quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Brasil está entre os 50 piores lugares do mundo para as meninas

Resultado de imagem para Brasil está entre os 50 piores lugares do mundo para as meninasO alto número de casamentos infantis – antes dos 18 anos de idade – e de meninas grávidas na adolescência coloca o Brasil entre os 50 piores países do mundo para se nascer mulher, segundo ranking divulgado pela organização não governamental internacional Save The Children. De acordo com o relatório Every Last Girl, o Brasil é o 102º lugar entre 144 países analisados.

A situação do Brasil coloca o país 14 posições atrás do Paquistão (88º lugar), país da jovem Malala Yousafzai, ganhadora do prêmio Nobel da Paz por sua luta pelos direitos das mulheres e conhecida por ter sido perseguida e quase assassinada pelo Taliban em seu país. O relatório destaca ainda o fato de o Brasil estar apenas três posições à frente do Haiti, mesmo tendo renda média considerada alta, enquanto a ilha é um dos lugares mais pobres do mundo.

A situação dos países ricos, no entanto, também está aquém do esperado. Embora possuam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os mais altos do mundo, países como Austrália (21º no ranking), Reino Unido (15º), Canadá (19º) e França (18º) ficaram em posições consideradas ruins pela Save The Children.
“Nem todos os países ricos tiveram performances tão boas quanto poderiam”, observa o relatório. “Isto é devido, na maior parte, à baixa proporção de mulheres membros do Parlamento e à taxa relativamente alta de fertilidade adolescente”, diz o documento.

O relatório da Save The Children leva em consideração para o ranking alguns fatores em especial – taxas de casamentos infantis, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representatividade feminina no parlamento e índice de conclusão do ensino médio pelas garotas. O estudo também aborda outras questões que influenciam a qualidade de vida das meninas pelo mundo, como acesso a serviços de saúde e educação sexual, violência de gênero, suscetibilidade a conflitos e desastres, além da exclusão econômica.

Em alguns casos, a fragilidade das garotas está especialmente relacionada à condição social delas. O documento observa que “na maioria dos países, garotas de famílias pobres são alvos preferenciais do casamento prematuro do que seus pares de famílias ricas”. E ainda que “as garotas de algumas regiões em particular de alguns países são desproporcionalmente afetadas” pelo casamento infantil. Este é o caso da Etiópia, em que, em algumas regiões, 50% das meninas se casam antes dos 18 anos. Na capital, Adis Abeba, a taxa é de 12%.

Por outro lado, alguns países pobres têm desempenho consideravelmente positivo em algumas questões, como a voz feminina na política. Ruanda é o país do mundo com maior representatividade  feminina no parlamento, com 64% de congressistas mulheres. Este fator coloca o país na 49ª posição no ranking, mais de 50 pontos à frente do Brasil, que tem apenas 10% de deputadas federais e 15% de senadoras.
“Ouvir as garotas e valorizar o que elas dizem ser suas necessidades é essencial para determinar políticas que vão permitir que essas necessidades sejam conhecidas. Amplificar as vozes das garotas é condição central para cumprir a promessa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável de não deixar a 'ninguém para trás'”, pontua o relatório.

A questão da representatividade feminina na política é o único fator que pesa contra Suécia, Finlândia e Noruega, os três melhores países para se nascer garota, segundo o ranking da Save The Children. Nesses países, o índice de mortalidade materna e de casamento infantil é zero e as taxas relativas a não conclusão do ensino médio ou de gravidez na adolescência são muito baixas. A baixa quantidade de mulheres no parlamento é o único fator negativo que aparece relacionado a eles. Foto: ABR.
Créditos: Agencia Brasil

Doenças que atingem mais de 1 bilhão de pessoas são ‘esquecidas'

Enquanto a epidemia do virus zika se espalha para outras partes do mundo, centenas de milhões de pessoas em países em desenvolvimento sofrem de "doenças tropicais negligenciadas", ou DTNs.
 Surtos como o de zika, emergência internacional presente hoje em mais de 60 países e territórios, vêm e vão ao longo do tempo e ganham as manchetes da imprensa. Porém, silenciosamente, mais de 1 bilhão de pessoas em 149 países sofrem com as doenças tropicais negligenciadas.
Trata-se de um grupo de doenças tropicais endêmicas, especialmente entre populações pobres da África, Ásia e América Latina.
Reflexo da falta de interesse de autoridades competentes e baixo investimento em pesquisa para tratamento ou cura, essas doenças acabam replicando, em populações atingidas, ciclos de pobreza e desenvolvimento infantil deficitário, além de impactar negativamente taxas de fertilidade, natalidade e produtividade.
Essas enfermidades assumem diferentes formas, e incluem vermes que penetram na pele, parasitas que causam cegueira e insetos que se alimentam de sangue.
 A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece 18 doenças como DTNs: dengue, raiva, tracoma, úlcera de Buruli, bouba, hanseníase, doença de Chagas, doença do sono, leishmaniose, teníase/neurocisticercose, dracunculíase, equinococose, trematodíases de origem alimentar, filariose linfática, oncocercose (cegueira dos rios), esquistossomose, helmintíases transmitidas pelo solo e micetoma.
No Brasil, a DTN que tem maior incidência, em números absolutos, é a dengue, segundo os Médicos Sem Fronteiras. Outra doença preocupante em território nacional é a hanseníase (lepra): o Ministério da Saúde registrou cerca de 28 mil novos casos de infecção em 2015.
 Diferentemente da infecção por zika ou ebola - ou da gripe do frango e da Sars, voltando um pouco no tempo -, há pouco risco de as DTNs se espalharem pelo mundo desenvolvido.
Os atingidos se concentram em áreas rurais remotas ou aglomerados urbanos, e a voz dessas pessoas quase não se faz ouvir pelo mundo.
Nem todas as infecções por DTNs resultam em morte, mas conviver com elas pode ser debilitante.
Uma maneira de medir o impacto de doenças na saúde da população é relacionar a duração média da enfermidade com sua gravidade, um indicador chamado Anos Vividos com Incapacidade (AVIs).
Embora a China e a Índia sejam os países mais afetados por DTNs, isso ocorre pelo tamanho das populações dessas nações. Ajustando a medição por população, países africanos, do Sudeste Asiático e pequenos arquipélagos como Kiribati e ilhas Marshall se destacam como as áreas mais atingidas.
Na República Democrática do Congo, um dos países mais afetados, o Instituto para Métricas Médicas e Avaliações, centro de pesquisa da Universidade de Washington, disse que apenas em 2013 houve mais de 8 milhões de casos de apenas uma DTN, a oncocercose ou cegueira dos rios, resultando em 500 mil AVIs.
A oncocercose é uma doença parasitária crônica transmitida por mosquitos que carregam o nematódeo Onchocerca volvulus. No corpo humano, essas larvas se tornam vermes adultos que podem causar cegueira, lesões cutâneas, coceira intensa e despigmentação da pele quando os vermes morrem.
Apesar de a doença ser uma das DTNs mais disseminadas, muitos países a controlaram pela aplicação de inseticidas, e houve uma queda de 24% de 1990 a 2013 nos AVIs causados pela enfermidade no mundo.
 Há outros casos bem-sucedidos. Infecções intestinais por nematódeos, como aquelas causadas por vermes em forma de gancho, registraram a maior queda entre as
 DTNs - 46% até 2013. Já o chamado verme-da-Guiné, causador da dracunculíase, está quase erradicado.
Mas enquanto a maioria das DTNs registram prevalência menor em 2013 do que em 1990, algumas estão em alta, e certas doenças possuem um potencial de estrago maior do que as enfermidades que estão recuando.
DTNs em alta
 A leishmaniose é causada pelo protozoário parasita Leishmania e transmitida pela picada de mosquitos infectados. Pode resultar em lesões cutâneas graves ou mesmo em morte. Cerca de 12 milhões de pessoas estão infectadas, e houve um aumento de 136% nos AVIs desde 1990.
 O caso mais preocupante é da dengue, doença conhecida dos brasileiros, mas distante do mundo desenvolvido.
 Segundo a OMS, há registro de cerca de 390 milhões de casos de dengue no mundo por ano, e 96 milhões desses casos resultam em doenças com alguma severidade.
 Houve aumento superior a 600% nos AVIs causados pela doença desde 1990.
 Para David Molyneux, da Escola de Medicina Tropical de Liverpool (Inglaterra), a dengue "é uma das DTNs mais negligenciadas, e é muito difícil de controlar e diagnosticar."
 Uma causa importante desse aumento é o movimento de pessoas de áreas rurais para centros urbanos, ambiente propício à proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença e de outras enfermidades como Zika e febre amarela.
 Oficiais em mutirão antidengue na regiçao sul de Nova Déli, capital da Índia
 "Mosquitos botam ovos em recipientes com água limpa e parada, como pneus e tanques abertos: objetos encontrados em áreas urbanas. Esses fatores provocam aumento nas populações do vetor e o avanço da doença acompanha a expansão urbana", afirmou Molyneux.
 "Enquanto o avanço da doença no Sudeste Asiático tem sido foco de atenção, a situação na África ainda é pouco conhecida. Em muitos casos, a dengue é diagnisticada erroneamente como malaria, e todos os indicadores de DTNs podem estar subnotificados."
 "É um desafio real", diz o professor. "Em Cingapura a saúde pública é fantástica, mas os casos de dengue são recorrentes. Se isso ocorre em uma cidade com um bom sistema de saúde, com punições para quem mantém ambientes de reprodução do mosquito, como é possível controlar a doença em outros lugares, mesmo com todos nossos esforços?", questiona.
Mas ainda há esperança, depositada geralmente em vacinas. Em julho, foi liberada no Brasil a comercialização da vacina contra a dengue Dengvaxia, do laboratório Sanofi Pasteur, com preços entre R$ 132,76 e R$ 138,53 para hospitais e clínicas, segundo a Agência Brasil.
Créditos: WSCOM

Papa Francisco exalta luta contra trabalho infantil

Durante missa solene em homenagem à Padroeira do Brasil, no Santuário Nacional, ontem (12), em Aparecida, no Vale Paraíba, interior paulista, o cardeal arcebispo dom Raymundo Damasceno, leu mensagem em que o papa Francisco exalta a luta da Igreja Católica contra a exploração do trabalho infantil.
“As crianças são um sinal. Sinal de esperança, sinal de vida, mas também sinal de ‘diagnóstico’ para compreender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, do mundo inteiro. Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família é sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano”, afirmou ao destacar as ações para erradicar o trabalho infantil, desenvolvidas em parceria com os tribunais regionais do Trabalho e Ministério Público do Estado de São Paulo.
Na mensagem, o papa Francisco também afirmou que guarda a “grata lembrança” da inauguração do monumento dedicado à Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano. Em sua homilia, dom Damasceno observou que as festividades em homenagem à Nossa Senhora Aparecida marcam o início de uma série de atividades relacionadas aos 300 anos do encontro da imagem da santa por três pescadores no Rio Paraíba do Sul, em outubro de 1717.
Ao final da missa, foi lançada uma moeda especial para colecionadores. Foram confeccionadas 10 mil moedas em bronze, mil em prata e 300 na cor dourada. O governador Geraldo Alckmin, entre outras autoridades, acompanhou a celebração. O Santuário Nacional, que é o maior templo mariano do mundo, com capacidade para 35 mil pessoas, estava completamente lotado. Também havia muitos devotos acompanhando a cerimônia do lado de fora. A previsão de que hoje 160 mil fiéis passem por Aparecida.
Créditos: Agencia Brasil

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

PEC 241 viola princípios

O parágrafo 7º da PEC 241, aprovada em primeiro turno, na Câmara dos Deputados, chama a atenção pela previsão de que é atribuição do presidente da República propor ao Congresso Nacional, por meio de projeto de lei, a alteração no método de correção do teto de gastos, e somente após dez anos de a emenda entrar em vigor. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) lembra ainda que as regras ferem a soberania popular ao atravessar cinco mandatos presidenciais, estabelecendo o prazo de 20 anos do novo regime fiscal.

Se a população eleger um candidato ou um programa de governo contra a lógica fiscalista da PEC, mesmo assim ela continuará regendo o sistema. Se a PEC for aprovada em segundo turno, passar no Senado e entrar em vigor, tanto o deputado como analistas jurídicos ouvidos pela reportagem não acreditam que ela seja derrubada no Supremo Tribunal Federal, nem no todo nem em parte. A única possibilidade de mudar os prazos de dez anos para ser alterada (pelo próprio presidente da República) e de 20 anos para o regime vigorar é que uma nova emenda constitucional altere essas regras e quaisquer outras da PEC 241.
Ao negar, pedido de liminar em mandado de segurança feito pelo PCdoB para suspender a tramitação da PEC na Câmara, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, já sinalizou que a Corte vai “lavar as mãos” no caso, como fez no impeachment, embora o ministro não tenha analisado o mérito. “A decisão do ministro Barroso afasta o Supremo desse debate. Depois da decisão que foi tomada por ele, não acredito que o Supremo decida pela inconstitucionalidade de nenhum item dessa emenda”, diz Orlando Silva.
Na opinião de Wadih Damous, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, assim como o deputado do PCdoB, o Congresso pode mudar a PEC mediante outra PEC. Mas, para ambos, a previsão de que só o presidente pode alterar o modelo fiscal daqui a dez anos viola também o princípio da separação de poderes. “Como é que não será permitido ao Congresso, se for o caso, apresentar projeto de lei nesse sentido?”, questiona Damous.
Para ele, “se tivesse uma corte constitucional no Brasil, essa PEC sequer entraria em vigor”. “Mas nós não temos mais tribunal constitucional aqui. Aliás, acho que nunca tivemos.”
Segundo Barroso, não há no caso da PEC 241 “evidência suficiente de vulneração aos mandamentos constitucionais da separação de poderes, do voto direto, secreto, universal e periódico e dos direitos e garantias individuais”.
“O ministro (Luís Roberto) Barroso ultimamente não vê mais nenhuma vulneração à Constituição”, ironiza Damous, que atualmente não exerce o mandato na Câmara. “Alguém que defende o fim do princípio da presunção de inocência não pode enxergar mais nada.” Na semana passada, Barroso foi um dos que votaram a favor da prisão de réus após condenação em segunda instância, mesmo que posteriormente venham a ser absolvidos. No julgamento do STF, a tese foi vencedora por 6 votos a 5.
“Vejo pouquíssima possibilidade de o Judiciário decretar a inconstitucionalidade dessa PEC”, diz o jurista Luiz Moreira. Para ele, o governo Temer está muito bem assessorado juridicamente e a PEC é tecnicamente bem construída. “Ela quebra o pacto político, mas não jurídico. Quebra a disposição do pacto político vigente, mas não a estrutura jurídica e constitucional.”
Para Orlando Silva, o objetivo da PEC traduz com perfeição as intenções do próprio governo Temer. “Um amigo meu comentou uma frase oportuna: ‘Washington Luiz dizia que governar é abrir estradas; Michel Temer inaugura um tempo em que governar é pagar juros’. Porque o congelamento só se dá para despesas primárias, educação, saúde, habitação, salários, e não para as despesas financeiras.” Na opinião do deputado, o dia de ontem “foi vergonhoso para o parlamento brasileiro”.
Créditos: Rede Brasil Atual

ONU pede US$ 120 milhões em ajuda internacional para o Haiti

 A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que a comunidade internacional de doadores reúna cerca de US$ 120 milhões para que se dê uma resposta humanitária a 1,4 milhão de pessoas afetadas pelo furacão Matthew no Haiti. Os recursos serão destinados a atender às necessidades dos atingidos, nos próximos três meses.
A ONU disponibilizou na semana passada, por meio do Fundo Central de Resposta de Emergência (Cerf, a sigla em inglês), US$ 5 milhões para dar início à assistência aos afetados pelo furacão. Os recursos chegam logo após um aporte de US$ 8 milhões recebidos pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para melhorar a resposta ao agravamento da epidemia de cólera no Haiti.
Desde o início do ano, foram registrados cerca de 28 mil casos de cólera no país, e mais de 240 pessoas morreram devido à doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que um possível surto de cólera pode ocorrer na região em decorrência das inundações provocadas pela passagem do furacão.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também alertou a imprensa, em declarações feitas ontem (10) em Nova York, sobre os riscos de propagação de doenças transmitidas pela água, inclusive a cólera. Ele afirmou que equipes da ONU estão avaliando as necessidades urgentes com as autoridades locais.
"Centenas de pessoas morreram. Pelo menos 1,4 milhão de pessoas precisam de assistência no momento. Algumas cidades e aldeias foram praticamente varridas do mapa. Colheitas e reservas de alimentos foram destruídos. Pelo menos 300 escolas foram danificadas", disse Ban Ki-moon aos repórteres na sede da ONU.
"Apelo à comunidade internacional para demonstrar solidariedade e generosidade e para trabalhar em conjunto, de forma eficaz, na resposta a essa emergência", afirmou o secretário. Segundo o Unicef, os principais componentes de uma resposta imediata incluem a aquisição de comprimidos de purificação de água, tratamento de fontes de água coletivas e a criação de latrinas em abrigos temporários e assentamentos informais.
"Estou desenvolvendo um novo enfoque para esse desafio, que inclui o apoio às vítimas do cólera e os esforços para construir sistemas de água, saneamento e saúde no Haiti. Esse último desastre torna vital a necessidade do aumento do apoio, de forma significativa e imediata", afirmou Ban Ki-moon. O furacão Matthew, de categoria 4, assolou o país caribenho terça-feira passada (4), com ventos de 235 quilômetros por hora, deixando rastros de destruição em todo o Caribe e no Sudeste dos Estados Unidos.  POTO/LOGAN ABASSI/ONU
Créditos: Rede Brasil Atual

Igreja Católica manifesta repúdio à PEC 241: "Os pobres serão as vítimas principais"

A proposta de Emenda Constitucional 241/2016 focaliza a transferência de recursos públicos das áreas sociais para o pagamento de juros e para a redução da dívida pública. Estabelece um “Novo Regime Fiscal”, encaminhado para a Câmara de Deputados no dia 15 de junho de 2016. Esta medida de contenção asfixiante, parte de uma premissa falsa segundo o Economista Francisco Funcia, da PUC- SP, que seria a grave situação econômica do país; em nota à imprensa, foi divulgado pelo Ministério da Fazenda, em 24 de junho de 2016: 

“A situação do Brasil é de solidez e segurança porque os fundamentos são robustos. O país tem expressivo volume de reservas internacionais e o ingresso tem sido suficiente para financiar as transações correntes. As condições de financiamento da dívida pública brasileira permanecem sólidas neste momento de volatilidade nos mercados financeiros em função de eventos externos. A dívida publica federal Nacional conta com amplo colchão de liquidez”. Como se verifica na declaração não há no país uma situação caótica que exija um ajuste tão violento e brutal, a ponto de “congelar” as despesas federais no patamar dos valores de 2016, por um prazo de 20 anos. 

1. Qual o objetivo é finalidade da PEC 241?

A agenda explícita desta proposta é como está na argumentação do governo interino: “estabilizar o crescimento da despesa primária, como instrumento para conter a expansão da dívida pública”. Esse é o objetivo desta proposta de Emenda à Constituição”. No entanto traduzindo para os efeitos reais da sua aplicação, significa cortes drásticos na saúde, educação, habitação, transportes, etc … para priorizar o absoluto do déficit nominal e da dívida pública. Esta visão econômica, que volta aos anos 90 da hegemonia neoliberal e do Acordo de Washington, deixa claro que a dívida está muito acima da vida do povo e que a economia para ser sanada exige o sacrifício da população especialmente aqueles que não estão incluídos no mercado. Para confirmar esta assertiva o Ministro Henrique Meirelles se posiciona em entrevista do 01/07/2016: “As despesas com educação e saúde são itens que … junto com a previdência, inviabilizaram um controle maior das despesas nas últimas décadas. Educação e saúde inviabilizam ajustes”. Trata-se não só de limitar despesas mas de desconstruir a Arquitetura dos direitos sociais que consolidou o sistema de seguridade social da CF de 1988, quer se eliminar o Estado Social de Direito desmontando o SUS, levando-o a falência e colapso total.

2. Se passar esta PEC letal, quais serão as consequências para nossa população?

Se a PEC for aprovada, serão perdidos não somente os direitos sociais inscritos na Constituição Federal, mas a qualidade de vida da população brasileira sofrerá um forte rebaixamento, voltando a expectativas de longevidade bem inferiores às atuais. No caso particular da saúde poderão provocar a ampliação de doenças e, até mesmo, mortes diante da redução de recursos para o financiamento do SUS nos próximos 20 anos. É importante não esquecer que está PEC estabelece que os valores de 2016 serão a base para a projeção de despesas até 2037, ou seja, que não está previsto o crescimento populacional, a mudança de perfil demográfico com o envelhecimento da família brasileira em condições de saúde mais precárias, que demandará mais o sistema, e da incorporação tecnológica crescente neste setor. Para ilustrar o recorte de recursos basta afirmar que esta proposta tivesse sido aplicada no período de 2003- 2015 teriam sido retirados do SUS R$ 314,3 bilhões (a preços de 2015), sendo somente no ano 2015, R$ 44,7 bilhões, cerca de 44% a menos do que foi efetivado pelo Ministério da Saúde no mesmo exercício.

É conveniente alertar também que a redução de recursos federais para o financiamento do SUS atingirão fortemente Estados e Municípios, pois cerca de 2/3 das despesas do Ministério da Saúde são transferidas fundo a fundo para ações de atenção básica, média e alta complexidade, assistência farmacêutica, vigilância idemiológica e sanitária, entre outras.

3. Existe outro caminho que os cortes na saúde, e o recuo nos direitos sociais?

A pesquisadora em saúde da ENSP/ FIOCRUZ e Diretora Executiva do CEBES, a Dra. Isabela Soares Santos, dá uma resposta positiva citando o Economista de Oxford Dr. David Stuckler que estudou a política econômica de austeridade em 27 países (1995-2011). Este renomado cientista gerou o chamado “multiplicador fiscal ” que mostra o quanto de dinheiro se consegue de volta com diferentes gastos públicos. Os melhores índices multiplicadores vem de gastos com educação e saúde, os piores com a defesa. Ele argumenta: “Saúde é oportunidade de gerar economia e crescer mais rapidamente. Se cortar em saúde, gera mais mortes, aumento e surtos de infecções por HIV, TB, DIP, aumento dos índices de alcoolismo e suicídio, aumento dos problemas de saúde mental, risco de retorno de doenças erradicadas. Saúde não deve ser cortada em situação de crise, pois os governos deveriam investir mais em saúde em tempos de crise, para sair dela”. Os próprios diretores do FMI criticam as políticas recessivas de inspiração neoliberal (site da BBC.com, 30 de junho de 2016), em vista disso, o tripé econômico de meta inflação, altos juros e superávit primário trás como consequências: o aumento da desigualdade, colocam em risco a expansão duradoura e prejudicam seriamente a sustentabilidade do crescimento.

4. Não seria o caso de ampliar os arranjos públicos privados e favorecer o seguro privado (PHI) para sair de crise?

Na verdade, nestes arranjos públicos privados o sistema público perde (maiores e mais complexas filas), o arranjo contribui para a iniquidade no financiamento no acesso e no uso, o arranjo não diminui a demanda por serviços e financiamento, o arranjo não contribui para os objetivos gerais do SNS (equidade, universalidade e solidariedade), não há evidência que o PHI alivie o SNS. É interessante constatar que a União Europeia proíbe os países membros de regular o PHI quando houver SNS, com o argumento de defender o “sistema estatutário”, que foi escolhido pela nossa Nação na CF/1988. Lamentavelmente o que vemos é uma aposta crescente no setor privado o que contribui para a segmentação do sistema de saúde brasileiro como um todo, introduzindo a lógica mercantil, abandonando a luta histórica do movimento sanitarista brasileiro que conseguiu a implementação do SUS e sua inserção na Carta Magna, garantindo saúde integral e universal para toda a população.
5. Que fazer para impedir a PEC 241 e os seus desdobramentos perversos na seguridade social e na saúde?
Em primeiro lugar é necessário ter clareza que esta desconstituição do SUS se apoia na ideologia do Estado Mínimo e no retorno a uma Democracia restringida, tutelada, com os direitos sociais à míngua. O problema para estes economistas sem coração é o estado, o tamanho do SUS. Em compensação não há medidas para penalizar os mais ricos, achatar as desonerações fiscais, ou para reduzir os juros: o ajuste acaba se concentrando nas despesas que garantem os direitos sociais como meio de criar superávits primários crescentes, visando a diminuição da dívida pública, de acordo com o economista e doutor em saúde coletiva do IMS-UERJ, Carlos Otávio Ocké-Reis. Na prática, assistiremos ao desmonte do SUS e a privatização do sistema de saúde, onde todo esforço para melhorar as condições de saúde das famílias brasileiras ficará à deriva, prejudicando os recentes avanços obtidos no combate à desigualdade e acesso universal à saúde coletiva.

Em segundo lugar devemos manifestar nosso repudio e indignação, pensando como sempre nos mais pobres que serão as vítimas principais desta política antipopular contra a vida. Conclamar a uma mobilização geral em defesa da Constituição, do Estado Social de Direito, da Seguridade Social e do SUS. O SUS é nosso, o SUS é da gente, direito conquistado, não se compra nem se vende! Que Jesus o Rosto da misericórdia do Pai, nos ilumine e nos fortaleça na caminhada e defesa de saúde integral e universal para todos os brasileiros(as).
Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, Bispo de Campos e Referencial Nacional da Pastoral da Saúde
Créditos: Focando a Notícia

PB ganha autódromo pode receber Fórmula Truck e Stock Car

Os fãs paraibanos do automobilismo ganharão mais uma opção para acompanhar e praticar o esporte. No dia 23 deste mês, será inaugurado o Autódromo Internacional da Paraíba, que fica situado no quilômetro 61 da BR-230, por trás do Condomínio GreenVille, em São Miguel de Taipu, distante 41 km de João Pessoa. A pista, que conta com três traçados diferentes, já nasce sonhando alto, com a possibilidade real de receber provas da Fórmula Truck e Stock Car nas próximas temporadas.
Homologado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), o circuito intermediário de 3.024m inaugurado com a disputa da 2ª Etapa da Copa Nordeste de Marcas & Protótipos, que deve reunir dezenas de pilotos com suas máquinas disputando as primeiras colocações nas categorias CTM 2000, Spirit, Super Turismo e Marcas e Pilotos.
O evento inaugural ainda contará com a presença dos pilotos da Fórmula Truck Djalma Fogaça e Alex Fabiano, que farão uma apresentação com seus caminhões. Eles ainda sortearão dez expectadores da arquibancada e outros dez convidados para darem uma volta rápida no circuito à bordo do caminhão.
Os ingressos antecipados já estão à venda pela internet, com preços promocionais. A arquibancada custa R$ 20, enquanto o ingresso para ficar no padock está por R$ 50. A organização do evento sorteará uma entrada para o GP Brasil de F1, que será realizado no dia 13 novembro, no Autódromo de Interlagos.
O Autódromo Internacional da Paraíba, que terá três traçados de pista (todos eles com mais de 3 mil metros) contará com 60 boxes – atualmente 30 já estão concluído e todos eles têm capacidade para receber um caminhão da Fórmula Truck. O complexo, que ainda tem algumas partes em construção, ainda terá Centro Médico (em conclusão), heliponto, arquibancada coberta com capacidade para cinco mil pessoas, além de restaurantes.
A boa estrutura do Autódromo Internacional da Paraíba faz com o complexo se credencie para receber grandes provas do automobilismo nacional. De acordo com o diretor de marketing Max Weber, o circuito pode até ganhar uma etapa da Fórmula Truck já na próxima temporada.
“A dona da Fórmula Truck já está enviando esses dois caminhões ao nosso evento, por conta dela, porque ela tem interesse em realizar provas aqui na Paraíba. Então, estamos inaugurando esse primeiro circuito com o intuito de receber a Fórmula Truck já no calendário de 2017. Também estamos em negociação com a Stock Car”, revelou Max.
Créditos: Portal Correio