quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Professores no Brasil estão entre os mais mal pagos em ranking mundial

O Brasil é o último em um ranking internacional que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, levando em conta parâmetros como os salários dos professores, as condições de trabalho na escola e o desempenho escolar dos alunos. O ranking é de setembro de 2014. O estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil. Nele, o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores, por exemplo.

O valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra) fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas de Hungria e Indonésia. ores, por exemplo. Os salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil).

Os professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo lugar, o Chile, e menos de 8 em Portugal. Combinando fatores como estes com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como o mais ineficiente da lista. 

"Nossas conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para alcançar o objetivo da eficiência educacional", diz o relatório. Para a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual. Foto: EBC
Créditos: G1/BBC Brasil

Centrais sindicais cogitam greve geral caso reforma trabalhista de Temer seja aprovada

Carteira de Trabalho -  Foto de Frederico Haikal
Dirigentes das seis principais centrais sindicais do país se uniram para uma assembleia nacional em que foram debatidas estratégias contra os possíveis cortes nos direitos trabalhistas. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que o presidente interino Michel Temer vai encaminhar ao Congresso Nacional até o fim deste ano três propostas que envolvem mudanças na atual legislação trabalhista: uma “atualização” da CLT, a regulamentação da terceirização e a regulamentação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE).
Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), afirmou que as centrais se uniram novamente para defender a pauta única sobre direitos trabalhistas e Previdência, apesar de algumas discordâncias a respeito do processo de impeachment.
“Estamos combatendo, para que no Brasil não haja golpe, retrocesso. Isso não é consenso com as demais centrais. Aqui, nesse fórum, o que estamos trazendo é o consenso. O que nos deixa unificado é a não retirada dos diretos dos trabalhadores, não mexer na CLT, na jornada de trabalho”, declarou Vagner.
O presidente da CUT disse estar preocupado com as reformas que alteram a idade mínima para a aposentadoria e que igualam homens e mulheres. “Tratando da mesma forma quem começou a trabalhar com 12 ou 30 anos de idade”, disse.
“Não podemos perder o patamar da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), não aceitamos que se retire direitos, como quer, de forma intempestiva, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a carga horária semanal de 80 horas, voltando à escravidão. Não tem cabimento. E desvincular o aumento dos aposentados ao do salário mínimo seria uma tragédia. Flexibilização é tirar direitos”, declarou.
Paulinho da Força, presidente da Força Sindical, defendeu que o governo deveria tomar outras medidas de enfrentamento à crise econômica, como redução da taxa básica de juros. “Os mais reacionários começam a dizer que a crise tem que ser paga pelos trabalhadores, mas não estamos dispostos a pagar sozinhos”, disse.
Segundo Paulinho, a negociação com o governo sobre questões trabalhistas é inexistente. “Soubemos apenas pelos jornais, o governo não nos apresentou nada”, disse. Com relação à reforma da Previdência, as centrais sindicais apresentaram um conjunto de propostas, mas ainda não obtiveram resposta do governo.
Greve geral
As centrais sindicais concordam que uma greve geral ou de categorias é possibilidade no caso de confirmação de perdas de direitos. “Ninguém faz greve geral por vontade de sindicato. Vai ter, se mexerem na Previdência, na CLT, na jornada de trabalho, não por ser contra um determinado governo” disse Vagner. Ele informou ainda que a CUT não negociará com o governo interino. “Ele não foi eleito. Se passar o processo [de impeachment], aí vamos negociar”.
No dia 16 de agosto, o movimento sindical fará o Dia Nacional de Luta nas capitais brasileiras. Participaram da assembleia de hoje, membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). (Com informações da Agência Brasil).
Créditos: Portal Forum

Pressão de estudantes obriga CPI a convocar denunciante da máfia da merenda

discentes
A pressão dos estudantes secundaristas conquistou uma vitória na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembleia Legislativa paulista, que apura superfaturamento, desvio de recursos e pagamento de propina em contratos da merenda escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB). O colegiado alterou a proposta de plano de trabalho apresentada pelo relator, deputado Estevam Galvão (DEM), considerada “superficial” pelo deputado Alencar Santana (PT), único membro de oposição ao governo Alckmin na comissão. Acatando proposta feita pelo petista, a CPI vai convocar o personagem que deu início à investigação da corrupção na merenda.
Trata-se do dirigente da Cooperativa Orgânica da Agricultura Familiar (Coaf) João Roberto Fossaluzza Júnior, que denunciou o esquema de pagamento de propina para membros da gestão Alckmin à Polícia Civil, após uma briga entre os diretores da entidade. Também foram convidados os delegados José Eduardo Vasconcelos, Paulo Roberto Montelli e Mário José Gonçalves. Este último, após instalar grampos telefônicos no âmbito da investigação, declarou: “Estamos diante de um grande esquema criminoso, (...) alimentos valiosos que são transformados em cifras que acabam banhando a conta bancária de funcionários públicos e de empresários corruptos”.
“Foi uma vitória o que aconteceu hoje. Claro que não podemos nos iludir que a base do governador vá facilitar o processo de investigação depois disso. Mas a mudança no plano de trabalho mostra que a atuação firme da oposição e a pressão dos estudantes e da população podem fazer diferença na condução desta CPI”, afirmou Santana. Para ele, ouvir estes personagens é fundamental para iniciar o processo de oitivas de acusados e testemunhas.
As oitivas da CPI terão início na próxima terça-feira (9), às 9h. Ainda não há, no entanto, previsão de quando serão ouvidos os parlamentares citados como envolvidos no esquema, que nem sequer foram incluídos no plano de trabalho. Dentre eles, está o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB), além dos deputados federais Nelson Marquezelli (PTB), Baleia Rossi (PMDB) e Duarte Nogueira (PSDB), que é o secretário de Logística e Transportes do governo Alckmin.
O presidente da CPI, deputado Marcos Zerbini (PSDB), minimizou as queixas e disse que está sendo respeitado um procedimento hierárquico de obtenção das informações. Primeiro solicitando documentos, depois ouvindo testemunhas, para só então ouvir acusados. “Todos vão ser ouvidos. Eu não vou barrar nenhum requerimento de oitiva. Nós vamos trabalhar com o objetivo de esclarecer os fatos, portanto, não adianta ouvir acusados sem saber o que perguntar a eles”, afirmou.
“Essa é uma demonstração importante da força dos estudantes”, afirmou o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Emerson Santos. Os estudantes têm participado de todas as reuniões da CPI. Hoje eles levaram embalagens de merenda seca distribuídas nas escolas para entregar aos deputados da comissão. E prometeram mais ações para pressionar os deputados, como manifestações de rua e nas cidades de origem dos parlamentares. “Se a CPI não der em nada, a Alesp vai ser ocupada”, cantaram.
Ontem (2), em protesto para reivindicar a criação de uma comissão semelhante na Câmara Municipal de Mauá, na região do ABC, Santos foi agredido por guardas civis e está com uma sutura na cabeça decorrente do ferimento por cassetete. Ele foi um dos estudantes que ocupou a assembleia, em maio, ação que forçou os deputados a criar a CPI. “Nós não vamos parar até que prendam o ladrão da merenda. E que a alimentação escolar seja de qualidade”, completou.
A proposta original de Galvão começava pela oitiva do presidente da Corregedoria Geral da Administração (CGA), Ivan Francisco Pereira Agostinho. A oitiva dele foi mantida e também será realizada no dia 9. Além dele, foram convidados o ex-secretário estadual da Educação Herman Voorwald; o ex-chefe de gabinete da Casa Civil Luiz Roberto dos Santos, o Moita; o ex-chefe de gabinete da Educação Fernando Padula; e os ex-assessores de Capez José Merivaldo dos Santos e Jeter Rodrigues, este último tendo declarado o envolvimento do deputado e assessores dele no esquema.
Também foram convocados seis dirigentes da Coaf, entre eles, o ex-presidente Cássio Izique Chebabi. A diferença entre convite e convocação é que no primeiro caso a pessoa não tem obrigação de comparecer à oitiva. A CPI também aprovou a solicitação dos autos da Operação Alba Branca à Justiça Federal de Ribeirão Preto, para onde o processo foi encaminhado no início de junho deste ano. E um pedido de informações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), sobre auditorias, relatórios e demais procedimentos relativos à apuração de desvios de recursos públicos na aquisição de merenda escolar.
Além da alteração do plano de trabalho, os estudantes também foram decisivos na garantia de acesso dos deputados aos documentos recebidos pela CPI. O presidente da CPI, deputado Marcos Zerbini (PSDB), alegava que a origem dos documentos encaminhados pela Corregedoria Geral da Administração é sigilosa e, por essa razão, eles foram liberados somente em computadores instalados em uma sala com acesso controlado, no setor de documentação da assembleia.
Os deputados só poderiam acessar em horário determinado, com acompanhamento de um servidor da assembleia, sem possibilidade de xérox ou cópia digital dos documentos. Além disso, o deputado Alencar Santana denunciou que ele foi proibido de acessar o material durante o recesso parlamentar, sob alegação de que isso privilegiaria os parlamentares da capital sobre os do interior. "É um absurdo. É mais uma forma de cercear os trabalhos desta comissão”, protestou Santana.
Apesar dos protestos, inclusive de deputados da base aliada do governador, como Barros Munhoz (PSDB), que disse ser “melhor acabar com a CPI” se eles não tivessem acesso aos documentos, Zerbini parecia não pretender mudar de postura. Com a chegada dos estudantes a sessão ficou tumultuada, com os jovens protestando e discutindo com o presidente e o relator da comissão, deputados falando ao mesmo tempo e policiais tensos. Após uma hora de bate-boca, Zerbini cedeu e liberou o acesso total dos parlamentares à documentação.
“Uma CPI com documentos sigilosos é uma grande farsa. O objetivo da comissão é justamente esclarecer, dar satisfação à população. E isso tem de ser feito de forma transparente”, afirmou o estudante HenriqueDomingues, do Diretório Central dos Estudantes da Faculdade de Tecnologia (Fatec).
A CPI é composta pelos deputados Zerbini e Munhoz (PSDB), Santana (PT), Galvão (DEM), Adilson Rossi (PSB), Jorge Caruso (PMDB), Gilmaci Santos (PRB), Coronel Camilo (PSD) e Delegado Olim (PP). Oito dos nove membros fazem parte da base aliada do governo Alckmin. O prazo de funcionamento é de 120 dias, com encerramento previsto para 13 de novembro, podendo ser prorrogada por 60 dias.
Créditos: Rede Brasil Atual

Confira 6 alimentos que diminuem o risco de câncer

cerveja
Se você acredita que o câncer é uma doença que pode ser desenvolvida facilmente e que nosso corpo não possui formas eficientes de detê-la, você pode estar enganado! Segundo um artigo publicado no The Conversation, pelo professor de Nutrição, da Universidade Deakin, Tim Crowe, a maioria dos casos da doença é considerada evitável por meio da alimentação de um estilo de vida adequados.
 O câncer é uma doença temida no mundo todo. Na Austrália, a doença é responsável por 30% das mortes anuais. Os tumores mais comuns que atingem os australianos são: os de próstata, intestino, mama, melanoma e pulmão. A exposição ao Sol e o cigarro são os grandes responsáveis pelos dois últimos tipos da doença. Porém, exercícios e hábitos saudáveis diminuem os riscos de uma pessoa desenvolver câncer. De acordo com uma publicação do Journal of the American College of Nutrition, seis novas diretrizes sobre a prevenção de câncer a partir da alimentação foram estudadas.
(1) - Não há um alimento que podemos considerar como o grande detentor do câncer, porém frutas e legumes podem chegar perto disso, oferecendo grandes benefícios. Elas podem fornecer antioxidantes, fibras, fitoquímicos e ainda controlar o peso. As folhas verdes são uma ótima opção e devem ser ingeridas com mais frequência porque possuem muitos nutrientes. Entre elas estão brócolis, espinafre, alface e couve.
(2) - Quando o assunto do álcool vem à tona, é muito discutido. Enquanto que para muitos o consumo está ligado ao bem-estar do coração, para pesquisadores, a bebida está ligada ao câncer da boca, esôfago, mama, cólon e fígado, aumentando o risco. Ele também pode danificar o fígado, diminuir os níveis de nutrientes benéficos – como o folato – e aumentar a solubilidade de outros químicos cancerígenos. O consumo de álcool pode danificar diretamente o DNA celular. Portanto, é importante estabelecer um estilo de vida, para que não seja necessário abrir mão da sua bebida favorita.
(3) - Segundo o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer (WCRF), está cada vez mais clara a ligação entre carne vermelha e o câncer colorretal. O WCRF recomenda ainda que o consumo de carne vermelha por semana seja de 500 gramas. Se isso apavora os amantes de carne, a boa notícia é que peixe e frango podem ser alternativas saudáveis. Mas as precauções não param por aqui. Ainda de acordo com a pesquisa, é preciso evitar queimar a carne, especialmente as grelhadas ou fritas. Quando a carne – vermelha, de frango ou peixe – é cozida a temperaturas elevadas por um longo tempo, eles podem produzir aminas heterocíclicas (HCAs).
(3 e 4) - A soja é um ótimo alimento para mulheres, pois seu consumo reduz o risco de câncer de mama. Ela contém fitoquímicos chamados isoflavonas que possuem estruturas químicas parecidas com as do estrogênio. As isoflavonas inibem parcialmente o estrogênio natural da mulher e estimula o crescimento celular. 
Esses alimentos estão presentes em dietas vegetarianas, e os mais recomendados são os de soja naturais, como edamame, tempeh ou tofu. Já para as mulheres que estão realizando tratamento contra o câncer de mama com receptores de estrogênio, é importante evitar o uso de suplementos de soja, já que eles possuem altas concentrações de isoflavonas.
(6) - De acordo com o WCRF, embora haja evidências de que os produtos lácteos possam aumentar o risco de câncer de próstata, há também estudos que mostram que o leite e o cálcio podem reduzir o risco de câncer colorretal.
Uma dieta rica em cálcio pode ocasionar uma diminuição da produção de vitamina D. Essa vitamina é um importante regulador do crescimento celular, e seu consumo desenfreado pode levar ao crescimento descontrolado das células de câncer da próstata.
Já no cólon, o cálcio pode ligar-se a compostos cancerígenos no intestino, fazendo com que sejam facilmente excretados. O cálcio também pode influenciar diretamente no desenvolvimento das células, diminuindo a proliferação. Portanto, se você é homem e possui caso de câncer de próstata na família, deve ficar atento à quantidade de lácteos ingerida.
Outras formas de reduzir o risco de câncer:
 Embora não faça parte das recomendações nutricionais, a atividade física é um hábito que pode ser considerado como prevenção de câncer, podendo diminuir de 20 a 40 por cento a chance de câncer de cólon e de mama. Qualquer atividade física praticada por 30 a 60 minutos diariamente é válida para esse fim.
Os níveis de gordura no corpo também devem ser controlados, principalmente os localizados na cintura, pois trazem riscos à saúde. Homens devem ter uma circunferência abaixo de 94 centímetros, e a das mulheres não deve passar de 80 centímetros. As orientações sobre a prevenção do câncer foram mudando conforme a Ciência foi se desenvolvendo. O que podemos hoje afirmar é que ingerir alimentos vegetais, beber com responsabilidade, evitar se expor em excesso ao Sol e não fumar são atitudes necessárias para evitar a doença.
As orientações de prevenção de câncer não devem ser vistas como uma prescrição para limitar sua vida, mas caminhos para que você tenha uma vida mais longa e saudável.
(Por IFLS /Foto: Reprodução / Pixabay ).
Créditos: Jornal Ciência

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Abertura das Olimpíadas será marcada por grande ato ‘Fora Temer’

60 mil pessoas se reuniram no Largo do Batata para pedir Fora Temer Foto: Paulo Pinto/Agência PT
A Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, além de outras articulações dos movimentos sociais, realizarão, na próxima sexta-feira (5), um grande ato contra o governo golpista de Miichel Temer. A mobilização será realizada no Rio de Janeiro, no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. O ato está marcado para as 11h no calçadão em frente ao Hotel Copacabana Palace.

O secretário nacional de movimentos populares do PT, Bruno Elias, convoca a militância petista e de toda a esquerda brasileira para o ato. Para ele, é importante aproveitar o evento para fazer uma denúncia nacional e internacional do golpe no Brasil. “É um dia de mobilização importante, de denúncia contra o governo golpista, uma denúncia que seja nacional e internacional também, e que nós não admitimos nenhuma retirada de direitos. É contra esse processo de desmonte que o governo golpista tem desencadeado desde o primeiro dia, contra o governo golpista de Michel Temer”, reforça.

Bruno Elias reforça que o Brasil está passando por um processo de golpe de Estado, “uma vez que o impeachment da presidenta Dilma não tem substância, porque não tem um crime de responsabilidade que o justifique”. Mais do que um golpe contra a democracia, o País enfrenta, na avaliação dele, um golpe que quer retirar direitos, privatizar o patrimônio público, restringir as liberdades e criminalizar a luta do povo. Para o petista, esse golpe é contra o povo trabalhador e seus direitos.

“Desde o primeiro dia do governo golpista nós temos visto um conjunto de retirada de direitos, sejam aqueles conquistados nos governos do PT, mas também direitos sociais que estão previstos na Constituição de 88, direitos trabalhistas e empresas públicas sendo desmontadas”, acrescenta.
“Então nós não podemos admitir isso. Nós temos que lutar para derrotar o impeachment, fazer com que a presidenta retome o governo e a Presidência da República e aplique um programa de transformações populares, como a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo e as outras iniciativas dos movimentos sociais têm defendido no Brasil”, finaliza.

Além do dia 5, já estão programados atos em todas as capitais do Brasil para o dia 9 de agosto, impulsionados pela Frente Brasil Popular. Essas manifestações visam pressionar os senadores a votarem contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Créditos: Agencia PT

‘Golpe legal’ abre caminho para ‘privatizações radicais’ no país, diz revista

Em artigo publicado na revista semanal norte-americana The Nationafirma que o “golpe legal” cometido no Brasil abre caminho para “privatizações radicais” no país. O autor, Andy Robinson, inicia seu texto falando do policial militar responsável por evitar que pessoas sejam atropeladas pelos VLTs (veículos leves sobre trilhos que trafegam no nível do solo), instalados neste ano para as Olimpíadas do Rio, e pensa que aqueles abordo devem se questionar por que não foram tomadas precauções por parte do governo carioca para evitar o “real perigo”: “que o Estado do Rio falisse, suspendendo os salários e pensões de milhares de trabalhadores do setor público”.
Esta situação, segundo o autor, pode se estender para o resto do Brasil com o governo do presidente interino Michel Temer, que deu início a um programa de corte de gastos públicos aliado a “privatizações radicais” de empresas estatais.
Como exemplo, o artigo citou a Petrobras, “joia da coroa do PT”. Segundo Luiz Eduardo Melin, conselheiro econômico do ex-presidente Lula durante seu segundo mandato, uma vez que a empresa, assim como outras, esteja a “ponto de falir”, “será vendida a alguém por preços excelentes”. “Este alguém pode ser encontrado em Wall Street ou em Houston”, diz. A revista ainda pontua que, enquanto o diretor executivo da Petrobrás nega que a empresa será privatizada, “investidores internacionais estão se preparando para esta primeira venda”.
“As vendas — que também incluem aeroportos e serviços de correio — irão diminuir cosmeticamente o déficit de orçamento do Brasil, que, a 10%, está aumentando a dívida pública”, afirma a The Nation, reforçando que, a longo prazo, a privatização irá piorar as finanças públicas. Além disso, a revista diz que, “pressionado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)”, o ministro das Finanças, Henrique Meirelles, “voltou atrás em sua promessa de aumentar os impostos e, em vez disso, fará mais cortes nos gastos e investimentos”, o que “ameaça a própria base do programa de combate à pobreza do PT”.
“Os mercados financeiros se deliciam com tudo isso”, diz o autor do artigo, afirmando que principalmente os lucros dos bancos — “liderados pelo pró-impeachment Itaú, maior banco da América Latina” — aumentaram muito devido a especulações sobre a dívida pública. Andy Robinson finaliza seu texto dizendo que todo este cenário acabou dividindo a esquerda brasileira em dois grupos: um que acredita que Lula pode “arrastar o cadáver do PT para a vitória eleitoral em 2018” e outro que é a favor de construir uma alternativa.
Créditos: Revista Forum

Imprensa dá as diretrizes que governo ilegítimo vai seguir, diz Dilma

 Ao congelar gastos na saúde e na educação, estão supondo substituir o Estado pelo gasto privado. Nunca. Só uma criança para não perceber que nosso país precisa do ensino público”, afirmou a presidenta afastada, Dilma Rousseff (PT), em entrevista à revistaFórum, concedida no Palácio da Alvorada, em Brasília. A fala fez referência ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241/16, que limita os gastos públicos para despesas primárias nos três poderes por um período de 20 anos.
No mesmo sentido da medida, que foi encaminhada ao Legislativo pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), argumentou editorial do jornal O Globo, do dia 24 de julho. Intitulado Crise força o fim do injusto ensino superior gratuito, o periódico carioca apontou para a necessidade do fim da gratuidade, porém, para Dilma, "existem certas equações que o mercado não resolve, ao contrário, ele radicaliza".
“O editorial é equivocado. O Globo tem dado todos os indicadores do plano de governo que o presidente provisório quer para o país. O Globo dá as diretrizes que o ilegítimo vai seguir”, afirmou a presidenta.
Dilma classificou como gravíssima as propostas de alterações radicais do governo interino. “O fato de uma pessoa ter renda baixa, a maioria da população brasileira, e não conseguir pagar uma universidade privada. Precisamos resolver, com o ProUni e o Fies, por exemplo. Não concordo que haja essa mudança radical da privatização do ensino. Na verdade, acho que diversas propostas são terríveis, além de ser um governo composto por homens brancos e ricos. Há um centro no golpe. Diante da crise internacional, que começou em 2008, há um conflito: quem vai perder mais e quem vai ganhar menos”, afirmou.
Para a presidenta, existe uma força que utiliza de um processo golpista para aplicar um programa que não seria eleito nas urnas. O objetivo: privilegiar uma classe sobre outra. “A visão mais característica do governo interino é o pato”, disse em relação à campanha símbolo do impeachment, capitaneada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “É um segmento da elite econômica que se expressa na PEC 241, que limita gastos com a população. Na prática, significa que, a cada ano, se você congelar os gastos, teremos uma queda brutal no investimento per capta nestas áreas. E por 20 anos. É uma reforma e não um ajuste. Eles querem tirar recursos de setores que o país mais precisa para crescer e reduzir a desigualdade.”
Questionada pela equipe da Revista Fórum sobre a natureza destas forças, se existe influência externa, Dilma minimizou a teoria. “É possível que se aproveitem do golpe, mas não acho necessário nada externo para ocorrer. As forças são internas, agora, interesses internacionais podem lucrar com o golpe, não tenho dúvidas”, disse. Especialmente, de acordo com a presidenta, em relação ao pré-sal. “Querem diminuir a parcela da União na exploração deste petróleo de qualidade, do qual nós detemos a tecnologia para a exploração”, completou.
Ainda sobre influências externas, a presidenta comentou sobre o escândalo de espionagem envolvendo o governo norte-americano e o Brasil. Dados revelados por Edward Snowden, em 2013, mostram que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) mantinha um esquema de captura de dados do governo brasileiro. “Na época, buscamos entender bastante como funcionava a NSA e os fatos correlatos. As informações alvo eram estratégicas, sobre tamanho de reservas. Mas não explicitamente conspirações, mas até aonde sei não houve. E também acho que não precisamos de ajuda externa para aplicar golpes”, afirmou.
Dilma disse estar “completamente arrependida” da aliança que seu partido (PT) fez com o PMDB nas últimas eleições. Ela classifica que o maior erro de estratégia de sua gestão foi não perceber movimentações políticas no partido de Temer. “Com a fragmentação do 'centrão', surge no PMDB uma figura que teve condições de criar uma agenda própria de direita, ultraconservadora e neoliberal. Eduardo Cunha (PMDB) assumiu a hegemonia no partido e, como presidente da Câmara dos Deputados, essa força se deslocou para o Congresso. Esse processo ganha seu desfecho final quando Temer surge como presidente do PMDB”, disse.
A relação de Temer com Cunha foi apontada por Dilma, recordando diálogos entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR), na época ministro interino do Planejamento, com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. “As gravações reveladas pelo Machado dizem duas coisas. A primeira é que era necessário mudar o governo para não deixar que as investigações chegassem até eles. A segunda foi: 'Michel é Cunha'. Isso evidencia o processo. Então, o 'rei ficou nu'. Entendo porque o pessoal contra o impeachment começou a chamar os coxinhas de escondidinhos, porque isso foi deixado para trás.
Créditos: Rede Brasil Atual