sábado, 11 de junho de 2016

'Querem rasgar a Constituição e romper o marco civilizatório', diz juíza

A desembargadora Kenarik Boujikian afirmou que o governo interino de Michel Temer ameaça a Constituição e os direitos sociais adquiridos nas últimas décadas. "Ainda que não tenhamos conquistado plenamente os direitos sociais, conseguimos que eles estivessem na Constituição. Agora querem rasgá-la de cima a baixo e romper com o marco civilizatório, sob o peso da intolerância e do ódio", disse. ao receber, na Câmara Municipal de São Paulo, o título de cidadã paulistana.
Kenarik nasceu em 1959 em Kessab, uma aldeia armênia na Síria. Neta de sobreviventes do genocídio armênio de 1915, ela e a família mudaram-se para o Brasil em 1962. Em 1984, ela se formou em Direito pela PUC de São Paulo. Enquanto era estudante foi voluntária na Penitenciária do Estado de São Paulo e se aproximou da realidade das cadeias superlotadas brasileiras. Especialista em Direitos Humanos, ingressou na magistratura em 1988. Foi juíza nas cidades paulistas de Piracicaba, São Bernardo do Campo, Cajamar e Pilar do Sul, até retornar para São Paulo, onde é desembargadora do Tribunal de Justiça desde 2011.
"Nossa Constituição tem como objetivo uma sociedade livre e solidária e a erradicação da pobreza. Porém, foi só na última década que conseguimos tirar 40 milhões de pessoas da pobreza e sair do mapa da fome. Isso nos mostra que a política social gera um ciclo virtuoso de crescimento inclusivo", disse. "Neste momento, ainda existem pessoas passando fome. Isso é indigno da condição humana."
Em 2015, Kenarik passou a incomodar seus colegas do Judiciário ao liberar dez presos que já estavam privados de liberdade preventivamente há mais tempo do que a pena estabelecida na sentença, seguindo os princípios jurídicos brasileiros. Em março, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu abrir um processo administrativo disciplinar contra a juíza. Haverá agora uma apuração para verificar se houve descumprimento do princípio da colegialidade, como alegou o também desembargador Amaro José Thomé Filho, autor do processo, de 2015. O caso corre em sigilo.
"O Judiciário ainda não está próximo do que sonhamos, mas é preciso entender que ele é um poder em disputa, como todos os outros. É o cidadão que faz a militância e não vou abrir mão disso jamais", disse a desembargadora, uma das fundadoras da Associação Juízes para a Democracia (AJD). "Não reconheço um Estado que não cumpre a função social da terra, que não reconhece direitos individuais e que deixa impune os crimes da ditadura", concluiu.
A solenidade teve forte tom de protesto contra o governo interino de Temer. "Esta homenagem reafirma nosso compromisso com a democracia", afirmou o vereador licenciado Jamil Murad (PCdoB). "Este é também um ato de repudio ao que querem fazer com a nossa democracia. Fora, Temer! Fora, Golpistas", disse a vereadora Juliana Cardoso (PT).
"Todos os seres humanos buscam a felicidade, mas a infelicidade é uma consequência absoluta do capitalismo, porque ele é fundamentado no egoísmo. O egoísmo gera insatisfação, mas o altruísmo e a solidariedade nos dão a felicidade", disse o jurista Fábio Konder Comparato, referindo-se à trajetória de Kenarik como magistrada.
Kenarik também tem incomodado seus colegas da Justiça por discordar do pressuposto, aceito pela maioria dos magistrados, de que maior tempo de encarceramento é a solução para diminuir os índices de criminalidade.
Ativa nas causas indígenas e defensora dos direitos das mulheres, a juíza que se considera feminista, ajudou a fundar, em 2001, o Grupo de Estudos e Trabalho Mulheres Encarceradas, que discute a realidade da mulher presa, que recebem um tratamento diferenciado do Estado. O aprisionamento feminino aumentou 570% nos últimos 15 anos no Brasil. De cada três mulheres presas, duas são negras, e cerca de 80% delas têm filhos.
Em maio, a juíza e a atriz Letícia Sabatella participaram de um encontro oficial com o papa Francisco, no Vaticano, e entregaram a ele uma carta denunciando a ilegalidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Por Sarah Fernandes/RBA
Créditos: Rede Brasil Atual

Com Temer, voltou o ‘complexo de vira-latas’ do Brasil, diz Lula

Com Temer, voltou o ‘complexo de vira-latas’ do Brasil, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lulada silva participou, na noite de ontem (10), de ato em defesa da democracia, contra o golpe e pela volta da presidenta Dilma Rousseff em São Paulo, na Avenida Paulista. Para mais de 100 mil pessoas, Lula condenou o governo de Michel Temer e afirmou que, com José Serra no Ministério das Relações Exteriores, o País retomou o “complexo de vira-latas”.

“Eu vi uma entrevista do Serra no Roda Viva. Voltou o complexo de vira-latas. O ministro Serra reconheceu que o Brasil não pode se meter nas coisas de países grandes, nós temos que reconhecer o nosso lugar. A gente não é respeitado porque é rico, grande, tem bomba atômica… Os EUA seriam muito mais respeitado se fossem generosos com o resto do mundo. Para andar de cabeça erguida a gente não tem que ser melhor ou pior, tem que ser igual”, disse.

“Essa gente que está lá (no governo Temer) aprendeu a  ser serviçal, a abaixar a cabeça para aqueles que colonizaram a gente ao longo do tempo. Nós temos que levantar a cabeça e dizer: nós somos brasileiros, temos orgulho disso e nós vamos fazer deste país uma grande potência”, completou o ex-presidente.

Durante o ato, o ex-presidente voltou a condenar as tentativas de criminalização do Partido dos Trabalhadores e também se disse “cansado” de ver acusações contra ele e sua família. “Eu não perdoo a atitude de vazamento ilícito de conversas minhas com ninguém”, falou, ao denunciar um “conluio de setores do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia tradicional”.

“Quem não morreu de fome até os 5 anos de idade, não tem medo de ameaças neste País”, continuou. Lula ainda enviou um recado ao presidente interino e golpista Michel Temer: “Você sabe que não agiu correto assumindo a Presidência interinamente, por favor permita que o povo retome o poder da Dilma e participe das eleições em 2018″.

O ex-presidente exaltou a luta dos estudantes que estão ocupando escolas, as mulheres contra a cultura do estupro e os artistas em defesa do Ministério da Cultura. “(É preciso) Lutar para que o governo reconheça que não pode existir democracia se não houver um ministério das Mulheres”. “Não entendem de educação, não entendem de esporte e não entendem de cultura”, disse Lula sobre o governo de Temer.
Créditos: Agencia PT

Maconha vicia e gera prejuízos permanentes no cérebro, diz estudo

Já faz um certo tempo que é considerada a ideia de que as pessoas que ocasionalmente fumam maconha podem, em breve, se tornarem viciadas. 
Agora, os cientistas afirmam ter chegado ao real motivo dessa questão. 
Segundo eles, a Cannabis sativa, a longo prazo, perturba determinados circuitos cerebrais, desencadeando desejos e dependências. Essa constatação foi feita a partir de um estudo que mostrou que parte do cérebro associada a recompensa, acendeu-se quando pessoas olhavam para imagens da droga ou itens associados. Segundo os pesquisadores, essa ideia marca a diferença entre usuários ocasionais e dependentes.
 Ainda ilegal no Brasil, nos Estados Unidos ela é permitida em 25 estados, para fins recreativos ou medicinais. Apesar do crescente número de usuários, muitos cientistas consideravam que as evidências de vício por parte da maconha ainda eram escassas. 
Logo, em estudos recentes, pesquisadores sugeriram que ela pode impactar um circuito cerebral, conhecido como sistema de recompensa mesocorticolímbico, provocando desejos. Esse sistema controla uma outra região do cérebro que libera a dopamina – uma substância química associada ao prazer.
Para investigar a relação da maconha com danos ao sistema cerebral, os pesquisadores reuniram 59 adultos usuários e um grupo de 70 pessoas que não faziam uso da droga. À ambos os grupos eram mostradas imagens da maconha e itens relacionados. Em seguida, eram mostradas fotos de frutas que eles disseram gostar, tal como, banana, maçã, uvas ou laranjas. A equipe também recolheu um questionário a respeito do uso da droga e se acreditava que estavam sofrendo problemas em razão a isso. Muitos dos usuários afirmaram sofrer problemas familiares e de relacionamento.
 Logo, os pesquisadores descobriram que, em média, as pessoas que usaram maconha tinham feito isso por pelo menos 12 anos. Usando exames de ressonância cerebral, eles descobriram que quando mostradas as imagens relacionadas a droga, como esperado, o circuito de recompensa do cérebro ficou ativo. Este não era o caso quando olhavam para as frutas. Para os não-usuários, isso acontecia exatamente ao contrário: as frutas estimulavam o circuito.
 “Descobrimos que esta perturbação do sistema de recompensa se correlaciona com o número de problemas, como questões familiares, que os indivíduos têm por causa do uso de maconha”, disse a pesquisadora Dra. Francesca Filbey, da Escola de Ciência e Comportamento do Cérebro, da Universidade do Texas, em Dallas, EUA. “O uso contínuo, apesar desses problemas, é um indicador de dependência”, salientou.
 A pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas e publicado na revista Human Brain Mapping. ( Daily Mail) (Foto: Reprodução / Wikipédia).
Créditos:Jornal Ciência

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Congresso aprova Projeto que libera R$ 116 bilhões para Temer gastar como quiser

O governo do presidente em exercício Michel Temer comemorou a aprovação na Câmara da PEC que desvincula as receitas da União, a chamada DRU. O nome parece complicado, mas a DRU é um mecanismo simples que vai permitir ao governo gastar como quiser cerca de R$ 116 bilhões que deveriam ser investidos em determinadas áreas. Idealizador da DRU, o economista Raul Velloso explicou como surgiu a ideia e o que ela significa na prática.
“Os impostos todos têm algum tipo de amarração e só podem ser usados para tal setor. 

Tem imposto que é completamente amarrado. O que a DRU faz é liberar um percentual dessa obrigação. No caso do projeto aprovado pela Câmara, o percentual é de 30%.”
A DRU foi criada em 1994, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo ele, o mecanismo permite que o dinheiro do governo seja redistribuído da maneira como o governo achar melhor. Há muitas críticas de que a DRU tira dinheiro da saúde e da educação, mas Velloso minimiza: “Como tem muita amarração, tem área que tem mais recurso que outro e nem sempre essa é a área mais carente. Eu chamo a DRU de Robin Hood porque ela permite tirar de quem tem mais e dar para quem está carente.”

Desde que foi criada, a DRU tem sido prorrogada. Se aprovada pelo Senado, ela vai valer até 2023 e é retroativo. O mecanismo acabou em dezembro de 2015.
Para o governo, é uma vitória e significa folga para lidar com um orçamento apertado. No Senado, já é certo que a proposta colocada em votação imediatamente.
A presidente afastada Dilma Rousseff passou sufoco desde o ano passado para aprovar a medida.
Aprovada, a DRU afeta os brasileiros com a possível melhora no ambiente econômico.

Nem todos concordam com a aplicação do mecanismo. O Partido dos Trabalhadores que orientou a votação contra a DRU, mas a defendia no passado, teme que o governo reduza os investimentos para manter ou ampliar os gastos com a dívida pública e seus juros.

"Limita, por um lado, o financiamento dos gastos sociais e de infraestrutura e, por outro, preserva o pagamento das despesas financeiras referentes ao serviço — juros mais amortização — da dívida pública", diz o PT, em nota. Fonte: Huffington Post. Foto: Luiz Alves.
Créditos: Plantão Brasil

Enfarte dá 4 sinais 1 mês antes

Ao contrário do que se pensa, um enfarte  nem sempre é súbito e inevitável. Manter-se atento aos sinais que o problema dá é uma atitude eficiente para evitar que a alteração cardíaca seja fatal. Quem diz é um recente estudo, que também lista os sintomas que não pode ignorar.
Um estudo norte-americano, publicado no periódico Annals of Internal Medicine, propôs a estudar os sintomas do enfarte em mais de 800 adultos com idade entre 35 e 65 anos.
Os pesquisadores descobriram que os sintomas aparecem muito antes de ocorrer o ataque cardíaco e chamam atenção para a necessidade das pessoas não os ignorarem ou considerarem “procurar um serviço médico apenas se o problema piorar”. O recomendado é procurar um serviço médico assim que aparecerem os sintomas descritos a seguir.
Para surpresa dos responsáveis pelo estudo, os sintomas surgiram até 1 mês antes de ocorrer o enfarte em metade dos participantes do estudo. O principal sintoma identificado nesse período foi dor no peito. A ocorrência de dispneia, uma alteração do ritmo respiratório que causa falta de ar, também foi alta principalmente entre as mulheres.
Quase todos os participantes (93%) tiveram sintomas recorrentes durante as 24 horas que precederam o enfarte. Além de dispneia e dor no peito, os outros dois sinais identificados nesse período foram palpitação e desmaio.
Créditos: Focando a Notícia

Dilma defende consulta por nova eleição

A presidenta afastada Dilma Rousseff defendeu ontem (9), em entrevista especial concedida à TV Brasil, uma consulta popular caso o Senado não decida pelo seu impedimento. 
Ao apresentador Luís Nassif, Dilma disse que é a população que tem que dizer se quer a continuidade de seu governo ou a realização de novas eleições. “O pacto que vinha desde a Constituição de 1988 foi rompido e não acredito que se recomponha esse pacto dentro de gabinete. Acredito que a população seja consultada”, disse.
Para ela, o país não conseguirá superar a crise com o governo interino. Dilma acredita que o povo não terá confiança no comando de Temer pelo fato de ele não ter passado pelo crivo das urnas. “Como você acha que alguém vai acreditar que os contratos serão mantidos se o maior contrato do país, que são as eleições, foi rompido?", indagou. “Não acho possível fazer pacto nenhum com o governo Temer em exercício”, completou.
Dilma criticou uma vez mais a admissibilidade do processo de afastamento usando como o argumento o fato de que, embora a Constituição preveja o impeachment, ela também estipula que é preciso haver crime para que se categorize o impedimento. “Não é possível dar um jeitinho e forçar um pouquinho e tornar esse artigo elástico e qualificar como crime aquilo que não é crime. Os presidentes que me antecederam fizeram mais decretos do que eu. O senhor Fernando Henrique [Cardoso] fez entre 23 e 30 decretos do mesmo tipo”, disse, referindo-se aos decretos de suplementação orçamentária que embasaram o pedido de impeachment feito pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Pascoal.
“Não é o meu mandato, mas as consequências que tem sobre a democracia brasileira tirar um mandato. Isso não afeta só a Presidência da República, afeta todos os Poderes”, disse ela.
Dilma disse que reivindica voltar ao posto por compreender que não cometeu crime. Ela criticou os que defendem um semiparlamentarismo, ou eleição indireta, por considerar que isso traria um grande risco ao país. A presidenta afastada defendeu que haja uma reforma política que discuta o tema. "Não temos que acabar com o presidencialismo, temos que criar as condições pela reforma política".
Nesse contexto, ela defendeu novamente a consulta popular. “Só a consulta popular para lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer”. Segundo ela, nos momentos de crise pelo qual o Brasil passou, na história da democracia recente, foi com o presidencialismo que o país superou as crises. "Foi sempre através do presidencialismo que o país conseguiu dar passos em direção à modernidade e à inclusão".
Para Dilma, no final do seu primeiro mandato, começou a se desenhar, especialmente na Câmara dos Deputados, um movimento político “do centro para a direita”, com o surgimento de pautas conservadoras, processo, segundo ela, comandado pelo então líder do PMDB e hoje presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (RJ). “Ele é o líder da direita no centro. O processo culmina na eleição dele”, disse.
Com a ascensão de Cunha à presidência da Câmara, a interlocução do governo com o Casa ficou inviabilizada, de acordo com ela, porque o peemedebista tem “pauta própria”. “O grande problema de compor com o Eduardo Cunha é que ele tem pauta própria. No momento em que o centro passa ter pauta própria, uma pauta conservadora, a negociação fica difícil”. Dilma voltou a defender a tese de que o peemedebista acatou a denúncia dos advogados contra ela em retaliação ao fato de o PT não ter se comprometido a votar, no Conselho de Ética, contra a abertura do processo de cassação do mandato de Cunha.
"Atribui-se a mim não querer conversar com parlamentares. Agora, não tem negociação com certo tipo de práticas. Quando começa o aumento da investigação que a Procuradoria-Geral da República faz sobre ele [Cunha], qual a reação dele? Ou você me dá três votos ou eu aceito a questão do impeachment. E a imprensa relata. Trata-se de uma chantagem explícita.”
A presidenta afastada também criticou as ações tomadas pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, em relação a alguns países vizinhos. Ela defendeu a aproximação do Brasil com países da região e com a África, iniciada no governo Lula e mantida na sua gestão. "Fomos capazes de refazer nossas relações com a América Latina e com a África. Ter uma visão de fechar embaixada é ter uma visão minúscula da política externa".
Perguntada sobre a Operação Lava Jato e os casos de corrupção deflagrados no país recentemente com a ação da Polícia Federal e do Ministério Público, Dilma que disse que o grande problema da corrupção é o controle privado que se faz das verbas do Estado. “Não se pode fazer a escandalização de investigações sobre o crime de corrupção. O que tem que se fazer é, doa a quem doer, investigar e punir. Quando for as empresas é aplicar multas. Há uma hipocrisia imensa em relação a essa questão das investigações”.
Sobre as denúncias de que teve despesas com cabeleireiro pagas com dinheiro de propina, Dilma disse ter comprovantes de todas gastos que teve com o cabeleireiro Celso Kamura e a cabeleireira particular que a acompanha até hoje.
Dilma contou que conheceu Kamura após o fim do tratamento a que se submeteu para combater um linfoma, em 2009, por meio da empresa responsável por sua campanha à presidência. Kamura, segundo ela, a ajudou na fase em que seus cabelos voltaram a crescer. Para ela, esse tipo de acusação é uma tentativa intimidá-la. "Eles não vão me calar porque vão falar do meu cabelo. A sorte é que tenho todos os comprovantes do pagamento, de transporte dele [Kamura] e da minha cabeleireira particular. Também disseram que comprei um teleprompter. Já viu alguém ter um teleprompter pessoal? Para que eu quero um teleprompter? Essa eu achei fantástica", ironizou, referindo-se ao aparelho usado pelas TVs que mostra o texto a ser falado por apresentadores de telejornais e programas jornalísticos.
O vídeo com a entrevista da presidenta Dilma Rousseff pode ser vista no seguinte link http://bit.ly/DilmaTVBr..
Créditos: WSCOM/EBC

Pastoral aponta precedente de criminalização em prisão de líder do MST

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) vê na prisão de José Valdir Misnerovicz, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros trabalhadores, após ocupação de uma área em Goiás, um precedente de criminalização de movimentos sociais e suas lideranças, em uma conjuntura "ainda mais anti-social" que o país vive. 
"A decretação destas prisões é a sinalização clara que o mesmo tratamento poderá ser dispensado a quem se atrever a praticar ações parecidas", afirma o presidente da CPT, dom Enemésio Lazzaris, e o vice, bom André de Witte, em carta endereçada ao episcopado brasileira.
Os dois bispos visitaram Valdir no Núcleo de Custódia de Segurança Máxima, em Aparecida de Goiânia (GO), para presos de alta periculosidade, conforme lembraram na carta. "Pela primeira vez, uma ação do MST foi enquadrada na Lei nº 12.850/2013, que tipifica as organizações criminosas", afirmam.
A decisão tem origem em uma ocupação de uma área na Usina Santa Helena, na cidade de Santa Helena de Goiás (GO), que está em processo de recuperação judicial. Segundo a CPT, a usina fez parte de um grupo econômico processado, entre outros itens, por descumprimento de obrigações trabalhistas, além de condenação por apropriação indébita de contribuições sociais e dívida bilionária em obrigações tributárias.
Um grupo de aproximadamente 1.500 famílias ocupou parte do imóvel. Foram movidas duas ações de reintegração de posse, e em 14 de abril foi expedido mandado de prisão contra três integrantes do acompanhamento Padre Josimo, além de Valdir. O agricultor Luiz Batista Borges, que se apresentou para prestar esclarecimentos, acabou sendo preso e está em Rio Verde (GO). "A decisão judicial, ao que tudo indica, aconteceu por pressão dos ruralistas, muito fortes no estado", dizem os bispos da CPT, que visitaram Valdir na prisão. Enquanto isso, o Tribunal de Justiça negou pedido de habeas-corpus para Luiz.
Créditos: RBA