segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Um milhão de famílias retornam a pobreza e voltam para o Bolsa Família

O golpe de 2016, semeado em 2015 pela aliança entre Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez com que quase 1 milhão de famílias retornassem à situação de pobreza extrema no Brasil e voltassem ao Bolsa Família. No ano passado, o desastre econômico produzido por Michel Temer levou 519,5 mil famílias de volta ao Bolsa Família.
O número é recorde e revela a quantidade de brasileiros que voltaram à situação de pobreza extrema, recorrendo novamente ao benefício. Em 2015, quando o Brasil foi governado na prática pela aliança do "quanto pior, melhor", feita entre Aécio e Cunha, outras 423,6 mil famílias retornaram ao Bolsa Família.
Ou seja: o custo do golpe é de quase 1 milhão a mais de famílias em situação de extrema pobreza. Neste dois anos, em que a presidente Dilma Rousseff foi primeiro sabotada por Aécio e Cunha e depois derrubada por Temer, 5 milhões de brasileiros perderam seus empregos. Os dados são de reportagem da jornalista Renata Mariz, publicada no jornal O Globo. (247).
Créditos: WSCOM

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Área ocupada por latifúndio cresceu 372% no Brasil nos últimos 30 anos

Latifúndio de cana de açúcar no estado de São Paulo  - Créditos: Mario Roberto Duran Ortiz
A área das propriedades com mais de 100 mil hectares cresceu 372% no Brasil desde 1985, apontou o Relatório DataLuta Brasil, do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), lançado originalmente em 2014 e atualizado em janeiro deste ano. 

Segundo o estudo, a reforma agrária segue em ritmo menor que a territorialização do agronegócio, principalmente por causa da grilagem e do processo de estrangeirização de terras – há donos de terras oriundos de pelo menos 23 países, sendo os principais os Estados Unidos, o Japão, o Reino Unido, a França e a Argentina.

"Os principais investimentos [dessas terras] são em commodities: soja, milho, canola, colza, sorgo, cana de açúcar e monocultura de árvores, além da produção de sementes transgênicas", aponta o relatório. Sobre o assunto, foram feitas comparações entre os governos "neoliberais" e "pós-liberais" – sendo o primeiro grupo formado pelos governos de José Sarney (1985-1990), Fernando Collor (1990-1992), Itamar Franco (1992-1995) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), e o segundo pelos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (2003-2016).

A avaliação é de que nenhum dos dois grupos trataram a reforma agrária como uma política estratégica para um modelo de desenvolvimento alternativo. Em ambos, a política agrária estabelecida garantiu o controle territorial pelo chamado "binômio latifúndio": o agronegócio e as políticas de desenvolvimento da agricultura, especialmente nos investimentos na produção e em tecnologias, que são majoritariamente voltados para o modelo hegemônico.


Para os pesquisadores, "a reforma agrária é uma iniciativa das lutas camponesas, que se 'espacializam' e se 'territorializam', criando 'conflitualidades' como o modelo de desenvolvimento hegemônico" (sic), ou seja, as únicas forças que se contrapõem ao modelo hegemônico são os movimentos camponeses e indígenas, que, além de lutar pela terra, disputam território na construção de uma modelo alternativo.
São enumerados cinco protagonistas da luta pela terra no país: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a Frente Nacional de Lutas (FNL) e os movimentos indígenas e quilombolas, que usam como estratégias de reivindicação as ocupações, o bloqueio de vias e a realização de marchas. De acordo com o Dataluta, as lutas pela terra se intensificaram no governo Fernando Henrique Cardoso, momento de crise econômica e maior organização dos movimentos camponeses.
Na época, o ex-presidente afirmava que faria a reforma agrária no Brasil, mas, com o aumento das ocupações de terras (que teve seu pico em 1998, com cerca de 113 mil famílias acampadas), o governo não só desistiu de sua promessa como criou a Medida Provisória nº 2.109-49/2001 para criminalizar as ocupações.
A segunda onda de mobilização começou com a fase pós-neoliberal, em 2003, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, período de maior crescimento do número de famílias assentadas –foram 117 mil no total. Porém, mesmo prometendo fazer a reforma agrária, Lula não foi capaz de alterar a estrutura fundiária nacional.
O governo Dilma, por sua vez, destaca-se como um dos piores em relação ao estabelecimento de assentamentos desde a promulgação da Constituição de 1988.  Apesar da crítica à presidenta, a avaliação do Dataluta é que a saída da ex-presidenta Dilma Rousseff do poder inaugurou um novo período neoliberal no país.
"Com o golpe, foi implementado um conjunto de medidas nefastas pelo governo golpista nos diversos setores que compõem a sociedade brasileira, desde áreas como a educação e a saúde até a Previdência Social, o que reflete num processo intenso de ataque aos direitos conquistados pela classe trabalhadora ao longo da história do país. O Brasil agrário também não está distante desses ataques", afirma o texto.
A análise do instituto é que ações como a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), as propostas de mudança na Previdência Social que prejudicam os camponeses e a venda de terra para estrangeiros "deixam clara a postura elitista representada pelo atual governo golpista e aumentam ainda mais a desigualdade social", mas, ao mesmo tempo, "aumentam a resistência dos movimentos populares, criando um novo cenário político para esta segunda fase de governos neoliberais". Edição: Camila Rodrigues da Silva. Foto: Mario Roberto Duran Ortiz.
Créditos: Brasil de Fato

Trump amplia repressão a imigrantes ilegais

Da Agência Sputnyk - Agentes da Imigração dos EUA prenderam centenas de imigrantes sem documentos durante esta semana em várias batidas policiais organizadas em diferentes cidades e estados do país, segundo relata o Washington Post neste sábado (11).
Embora a agência de Imigração não tenha fornecido números precisos, sabe-se que pelo menos 160 pessoas foram presas na cidade de Los Angeles e seus arredores, enquanto cerca de 200 imigrantes foram presos em Atlanta, de acordo com o jornal. As operações policiais foram feitas em casas, escritórios e outros locais de trabalho.
Batidas também foram realizadas em outras regiões, como Nova York, Chicago, Carolina do Norte e Carolina do Sul, segundo afirmou em entrevista coletiva na sexta-feira (10) o diretor do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário (ICE, na sigla em inglês) dos EUA, David Marin.
Segundo o funcionário, uma elevada porcentagem dos detidos tinha antecedentes criminais e a deportação para seus respectivos países de origem, a maioria da América Latina, foi aplicada imediatamente.
A notícia das batidas para capturar os ilegais se espalhou como fogo entre os imigrantes, as rádios de língua espanhola, associações e redes sociais, semeando pânico e gerando novos protestos contra a ação policial.
Créditos: Brasil 247

Chikungunya provoca doenças vasculares irreversíveis em pacientes

BBC - As pernas pesadas, o inchaço nos pés e a dificuldade de andar fizeram a dona de casa Vera Lúcia Amaral Marques, de 45 anos, usar sandálias especiais ortopédicas e muleta um ano após ser diagnosticada com o vírus da febre chikungunya no Recife. Ela integra o grupo de pacientes que participam de uma pesquisa inédita do Hospital das Clínicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), que revela lesões vasculares irreversíveis provocadas pela doença.

"Tanto as minhas pernas como os meus pés ficam horríveis de tão inchados. Sinto câimbras antes de dormir e tenho vergonha de usar short ou vestido curto. Pareço mais velha, não vou mais para academia e até os meus sapatos eu tive que deixar de lado porque já não cabem mais", disse a pernambucana à BBC Brasil. Dos 32 pacientes analisados com os sintomas, 29 voltaram para serem acompanhados pelos especialistas no estudo. Destes, 20 repetiram o exame e foi constatado que 65% mantinham as alterações vasculares crônicas.
"Manifestações vasculares na chikungunya estavam restritas a fases iniciais da doença. Agora, o estudo mostra não só uma nova manifestação como a cronificação dela, já que os sintomas persistiram por mais de três meses", destaca Catarina Almeida, cirurgiã vascular responsável pelo estudo, que defende o tema em sua tese de mestrado.
Os pacientes apresentaram problemas como linfedema agudo (acúmulo de líquido nas pernas devido ao bloqueio do sistema linfático) e edema no dorso do pé. As alterações linfáticas foram detectadas pelo exame de linfocintigrafia. Ainda é desconhecido o motivo das lesões vasculares crônicas atingirem apenas os membros inferiores.
"Nosso próximo passo, agora, é fazer uma investigação molecular e entender o motivo disso acontecer. Se é resposta imunológica a infecção exacerbada do paciente ou ação direta do vírus", disse Almeida à reportagem. Os pesquisadores explicam ainda que a morbidade do paciente aumenta com essas lesões e eles ficam mais suscetíveis a terem infecção nos membros inferiores. "Além disso, o linfedema crônico não tem cura - é irreversível." O levantamento foi feito de março a novembro de 2016. Assim como a dengue e a zika, a chikungunya também é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Um ano e três meses após sentir os primeiros sintomas da febre, o aposentado pernambucano José Severino Pedrosa, de 76 anos, diz que o uso de analgésicos acaba sendo inevitável. "Aprendi a conviver com a dor, mas tem vezes que eu não aguento e tenho que tomar analgésico. Antes caminhava todos os dias. Agora, se caminho num dia, tenho que descansar dois ou três porque fico todo dolorido. Também não posso com muito peso como antes", conta.
Créditos: R7

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Varejo abre 2017 em queda

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, o movimento dos consumidores nas lojas de todo o país caiu 2,1% em janeiro/17, já efetuados os devidos ajustes sazonais. Em relação ao mesmo mês do ano passado (jan/16), o recuo da atividade varejista no primeiro mês de 2017 foi de 4,2%.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, desemprego em alta e a necessidade de quitação de dívidas por parte do consumidor, objetivando sair da inadimplência, manteve o consumo enfraquecido neste primeiro mês de 2017.
A maior queda dentre os segmentos varejistas em janeiro/17 foi nas lojas de material de construção, com recuo de 3,6%. No segmento de veículos, motos e peças a retração foi de 2,4%, bastante semelhante ao recuo de 2,2% observado no setor de móveis, eletroeletrônicos e informática. Também houve retração de 1,6% em janeiro/17 tanto no segmento de combustíveis e lubrificantes como no de tecidos, vestuário, calçados e acessórios. Somente houve variação positiva em janeiro/17 nos supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas: alta de 0,8%. Foto: EBC.
Créditos: Paraíba Total

STF pede explicação a Temer sobre nomeação de Moreira Franco

Temer deve ser notificado ainda hoje, e após isso terá um prazo de 24 horas úteis para se justificar. Assim, deve ter o prazo até a tarde de segunda-feira, 13, para dar suas explicações a respeito da nomeação de Moreira Franco.

O pedido ocorre após intensa polêmica ao redor da nomeação de Moreira Franco e acusações feitas pela oposição de que a intenção de Temer é blindar Moreira Franco de se tornar réu na Lava-Jato, garantindo a ele o foro especial de ministro.

Moreira Franco é citado nas delações de executivos da Odebrecht com o codinome de "Angorá". A nomeação ocorreu apenas quatro dias após a presidente do STF, Carmen Lucia, homologar as 77 delações que estavam sob responsabilidade de Teori Zavascki antes de sua morte.

A guerra judicial em torno da nomeação de Moreira Franco já é repleta de idas e vindas. Uma primeira liminar impedindo a nomeação de Moreira Franco já havia sido derrubada pelo desembargador do TRF-1, Hilton Queiroz. Em seguida, nova liminar, dessa vez do juiz federal Anselmo Gomes da Silva, impediu novamente a nomeação. A Advocacia-Geral da União entrou com recurso para tentar derrubar essa nova liminar.
Créditos: Esquerda Diário

TSE julga improcedente representação contra Lula e o PT

A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, na sessão plenária de quinta-feira (9), uma representação do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) referente às eleições de 2010.
Na ocasião, o MPE apontou propaganda irregular do então presidente em favor da candidata ao cargo, Dilma Rousseff, caracterizando “conduta vedada a agente público”. No dia 24 de agosto daquele ano, meses antes da eleição, foi divulgado um vídeo em que Lula utiliza as dependências do Palácio da Alvorada para enaltecer a candidata Dilma Rousseff.
Para o MPE, Lula utilizou bem público de forma irregular, o que é proibido pelo artigo 73, inciso I, da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97).
O julgamento de hoje finalizou uma discussão que havia começado em dezembro 2015, quando a ministra Maria Thereza, relatora do caso, votou pela improcedência da ação. A ministra não compõe mais o TSE.
Em outubro de 2016, o ministro Gilmar Mendes apresentou voto-vista e argumentou que a propaganda veiculada na residência oficial do presidente da República em benefício da candidata de seu partido feriu o artigo 73, inciso I, que veda a utilização de bem público da Administração direta da União em benefício de candidato, ficando os agentes sujeitos à multa ou cassação de registro.
O presidente do TSE destacou a veiculação de tal vídeo “em propaganda eleitoral gratuita na televisão, veículo de grande alcance midiático, utilizando-se de forma propositada de um bem público como se particular fosse”. Assim, votou por aplicar uma multa de 20 mil Ufirs.
O voto do ministro Gilmar Mendes foi acompanhado pelo ministro Henrique Neves, que ponderou que “a conduta vedada ocorreu, uma vez que houve a filmagem dentro do Palácio com a divulgação da propaganda”. O único ponto divergente no voto do ministro Henrique Neves foi no sentido de reduzir a multa para 5 mil Ufirs.
No entanto, a maioria formada pelos ministros Herman Benjamin, Luiz Fux e Rosa Weber acompanhou o voto da relatora, decidindo pela improcedência da ação.
O principal argumento da ministra Maria Thereza na ocasião do julgamento foi o de que “qualquer raciocínio a ser desenvolvido no esforço de contextualizar a imagem do presidente da República na residência oficial, utilizada na propaganda eleitoral, para fins de fazer incidir a vedação legal, é fruto de subjetivismo, uma vez que seria necessária a demonstração inequívoca da utilização do bem público”.
Créditos: WSCOM