sábado, 15 de outubro de 2016

Provável prisão de Lula já mobiliza movimentos sociais para invadir Curitiba

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está em alerta para deflagrar protestos na região sul do País, caso o juiz federal Sérgio Moro decrete a prisão de Lula. Os integrantes do movimento farão uma marcha rumo a Curitiba em caso de detenção de Lula. Segundo o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, os movimentos planejam uma "resistência" à eventual prisão do ex-presidente. "Em caso de prisão, deflagraremos uma marcha até Curitiba. Não vamos permitir esse clima de fato consumado". Além do MST, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) também planeja atos em defesa de Lula.
O "cerco" perpetrado pelas autoridades contra o presidente aumentou nessa quinta-feira, 13. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, recebeu denúncia do Ministério Público Federal e abriu ação penal contra Lula, acusando-o de favorecimento à construtora Odebrecht em contratos da empresa em Angola, que envolvem uma empresa de Taiguara Rodrigues, filho da primeira esposa de Lula. É a terceira vez que Lula se torna réu desde o início da Operação Lava Jato, em março de 2014. Prisão de Lula, entretanto, pode deflagrar de vez uma divisão política no país. Fonte: Brasil 247;
Créditos: WSCOM

Doria avisa: não haverá mais camelôs nas ruas de São Paulo

 De Bueno Aires, onde participa de Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entidade fundada e presidida por ele até maio, o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que em sua gestão, não haverá mais camelôs nas ruas da capital paulista.
Segundo Doria, existe atualmente um "total falta de controle" sobre o comércio ambulante na capital. "Eles vão atuar em espaços públicos organizados, iluminados, seguros e em locais com movimento para atrair potenciais compradores. Não nas ruas", disse. 
Para intensificar a ação de retirada dos camelôs das ruas, o prefeito João Doria disse que vai melhorar a parceria com a Polícia Militar, por meio da ampliação da Operação Delegada. Nesse programa, iniciado em 2009 na gestão de Gilberto Kassab (PSD), a Prefeitura paga policiais em folga para combater o comércio irregular nas ruas da cidade. No governo Fernando Haddad (PT), o número de soldados contratados caiu de 3,8 mil para 1.063.
Apesar disso, Doria promete que a retirada dos camelôs das ruas não será com confronto. "São dois milhões de desempregados. Não vamos hostilizar os ambulantes e gerar confronto, mas dar a eles uma oportunidade. A alternativa é criar os shoppings do povo", afirmou. 
Créditos: Brasil 247

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Limitar gastos públicos ameaça o desenvolvimento

RFI - A PEC do Teto, que limita o aumento dos gastos públicos à inflação do ano anterior, pode reduzir o tamanho do Estado brasileiro a um nível que ameaça o desenvolvimento do país nos próximos 20 anos. A medida, que visa estancar o crescimento da dívida, deve reduzir as despesas do Estado de cerca de 20% do PIB para em torno de 13%. Países desenvolvidos gastam em torno de três vezes mais para assegurar serviços públicos de qualidade.
As diferenças entre os países ricos são o tamanho do Estado – quanto mais um país gasta para assegurar os serviços públicos, menos os cidadãos terão de pagá-los através da iniciativa privada. É por isso que, nos Estados Unidos, por exemplo, a fatia das despesas públicas é de 38,8% do PIB, enquanto nos países europeus, onde impera o Estado de bem-estar social, a média sobe para 49,9%.
“Tudo depende da sociedade que queremos. Nos países desenvolvidos, inclusive naqueles mais liberais, há um modelo de proteção social mais estabelecido do que nos emergentes ou em desenvolvimento, mas isso tem custos”, resume a pesquisadora Christine Rifflart, economista do Observatório Francês de Conjuntura Econômica (OFCE). “Até nos Estados Unidos, onde o Estado tem um peso menor, há uma série de compromissos com a população – mesmo que seja limitado à educação, à defesa e outros serviços essenciais.”
As experiências mundo afora mostram que os investimentos privados não compensam a falta de investimentos públicos. “É uma ilusão pensar que o setor privado vai gastar no lugar do público. Não existe mágica nesse sentido”, ressalta Stéphane Straub, da Toulouse School of Economics e pesquisador convidado do Banco Mundial, em Washington. “A chave é gastar melhor e nos bons setores. Melhorar a eficiência dos gastos é o maior problema dos países latino-americanos”, afirma o especialista em desenvolvimento e infraestruturas.
Já o economista François Bourguignon, um dos maiores especialistas franceses em desigualdades e ex-vice-presidente do Banco Mundial, observa que era importante o Brasil dar um sinal de que vai controlar melhor as contas públicas – no entanto, se a taxa de gastos em relação ao PIB ficar em torno de 15%, o país vai se equiparar a países bem menos desenvolvidos, como os africanos. “É uma redução extremamente severa, e o verdadeiro problema agora vai ser escolher onde os cortes vão acontecer. Serão em todas as pastas? Teremos menos professores, hospitais e infraestruturas?”, questiona.
“Reduzir os gastos públicos nessas proporções em um país onde os serviços públicos ainda são claramente deficientes me parece uma medida bastante violenta”, frisa Straub. Rifflart também insiste neste ponto: “Sempre é possível gastar melhor. Quando observamos todo dinheiro desperdiçado em subornos no Brasil, temos certeza de que há uma boa limpeza para ser feita nos gastos do Estado”.
Na Europa, a mordida das despesas públicas em relação ao PIB cresceu bastante no pós-guerra – era o período chamado de Trinta Gloriosos (1945-1975), em que os países europeus atingiram um pico de desenvolvimento econômico e social. Na França, em 1960, os gastos do Estado consumiam 35% das riquezas, segundo o Insee (Instituto Nacional de Estatísticas).
O problema é que esse índice subiu em uma trajetória quase constante e, nos anos 2010, chegou a um índice considerado preocupante. A alta se deve basicamente às despesas sociais, que cresceram 123% dos anos 1960 até 2013, quando 57,3% do orçamento francês foi consumido, conforme a OCDE. Essa disparada ocorreu para compensar a subida do desemprego – inexistente há 50 anos -, o envelhecimento da população, com o aumento dos pensionistas e dos custos em saúde, além da ampliação das políticas sociais familiares.
A França desponta sete pontos acima da média europeia, conforme os dados da Eurostat (agência europeia de estatísticas). A Alemanha gasta 44,1% do PIB, enquanto a Finlândia, líder no ranking, usa 58,1% dos recursos. Na zona do euro, que reúne os países que adotam a moeda única, a média de despesas sociais era de 20,3% do PIB em 2012 (Eurostat) – e isso após anos de políticas econômicas de austeridade adotadas em praticamente todos os membros da União Europeia pós-crise de 2008, a fim de trazer de volta o teto do déficit público para no máximo 3%, como estipula a Comissão Europeia.
Em julho deste ano, em meio à frágil retomada da economia mundial, o FMI (Fundo Monetário Internacional) surpreendeu ao publicar um relatório pedindo para os países desenvolvidos acelerarem os investimentos, em especial em infraestrutura. O órgão diz que alguns países, como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Austrália, já engordaram os caixas suficientemente para voltar a ter margem para gastar, depois do choque de 2008. O argumento do fundo é o de que, ao colocar dinheiro em grandes projetos, esses países vão estimular a criação de empregos e renda – portanto, apoiar o crescimento econômico e acelerar a saída da crise.
O mesmo pedido foi feito em setembro pela OCDE, que reúne as 34 economias mais ricas do mundo. Desde que as taxas de crescimento voltaram a ser positivas nos países desenvolvidos, a organização vem insistindo na retomada dos investimentos públicos, como uma das soluções para impulsionar a atividade econômica em nível global.
Créditos: RFI

Governo cancela 80% dos auxílios-doença

Em um mês, pente-fino promovido pelo INSS (Instituto Nacional de Segurança Social) já cancelou 80% dos benefícios de auxílio-doença analisados. Segundo balanço divulgado pela Associação Nacional dos Médicos Peritos do INSS (ANMP), os 20% dos casos que estavam de acordo com as normas foram transformados em aposentadoria por invalidez, segundo Jornal O Globo. 
"Iniciada em setembro, a operação está realizando uma revisão de benefícios concedidos que estavam há mais de dois anos sem passar por perícia. Estão nessa situação 530 mil pessoas que recebem auxílio-doença e 1,1 milhão de aposentados por invalidez. Segundo a ANMP, só foram analisados até agora 5.000 casos de auxílio-doença.
A principal constatação é que metade dos segurados que passaram pela revisão estavam trabalhando e contribuindo com a Previdência, o que não é permitido. A análise também detectou que 20% dos envolvidos nunca contribuíram com a Previdência ou não atingiram o número mínimo de contribuições necessário para ter direito ao benefício.
— Mais da metade das pessoas com a situação analisada estava trabalhando, e 20% não eram nem filiado ao INSS. Ou seja, os juízes estão dando direito a quem não tem. A gente já esperava que os números fossem altos. Essa revisão vai fazer com que o dinheiro seja pago a quem realmente tem direito — disse o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos do INSS, Francisco Cardoso.
Dos 530.157 brasileiros com auxílio-doença que passarão pelo pente-fino do governo, 99,2% (525.897) obtiveram o benefício por decisão da Justiça. Em 97% dos casos, o auxílio começou a ser pago de 2003 em diante. O INSS está enviando pelos Correios cartas registradas para os beneficiários informando sobre a necessidade de fazer a revisão. As primeiras convocações ocorreram no início do mês passado."Fonte: O Globo.
Créditos: Brasil 247

Centrais preparam greve nacional contra medidas de Temer

Mobilização repete esforço de unidade entre organizações que vem ocorrendo ao longo do ano - Créditos: Reprodução
As centrais sindicais brasileiras preparam uma greve nacional contra medidas que o governo não eleito de Michel Temer (PMDB) vem anunciando e implementando. A paralisação, que deve ocorrer no dia 11 de novembro envolvendo diversas categorias, faz parte da mobilização que as organizações de trabalhadores têm feito no sentido de construir uma greve geral no país.

Na data, as entidades têm como principais críticas a Proposta de Emenda Constitucional 241 – que congela investimentos públicos nos próximos 20 anos; o Projeto de Lei Complementar 257 – plano de resgate financeiro a estados e municípios que impõe congelamento dos reajustes salarias de servidores públicos; a reforma da Previdência; a Medida Provisória que altera o ensino médio; e a reforma trabalhista, que envolve a terceirização em todas atividades e a flexibilização da CLT.

“As medidas já anunciadas pelo governo golpista e as iniciativas recentemente aprovadas ou em curso no Congresso Nacional – como a PEC 241 - apontam numa única direção: retirar direitos da classe trabalhadora”, diz a Central Única dos Trabalhadores (CUT) em nota. "

"A forma da classe trabalhadora organizada reagir a esses desmandos e retrocessos é a  luta unitária. E esta luta passa pela greve como arma para enfrentar e barrar a agenda do governo golpista contrária aos interesses dos/as trabalhadores/as, das mulheres, da agricultura familiar e dos setores mais pobres da população brasileira", complementa o documento.

O dia de greve nacional conta também com o envolvimento da Frente Brasil Popular – articulação de movimentos populares, organizações feministas e estudantis, entidades sindicais e partidos políticos.

A Frente, em nota, afirma que a conjuntura nacional é marcada pela discussão em torno de um “pacote de maldades do Governo Temer, que em conjunto com o Congresso Nacional tem imposto uma série de derrotas aos interesses do povo brasileiro” e que é necessário um enfrentamento unitário “dessas medidas neoliberais”. A Frente Povo Sem Medo, que também envolve diversas organizações, também deve se somar à mobilização do dia 11 de novembro. Foto: MN.
Créditos: Brasil de Fato

Tuberculose matou 1,8 milhão de pessoas em 2015, diz OMS

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A tuberculose continua a ser uma das dez principais causas de morte em todo o mundo e em 2015 pode ter matado 1,8 milhão de pessoas, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade divulgou relatório com dados sobre a doença em 202 países e territórios, que representam mais de 99% da população mundial e dos casos globais de tuberculose. Apesar de ainda ser uma das principais causas de morte no mundo, o índice de letalidade da doença caiu 22% entre 2000 e 2015.
Segundo o Relatório Global sobre a Tuberculose, 10,4 milhões de novos casos foram registrados no mundo em 2015, dos quais 5,9 milhões (56%) entre homens; 3,5 milhões (34%) entre mulheres e um milhão entre crianças. Do total de casos, 1,2 milhão eram pessoas com o vírus HIV.
A OMS alerta que, embora a incidência de tuberculose e a mortalidade pela doença estejam caindo, é preciso acelerar o ritmo de enfrentamento da enfermidade. “As ações e investimentos globais estão aquém do necessário para acabar com a epidemia global de tuberculose”, destaca o documento.
Seis países são responsáveis por 60% de todos os novos casos em 2015: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul. De acordo com o relatório, os países do Brics (Brasil, Russa, Índia, China e África do Sul), respondem, juntos, por cerca de 50% dos casos de tuberculose no mundo. Nestes países, à exceção da Índia, o financiamento para estudos e combate à doença é principalmente interno.
A OMS estima que, em todo o mundo, a taxa de declínio da incidência da tuberculose manteve-se em apenas 1,5% nos anos de 2014 e 2015. No entanto, para atingir os primeiros marcos da estratégia de eliminação da doença, é necessário alcançar índices anuais de 4% a 5% em 2020. A organização avalia que, apesar de alguns progressos na verificação de novos diagnósticos, medicamentos e vacinas, as pesquisas sobre a doença permanecem gravemente subfinanciadas. Foto: Tua Saúde.
Créditos: Agencia Brasil

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Brasil está entre os 50 piores lugares do mundo para as meninas

Resultado de imagem para Brasil está entre os 50 piores lugares do mundo para as meninasO alto número de casamentos infantis – antes dos 18 anos de idade – e de meninas grávidas na adolescência coloca o Brasil entre os 50 piores países do mundo para se nascer mulher, segundo ranking divulgado pela organização não governamental internacional Save The Children. De acordo com o relatório Every Last Girl, o Brasil é o 102º lugar entre 144 países analisados.

A situação do Brasil coloca o país 14 posições atrás do Paquistão (88º lugar), país da jovem Malala Yousafzai, ganhadora do prêmio Nobel da Paz por sua luta pelos direitos das mulheres e conhecida por ter sido perseguida e quase assassinada pelo Taliban em seu país. O relatório destaca ainda o fato de o Brasil estar apenas três posições à frente do Haiti, mesmo tendo renda média considerada alta, enquanto a ilha é um dos lugares mais pobres do mundo.

A situação dos países ricos, no entanto, também está aquém do esperado. Embora possuam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os mais altos do mundo, países como Austrália (21º no ranking), Reino Unido (15º), Canadá (19º) e França (18º) ficaram em posições consideradas ruins pela Save The Children.
“Nem todos os países ricos tiveram performances tão boas quanto poderiam”, observa o relatório. “Isto é devido, na maior parte, à baixa proporção de mulheres membros do Parlamento e à taxa relativamente alta de fertilidade adolescente”, diz o documento.

O relatório da Save The Children leva em consideração para o ranking alguns fatores em especial – taxas de casamentos infantis, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representatividade feminina no parlamento e índice de conclusão do ensino médio pelas garotas. O estudo também aborda outras questões que influenciam a qualidade de vida das meninas pelo mundo, como acesso a serviços de saúde e educação sexual, violência de gênero, suscetibilidade a conflitos e desastres, além da exclusão econômica.

Em alguns casos, a fragilidade das garotas está especialmente relacionada à condição social delas. O documento observa que “na maioria dos países, garotas de famílias pobres são alvos preferenciais do casamento prematuro do que seus pares de famílias ricas”. E ainda que “as garotas de algumas regiões em particular de alguns países são desproporcionalmente afetadas” pelo casamento infantil. Este é o caso da Etiópia, em que, em algumas regiões, 50% das meninas se casam antes dos 18 anos. Na capital, Adis Abeba, a taxa é de 12%.

Por outro lado, alguns países pobres têm desempenho consideravelmente positivo em algumas questões, como a voz feminina na política. Ruanda é o país do mundo com maior representatividade  feminina no parlamento, com 64% de congressistas mulheres. Este fator coloca o país na 49ª posição no ranking, mais de 50 pontos à frente do Brasil, que tem apenas 10% de deputadas federais e 15% de senadoras.
“Ouvir as garotas e valorizar o que elas dizem ser suas necessidades é essencial para determinar políticas que vão permitir que essas necessidades sejam conhecidas. Amplificar as vozes das garotas é condição central para cumprir a promessa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável de não deixar a 'ninguém para trás'”, pontua o relatório.

A questão da representatividade feminina na política é o único fator que pesa contra Suécia, Finlândia e Noruega, os três melhores países para se nascer garota, segundo o ranking da Save The Children. Nesses países, o índice de mortalidade materna e de casamento infantil é zero e as taxas relativas a não conclusão do ensino médio ou de gravidez na adolescência são muito baixas. A baixa quantidade de mulheres no parlamento é o único fator negativo que aparece relacionado a eles. Foto: ABR.
Créditos: Agencia Brasil