quarta-feira, 20 de julho de 2016

TCU inocenta Dilma Rousseff de prejuízo com refinaria de Pasadena

O Tribunal de Contas da União inocentou a presidente Dilma Rousseff e responsabilizou o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e mais dez diretores e ex-diretores pelo prejuízo causado pela compra da refinaria americana de Pasadena. O relatório do ministro José Jorge aponta que a Petrobras teve um prejuízo de US$ 792 milhões com a compra da refinaria. Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria, que pertencia à Astra. A compra foi aprovada pelo conselho de administração, presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. 
Segundo ela, o resumo executivo que orientou o conselho era falho. Depois de uma disputa judicial, a Petrobras teve que comprar os outros 50% de Pasadena. O gasto total ficou em US$ 1,2 bilhão. A decisão desta quarta-feira isenta o conselho, inclusive a presidente Dilma, de qualquer responsabilidade. Mas onze ex-dirigentes e dirigentes da empresa foram responsabilizados e vão ter os bens bloqueados.

Entre eles, o ex-presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, o ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa, e Nestor Cerveró, que era diretor da área internacional. “Foram eles que realmente fizeram o negócio. O conselho, ele teve uma participação de aprovação. Mas essa aprovação, inclusive, foi baseada nas informações fornecidas por eles”, comentou José Jorge, ministro do TCU – relator.

Os ex e atuais dirigentes terão quinze dias para se defender. Com esses depoimentos, o TCU pode mudar o relatório, retirar ou incluir outros nomes. E o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou a representação de partidos de oposição contra a presidente Dilma e o conselho de administração da Petrobras, pelas supostas irregularidades na compra da refinaria. Segundo ele, não é possível responsabilizar o conselho administrativo. O advogado de Nestor Cerveró pediu a suspeição do ministro do Tribunal de Contas da União José Jorge, porque o ministro já integrou o conselho da Petrobras. Sérgio Gabrielli e Paulo Roberto Costa não quiseram se manifestar.(G1).
Créditos: Plantão Brasil

Obesidade é causada pela genética, hormônios e o ambiente onde se vive

Tratamentos para emagrecer. Tem muita gente tomando hormônio por aí, mas será que pode?
E por que uma pessoa engorda e outra não, comendo as mesmas coisas? A resposta está exatamente nos hormônios, eles funcionam de maneiras diferentes em cada um.A obesidade é uma doença causada pela nossa genética, nosso cérebro, hormônios e o ambiente em que vivemos. 
Não é resultado de falta de força de vontade. Como explica a série “A verdade sobre a obesidade”, da BBC, a obesidade é uma questão extremamente complexa, mas muitos preferem fazer um julgamento moral dos obesos. Tratamento reconhecidos X não reconhecidos, de acordo com a Associação Brasileira de Estudos da Obesidade:
Tratamentos reconhecidos: mudança no estilo de vida, medicamentos, balão intragástrico e cirurgia de obesidade. Não reconhecidos: uso de hormônio qualquer, como hormônio da gravidez, hormônio tiroidiano, do crescimento ou testosterona, fórmulas manipuladas com vários componentes, alimentos que prometem emagrecer e retirar o glúten da alimentação> (G1)
Créditos: Focando a Notícia

Datafolha admite erro pró-Temer em sua pesquisa

No último domingo, a Folha de S. Paulo publicou uma pesquisa feita sob medida para legitimar o golpe parlamentar no Brasil. O levantamento informava que 50% dos brasileiros defendem que Michel Temer continue na presidência, 32% querem a volta da presidente Dilma Rousseff e apenas 3% são favoráveis à tese de novas eleições.
No mesmo dia, reportagem do 247 esclareceu que se tratava de uma evidente fraude estatística. O motivo: outros institutos, como o Ibope e o Paraná Pesquisa, haviam feito pesquisas indicando que 63% querem novas eleições – número próximo ao de uma pesquisa do próprio Datafolha realizada em abril (leia aqui). Como Temer não realizou nenhum milagre nos últimos dois meses, tendo inclusive perdido ministros por denúncias de corrupção e adotado medidas impopulares, como aumentos de servidores públicos, nada explicaria que os 63% a favor de novas eleições virassem 3% em tão pouco tempo.
Ontem, o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, publicou nova reportagem explicando como se deu a fraude. Ele informou que a pesquisa da Folha colocou apenas duas alternativas diante dos entrevistados: a permanência de Temer ou a volta de Dilma – ou seja, sem a possibilidade de novas eleições (argumento que Dilma tem usado para convencer senadores indecisos).
Mais do que simplesmente indicar a fraude, a reportagem do The Intercept também afirmou que os meios de comunicação brasileiros representam uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão, ao incitar golpes e manipular informações para que eles se consolidem.
Diante das evidências, o próprio Datafolha capitulou e admitiu ter cometido uma "imprecisão" no último domingo.
"A gerente do Datafolha Luciana Schong afirma que as perguntas foram determinadas pela Folha. Ela reconheceu que é enganoso afirmar que 3% dos brasileiros querem novas eleições já que os entrevistados não foram questionados sobre isso. Schong também admitiu que declarar que 50% dos brasileiros querem Temer é uma imprecisão se não for esclarecido que a questão limitou as alternativas a apenas duas", informa reportagem do DCM sobre o caso.
Créditos: WSCOM

terça-feira, 19 de julho de 2016

Desmonte do Estado por governo interino ameaça as próximas gerações

RBA-A Plataforma Política Social e o Le Monde Diplomatique Brasil promoveram na noite de ontem (18), em São Paulo, o seminário "Austeridade Contra a Cidadania: O Desmonte do Estado Social", em que se discutiu a conjuntura política do país com o governo interino de Michel Temer e as implicações de sua política na sociedade.

Participaram do debate o ex-ministro da Saúde (2007 a 2010) José Gomes Temporão e os economistas Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e Sérgio Haddad. A mediação foi do também economista Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Segundo os analistas, o país passa por grave momento político-institucional e a supressão de direitos e conquistas ameaça seriamente as próximas gerações. Temporão falou da gravidade do cenário a partir da visão do governo interino, segundo a qual é preciso diminuir os gastos com saúde, de acordo com o princípio de que “não cabe no orçamento”. No Brasil, 52% dos gastos com saúde são de origem privada, enquanto 48% vêm do setor público. Na Inglaterra, 85% dos gastos são públicos.
“Deveríamos estar como a Inglaterra. Para isso, deveríamos ampliar os gastos públicos, mas vai-se diminuir. O setor conservador vê a saúde como um gasto. A distorção que já existe vai ser ampliada se as propostas do governo forem implementadas”, disse Temporão.
Ele lembrou que o ministro interino, Ricardo Barros, propõe “planos de saúde baratinhos para desafogar o SUS”. “Não satisfeito, disse que a maioria dos pacientes imaginam que estão doentes. Enquanto isso, para usufruir de um plano de saúde do Senado, basta exercer o mandato por 180 dias. O país vive um sistema de castas.” Na sexta-feira (15), Barros disse que o brasileiro tem uma cultura de fazer exames desnecessariamente e que a maioria dos pacientes "imagina" doenças, aumentando os gastos públicos.

Temporão destacou ainda a agenda liderada por parlamentares da bancada BBB (bala, boi e bíblia) no Congresso. Hoje, há cerca de cinco dezenas de projetos de lei que buscam destruir os direitos alcançados e impedir a conquista de novos. Ele citou propostas “pelo porte de armas, restrições ainda maiores sobre a legislação medieval que temos sobre o aborto, aniquilação do SUS, revisão da Lei Maria da Penha, aprovação de ‘Escola sem Partido’”, entre outras. “É uma agenda muito preocupante da direita ou extrema-direita”, afirmou.
Na educação, as perspectivas não são menos sombrias, segundo a palestra de Sérgio Haddad. Segundo ele, o país volta a uma aliança já conhecida no Ministério da Educação, formada pelo PSDB e DEM.
A privatização volta a ser uma diretriz de Estado, o que pode ser observado em textos publicados pela imprensa. Ele mencionou artigo de Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, na gestão de Gilberto Kassab, que, na semana passada afirmou no jornal Folha de S. Paulo: “Chegou o momento de discutir com a sociedade brasileira a cobrança de mensalidade nas universidades públicas”.
Por trás dessa sugestão, a ideia é desmontar um sistema educacional sistêmico e universal, “focando” em uma área em detrimento do todo. No caso, a justificativa de cobrar mensalidades na universidade pública seria a de que o Estado precisa ter dinheiro para o ensino básico. “Essa lógica que predominou no governo Fernando Henrique Cardoso deve se impor em época de restrição orçamentária. Vamos viver um tempo de ‘focalização’ e se pode ver isso nos debates colocados na mídia” disse Haddad. “Estamos vendo uma crescente presença do setor privado nas estruturas que definem as políticas de educação.”
Ao lado das questões econômicas, há hoje no país a preocupante escalada censória e ideológica, simbolizada pela proposta Escola sem Partido, que se alastra por legislativos municipais, estaduais e federal. Fora todas as consequências na educação, “o ministério e as secretarias contarão com organismos de delação”, disse Haddad, em referência ao artigo 8° do PLS 193/2016, que tramita no Senado, e prevê: “O ministério e as secretarias de Educação contarão com um canal de comunicação destinado ao recebimento de reclamações relacionadas ao descumprimento desta lei, assegurado o anonimato”.
Já Sérgio Gobetti, do Ipea, teceu uma série de críticas à condução da política econômica não apenas pelo governo Dilma Rousseff, mas também pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não tributam dividendos para acionistas que recebem transferências de lucros, e os governos petistas não enfrentaram a situação. “Passamos 12 anos de governo sem enfrentar isso e nem mesmo colocar no debate.”
De acordo com Gobetti, o grupo dos muito ricos do país é formado por 70 mil pessoas que receberam, em média, R$ 4 milhões, cada um, por ano, e pagaram 6% sobre esse valor. O grupo de pessoas da alta classe média, formado por quem ganha de R$ 200 mil a R$ 300 mil por ano, desembolsa 12% em média. “A alta classe média vive de salários, que é tributado pelo Imposto de Renda, enquanto os muito ricos vivem de aplicações financeiras ou de dividendos. Isso é algo escandaloso.”
Segundo os dados disponíveis, esses 70 mil contribuintes concentram pouco menos de 25% da riqueza no país. “Não existe paralelo no mundo de países que disponibilizam estatísticas como essas”, disse Gobetti.
Ele criticou também algumas políticas econômicas e opções dos governos petistas, como “a obsessão em não fazer nada que contrariasse o mercado”. Um dos equívocos, segundo ele, foi a desoneração da folha, pela qual o governo pretendeu incentivar o crescimento. “A desoneração começou na indústria, se estendeu para o turismo, aos hotéis, bares e restaurantes, comércio varejista e construção civil. A cereja do bolo foram os meios de comunicação. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), comandada pela Rede Globo, foi lá, pediu e levou.”
Segundo Gobetti, a desoneração da folha, que o governo decidiu fazer em 2011, quando a indústria estava muito fragilizada, principalmente pela concorrência chinesa, custou R$ 25 bilhões por ano para o governo.  Por Eduardo Maretti, da RBA
Créditos: Rede Brasil Atual

Moro não pode usar grampos de Lula, determina STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, deferiu, nesta segunda-feira (18), pedido feito pela defesa do ex-presidente Lula em relação ao uso dos grampos envolvendo autoridades com foro privilegiado.
De acordo com a decisão, "o ministro determinou que as gravações envolvendo autoridades com prerrogativa de foro fiquem em procedimento apartado, coberto pelo sigilo, até que haja apreciação pelo ministro Teori Zavascki, depois do recesso".
Em manifestação enviada na última quinta-feira (14) ao Supremo, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, defendeu a validade dos grampos de conversas do ex-presidente e políticos com foro privilegiado. A manifestação foi motivada por um pedido de informações feito pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que analisa liminar solicitada pela defesa de Lula. (247).
Créditos: WSCOM

Tribunal Internacional pela Democracia analisa golpe no Brasil

Tribunal Internacional pela Democracia analisa golpe no Brasil
Para analisar o processo de impeachment instaurado contra a presidente Dilma Rousseff, que está em fase de decisão no Senado, movimentos populares organizaram o Tribunal Internacional pela Democracia, no Rio de Janeiro. O evento acontecerá entre os dias 19 e 20 de julho no Teatro Oi Casa Grande, a partir das 18h, com entrada gratuita.

O objetivo do Tribunal pela Democracia é esclarecer o debate sobre o processo de impeachment mundialmente. O grupo também visa tornar claro que se o processo não foi fundamentado pelo crime de responsabilidade, representa uma nova modalidade de golpe de estado, um golpe institucionalizado pelos senadores e deputados brasileiros.

Com inspiração no Tribunal Russel, que, nos anos 1960, julgou crimes dos EUA na Guerra do Vietnã, o julgamento brasileiro seguirá todas as etapas de um julgamento tradicional. O júri, por sua vez, será formado por sete personalidades do México, França, Itália, Espanha, Costa Rica e Estados Unidos.

“Temos como objetivo colocar para julgamento todos os argumentos, tendo em vista que no final o objetivo é defender a democracia. Convidamos os melhores juristas que atuam hoje para expor aos jurados o que está acontecendo no Brasil. É um processo difícil de ser entendido, por isso queremos colocar em pratos limpos”, explica a advogada e professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Caroline Proner.

O julgamento será desenvolvido em três etapas. Na primeira, serão ouvidas testemunhas e oferecidas as alegações orais pela acusação e defesa. Na segunda, cada jurado terá 30 minutos para expressar seu voto. Na terceira, será apresentada a sentença final, conforme a decisão tomada pelos jurados. 

Entre os jurados está Giovanni Tognoni, membro do Tribunal permanente de Popoli (TPP), que se expressa sobre questões de violação dos direitos humanos na Itália, além da advogada norte-americana Almudema Barnabeu, a senadora francesa Laurence Cohen e o bispo mexicano Raul Veras. “Trata-se de um julgamento mais amplo possível, com juristas e intelectuais de todas as partes do mundo. É a primeira vez que se faz isso no Brasil porque vivemos um momento que precisa ser debatido. Não em nome da família, do genro e do neto, mas através de argumentos de verdade”, afirma o jurista Juarez Tavares.

A professora Caroline também ressalta que esse é um marco na história do Brasil e essa é uma alternativa que a sociedade civil encontrou para se manifestar no momento atual. “Estamos construindo um documento histórico da queda da democracia no Brasil, em que a vítima não é só a presente Dilma, mas cada um de nós. O golpe quebrou a espinha dorsal das conquistas dos últimos anos”, concluiu Caroline. Veja n\ agenda mais eventos.

Caixa muda regras e financiará imóveis de maior valor

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (18) que vai passar a financiar imóveis de até R$ 3 milhões. Hoje, o valor máximo de financiamento de imóveis pela instituição é de R$ 1,5 milhão. As novas regras entram em vigor na próxima segunda-feira (25). As mudanças afetam as operações de crédito no âmbito do Sistema Financeiro Imobiliário (que costuma financiar imóveis acima de R$ 750 mil, sem uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS).

A Caixa também vai passar a financiar uma “fatia” maior do valor dos imóveis. Para compra de imóvel usado, a cota de financiamento sobe de 60% para 70% do valor total. Já na compra de imóvel novo, terreno, construção em terreno próprio e reforma ou ampliação, a cota sobe de 70% para 80%.

O banco informou ainda que, nas operações contratadas com Interveniente Quitante – que são aquelas em que haverá quitação de financiamento com outra instituição financeira – a cota de financiamento subirá de 50% para 70%. “A CAIXA esclarece que o novo modelo de concessão de crédito, que levará em consideração aspectos de perfil do cliente como rating ou menor quota de financiamento, ainda está em estudo e não tem previsão de data de lançamento”, diz o banco em nota.