberdadeFM
Créditos: Portal Brasil

Dilma diz que democracia é o lado certo da história

Dilma afirmou ainda que processo de impeachment também representa o impeachment dos programas sociais
Em cerimônia de entrega de 5.293 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, realizada ontem (26), em Salvador, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que "um governo deve ser julgado pelo que foi capaz de fazer e é capaz de fazer pelo povo". Disse que a democracia "será sempre o lado certo da história desse país".
Além da capital baiana, que contou com 2.800 unidades, foram inauguradas simultaneamente casas em outros três estados, nas cidades de Caucaia (CE), Santa Maria (RS), Pirassununga e São Carlos, no interior de São Paulo,beneficiando famílias com renda de até R$ 1,6 mil mensais.
A presidenta Dilma afirmou que o Minha Casa, Minha Vida é "um programa do tamanho do Brasil e das necessidades do povo brasileiro" e que nunca houve no país um política habitacional à altura. O programa já beneficiou mais de 10,5 milhões de pessoas, com a entrega de 2,6 milhões de moradias em todo o país.
Durante a cerimônia, que contou também com a presença do governador da Bahia, Rui Costa, e a presidenta da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, Dilma voltou a afirmar que não cometeu nenhum crime de responsabilidade que possa embasar o processo de impeachment que agora tramita no Senado.
"Estou sendo julgada é por causa da opção do meu governo, por termos optado pelo povo", disse Dilma, novamente classificando o impeachment como uma tentativa de golpe. A presidenta lembrou que "ninguém está acima da lei", nem ela própria, mas que "todo poder vem do voto popular direto", em alusão às iniciativas do vice-presidente, Michel Temer, que pode assumir a cadeira, inclusive com avançadas negociações para compor um virtual ministério.
Por fim, a presidenta Dilma pediu tolerância e entendimento para que o país consiga sair da crise. "Nós queremos a paz no nosso país. Os brasileiros não hostilizam pessoas que pensam diferente", afirmou.

Fernando Baiano confirma pagamento de propina a Cunha

Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, confirmou o repasse de dinheiro oriundo do esquema de propina na Petrobras ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano disse que os pagamentos eram feitos em espécie e que os repasses ocorreram em 2011 e 2012.

“Houve reunião de Júlio Camargo [empresário] com Cunha para tratar diretamente desses valores, no dia 18 de setembro de 2011, no Leblon onde ficou acertado o pagamento de US$ 5 milhões. Pessoalmente entreguei R$ 4 milhões para Cunha", disse aos deputados do conselho.

Baiano é apontado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como operador de recursos para o PMDB no esquema de pagamento de propina em negócios irregulares envolvendo a Petrobras. Baiano confirmou aos deputados as informações iniciais prestadas por outros delatores do esquema, o doleiro Alberto Youssef e o empresário Júlio Camargo. De acordo com Camargo, Cunha cobrou o pagamento a Baiano de subornos atrasados no valor de US$ 15 milhões, para viabilizar a contratação de dois navios-sondas do estaleiro Samsung, representado no Brasil por Camargo.

Questionado pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo contra Cunha, se tinha conhecimento de repasse de propina a Cunha em contas no exterior, Baiano disse não ter conhecimento de que houvesse repasse de dinheiro para contas no exterior. Segundo Fernando Baiano, os valores eram entregues pelo doleiro Alberto Youssef e depois ele levava a quantia para Cunha. “A pessoa que recebia a propina era um funcionário do escritório de Cunha no Rio de Janeiro, chamada Altair”, acrescentou.

Durante o depoimento, o lobista disse que conheceu Cunha em 2009, em um café da manhã, em um hotel. Posteriormente, o deputado questionou Baiano sobre a possibilidade de doação para campanha eleitoral. Baiano disse que as empresas não doavam para campanha, mas que Cunha disse que poderia ajudá-lo a cobrar uma dívida de US$ 16 milhões de Júlio Camargo pela intermediação de contratos de navios- sonda com a Petrobras. “E eu sinalizei que se ele me ajudasse na cobrança dessa dívida eu poderia ajudar na campanha”, disse o lobista, que afirmou que se encontrava com Cunha nos finais de semana no escritório do deputado no Rio de Janeiro.
Cunha

Cunha nega as acusações. O advogado do peemedebista, Marcelo Nobre, contestou as declarações de Fernando Baiano a respeito do pagamento de propina, alegando que as acusações não tem a ver com o processo em tramitação no Conselho de Ética, que apura se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quebrou o decoro parlamentar ao afirmar não ter contas no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça revelaram a existência de contas ligadas a Cunha naquele país. O presidente da Câmara nega ser dono das contas, que, segundo ele, são administradas por trustes e afirma ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior.

Para a defesa de Cunha, o depoimento de Baiano não pode ser usado no processo no colegiado. “Não podemos admitir que discutamos aqui a imputação de vantagem indevida se sequer tivemos condição de apresentar a defesa nesse sentido e essa imputação não foi aceita nesse conselho”, criticou o advogado de Cunha, Marcelo Nobre.

Na semana passada, o vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), determinou que o foco da apuração no colegiado fique somente sobre a suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. “Não foi ele quem limitou, foi este conselho, foi o próprio colegiado quando decidiu excluir do processo as questões relativas a vantagens indevidas”, defendeu.

Para o deputado Julio Delgado (PSB-MG), o depoimento de Baiano deixa claro que Cunha mentiu na CPI da Petrobras ao dizer que Fernando Baiano nunca foi a casa dele. "Já estive na casa dele [Cunha]", disse Baiano ao ser questionado pelo deputado. Delgado também criticou a estratégia da defesa de Cunha de querer limitar as investigações. "O campeão da Lava Jato é o Eduardo Cunha. É o que tem mais processos na Lava Jato", disse o deputado. Foto: A Crítica.
Créditos: Agencia Brasil

Brasil vive tríplice epidemia de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti

Com 91 mil casos de Zika, 802 mil de dengue e 39 mil de chikungunya, o Brasil vive desde 2015 uma epidemia das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. “O Brasil vive uma tríplice epidemia dos três arbovírus. Ano passado já vivíamos e ela continua”, disse ontem (26) o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.
A tendência, no entanto, é que as ações de combate ao mosquito, intensificadas em janeiro, reduzam a incidência das doenças, segundo o diretor.

Dengue

Com relação à dengue, em janeiro e em fevereiro deste ano o número de casos foi 50% maior que no mesmo período de 2015. Porém, no fim de março os números foram 13,8% superiores na comparação com o ano passado, indicando a tendência de queda. Ao todo, foram registrados este ano 802.429 casos prováveis de dengue, com 140 mortes. Apesar do número de mortes ser inferior aos 427 de 2015, Maierovitch diz que outros 307 óbitos estão em investigação. “O número pode subir muito ainda na medida que os óbitos em investigação tiverem seus exames concluídos. Grande parte dos casos em investigação são confirmados”, explicou o diretor.

Os casos são considerados suspeitos porque o ministério adota duas formas de notificação. “Confirmamos por critérios laboratorial e por critério clínico epidemiológico. Ou seja, se no local já tem confirmação laboratorial, os casos com sintomas são registrados como casos prováveis e notificados”, disse Maierovitch. Mais da metade das notificações de 2016 (463.807) ocorreram na Região Sudeste, com o maior número de casos (278.071) registrados em Minas Gerais.

Zika 

Foram registrados 91.387 casos prováveis de infeção pelo vírus Zika de fevereiro –  quando a doença começou a ter a notificação obrigatória –  até 2 de abril. Desse total, 7.584  gestantes tiveram provável infeção e em 2.844 grávidas o vírus Zika foi confirmado. O Ministério da Saúde ressalta que nem todas as gestantes infectadas terão filhos com microcefalia, malformação em bebês provocada pelo vírus. 

Segundo Maierovitch, os casos de Zika registrados são muito inferiores à realidade, já que muitos infectados não apresentam sintomas e em outros casos os sintomas são muito leves e não levam a pessoa ao serviço de saúde. O diretor esclarece que é possível fazer comparações ou prever tendências com relação ao Zika, já que, no ano passado, o registro da doença não era obrigatório. Ao todo, foram registradas três mortes por infecção do vírus Zika no país.

Chikungunya

Este ano, até 2 de abril, foram notificados 39.017 casos prováveis de chikungunya. Todos os estados do país registraram casos suspeitos da doença. No mesmo período de 2015, foram 7.412 infecções. Até agora, as mortes por chikungunya em 2016 foram seis, mas os casos estão sendo investigadas para saber se há outros fatores associados, já que, a princípio, a doença tem poucos riscos de mortalidade.

“É uma doença nova, é difícil prever o comportamento da curva [de incidência] porque depende não apenas da presença do vetor e do vírus, mas da entrada do vírus em novos municípios. Sabendo-se que a maior parte da população nunca teve contato com o vírus e não tem imunidade, se ao longo de uma epidemia o vírus entra em municípios grandes e regiões metropolitanas, nós novamente atingimos novos picos de ocorrência”, explicou o diretor do ministério.
Créditos: Agencia Brasil

terça-feira, 26 de abril de 2016

Novo tratamento contra Alzheimer restaura totalmente a memória

Pesquisadores australianos criaram uma tecnologia de ultra-som não-invasiva que limpa o cérebro das placas responsáveis ​​pela perda de memória e pelo declínio da função cognitiva em pacientes com Alzheimer.

Se uma pessoa tem a doença de Alzheimer, isso é geralmente o resultado de uma acumulação de dois tipos de lesões – placas amilóides e emaranhados neurofibrilares.

 As placas amilóides ficam entre os neurônios e criam aglomerados densos de moléculas de beta-amilóide. Os emaranhados neurofibrilares são encontrados no interior dos neurónios do cérebro, e são causados por proteínas Tau defeituosas que se aglomeram numa massa espessa e insolúvel. Isso faz com que pequenos filamentos chamados microtúbulos fiquem torcidos, perturbando o transporte de materiais essenciais, como nutrientes e organelas.

Como não temos qualquer tipo de vacina ou medida preventiva para a doença de Alzheimer – uma doença que afeta 50 milhões de pessoas em todo o mundo – tem havido uma corrida para descobrir a melhor forma de tratá-la, começando com a forma de limpar as proteínas beta-amilóide e Tau defeituosas do cérebro dos pacientes.

Agora, uma equipa do Instituto do Cérebro de Queensland, da Universidade de Queensland, desenvolveu uma solução bastante promissora. Publicando na Science Translational Medicine, a equipa descreve a técnica como a utilização de um determinado tipo de ultra-som chamado de ultra-som de foco terapêutico, que envia feixes feixes de ondas sonoras para o tecido cerebral de forma não invasiva.

Por oscilarem de forma super-rápida, estas ondas sonoras são capazes de abrir suavemente a barreira hemato-encefálica, que é uma camada que protege o cérebro contra bactérias, e estimular as células microgliais do cérebro a moverem-se. As células da microglila são basicamente resíduos de remoção de células, sendo capazes de limpar os aglomerados de beta-amilóide tóxicos.
Os pesquisadores relataram um restauro total das memórias em 75 por cento dos ratos que serviram de cobaias para os testes, havendo zero danos ao tecido cerebral circundante. Eles descobriram que os ratos tratados apresentavam melhor desempenho em três tarefas de memória – um labirinto, um teste para levá-los a reconhecer novos objetos e um para levá-los a relembrar lugares que deviam evitar. Foto: BBC.(Do Ciência Online)
Créditos: GGN

Dilma já considera defender convocação de novas eleições

A presidente Dilma Rousseff admite, nos bastidores, a possibilidade de defender a proposta que prevê a convocação de eleições presidenciais para encurtar em dois anos o seu mandato, mas ainda avalia o melhor momento de assumir a estratégia. Ministros próximos a Dilma dizem que isso já é "fato consumado" porque ela não terá governabilidade com o País dividido, mesmo se não sofrer impeachment no julgamento final do Senado.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda-feira, 25, com Dilma e tratou do assunto. Pela primeira vez desde que teve a nomeação suspensa para a Casa Civil, há 41 dias, Lula foi ao Palácio do Planalto. À noite, jantou com Dilma e com ministros, no Alvorada. Para Lula, porém, a hora é de concentrar esforços no movimento de resistência ao impeachment.
A ideia de novas eleições conta com o apoio da maioria do PT e até do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que há anos trava disputa com o vice-presidente Michel Temer sobre os rumos do PMDB. Até recentemente, Dilma resistia a aceitar a abreviação do seu mandato, mas, segundo auxiliares, começou a perceber que precisa fazer um gesto de "pacificação". Ela descarta a renúncia, mas acha que a proposta de eleições diretas pode ser uma contraofensiva ao que chama de "golpe".
Em conversas reservadas, ministros do PT argumentam que o plano, por si só, tem o condão de pôr Temer contra a parede. Além disso, tudo será feito para atrair o PSDB do senador Aécio Neves (MG), que quer vetar a participação de integrantes de seu partido em eventual governo Temer.
Apesar de manter o discurso oficial de que é possível virar o jogo do impeachment, senadores do PT e de partidos da base aliada do governo dão como certa a aprovação do afastamento de Dilma na primeira votação, no plenário do Senado, prevista agora para 15 de maio.
Se este cenário for confirmado, a presidente será obrigada a se afastar por até 180 dias.
Pelo cronograma traçado em gabinetes do Palácio do Planalto, o envio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso, sugerindo eleições presidenciais em outubro - mês das disputas pelas Prefeituras -, ocorreria justamente nesse período.
A PEC precisa ser votada em dois turnos em cada Casa do Congresso e só é aprovada se obtiver três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49).
"Vou lutar até que eleições diretas sejam realizadas, se eu for afastada do cargo, uma situação hipotética, que eu não acredito. Eu acredito que é desconfortável afastar uma pessoa inocente. Eu sou vítima de uma conspiração", afirmou Dilma, em entrevista ao Wall Street Journal.
Para Lula, se a presidente for mesmo afastada, a chance de ela retornar ao Planalto é remota. Mesmo assim, a estratégia consiste em infernizar a vida de Temer durante o provável "exílio" de Dilma, para expor as "fragilidades" do peemedebista e montar uma espécie de "governo paralelo", em oposição ao novo ocupante do Planalto.
A ordem é resistir até o julgamento final no Senado - que pode ocorrer em setembro -, entremeando a defesa política com recursos ao Supremo Tribunal Federal.
"Se Temer assumir, ele não dura três meses no cargo porque não aceitaremos isso. Haverá protestos em todo o País", insistiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Nós não imaginamos que o PT queira exercitar a sua capacidade de fazer oposição fora da luta política convencional", provocou o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB), aliado de Temer.
De qualquer forma, o PT também já prepara uma narrativa para disputar a eleição presidencial de 2018. Embora seja alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e esteja na mira do Ministério Público, Lula ainda é o único nome do PT com potencial para concorrer à sucessão de Dilma.
Nas fileiras do partido há quem diga que, com a crise se agravando a cada dia, o impeachment da presidente pode representar a "salvação" de Lula. O raciocínio é que, se isso não ocorrer, ela continuará "sangrando" até 2018.
Se sair antes, porém, o PT poderá usar o discurso do "golpe" e de que teve uma presidente "apeada do poder". Fonte: O Estado de S. Paulo.
Créditos: Paraíba Total

STF nega instalação imediata de processo de impeachment de Temer

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio negou ontem (25) pedido de instalação imediata de processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer. Apesar de ter determinado a abertura do processo, em decisão anunciada no mês passado, o ministro entendeu que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não está protelando o andamento do caso, pelo fato de a comissão especial do processo não ter sido instalada.
No mês passado, o ministro determinou ao presidente da Câmara abertura de pedido de impeachment contra Temer, apresentado pelo advogado Mariel Marley Marra. Após a decisão, Cunha enviou ofício aos líderes partidários solicitando a indicação dos membros da comissão do impeachment de Temer, mas alguns partidos não indicaram os nomes e a comissão não foi instalada.
Diante do impasse, Marra recorreu ao ministro pedindo prazo de 24 horas para instalação do colegiado e a aplicação de multa de R$ 3,3 milhões a Cunha em caso de descumprimento.
Na decisão de hoje, Marco Aurélio reconheceu que Cunha está cumprindo sua decisão, que determinou a aceitação do pedido, mas não descartou nova análise do caso, em caso de “intuito protelatório” do presidente.
“Formalizado o ato de constituição da comissão especial e expedidos os ofícios por meio dos quais solicitava, aos líderes partidários, em obediência à medida acauteladora implementada, a designação dos deputados titulares e suplentes do colegiado, descabe acolher a alegação de descumprimento, sem prejuízo de nova análise, caso demonstrado o intuito protelatório da autoridade apontada como coatora”, afirmou o ministro.
O advogado sustentou que Temer deveria ser incluído no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, ou que um novo pedido fosse aberto, por entender que há indícios de que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade.
No recurso protocolado no Supremo, a Câmara sustenta que Temer não pode responder por crime de responsabilidade, porque sempre assumiu a Presidência da República eventualmente, na ausência da presidenta Dilma Rousseff.
Os advogados da Câmara argumentam que o vice-presidente não pode ser responsabilizado pelos decretos que assinou sobre abertura de créditos suplementares. Segundo eles, Temer apenas deu continuidade às “iniciativas da presidente”. Foto: UOL.
Créditos: Rede Brasil Atual