"É lindo e me conforta o coração vê-los tão revoltados", afirmou o papa latino-americano, ao falar em italiano aos 600.000 jovens reunidos no enorme parque de B?onia, no centro de Cracóvia.
"É estimulante escutá-los, compartilhar seus sonhos, suas perguntas e seu desejo de se rebelar contra todos aqueles que dizem que as coisas não podem mudar", confessou diante de uma multidão heterogênea, que escutava a tradução em vários idiomas graças aos fones de ouvido conectados aos emissores. "As coisas podem mudar. Não é verdade?", perguntava o papa aos jovens, que em coro respondiam "sim", "sim".
Como ocorreu em outras ocasiões, o papa se inspirou no célebre discurso de Martin Luther King. "Eu tenho um sonho", a favor dos diretos para os negros, para sacudir as mentes dos jovens dos cincos continentes e convidá-los a "sonhar".
"Vocês são capazes de sonhar?", improvisou o pontífice que falou também da dor que sente ao encontrar jovens "que se aposentaram antes do tempo", que "jogaram a toalha antes de começar a partida", que estão "entregues antes de jogar", que "estão aborrecidos e aborrecem", confessou.
Em seu discurso, o papa pediu às novas gerações que escolham "uma vida plena" com Jesus Cristo, ao invés da "vertigem alienante" e as "falsas ilusões", que "na minha terra natal chamaríamos de 'vendedores de fumaça'", explicou sem afirmar se falava sobre traficantes de droga. "No final, acabam pagando e pagando caro", advertiu. FOTO: FILIPPO MONTEFORTE / AFP
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