segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Desigualdade salarial entre mulheres e homens supera 50%, diz pesquisa

Estudo divulgado recentemente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela que mundialmente, o crescimento salarial diminuiu ao longo de 2016, o que o fez atingir seu nível mais baixo desde 2012. Outro dado exposto pelo Relatório Global sobre Salários 2016-2017 evidencia a desigualdade salarial entre homens e mulheres, acima de 50% nos posto de trabalhos mais bem pagos das empresas.

Segundo a OIT, o mau desempenho dos países emergentes baixou a média mundial de salários, mesmo que alguns tenham sido recuperados em economias divergentes que se desenvolveram no ano passado, como Estados Unidos e Alemanha. Em todo o mundo tem ocorrido a desaceleração desse crescimento, levando-o para o seu menor nível em quatro anos, indo de 2,5% para 1,7% durante o período de 2012 até 2015. Em contrapartida, a desigualdade salarial entre homens e mulheres só tem aumentado.
De acordo com o mesmo relatório, posteriormente ao período da crise financeira de 2008-2009, impulsos foram gerados em países e regiões de desenvolvimento para que avanços ocorressem consequentemente aumentando o crescimento dos salários mundiais. Porém, recentemente, esta tendência possuiu um efeito reverso, se desacelerando.
Países emergentes e em desenvolvimento do G20, formado pelas 19 maiores economias mundiais juntamente da União Europeia, também obtiveram queda dos níveis salariais, que foi de 6,6%, em 2012, para 2,5%, em 2015, segundo o relatório da OIT. Entretanto, o crescimento salarial de países desenvolvidos do grupo, teve o índice mais alto dos últimos dez anos, indo de 0,2% para 1,7% entre 2012 e 2015, sendo 2015 o ano onde os salários cresceram 2,2% nos Estados Unidos, 1,9% em países da União Europeia e 1,5% no Norte, Sul e Oeste europeu.
O mesmo estudo mostrou também “grandes diferenças” regionais entre as economias que estão se desenvolvendo. Em 2015, os salários reais caíram 1,3% na América Latina e no Caribe e 5,2% no Leste Europeu. O crescimento dos salários se estabilizou em uma taxa de 4% no Sul e Leste asiático e no Pacífico, enquanto regiões da Ásia Central e Ocidental passaram para 3,4% com estimativa provisória de 2,1% nos Estados Árabes e 2% na África.
Segundo os dados fornecidos pela OIT, verificou-se na maioria dos casos, uma desigualdade em relação ao crescimento dos salários daqueles que recebem as mais altas e as mais baixas remunerações. Na Europa, 25% do total dos salários de todos os empregados em seus respectivos países, são destinados a 10% dos trabalhadores mais bem pagos. Essa parcela pode aumentar no caso de algumas economias emergentes, como a África do Sul  com 49,7%, Índia com 42,7% e o Brasil  com 35%.  Isso representa quase 50% dos que recebem os salários mais baixos.
A desigualdade é ainda mais acentuada quando a comparação é feita entre a base salarial de homens e mulheres. “Embora a diferença salarial geral por hora entre homens e mulheres na Europa seja de cerca de 20%, a diferença salarial entre homens e mulheres no grupo dos 1% de trabalhadores mais bem pagos chega a cerca de 45%. Entre homens e mulheres que ocupam cargos de diretores executivos, e estão entre o 1% de trabalhadores mais bem pagos, a diferença salarial entre homens e mulheres é acima de 50%”, diz nota divulgada pela OIT.
Políticas de salários mínimos e instrumentos importantes para a redução dessa desigualdade salarial excessiva no âmbito salarial também foram apontadas no relatório. Para a diminuição da desigualdade salarial entre homens e mulheres, uma das sugestões oferecidas pelo relatório foi a regulamentação e a autorregulamentação da remuneração dos executivos. Fonte: EBC.
Créditos: Paraíba Total

Reforma da Previdência põe em risco aposentadoria especial de professores

A proposta de reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional pelo governo Temer deve acabar com o aposentadoria especial para professores, garantida em dispositivo constitucional desde 1981 e referendada pela Constituição de 1988.
Pelas regras atuais, professores que trabalham na educação básica, ensino infantil, fundamental e médio têm garantidos o direito à redução de cinco anos de contribuição mínima para se aposentar.
Pela regra geral autal, os homens se aposentam com 35 anos de contribuição e as mulheres, 30. Para os professores, o tempo mínimo de contribuição cai para 30 e 25 anos, respectivamente. Com a reforma proposta, esse regime especial acaba e todos terão que trabalhar até, no mínimo, os 65 anos, com 25 anos de contribuição.
Para Silvia Barbara, diretora da Federação Estadual dos Professores do estado de São Paulo (Fepesp), essa nova regra é "absurda" e a categoria vai ser privada de receber o benefício integral da aposentadoria por conta da alta rotatividade do setor. "Para um professor, a reforma pode representar um acréscimo na exigência para se aposentar superior a 400% em anos trabalhados", afirma a diretora da Fepesp em entrevista à TVT. 
"Dificilmente você vai encontrar um professor, de educação básica, principalmente, trabalhando aos 65 de idade. Dificilmente ele vai conseguir trabalho. Uma consequência direta para os professores é que eles podem começar a carreira como professor, mas dificilmente vão terminar a carreira como professor", analisa Silvia Barbara.
Para ela, trata-se de um projeto de desmonte da Previdência para beneficiar o setor privado. "As empresas de previdência privada e o sistema financeiro  estão pulando de alegria, porque veem nisso um espaço promissor de desenvolvimento das suas atividades econômicas." Foto: EBC.
Créditos: Rede Brasil Atual

IGP-M tem alta de 0,41% no segundo decêndio de dezembro

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,41% no segundo decêndio (período de dez dias) de dezembro. O indicador medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) teve influência da alta de 0,53% do Índice de Preços ao Produtor Amplo. Os itens relacionados a matérias-primas brutas tiveram elevação de 1,86% no período, com destaque para o minério de ferro (15,36%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,12%, no segundo decêndio de dezembro. As despesas com educação, leitura e recreação tiveram aumento de 1,26% e as despesas diversas, 0,79%. O Índice Nacional de Custo da Construção teve alta de 0,32% no período. Os custos com mão de obra cresceram 0,54%.
Créditos: Agencia Brasil

domingo, 18 de dezembro de 2016

Medida de Temer favorece empresas e pode estimular demissões

O presidente  Michel Temer (PMDB) lançou na quinta-feira (15) uma medida que pode aumentar as demissões dos trabalhadores. Dentro de um pacote que supostamente estimularia a economia, ele reduziu a multa sobre o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) paga pelo empregador para o governo.

Hoje, além de uma multa sobre o FGTS para ao trabalhador, de 40%, o empregador quando demite sem justa causa deve pagar também uma multa ao governo, de 10%. Michel Temer vai reduzir esse total em 1 ponto percentual por ano, até extinguir totalmente o valor pago. Na prática, isso barateia o custo e estimula a demissão.


“Num momento de aumento do desemprego, isso pode estimular a demissão. Também retira dinheiro da habitação”, explica a economista Esther Dweck, em “ao vivo”, com a senadora Gleisi Hoffmann em sua página no Facebook. O FGTS é utilizado para financiamentos do Minha Casa, Minha Vida e do crédito para habitação em geral. Menos dinheiro para o fundo poderia impactar nesses setores.

Hélio Zylberstajn, professor de economia do trabalho da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), em entrevista ao UOL, também acredita que a medida pode ser vista como um incentivo à demissão.
Créditos: Agencia PT

Infecção pelo zika pode causar tremores e perdas cognitivas

Pacientes adultos infectados com zika, que contraíram encefalite e outras complicações neurológicas após a infecção, sofrem para realizar pequenas atividades diárias como beber um copo d’água. Mesmo depois de livres da encefalite, muitos ainda apresentam síndromes neurológicas variadas, tremores (característicos do mal de Parkinson) e perdas cognitivas típicas de demências.
Os casos geraram preocupações na equipe do médico e cientista Osvaldo Nascimento, professor titular de Neurologia e coordenador de pesquisa e pós-graduação em Neurologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro. A equipe está entre os pioneiros no Brasil na identificação da ligação entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré e complicações como encefalites, encefalomielite disseminada aguda, meningoencefalite e encefalomielite.
Após um ano da descoberta dos primeiros casos, os médicos encontram outros desafios: “Cerca de 40% dos pacientes que acompanhamos apresentaram síndromes neurológicas variadas depois de sofrer encefalomielite ou meningoencefalite. A infecção pelo vírus zika continua um grande mistério. Aprendemos muito em um ano, mas o desafio continua imenso. Não sabemos ainda que reações o vírus é capaz de produzir para afetar os pacientes dessa maneira”, disse Osvaldo Nascimento, chefe do serviço de referência para a doença no Hospital Universitário Antônio Pedro, em entrevista ao Globo.
A equipe de neurologia do hospital diagnosticou, cerca de 50 pacientes com Guillain-Barré e encefalites associadas ao vírus zika, sendo que 20 apresentaram sintomas inesperados.
“Nossa amostra ainda é pequena, mas estamos preocupados e intrigados. É perturbador ver um adulto jovem ter sintomas semelhantes, por exemplo, aos da doença de Parkinson. Mas não se trata de Parkinson, e, sim, de uma síndrome neurológica distinta. O vírus zika parece permanecer no sistema nervoso como um terrível desafio” afirma o médico.
No entanto, os custos dificultam o tratamento para doença: “Estamos no limite. Pacientes chegam em estado grave, e o tratamento é caro. Um ciclo de imunoglobulina custa cerca de R$ 30 mil para um paciente de 70 quilos. Há pessoas que precisam de dois, três ou até mais ciclos. Fora os custos com CTI. Hoje, temos 20 pacientes que ainda precisam de atenção. A situação já era ruim no verão passado. No próximo, poderá ser crítica”, completa Osvaldo Nascimento.
Além disso, os médicos reclamam da burocracia que atrasam o tratamento e os cortes de recursos para pesquisa “A ciência do Rio fez muito e poderia ter realizado ainda mais se houvesse recursos. Mas não há. Este ano não recebemos um tostão do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ou da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). Grande parte do conhecimento gerado sobre zika no Brasil veio do estado do Rio”, comenta o neurocientista.
As pesquisas geram descobertas como a cloroquina droga contra a malária que teve bons resultados no combate do vírus zika em estudos. “A cloroquina é promissora. Assim como a identificação de um indicador de gravidade da inflamação causada pelo vírus. Esperamos muitas coisas: que as pesquisas avancem, que drogas tenham mais sucesso, que tenhamos condições de atender a pacientes graves. E para tudo é preciso recursos para a ciência. Ela salvará vidas”, esclareceu ele. Foto: R7
Créditos: Focando a Notícia

Civis enfrentam fome e frio enquanto aguardam operação para sair de Alepo

 Milhares de civis e rebeldes enfrentam fome e frio enquanto aguardam a retomada das operações de retirada dos últimos redutos controlados pelos insurgentes em Alepo, na Síria. Um deputado da oposição afirmou ontem (17) que um novo acordo para a evacuação havia sido negociado, mas as autoridades do regime sírio não confirmaram a informação.
Pelo menos 40 mil civis e entre 1.500 e 5 mil combatentes com suas famílias continuam cercados no ponto rebelde da segunda maior cidade síria, de acordo com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.
No bairro de Al-Amiriyah, controlado em parte pelos insurgentes, e de onde começa o périplo da população a ser evacuada, milhares de pessoas, entre elas crianças, passaram a noite de sexta-feira (16) para sábado em meio às ruínas dos imóveis. Durante a madrugada, a temperatura no local atingiu 6 graus negativos.
Os moradores estão sem água potável e alimentos e muitos deles sobrevivem comendo tâmaras. Segundo um correspondente da agência France Presse, muitos moradores queimaram seus pertences para evitar que sejam tomados pelas forças do regime de Bashar Al-Assad.
A fome por fim levou Mohammead, de 16 anos, e sua família a abandonarem a casa onde viviam em Alepo, esquivando-se das balas dos atiradores enquanto corriam para salvar suas vidas.
"Estávamos morrendo de fome no leste de Alepo, tivemos que partir", contou Mohammad à Agência da ONU para Refugiados (Acnur), depois que ele e vários membros de sua família encontraram segurança no oeste da cidade.
"Costumávamos ganhar sacos de pão, mas então não recebemos mais essa ajuda e restou apenas arroz. Depois que o arroz acabou e o preço dos alimentos subiu, não conseguimos mais arcar com os custos".
À medida que se aproximavam das artilharias em ruas devastadas, correndo de esconderijo em esconderijo, o pai de Mohammad se separou do grupo, forçando o jovem a escolher entre procurá-lo ou seguir com o resto da família para um local mais seguro.
Eles conseguiram chegar à fábrica de algodão Mahalej, um abrigo temporário para os recém-chegados, onde o Acnur está fornecendo roupas de inverno, cobertores, colchões, sacos de dormir, água e comida para os necessitados. Enquanto sua irmã Ahlam – que significa “sonhos” em árabe – brincava ao fundo, Mohammad disse que ainda não sabe o que aconteceu com seu pai.
Mohammad está entre os vários residentes recentemente deslocados de Alepo oriental que descreveram o sofrimento e o terror da vida no meio do enclave, enquanto o Acnur pede repetidamente que todas as partes envolvidas no conflito garantam a segurança de dezenas de civis que ainda se encontram na cidade.
Semanas de intensos combates custaram caro aos civis em Alepo, que antes do conflito da Síria era o centro comercial e a maior cidade do país.
A feroz batalha pelo lado oriental da cidade, que esteve sob o controle da oposição durante grande parte dos últimos quatro anos, forçou os civis a buscarem segurança no oeste controlado pelo governo nas últimas semanas, embora os números não sejam precisos e possam ser ainda maiores.
Homens, mulheres e crianças que recentemente chegaram a abrigos contaram detalhes angustiantes sobre semanas de bombardeio e da escassez de alimentos, de cuidados médicos e de combustível para aquecimento. A provação foi agravada pelo fato de que a luta impediu a ajuda humanitária de chegar ao leste durante os últimos cinco meses.
Além de fornecer itens de socorro essenciais, o Acnur também está oferecendo serviços de aconselhamento e proteção aos recém-chegados traumatizados, incluindo muitas crianças. Bader, de 12 anos, que perdeu sua mãe antes do início da crise, estava encolhido dentro do abrigo junto de seu pai, sua madrasta e seis irmãos.
"Senti muito frio e fome nos últimos 10 dias", disse Bader, com os olhos brilhando com lágrimas. "Tínhamos uma casa, mas foi completamente destruída. Foi muito chocante ver nossa casa em ruínas".
Aziza, mãe solteira na casa dos trinta e poucos anos, chorava num canto de um dos grandes hangares transformados em abrigos, sentada no chão com suas duas filhas. Ela conversou com membros do Acnur e disse: "Quando chegamos aqui, percebi que estávamos amaldiçoados com o deslocamento. Tenho muito medo do que o futuro nos reserva, especialmente para minhas filhas".
O Acnur e seus parceiros estão ampliando a resposta humanitária em Alepo para atender às necessidades dos recém-deslocados, bem a dos deslocados anteriormente no oeste da cidade. Além de alimentação, água e proteção, uma das necessidades humanitárias mais urgentes é encontrar abrigo seguro para os recém-deslocados.
O início do inverno torna ainda mais vital que as famílias sejam mantidas em locais secos e aquecidos – um pequeno conforto depois de meses vivendo em constante medo. Com Agência Brasil e Agência da ONU para Refugiados (Acnur)
Créditos: Rede Brasil Atual

sábado, 17 de dezembro de 2016

Reforma trabalista de Temer quer o fim da CLT

Segundo a matéria divulgada pelo jornal O Globo, a reforma trabalhista de Michel Temer, praticamente, liquida a Consolidação das Leis do Trabalho, criada por Getúlio Vargas. O pacote trabalhista de Temer prevê a jornada flexível de trabalho. Isso significa que o empregador poderá contratar seus funcionários por hora trabalhada – e não mais num regime de jornada definida, como é hoje.
Com isso, os novos contratos não estarão mais sujeitos às regras da CLT. Além disso, os contratos de trabalho, que antes eram de no máximo 90 dias, poderão ser de 180 dias. Dias atrás, no pacote econômico anunciado pelo equipe econômica, Temer também tornou mais baratas as demissões, reduzindo a multa do FGTS para os empresários.
Essa reforma trabalhista de Temer se soma à previdenciária, que, segundo estudos do Dieese, fará com que 70% dos brasileiros fiquem de fora do sistema de pensões e aposentadorias. Ou seja: com as medidas, Temer amplia os ganhos do capital sobre o trabalho e joga as contas do seu ajuste nos mais pobres. Fonte: Brasil 247.
Créditos: WSCOM